Por Megan

Davi e eu fomos acordados bruscamente e levados até o meu dad. Ohh, my good, havíamos dormido e fomos pegos, não era para ter acontecido isso. Não era para ser assim!

Jonas Marra nos recebeu numa sala com o seu jeito prepotente. Ele tentava não demonstrar os seus sentimentos, mas eu percebi que no mínimo, estava com raiva, e foi direto ao ponto:

– Então me digam o que aconteceu? – ele perguntou.

– Será que precisa explicar, dad? –fui irônica, ainda tentava me manter por cima, estava preocupada com o que ia acontecer, mas não podia demonstrar.

– Quem mexeu nas câmeras? Quem tomou a iniciativa? Por que vocês adoram quebras todas as regras?

– Fui eu! - Davi tomou a dianteira, era so cute da parte dele, mas não o deixaria assumir culpas que eram minhas!

– Eu que estava no quarto do Davi! Então é óbvio que fui eu! It’s my fault! – falei.

–Não é tão óbvio, eu bloquei as câmeras, esbarrei com Megan no corredor e depois fomos para o meu quarto!- ele queria continuar assumindo a culpa. Agia like a gentleman.

– Quer saber? Se vão continuar com essa de casalzinho. Não importa quem começou, no fim, ambos infringiram as regras. E deveriam ser punidos, ser desclassificados! – meu Dad falou irritado.

– Faça isso, então! – Davi o desafiou.

– Yeahh. – eu incentivei.

– Quero falar a sós com Megan!

Davi ainda parecia em dúvida, mas olhei para ele com um jeito de que tudo ficaria bem e ele saiu. Ele se mostrava a good boy naquele momento e agia de modo so cute. Nunca nenhum garoto agira assim por mim. E eu estava encantada.

– Então, Megan Lilly foi seduzida por Golias, um moleque que só queria colocar as mãos na Marra. E vai te usar para isso. Me provocou desde o início... Agora estou entendendo. Era o que ele queria, tem cara de menino bonzinho, age como se fosse um. Mas não, eu sempre percebi, ele adora me enfrentar, e há algo nele que...

– Você se engana sobre Davi, Dad... Você pode ter se casado com mom para botar as mãos na fortuna de grandpa, mas ele não está agindo como você! – eu não podia deixá-lo falar assim sobre Davi, sabia que aquilo não era verdade.

– Megan! Não te dou esse direito! Você não sabe do que está falando. Eu e sua mãe...

– É claro, entre vocês é true love... Mas será mesmo que mirou no alvo certo? Será que não sou eu que estou enganando Davi? Afinal é o que eu faço, não é? Seduzo os homens ...

– Para conseguir seus objetivos? Por que foi para cama com ele, Megan? Para me provocar ou convencê-lo a desistir do Geração Brasil?

– Você me conhece, não é Dad? – fui irônica, na verdade eu não queria demonstrar meus sentimentos, minhas reais motivações e fraquezas para Jonas Marra, ainda estava tão confusa, mas sabia que ele estava longe da verdade e menti – Então deve saber que é um mix dos dois!

– Eu imaginava, ambos só querem me provocar e jogar.

– Não me julgue, levando o caráter de vocês como parâmetro! Eu não agiria dessa maneira podre! – Davi apareceu de repente, ele parecia revoltado.

– Davi, você não entendeu ... – tentei justificar.

– Claro que entendi, eu ouvi e vi tudo!

– É, Megan. A sala ao lado permitia que ele nos visse- meu Dad falou com um ar de vitória.

– Você não entende como as coisas funcionam entre eu e Dad – ainda tentava explicar.

– Eu não sou ingênuo, Megan! Percebi tudo... Vocês dois são abutres... Usam as pessoas, abusam dos seus sentimentos!

