A nerd-rebelde
Festa de gala
O dia da festa é hoje à noite, bem, eu preciso fazer umas coisas hoje antes da festa, eu não pretendia ir ao cabeleireiro hoje, teria de fazer tudo sozinha, então já fui me preparando desde depois do almoço.
Passei a tarde fazendo as unhas, ficaram lindas no final, esperei elas secarem, vi que eram 16:27, fui tomar banho, lavei o cabelo, saí e fui colocar a roupa para de noite, rolou um perfume bom, nada doce, não gosto de perfume doce (bem, não em mim), coloquei o vestido, fui secar o cabelo, fiz escova, ficou lindo, deixei ele solto mesmo, estava bonito, bem, eu coloquei o salto, passei a maquiagem, nada exagerado, brinco, colar, tornozeleira e pulseira, estava pronta, desci as escadas, meus pais também estavam prontos, estavam lindos!
–Bem, estou pronta.- Disse.
–Então vamos.- Minha mãe sorriu.
Fomos de carro a caminho do local.
Ao chegar, paramos em frente a uma… mansão?! O cara deve ser bolado das grana, não?!
Entramos lá, e, meu senhor, que casarão!! Olha só quanta coisa de ouro! O cara realmente é bolado das grana!
Bem, ao entrarmos, o salão estava cheio de gente… chique… estava me sentindo um gato de rua perto de um monte de cachorro de madame…
–Bem, filha, eu e seu pai vamos cumprimentar as pessoas, fique à vontade, mas nem tanto.- Minha mãe riu no fim da frase.
Eles se foram, me deixando sozinha ali, me sentia diminuída ali…bem, segui andando com o queixo erguido naquela festa, cumprimentava as pessoas que eu conhecia por ali, um garçom me serviu uma bebida que eu não sabia o que era, estava em uma taça muito bonita…
–…- Bebi um pouco, reconheci o gosto, espumante, eu gosto, bebi mais um gole.
Vi meus pais se aproximando…
–Menina, o que está bebendo?- Perguntou minha mãe.
–Não é nada demais.- Disse.
–Hm…- Ela me olhou desconfiada.- Bem, eu quero que você conheça uma pessoa.- Lá vem.
–Hm.- Um senhor da idade dos meus pais vinha se aproximando com um cara que… eu conhecia…e se conhecia.
–Filha, esse é Nathaniel.- Eu meio que entrei em choque por uns segundos.
–Ah, prazer.- Ele sorriu gentil, depois deu uma risada.
–P-Pra… zer… - Eu disse palsadamente.
–Oh! Por céus! Cadê sua educação?- Perguntou minha mãe para mim, pareceu irritada.
–Ah!- Sai do meu choque.- Prazer, sou Alessia.
–Sou Nathaniel.- Ele sorriu gentil.
–Que graça.- Minha mãe comentou, depois ela me cutucou novamente, eu olhei-a, ela indicou para que eu cumprimentasse o pai de Nathaniel.
–Que rude de minha parte.- Eu disse.- Boa noite, senhor.- Cumprimentei o pai de Nathaniel.
–Boa noite, senhorita.- Ele diz.
–Bem, já que os dois se conheceram, acho melhor deixá-los a sós, não acham?- Perguntou minha mãe feliz, eu olhei pra ela com uma cara do tipo “O que?!”, ela me repreendeu com o olhar, dei uma encolhida leve.
–Sim, bem, vamos indo.- Meu pai diz, os adultos saem deixando apenas eu e Nathaniel ali.
–…- Ficamos em silêncio por um tempo, suspirei.
–Que coisa, não?- Ele riu.
–Pois é…- Ri sem jeito.- Jura que tive de me apresentar para alguém que já conhecia?
–Dá crédito, finge que nunca me viu.
–Claro, claro.- Digo, o garçom vem com bebidas em nossa direção.
–Bebida?- Ele pergunta.
–Obrigada.- Agradeço com um sorriso gentil e pego um espumante.
