Eu saí da loja, depois de ajudar o meu pai com alguns consertos. Eu chamei um táxi e fui até a minha casa, que ficava em um bairro simples, mas aconchegante. Eu queria ver a minha mãe, que sempre me dava bons conselhos, e me acalmava. Eu cheguei em casa e vi que ela estava lavando roupa e tirando o pó. Ela era dedicada, generosa, carinhosa. Ela era a minha melhor amiga.

— Oi, mãe. - eu disse, entrando na casa.

— Oi, filha. Como foi a escola? - ela disse, me abraçando.

— Foi bem. Nós apresentamos o trabalho de história, e tiramos uma boa nota. - eu disse, orgulhosa.

— Que bom, Ana. Eu sabia que você ia se sair bem. Você é muito inteligente. - ela disse, elogiando.

— Obrigada, mãe. - eu disse, agradecida.

— E como está o Elijah? - ela perguntou, curiosa.

— O Elijah... - eu disse, hesitante.

Eu não sabia o que dizer sobre o Elijah. Eu não sabia se a minha mãe sabia que nós se entendemos, ou se ela ia aprovar ele algum dia. Eu não sabia se ela ia entender os meus sentimentos, ou se ela ia me julgar.

— O que foi, Ana? Você está com algum problema com ele? - ela perguntou, preocupada.

— Não, mãe. Não é um problema. É que... - eu comecei a dizer, mas parei.

Eu não conseguia falar. Eu não conseguia explicar. Eu não conseguia entender.

— Ana, você pode me contar tudo. Eu sou sua mãe, e eu te amo. Eu só quero o seu bem. - ela disse, me encorajando.

— Eu sei, mãe. Eu também te amo. É que... - eu tentei de novo, mas falhei.

Eu não tinha palavras. Eu não tinha certeza. Eu não tinha coragem.

— Ana, olha para mim. - ela disse, me fazendo olhar nos seus olhos. - Você está apaixonada pelo Elijah?

— Eu... - eu disse, sem saber o que responder.

— Você está, Ana. Eu posso ver nos seus olhos. Você está apaixonada pelo Elijah. - ela disse, afirmando.

— Eu estou, mãe. Eu estou apaixonada pelo Elijah. - eu disse, admitindo.

— E ele está apaixonado por você? - ela perguntou, interessada.

— Ele está, mãe. Ele está apaixonado por mim. - eu disse, confirmando.

— E vocês estão felizes? - ela perguntou, sorrindo.

— Nós estamos, mãe. Nós estamos felizes. - eu disse, sorrindo também.

— Então, eu estou feliz por vocês, Ana. Eu estou feliz por vocês. - ela disse, me abraçando.

— Obrigada, mãe. Obrigada por me apoiar, por me compreender, por me aceitar. - eu disse, emocionada.

— De nada, filha. De nada. Eu só quero que você seja feliz, que você seja você mesma, que você seja amada. - ela disse, me beijando.

— Eu sou, mãe. Eu sou feliz, eu sou eu mesma, eu sou amada. - eu disse, me sentindo bem.

— Que bom, Ana. Que bom. - ela disse, me soltando.

— Mãe, eu preciso te dizer uma coisa. - eu disse, lembrando-me.

— O que, Ana? - ela disse, atenta.

— É que o Elijah me disse que me ama. E eu disse o mesmo. - eu disse, revelando.

— Sério, Ana? Ele te disse isso? - ela disse, surpresa.

— Sério, mãe. Ele me disse isso. - eu disse, confirmando.

— E como você se sentiu, Ana? - ela perguntou, curiosa.

— Eu me senti... - eu disse, pausando.

Eu não sabia como eu me sentia. Eu não sabia se eu estava feliz, ou assustada. Eu não sabia se eu estava segura, ou confusa. Eu não sabia se eu estava certa, ou errada.

— Eu me senti... em dúvida, mãe. Eu me senti em dúvida. - eu disse, confessando.

— Em dúvida, Ana? Por quê? - ela perguntou, intrigada.

— Porque eu não sei se é amor, mãe. Eu não sei se é amor. - eu disse, sincera.

