A mestiça

Primeiro Aviso


Corei e senti seus lábios sobre os meus em um curto selinho. Ele veio para minha frente e se agachou ficando da minha altura. Ele me encarou nos olhos não consegui sustentar o olhar com ele então olhei para baixo.

— O brilho dos seus olhos continuam o mesmo – ele falou – Ei o que aconteceu?

— Nada – respondi sem encara-lo.

— Ainda está me culpando por ter lhe deixado?

— Não, Sasuke- respondi.

Ele levantou meu rosto pelo queixo fazendo-me encara-lo. Vi seu olhar direcionado para meu pescoço. Coloquei minha mão por cima do roxo que tinha a marca de seus dedos.

— Desculpe – ele falou olhando para baixo.

— Tudo bem Sasuke – falei acariciando seu rosto.

Dei um selinho nele e parei ao ouvir o barulho de folhas sendo pisadas. Olhei para cima vendo Naruto com um sorriso no rosto, parecia querer fazer um comentário idiota. Sasuke olhou para o mesmo lugar vendo Naruto descer.

— Vejo que já está bem – Naruto falou ao Sasuke.

Sasuke sorriu de canto como se ouvisse o comentário idiota que Naruto tinha em mente. Revirei os olhos.

...

Após um guerreiro, escalado para a próxima ronda, ter vindo para seu turno voltei para casa acompanhada por Sasuke. Abri a porta e após ele passar fechei. Dei uma breve olhada na cozinha vendo se meu irmão estava lá. Sentei no sofá notando que não. Sasuke olhava para tudo como se verificasse se estava tudo ali.

— Onde está seu irmão? – ele perguntou – Não sinto sua presença – ele completou.

— Deve estar estudando – falei.

Ele se sentou ao meu lado e me encarou respirando fundo. Beijou-me e eu o senti morder meu pescoço. Respirei fundo ao sentir a dor. Ele se afastou devagar tentando não voltar a morder. Ele me encarou preocupado. Aquilo começara a doer mais depois da marca ser ativada novamente.

— Sakura?

— Tudo bem Sasuke – falei dando um sorriso forçado.

— Por que na floresta você ficou normal? – ele perguntou.

— Meu lado vampiro não deixou na floresta – respondi.

Ele me puxou para mais perto e eu escorei a cabeça em seu ombro.

— Então seus olhos mudam de cor e aquele losangulo azul aparece quando você está no modo vampiro?

— Sim – respondi meio triste.

— Não gosta disso?

— É perigoso usar – falei.

— Por que?

— Meu lado vampiro fica mais forte e isso pode acabar me matando – falei segurando as lagrimas.

Ele não sabia o que fazer como Naruto não sabia há oito anos quando se descontrolou e acabou me machucando sem querer. Meus olhos foram fechando vagarosamente ele sorriu e a escuridão aos poucos ia me levando para o mundo dos sonhos.

Sasuke

Sakura adormecera após eu tentar pensar em algo para dizer a ela após ela falar que poderia morrer. Peguei a no colo e a coloquei na cama dela a ajeitando para ficar confortável. Dei um beijo em sua testa e involuntariamente olhei para seu pescoço que tinha uma marca roxa em forma de mão. Quando olhei aquilo na floresta vi o que tinha feito e me culpei por não conseguir controlar a marca que eu recebi quando estava fraco porque estava me acostumando a não beber o sangue de Sakura. Suspirei e fui até a porta saindo do quarto. Ouvi a porta de entrada se abrir e encarei um loiro com olhos verdes um pouco mais escuros do que os de Sakura.

— Vejo que Sakura estava cansada – ele falou enquanto dava uma breve olhada no quarto após subir as escadas.

O olhava desconfiado o nosso último encontro não foi muito bom. Ele parou a minha frente.

— Prazer em revê-lo – ele estendeu a mão – Sou Daisuke irmão de Sakura – ele falou sorrindo.

Apertei sua mão ainda o olhando desconfiado.

— Acho que deve ter alguma roupa no último quarto – ele falou entrando em um quarto que presumi que era o seu.

Entrei na última porta e vi que tudo estava igual à primeira vez.

Sakura

Acordei com a visão turva não conseguia ver quase nada. Aquilo era normal quando uma visão começaria a se revelar o que acontecia cada vez com menos frequência.

“Estava na floresta fugindo de algo. Cai de joelhos, minhas mãos foram para a cabeça tentando controlar os pesadelos que ficavam cada vez mais fortes. Abri os olhos, tentei me localizar, mas estava cercada de arvores. Vi Madara se aproximando a passos curtos e lentos, com seu sorriso de vitória no rosto.

Quando consegui me levantar para correr sinto ele me agarrar fortemente pelo braço.

— Acho melhor cortar todos os seus laços, assim apenas você sofrera. Prometo os deixar em paz se você vier até mim- ele disse”

Aos poucos tudo foi sumindo e eu estava em meu quarto novamente. Levantei, tomando um banho rápido colocando um vestido azul claro com elástico na cintura dando a impressão de um cinto, tinha um short preto com minha bolsinha de facas na perna.

Sai colocando o arco nas costas. Aquilo não era uma visão era um aviso de Madara e ele deveria estar perto. Peguei uma maça na cozinha e sai andando enquanto comia. Parei quando alcancei a floresta enfeitiçada por minha mãe para nos proteger, fazendo assim apenas as pessoas que realmente precisassem chegarem até a floresta como eu sempre dizia ela nos mostrava o caminho.

