Draco havia acabado de chegar no castelo de Grifinória. Estava com saudades de sua amiga de infância, o casamento não foi o bastante para matar as saudades que estavam acumuladas por anos e quando descobriu que Gina estava prometida a um príncipe, primo de Hermione, teve que voltar imediatamente para o reino de sua amiga. Sabia que ela estava desesperada por ser obrigada a casar-se com alguém que mal conhecia e que não amava. Sabia que ela estava apaixonada pelo plebeu e estava ali para matar as saudades, para dar conselhos ou um ombro para chorar se esse fosse o caso

Ele saiu da carruagem verde escuro junto a Astoria, que insistiu para ir junto. Os dois subiram as escadas para dentro do castelo. Como Draco sabia o caminho perfeitamente bem e, ele já era de casa, se encaminhou diretamente para o quarto de Gina. Bateu várias vezes na porta esperando ouvir a voz da amiga, mas não ouviu absolutamente nada.

— Ela não está ocupada com alguma tarefa como princesa? – Astoria perguntou.

— Não sei, acho que não. – Draco respondeu em dúvida e meteu a mão em seu bolso e tirou um relógio de bolso de lá, olhou as horas e completou. – Não. Essa é a hora de seu intervalo, ela sempre passa o intervalo aqui no quarto, diz que é para dormir.

— Então ela deve estar dormindo. – Astoria deduziu. - Chame-a novamente.

— Não, se estivesse Gina teria acordado, ela não tem o sono pesado. – Ele argumentou. - E ela nunca deixa a porta de seu quarto trancada.

— Isso é muito estranho. – Constatou Astoria.

— Muito, muito estranho... Gina, Gina você está aí? – Draco voltou a chamar. - Se estiver aí dentro, abra essa porta agora!

— Draco... – Astoria o chamou, enquanto olhava para o chão com os olhos arregalados.

— Gina abra essa porta agora! Eu sei que você está ai! Abra essa porta agora! – Draco ignorou totalmente o chamando da noiva.

— Draco... – Astoria tentou outra vez.

— Ginevra abra essa porta agora, ou eu vou arrombá-la. – Draco ameaçou e ignorou Astoria pela segunda vez.

— DRACO ESTÁ SAÍNDO SANGUE DO QUARTO DE GINEVRA, VEJA! – Astoria gritou apontando para a pequena poça de sangue que vinha de dentro do quarto.

Draco arregalou os olhos assustado. Sem nem pensar duas vezes ele pediu para Astoria se afastar e preparou-se para arrombar a porta. Na sua terceira tentativa, a porta se abriu mais não completamente.

Algo estava impedindo que a porta se abrir por completo. Draco e Astoria viram o que estavam impedindo a porta. Era Gina caída no chão, com sangue descendo por suas pernas sujando o vestido e o chão no qual estava caída. Draco forçou a porta para que abrisse mais e o corpo desacordado e mole de Gina rolou para o lado. Conseguindo abrir a porta, Draco estava mais pálido que o normal e, se agachou ao lado de Gina sem saber o que fazer.

— Precisamos de ajuda. – Astoria falou ao seu lado.

— Sim, claro. – Respondeu desnorteado. - Ela ainda está sangrando.

— Sim, porém muito pouco. – Astoria afirmou. - Vejo que o sangramento estava maior, agora pareceu diminuir.

— O que será isso? Por que ela está sangrando desse jeito? – Draco mostrou sua dúvida.

— Eu tenho um palpite, mas preciso confirmar com uma pessoa da área. – Astoria anunciou.

— Certo, então devemos chamar a rainha e o rei.

— Não Draco, se for o que estou pensando ser, acho que a princesa não vai querer contar para os seus pais agora. – Astoria negou prontamente.

— Tory o que está acontecendo? – Perguntou receoso. - O que você acha que Gina tem?

— Não direi nada agora, Draco. – Queria ter certeza antes de preocupá-lo. - Nesse momento precisamos encontrar ajuda para Gina.

— Sim, claro, mas como fazemos isso? – Draco concordou.

— Ainda bem que conheço alguém aqui mesmo na aldeia, não mora muito longe do castelo, de carruagem irei mais depressa, enquanto isso coloque ela na cama e limpe esse chão. Tranque a porta, por enquanto acho melhor só poucas pessoas terem conhecimento disso.