–Gosta disso?- Ele pergunta.
–Sim, afinal- Sorri travessa.- Nem todos os certinhos são realmente certinhos.
–Haha, verdade.- Ele disse.
–E você? Gosta?
–Ah, sim, não sou muito fã, mas gosto um pouco.- Ele disse, e pegou uma taça com o garçom, que foi embora logo em seguida.
–Esperto.- Sorrio, ergo minha taça, ele a dele, brindamos à… sei lá, alguma coisa insignificante.
Fomos andando pelo salão…
–De todas as pessoas que minha mãe poderia me apresentar, nunca pensei que você fosse o tal.- Digo.
–Muito menos eu pensei nisso.- Ele diz.
–Espera… se você tá aqui, isso significa que…
–É, ela tá aqui.- Ele revira os olhos.
–…- Já me senti mal, dei um passo pro lado, me afastando um pouco dele, ele me olhou.
–Sabe, não creio que ela vá fazer algo contigo.- Ele disse.
–Ela tá aqui, não duvido disso.
–Não vou deixar ela atrapalhar a noite.
–…- Eu voltei para perto dele, senti um olhar me fitar, olhei de perfil para trás, era a minha mãe, me repreendendo com o olhar, me senti desconfortável e me encolhi um pouco.
–O que houve?- Ele perguntou, olhei novamente para a minha mãe, ela continuava me repreendendo, poxa!
–N-Nada…- Digo meio desconfortável.- Vamos para outro lugar?
–Se você quer…
Fomos para a sacada…
–Bem melhor.- Suspiro.
–Você não me parecia confortável lá dentro… algo aconteceu?
–Não, nada não.- Sorri.- Bem, os seus pais trabalham na mesma coisa?
–Sim, minha mãe também veio, mas estava ocupada pelo que vi.
–Hm…– Ficamos num silêncio.- Posso te fazer uma pergunta?
–Pode.
–Sua mãe ou seu pai são… duros com você?
–Sim… é mais o meu pai, mas minha mãe também é, muito menos que o meu pai, mas é, porque?
–Nada não.- Digo, pelo visto, não sou a única, uh?
–Alessia…- Ele me chamou, olhei-o.
–Hm?
–Nada, só quis chamar… gosto do seu nome é diferente.- Ele diz.
–Diferente até demais.- Eu rio.
–Não gosta dele?
–Pelo contrário, adoro meu nome.- Sorrio levemente.- Me faz lembrar algo bom.
–Huh… o que?
–Música, posso assim dizer.- Não acho que ele conheceria Alesso.
–Sabe o significado do seu nome?
–Aquela que protege.
–Belo significado…- Ele disse.
–Qual o significado de Nathaniel?
–Dom de Deus.- Ele diz.
–Belo significado…- Imito-o, rimos.
Passamos a noite conversando, sério, tive sorte de encontrá-lo por aqui, se não fosse por ele, acho que me sentiria deslocada.
Quando deu 00:50, eu fui embora com meus pais, eu prestava atenção na paisagem do lado de fora do carro…
–E então, filha?- Minha mãe perguntou.
–O que?
–Como foi com o Nathaniel?
–Ah, foi legal.
–Ele é um bom homem?
–Sim.
–Que bom que pensa assim.- Ela pareceu feliz, mas logo sumiu com o sorriso.- Mas não gostei de quão rude a senhorita foi hoje.
–…
–Como pôde se afastar daquela maneira de Nathaniel? Isso foi rude!- Ela disse.- E o fato de estar… “dormindo” quando o apresentei, ugh! Nem se fala! Precisava mesmo daquela cena?
–Querida…- Meu pai tentou acalmá-la.
–Nada de “querida”! Sua filha errou!- Ela disse brava, sabe quem tava ficando puta da vida também? Eu!
–…- Eu apertei os punhos.
–Da próxima vez, espero que você não tenha essas falhas!- Ela disse.- Porque é inadmissível.
Ugh, isso me deixa bem puta da vida, mas fazer o que né?
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