Parei em cima de um galho grosso e mexi em uma pequena bolsa que eu tinha nas costas onde estavam remédios entre outras coisas de primeiros socorros no meu caso, porque eu era uma medica-nin. Peguei uma capsula com sangue dentro tirei a tampa da agulha e coloquei no centro da marca. Guardei quando acabei olhando ao redor vendo se alguém estava por perto.

Senti uma alteração de energia forte e pulei do galho ouvindo ele se quebrar. Olhei vendo um adolescente com a pele feito areia vindo em minha direção. Comecei a correr desviando dos obstáculos. Peguei uma flecha e encaixei no arco esperando o momento certo.

Atirei acertando onde deveria ser o pulmão, a flecha atravessou o corpo, o garoto ruivo apenas retirou a flecha e avançou em minha direção. Corri de costas observando um possível ponto fraco.

Ele sorriu quando eu fiquei entre ele e uma arvore atrás de mim sem conseguir escapar. Desviei do soco que deixou a marca na arvore. A outra mão se encontrava ao lado do meu corpo evitando uma abertura. Tentei pegar uma faca, mas ele percebeu e segurou minhas mãos. Olhei seu rosto, metade estava como monstro e a outro como garoto, um de seus olhos estava completamente preto e o outro permanecia verde bem claro. Tentei me soltar, mas ele começou a apertar cada vez mais.

Parei e dei um chute nele, ele apenas deu dois passos para traz sem demonstrar dor. Aproveitei a pouca distância que ele estabeleceu quando me puxou. Dei impulso virando para traz no ar, segurei em um galho assim que ele me soltou. Comecei a correr me afastando. Pulei para o chão me vendo no mesmo lugar que na “visão”. Ouvi um corpo cair e me virei vendo o garoto que me perseguia caído no chão já em uma forma mais humana.

Dei um giro no lugar procurando alguém, fui até o garoto e toquei em seu pescoço, ainda estava vivo. O virei para cima vendo que ele era familiar. O coloquei em minhas costas e voltei ao vilarejo. Fui até o local onde as pesquisas aconteciam. Entrei em uma sala vazia. Coloquei o garoto em uma cadeira preso pelos pulsos dentro de uma câmara de vidro e fiquei observando enquanto agilizava algumas pesquisas que havia começado... Estava atualizando o mapa do vilarejo quando ele abriu os olhos e tentou se mexer. Levantei os olhos e observei-o até ele desistir e me encarar. Aproximei-me e sentei em uma mesa próxima a câmara. Peguei uma prancheta e uma caneta o encarando.

— Farei algumas perguntas e acho melhor responde-las por vontade própria – falei – Seu nome?

Ele me encarou, sabia que não falaria. Suspirei ele queria um estimulo ele teria. Comecei a bater os dedos na mesa.

— Não me obrigue a ir aí e fazê-lo falar – falei.

— Adoraria vê-la tentar – ele falou.

Olhei em seus olhos e dei um sorriso de canto.

— Certo então é Gaara – falei anotando.

Ele me olhou confuso, mas logo pareceu entender.

— Interessante, mas meu dom é melhor – ele falou sorrindo.

—Um vampiro – conclui anotando tudo que ele deixava escapar – Presumo que siga as ordens de Madara ou Orochimaru – falei.

— Esta enganada, eu não sigo ordens de ninguém – sorri.

— Então como chegou à floresta? – perguntei.

— Não estava em nenhuma floresta.

— Foi capturado? – perguntei.

— Vocês sabem muito bem, onde está Madara? – ele perguntou.

Olhei a janela. Eram pessoas inocentes que estavam capturando.

— Do que você lembra? – perguntei.

Ele apenas me encarou. Respirei fundo colocando a prancheta junto à caneta na mesa.

Levantei e parei a frente dele dentro da câmara. Toquei em suas mãos e encarei-o nos olhos. Afastei-me sentindo muita dor em meu corpo. Sentei no chão respirando ofegante. Olhei para ele que mantinha seu olhar em mim, mais especificamente em meu corte abaixo do pulmão esquerdo. Senti que o corte abrir de novo, o sangue já manchava as bandagens. Levantei e me apoiei na parede de vidro.

— Você é apenas mais uma vítima – falei com esforço.

Não consegui me sustentar em pé muito tempo e cai de joelhos, virada de lado. Minhas mãos estavam apoiadas no chão. Aos poucos a dor foi parando. O encarei, seus olhos estavam direcionados para minha marca. Levantei e coloquei a mão no corte.

— Desculpe eu pensei que era mais um deles – ele falou.

— Qual é a última coisa que se lembra? – perguntei em um sussurro.

— Estava em uma cela, após eles me capturarem. Até um deles entrar e me levar a um quarto. Havia várias pessoas gritando em cadeiras amarradas pelos pulsos. Fizeram o mesmo comigo e aplicaram algo em meu pescoço. Tudo ficou escuro e uma dor intensa vinha do lugar onde foi aplicado algo.

Assenti e senti meu corpo ir ao chão, enquanto tudo ao meu redor girava até a escuridão me levar. Tinha perdido muito sangue.