— Como assim, Ana? Você não sabe se é amor? - ela perguntou, confusa.

— Não, mãe. Eu não sei. Eu não sei se é amor, ou se é loucura. - eu disse, angustiada.

— Ana, o que você quer dizer com isso? - ela perguntou, preocupada.

— Eu quero dizer que eu não sei se o que eu sinto pelo Elijah é amor de verdade, ou se é só uma paixão passageira. Eu não sei se eu estou pronta para me entregar a ele, ou se eu devia esperar mais. Eu não sei se ele é o garoto certo para mim, ou se eu vou me arrepender depois. - eu disse, desabafando.

— Ana, isso é normal. Você é muito jovem, e está descobrindo os seus sentimentos. Você não precisa ter certeza de tudo, nem se apressar em nada. Você só precisa seguir o seu coração, e fazer o que te faz feliz. - ela disse, me aconselhando.

— Mas, mãe, como eu vou saber o que o meu coração quer? Como eu vou saber o que me faz feliz? - eu perguntei, insegura.

— Você vai saber, Ana. Você vai saber. Você só precisa se conhecer melhor, se respeitar mais, se amar mais. Você só precisa ser você mesma, e deixar que o amor aconteça. - ela disse, me ensinando.

— Ser eu mesma, mãe? E quem é a Ana? Quem é a Ana que eu sou? - eu perguntei, curiosa.

— A Ana que você é, filha, é uma garota incrível, que tem muitas qualidades, que tem muitos dons, que tem muitos sonhos. A Ana que você é, filha, é uma garota meiga, que faz milagres, que acredita na sua fé. A Ana que você é, filha, é uma garota apaixonada, que ama o Elijah, que quer ser feliz. - ela disse, me descrevendo.

— Essa é a Ana que eu sou, mãe? Essa é a Ana que eu sou? - eu perguntei, admirada.

— Essa é a Ana que você é, filha. Essa é a Ana que você é. - ela disse, me abraçando.

— Obrigada, mãe. Obrigada por me mostrar, por me ensinar, por me amar. - eu disse, agradecida.

— De nada, filha. De nada. Eu só quero que você seja feliz, que você seja você mesma, que você seja amada. - ela disse, me beijando.

— Eu sou, mãe. Eu sou feliz, eu sou eu mesma, eu sou amada. - eu disse, me sentindo bem.

— Que bom, Ana. Que bom. - ela disse, me soltando.

— Mãe, eu vou subir para o meu quarto, tá? Eu preciso descansar um pouco. - eu disse, me despedindo.

— Tá bom, filha. Vai lá. Eu vou terminar de arrumar a casa. - ela disse, me liberando.

— Tá bom, mãe. Até mais. - eu disse, saindo.

Eu subi para o meu quarto, que era simples, mas aconchegante. Eu tinha uma cama, um guarda-roupa, uma escrivaninha, uma estante, um espelho. Eu tinha alguns livros, alguns brinquedos, alguns enfeites, algumas fotos. Eu tinha o meu cantinho, o meu refúgio, o meu lar. Eu entrei no meu quarto e fechei a porta. Eu me joguei na cama e respirei fundo. Eu me sentia cansada, mas aliviada. Eu me sentia confusa, mas esperançosa. Eu me sentia dividida, mas inteira.

Eu olhei para o espelho e vi o meu reflexo. Eu vi uma garota de 13 anos, que tinha uma espinha na testa, mas um sorriso no rosto. Em seguida me jogo na cama, adormeço por algumas horas.

Eu me levantei da cama e fui até a escrivaninha, onde estava o meu tema de matemática. Era sobre equações do segundo grau, um assunto que eu gostava e entendia bem. Eu peguei o meu caderno e o meu lápis e comecei a resolver os exercícios, usando a fórmula de Bhaskara. Eu resolvi o tema rapidamente, sem dificuldade. Eu gostava de matemática, de números, de lógica. Eu tinha facilidade para isso, assim como tinha facilidade para os eletrônicos. Eu conseguia fazer coisas incríveis com a matemática, coisas que ninguém mais conseguia.