— Está bem – Draco respondeu prontamente, pegando Gina no colo e se sujando do sangue da amiga como consequência, enquanto Astoria saía do quarto.

Astoria foi em direção a saída do castelo, onde a carruagem do dois ainda estava parada. Ela apressou o passo, agora estava quase correndo em direção a saída. Desceu as escadas do lado de fora correndo, entrou na carruagem e imediatamente disse ao cocheiro aonde queria ir, avisando que era urgente.

Durante o caminho, Astoria não parava de apertar as mãos uma na outra de tão nervosa que estava. Tinha uma leve impressão do que a princesa tinha, só que não tinha certeza se era o que pensava, porém se fosse, ela sentia que Gina estaria perdida.

A carruagem parou de repente em frente a uma casa pequena e humilde, mas muito bonitinha. Ela desceu da carruagem e algumas pessoas olharam para ela. Sabia que princesas não eram de visitas aos súditos, ou plebeus. Como quiserem chamar.

Eles olhavam fixo para a sua coroa prata, delicada com pequenas esmeraldas. Tory bateu várias vezes seguidas na porta até que uma senhora que aparentava ter os seus 60 anos, abriu a porta e quando reconheceu Astoria, sorriu docemente para a moça.

— Tory! – A doce senhora exclamou. – À quanto tempo não a vejo, desde que visitei seu reino pela a última vez querida? Como está a sua irmã? E sua sobrinha? – Puxou conversa.

— Elas estão bem, Lídia, eu preciso de sua ajuda, agora. É urgente. – Astoria foi direto ao assunto.

— Urgente? O que aconteceu querida? Não vai me dizer que você...? – Lídia deixou a pergunta no ar.

— Não! Não, claro que não! – Astoria rapidamente negou. - Uma amiga de Draco precisa de sua ajuda, é urgente Lídia.

— Está bem, querida irei pegar algumas coisas que acho que irei precisar.

— Está bem, por favor depressa. – Astoria apressou a senhora.

Lídia entrou novamente dentro de casa e demorou apenas dois minutos para pegar o que precisava e entrar junto a Astoria na carruagem.

Lídia ainda não sabia o seu destino e, muito menos quem era a tal amiga de Draco. Se surpreendeu bastante quando se viu ultrapassando os muros do castelo de Grifinória.

— O que estamos fazendo aqui Tory? – Perguntou alarmada.

— A amiga de Draco é a princesa Ginevra – Desvendou Astoria.

— A princesa Ginevra? Mas é impossível! Ela está...? Ela não pode estar... – Lídia perguntou aturdida.

— Lídia, depois falaremos sobre isso. – Astoria adiou o assunto. - Agora temos que nos concentrar no que a princesa tem e se é realmente o que penso que é.

— Está bem, você tem razão. – A doce senhora concordou.

Quando a carruagem parou elas desceram e Astoria guiou Lídia até o quarto de Gina.

Quando chegaram, elas encontraram Draco sentado ao lado de Gina na cama, mas ele não estava sozinho. Luna e Hermione também as aguardavam.

Os três amigos estavam com os semblantes apreensivos e olharam para a porta quando ela foi aberta, Astoria percebeu que haviam trocado o vestido sujo de sangue de gina e colocaram uma camisola branca nela. Astoria olhou para draco com um olhar questionador.

— O que? Foram Luna e Hermione que deram banho e trocaram a roupa, o meu trabalho foi apenas movê-la. – Draco falou em sua defesa.

— Quanto tempo ela está desacordada? – Lídia perguntou.

— Nós não sabemos. – Hermione respondeu.

— Está bem, então preciso que vocês se levantem da cama. – Lídia pedia à Luna, Hermione e Draco.

Os três levantaram-se e afastaram-se, ficando ao lado de Astoria.

Lídia ficou bastante tempo examinado Gina, até que enfim disse:

— Você estava certa Astoria.

— Estava? eles estão bem não estão? – Perguntou aflita.

— Sim, estão. Não se preocupe, ela só teve um começo de aborto. Ela e o bebê estão bem. – Lídia a tranquilizou.

— O que? Você disse bebê? – Luna perguntou alarmada.

Como assim eles?!— Hermione perguntou inquieta.

— Começo de aborto? Do que vocês estão falando? – Draco perguntou perdido.

— Vocês não sabiam? – Lídia perguntou inocente. Os viu negar com a cabeça.

— Essa moça está gravida.