– Seu nerdinho asshole, sempre com essa mania de julgar tudo precipitadamente- gritei, os modos de Davi, a sua desconfiança, o fato de ele entender tudo errado me tirou do sério, logo ele, que eu pensava que era o único que começava a me entender really. Ainda por cima, acontecera logo depois daqueles momentos íntimos e maravilhosos que passamos!

– Patricinha mimada e manipuladora! –ele gritou de volta!

– Vamos parar com essa discussão! Não tenho que aguentar briga de amantes no meu concurso! – meu dad disse de maneira autoritária e depois gritou – Tommy Lee, Will Smith! – quando os seguranças entraram, ele voltou a falar – Tommy, você leva Megan para o quarto dela. Will você leva Davi para o dele! E não saiam de perto, com esses dois, nós não podemos confiar apenas nas câmeras!

Tommy estava me levando para o quarto, mas eu parei e resolvi perguntar sobre algo que ainda estava pendente

– Jonas Marra, o que você vai fazer? Vamos ser desclassificados? – falei e Davi também parou esperando uma resposta.

– Eu deveria, eu posso, eu quero fazer isso! Mas já rolou muita coisa nesse concurso, e não é prudente tomar a decisão assim! Preciso consultar outras pessoas! Vão agora, logo saberão o que vai acontecer! -ele estava nervoso, todos estávamos nervosos e tentávamos nos controlar.

Por Verônica

Nem tinha amanhecido ainda e eu já havia levado Vicente para casa de um amigo (ahh, eu detestava acordar cedo). Ele saíra do Geração Brasil na noite anterior e estava louca para matar a saudade do meu filho. Mas mal tinha botado os pés para fora, e ele já combinara uma viagem de um dia com uma turma. Segundo ele, “uma gatinha que ele sempre fora afim iria”, e ela que o havia convidado. Quase disse não, mas acabei sendo convencida, já que Vicente falou que depois ele iria me recompensar e, os pais de um dos colegas acompanharia a turma.

A minha intenção inicial era voltar para casa e dormir, mas surpreendentemente, apesar de ser tão cedo, eu acabara perdendo o sono. A verdade é que estava aflita pelo meu filho, mas também por aquele homem que eu queria esquecer tanto.

Jonas não me procurava há alguns dias. Eu havia pedido a ele, mas não sei se essa sua ausência me agrava. Conscientemente era o que queria, foi o que pedi, mas sentimentalmente me sentia abandonada. Minhas emoções estavam em frangalhos. Estava tão confusa, eu queria que ele ficasse longe, mas também o queria tão perto. Não conseguia esquecê-lo. Não conseguia esquecer nenhum dos momentos intensos que passara com ele. Isso só piorava tudo e eu sofria.

Num impulso, resolvi ir num lugar que me havia sido apresentado por Jonas. Podia parecer bizarro, se eu queria esquecê-lo, por que ir num local que me lembrava o próprio? Mas não sei, era tão calmo e bonito e me deu uma súbita vontade de estar lá.

Ainda estava um pouco escuro quando cheguei, e alguns raios solares que acabavam de nascer batiam no mar. Era um cenário maravilhoso daqueles que só Deus seria capaz de criar. Tirei minhas sapatilhas e comecei a andar na areia. Após alguns passos, avistei um homem de costas para mim, ele estava sentando contemplando o céu e o mar.

Meu Deus, parecia ele. Será que era coisa da minha cabeça? Não podia ser! O que ele estaria fazendo ali sozinho? Só que aquilo aguçou a minha curiosidade e eu resolvi me aproximar para ter certeza. Quando estava a uma distância pequena, constatei, era mesmo Jonas Marra. E rapidamente, decidi me afastar, mas mal havia me virado, e escutei:

– Verônica, não vá embora! – sua voz era tão suave, até parecia uma súplica. Ele havia se virado para mim, e os seus olhos intensos de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança me miravam. Eu devia ir embora, mas ao vê-lo e ouvi-lo, senti um aperto no coração.

– Jonas... Jonas, eu não posso...