Eu terminei o tema e revisei as respostas, conferindo se estavam certas. Eu sorri, satisfeita. Eu tinha acertado tudo. Eu era boa em matemática. Eu guardei o meu caderno e o meu lápis na mochila, e saí do meu quarto. Eu desci as escadas e fui até a cozinha, onde estava a minha mãe, preparando o almoço. Ela estava fazendo uma lasanha, o meu prato favorito.

Oi, mãe. Terminei o meu tema. - eu disse, me aproximando dela.

— Que bom, Ana. Você quer me ajudar a colocar a mesa? - ela disse, me pedindo.

— Claro, mãe. Eu te ajudo. - eu disse, aceitando.

Eu peguei os pratos, os talheres, os copos, e fui até a sala de jantar, onde estava a mesa. Eu arrumei tudo com capricho, deixando tudo bonito e organizado. Eu gostava de ajudar a minha mãe, de fazer as coisas com ela, de aprender com ela. Eu terminei de arrumar a mesa e voltei para a cozinha, onde a minha mãe estava tirando a lasanha do forno. Ela estava quente, cheirosa, apetitosa. Ela me deu água na boca.

— Nossa, mãe. Que delícia. - eu disse, elogiando.

— Obrigada, Ana. Você vai ver como está gostosa. - ela disse, agradecendo.

— Mãe, eu posso ir até o jardim ver a Estrela? - eu perguntei, me referindo à minha pônei.

— Claro, Ana. Mas não demore, que o almoço está pronto. - ela disse, me liberando.

— Tá bom, mãe. Eu já volto. - eu disse, saindo.

Eu fui até o jardim, que era grande, verde, florido. Eu tinha muitas plantas, muitas árvores, muitas flores. Eu tinha um balanço, uma casinha, uma horta. Eu tinha um espaço, um refúgio, um paraíso.

Eu fui até o estábulo, onde estava a Estrela, a minha pônei. Ela era branca, com manchas pretas, e tinha uma crina longa e sedosa. Ela era linda, dócil, amiga. Ela era a minha companheira, a minha confidente, a minha estrela. Eu entrei no estábulo e vi que ela estava comendo feno, tranquila e satisfeita. Ela me viu e relinchou, feliz e animada. Ela veio até mim e me lambeu, carinhosa e amorosa.

— Oi, Estrela. Como você está? - eu disse, acariciando-a.

— Eu vim te ver, Estrela. Eu vim te contar uma coisa. - eu disse, confidenciando.

— Eu estou apaixonada, Estrela. Eu estou apaixonada pelo Elijah. - eu disse, revelando.

— É verdade, Estrela. Ele é o garoto mais lindo, mais gentil, mais divertido, mais carinhoso que eu já conheci. Ele me trata bem, me respeita, me valoriza. Ele me faz rir, me faz sonhar, me faz sentir. - eu disse, suspirando

— Mas eu também estou em dúvida, Estrela. Eu estou em dúvida se é amor, ou se é loucura. Eu não sei se o que eu sinto por ele é amor de verdade, ou se é só uma paixão passageira. Eu não sei se eu estou pronta para me entregar a ele, ou se eu devia esperar mais. Eu não sei se ele é o garoto certo para mim, ou se eu vou me arrepender depois. - eu disse, angustiada.

— O que você acha, Estrela? Você acha que eu devo ficar com ele, ou devo esquecê-lo? Você acha que eu devo seguir o meu coração, ou devo seguir a minha razão? Você acha que eu devo ser feliz, ou devo ser prudente? - eu perguntei, indecisa.

— Você acha, Estrela? Você acha que eu devo fazer isso? - eu perguntei, curiosa após ela relinchar

— Tá bom, Estrela. Eu vou fazer isso. Eu vou fazer o que você disse. - eu disse, aceitando

— Obrigada, Estrela. Obrigada por me ouvir, por me entender, por me ajudar. - eu disse, agradecendo.

— Eu te amo, Estrela. Eu te amo muito. - eu disse, abraçando-a.

Nós ficamos assim por alguns minutos, trocando carinho e afeto. Eu me sentia bem com a Estrela. Eu me sentia compreendida, apoiada, amada. Eu me sentia a Ana que eu queria ser, a Ana que eu devia ser, a Ana que eu era. Mas eu também me sentia a Ana que eu não podia ser, a Ana que eu não sabia ser, a Ana que eu temia ser. A Ana que amava o Elijah, que queria ficar com ele, que sonhava com ele.

Eu não sabia como conciliar essas duas Anas. Eu não sabia como equilibrar esses dois mundos. Eu não sabia como escolher entre esses dois amores. Eu estava dividida, confusa, angustiada. Eu não sabia o que fazer, o que dizer, o que pensar. Eu só sabia que eu estava apaixonada, mas também estava em dúvida. Eu não sabia se era amor, ou se era loucura.

Eu voltei do estábulo e sentei no banco do jardim, que ficava em frente à minha casa. Eu queria relaxar um pouco, e aproveitar a natureza. Eu olhava para as flores, as árvores, os pássaros. Eu sentia o sol, o vento, o perfume. Eu ouvia o silêncio, a paz, a harmonia. Eu estava bem no jardim. Eu estava bem comigo mesma. Eu estava bem com Deus. Mas eu também estava mal no jardim. Eu estava mal com o Elijah. Eu estava mal com o amor. Eu pensava nele, e sentia uma mistura de sentimentos. Eu sentia amor, mas também dúvida. Eu sentia alegria, mas também medo. Eu sentia vontade, mas também culpa.

Eu não sabia o que fazer com ele, com nós, com o nosso futuro. Eu não sabia se devia ficar com ele, ou se devia deixá-lo. Eu não sabia se devia seguir o meu coração, ou se devia seguir a minha razão. Eu não sabia se devia ser feliz, ou se devia ser prudente. Eu estava dividida, confusa, angustiada. Eu não sabia o que fazer, o que dizer, o que pensar.

Eu só sabia que eu estava apaixonada, mas também estava em dúvida. Eu não sabia se era amor, ou se era loucura. Eu fiquei assim por alguns minutos, perdida nos meus pensamentos, até que fui interrompida por um barulho. Era um carro, que parou em frente à minha casa. Era um carro velho, sujo, amassado. Era um carro de um casal, que saiu dele, desesperado.

Era um casal jovem, de uns 30 anos, que parecia pobre, cansado, triste. Eles usavam roupas simples, gastas, rasgadas. Eles tinham olheiras, rugas, cicatrizes. Eles tinham uma expressão de dor, de angústia, de esperança. Eles me viram no banco do jardim, e vieram até mim, correndo. Eles me reconheceram, e me chamaram, gritando.

— Ana! Ana! Por favor, nos ajude! - disse a mulher, se ajoelhando na minha frente.

— Ana! Ana! Por favor, nos escute! - disse o homem, se ajoelhando ao lado dela.

— O que foi? O que aconteceu? - eu perguntei, assustada.

— Ana, nós somos o Eduardo e Ângela. Nós viemos de longe, de uma cidadezinha no interior. Nós viemos até aqui, porque ouvimos falar de você, do seu dom, do seu milagre. - disse a mulher, me explicando.

— Ana, nós precisamos de você, da sua ajuda, do seu milagre. Nós temos um sonho, um desejo, uma necessidade. Nós queremos ter um filho, um bebê, uma criança. - disse o homem, me implorando.

— Ana, nós tentamos de tudo, de todas as formas, de todos os jeitos. Nós fomos a médicos, a curandeiros, a igrejas. Nós tomamos remédios, chás, rezas. Nós fizemos exames, tratamentos, promessas. - disse a mulher, me contando.

— Ana, mas nada adiantou, nada funcionou, nada deu certo. Nós não conseguimos engravidar, não conseguimos conceber, não conseguimos gerar. Nós somos estéreis, inférteis, incapazes. - disse o homem, me chorando.

— Ana, nós estamos sofrendo, estamos desesperados, estamos sem saída. Nós não temos mais esperança, não temos mais fé, não temos mais vida. Nós só temos você, só você, só você. - disse a mulher, me abraçando.

— Ana, por favor, nos ajude, nos cure, nos salve. Por favor, use o seu dom, o seu poder, o seu milagre. Por favor, nos dê um filho, um bebê, uma criança. Por favor, Ana, por favor. - disse o homem, me suplicando.

Eu fiquei sem reação, sem palavras, sem ação. Eu olhei para eles, e vi o seu sofrimento, o seu desespero, o seu pedido. Eu senti a sua dor, a sua angústia, a sua necessidade. Eu compreendi o seu sonho, o seu desejo, o seu amor.

Eu não sabia o que fazer no momento, o que dizer, o que pensar. Já fazia algum tempo que não faço mais milagres e nem tenho dito mais encontros divinos. Talvez eu não tenha mais esse dom. Eu só sabia que eles precisavam de mim, da minha ajuda, do meu milagre.

Eu olhei para o casal, que me implorava com os olhos, e senti uma compaixão imensa. Eu sabia o que era querer algo com todo o coração, e não conseguir. Eu sabia o que era sofrer por um amor, e não ter. Eu sabia o que era ter um dom, e não usar.

Eu decidi ajudá-los, curá-los, salvá-los. Eu decidi usar o meu dom, o meu poder, o meu milagre. Eu decidi dar-lhes um filho, um bebê, uma criança. Eu me levantei do banco do jardim, e peguei a mão da mulher. Ela se levantou também, e me abraçou, agradecida. Eu a levei até a minha casa, e pedi para o homem me seguir. Ele obedeceu, e me acompanhou, esperançoso.

Eu entrei na minha casa, e vi que a minha mãe estava na cozinha, tirando a lasanha da mesa. Ela me viu com o casal, e ficou surpresa.

— Ana, quem são essas pessoas? - ela perguntou, curiosa.

— Mãe, eles vieram de longe, para me pedir uma ajuda. Eles querem ter um filho, mas não conseguem. Eles querem que eu use o meu dom, para fazer um milagre. - eu disse, explicando.

— Ana, você tem certeza disso? Você sabe o que está fazendo? - ela perguntou, preocupada.

— Tenho, mãe. Eu sei. Eu quero ajudá-los, mãe. Eu quero fazer isso. - eu disse, decidida.

— Tudo bem, Ana. Eu confio em você. Eu confio no seu dom. - ela disse, me apoiando.

— Obrigada, mãe. Obrigada por me deixar, por me entender, por me amar. - eu disse, agradecendo.

— De nada, filha. De nada. Eu só quero que você seja feliz, que você seja você mesma, que você seja amada. - ela disse, me beijando.

— Eu sou, mãe. Eu sou feliz, eu sou eu mesma, eu sou amada. - eu disse, me sentindo bem.

— Que bom, Ana. Que bom. - ela disse, me soltando.

— Mãe, eu vou levar o casal para o meu quarto, tá? Eu preciso de um lugar tranquilo, para fazer o milagre. - eu disse, me despedindo.

— Tá bom, filha. Vai lá. Eu vou ficar aqui, rezando por vocês. - ela disse, me liberando.

— Tá bom, mãe. Até mais. - eu disse, saindo.

Eu subi as escadas, e levei o casal para o meu quarto. Eles me seguiram, silenciosos e ansiosos. Eles confiavam em mim, no meu dom, no meu milagre. Eu entrei no meu quarto, e fechei a porta. Eu pedi para o casal se sentar na minha cama, e se abraçar. Eles obedeceram, e se aconchegaram, se amando.

Eu me aproximei deles, e coloquei a minha mão na barriga da mulher. Eu fechei os olhos, e rezei com muita fé. Eu pedi a Deus, ao meu anjo, ao meu milagre. Eu pedi que eles me dessem a graça, o poder, a luz. Eu pedi que eles me ajudassem a dar um filho, um bebê, uma criança ao casal. Eu senti uma energia, uma vibração, uma sensação. Eu senti que algo estava acontecendo, que algo estava mudando, que algo estava nascendo. Eu senti que o meu dom estava agindo, que o meu poder estava fluindo, que o meu milagre estava acontecendo.

Eu abri os olhos, e vi que a barriga da mulher estava normal, sem brilho, sem pulso, sem crescimento. Eu vi que ela não estava grávida, mas que estava fértil. Eu vi que ela podia engravidar, que podia conceber, que podia gerar..Eu tirei a minha mão da barriga da mulher, e sorri, satisfeita. Eu tinha conseguido, eu tinha feito, eu tinha dado. Eu tinha usado o meu dom, o meu poder, o meu milagre. Eu tinha dado a fertilidade, a possibilidade, a oportunidade ao casal.

— Ana, você conseguiu? Você consegui?! - perguntando a mulher, me abraçando.

— Acho que sim. Consegui sim - falava uma voz interior

— Ana, você é incrível! Você é incrível! - disse o homem, me abraçando também.

— Eu consegui, eu consegui. Eu sou incrível, eu sou incrível. - eu disse, me abraçando com eles.

Nós ficamos assim por alguns minutos, trocando carinho e alegria. Eu me sentia bem com o casal. Eu me sentia útil, produtiva, realizada. Eu me sentia parte de algo, de uma família, de uma vida. Eu me sentia a Ana que eu queria ser, a Ana que eu devia ser, a Ana que eu era. Mas eu também me sentia a Ana que eu não podia ser, a Ana que eu não sabia ser, a Ana que eu temia ser. A Ana que amava o Elijah, que queria ficar com ele, que sonhava com ele. Eu não sabia como conciliar essas duas Anas. Eu não sabia como equilibrar esses dois mundos. Eu não sabia como escolher entre esses dois amores.

Eu estava dividida, confusa, angustiada. Eu não sabia o que fazer, o que dizer, o que pensar. Eu só sabia que eu estava apaixonada, mas também estava em dúvida. Eu não sabia se era amor, ou se era loucura.

Eu olhei para o casal, e vi que eles me olhavam com gratidão. Eles eram felizes, realizados, completos. Eles podiam ter um filho, um bebê, uma criança. Eles podiam ter um amor, um sonho, uma vida.

— Ana, nós não sabemos como te agradecer. Você nos deu a maior chance do mundo. Você nos deu a fertilidade. - disse a mulher, me agradecendo.

— Ana, nós vamos te amar para sempre. Você é a nossa salvadora. Você é a nossa anja. - disse o homem, me amando.

— De nada, de nada. Eu também vou amar vocês para sempre. Vocês são a minha família. Vocês são os meus amigos. - eu disse, retribuindo.

— Ana, nós vamos voltar para casa, para tentar ter o nosso filho. Nós vamos fazer amor, para plantar a semente. - disse a mulher, me contando.

— Ana, nós vamos voltar para casa, para preparar o nosso lar. Nós vamos fazer amor, para selar o nosso amor. - disse o homem, me contando também.

— Tá bom, tá bom. Eu fico feliz por vocês. Eu fico feliz pelo seu filho. Eu fico feliz pelo seu amor. - eu disse, me alegrando.

— Ana, nós vamos te visitar sempre, para te ver, para te abraçar, para te agradecer. - disse a mulher, me prometendo.

— Ana, nós vamos te visitar sempre, para te ver, para te beijar, para te amar. - disse o homem, me prometendo também.

— Tá bom, tá bom. Eu vou esperar por vocês. Eu vou esperar pelo seu filho. Eu vou esperar pelo seu amor. - eu disse, me despedindo.

— Tchau, Ana. Tchau. - disse a mulher, me dando um beijo.

— Tchau, Ana. Tchau. - disse o homem, me dando um beijo também.

Eles se levantaram da minha cama, e saíram do meu quarto. Eles desceram as escadas, e foram até o carro. Eles entraram no veículo, e partiram, felizes e realizados. Eles podiam ter um filho, um bebê, uma criança. Eles podiam ter um amor, um sonho, uma vida.

Eu fiquei no meu quarto, e olhei pela janela. Eu vi o carro se afastar, e sumir na estrada. Eu vi o casal se afastar, e sumir na minha vida. Eu vi o meu dom se afastar, e sumir na minha alma. Eu me senti bem, mas também me senti mal. Eu me senti feliz, mas também me senti triste. Uma nova Ana estava se criando? Me deitei na cama e adormeci exausta.