Quando o sol nasceu no dia seguinte, faltavam dois dias para o meu aniversário, trazendo uma onda de entusiasmo para a tranquila cidade rural. A atmosfera estava carregada de expectativa e alegria. Eu, com um sorriso radiante no rosto, me aproximei de meus pais na mesa do café da manhã.

— Mãe, pai - comecei, - eu estava pensando... eu poderia passar parte do dia cavalgando?

Meus pais se entreolharam, surpresos com o pedido. Eles sabiam que eu adorava cavalos, mas também que eu tinha medo de montar.

— Filha, você tem certeza? - perguntou minha mãe, com uma expressão de preocupação. - Cavalgar não é tão fácil quanto parece. Você pode se machucar.

— Não se preocupe, mãe - disse eu, confiante. - Eu já li vários livros sobre cavalos e assisti a vídeos na internet. Eu sei como cuidar deles e como me equilibrar na sela. Além disso, eu não vou sozinha, irei cavalgar com a Estrela.

Meu pai, que estava calado até então, se manifestou.

— Tudo bem, filha - disse meu pai, finalmente. - Você pode ir cavalgar, mas com algumas condições. Você tem que voltar antes do anoitecer, levar o celular com você e nos avisar se acontecer alguma coisa.

— Claro, pai - concordei, animada. - Obrigada, obrigada, obrigada! Vocês são os melhores pais do mundo!

Eu abracei os dois e corri para o meu quarto, para me arrumar para a minha aventura. Eu mal podia esperar para sentir o vento no meu rosto, a liberdade no meu peito e a felicidade no meu coração. Eu sabia que aquele seria um dos melhores dias da minha vida.

Com a bênção de meus pais, corri para o estábulo, onde minha pônei Estrela, um presente precioso de meu avô, me esperava. O pônei, percebendo a minha empolgação, relinchou alegremente, compartilhando a antecipação de sua jovem cavaleira.

— Vamos, amiga - eu disse, acariciando a pônei. - Hoje vamos explorar as trilhas do Condado de Notre Dame.

E assim, com o sol brilhando acima da gente eu e meu pônei partimos para um dia de aventuras, deixando para trás a pequena cidade rural, que continuava a vibrar com a empolgação do meu aniversário. As trilhas eram lindas, cheias de flores, árvores e animais. Eu me sentia como se estivesse em um conto de fadas. Eu e Estrela nos divertíamos pulando sobre os obstáculos, correndo pelas colinas e atravessando os riachos. Eu podia ouvir o som da sua respiração, do seu casco e do seu coração. Era uma música para os meus ouvidos.

No meio do caminho, encontramos o Lucas e o Relâmpago, que também tinham saído para cavalgar. Eles se juntaram a nós e seguimos juntos até o lago, onde paramos para descansar e fazer um piquenique.

— Lucas, você não sabe como eu estou feliz - eu disse, abraçando a minha amiga. - Esse é o melhor presente de aniversário que eu poderia ter. Obrigada por me ensinar a cavalgar e por me emprestar as suas coisas.

— De nada, Ana - ela disse, sorrindo. - Você é uma ótima aluna e uma ótima amiga. Eu fico feliz que você esteja realizando o seu sonho.

Nós dois olhamos para os nossos pôneis, que estavam pastando tranquilamente na grama. Eles pareciam tão felizes quanto nós.

— Eles são incríveis, não são? - eu perguntei.

— São sim - ele concordou. - Eles são mais do que animais. Eles são nossos companheiros, nossos confidentes, nossos amigos.

Eu assenti, sentindo uma conexão especial com a Estrela. Eu sabia que ela me entendia, que ela me amava, que ela me protegia. Eu sentia o mesmo por ela.

— Eu te amo, Estrela - eu sussurrei, beijando a sua testa.

Ela me olhou com seus olhos doces e me lambeu o rosto, como se dissesse que também me amava. Eu sorri, sentindo uma felicidade imensa. Eu tinha tudo o que eu precisava: uma família que me apoiava, uma amiga que me ajudava e um pônei que me fazia feliz. Eu não podia pedir mais nada. Eu era a garota mais sortuda do mundo.

Junto com Lucas, meu fiel amigo e companheiro de aventuras, eu comecei a jornada pela paisagem pitoresca. O sol dourado iluminava o caminho enquanto nós cavalgávamos pelas trilhas sinuosas. Os cascos dos pôneis batiam ritmicamente na terra macia, criando uma melodia que se misturava ao sussurro do vento através das folhas das árvores. A conexão entre eu e meu pônei era palpável, uma dança harmoniosa entre a natureza e a garota que realizava milagres.

— Vamos, amigo - eu disse, guiando meu pônei com confiança.

— Temos um longo dia pela frente.

Lucas, montando seu próprio pônei, olhou para mim com admiração.

— Você realmente tem um jeito especial com os animais, Ana - ele disse, seu tom cheio de respeito.

Eu sorri, agradecida pelo apoio de Lucas.

— Eles são mais do que apenas animais, Lucas - eu respondi.

— Eles são nossos amigos, nossos companheiros. Eles sentem, assim como nós.

Nós continuamos a cavalgar, admirando a beleza da natureza. Eu me sentia livre, feliz, completa. No meio do caminho, nós encontramos um filhote de cervo ferido, caído na beira da trilha. Ele estava sangrando e gemendo de dor. Nós paramos os nossos pôneis e descemos para socorrê-lo.

— Calma, amiguinho - eu disse, me aproximando do filhote com cuidado.

— Nós vamos te ajudar.

Lucas pegou a sua mochila e tirou um kit de primeiros socorros. Ele me entregou um par de luvas e uma gaze. Eu limpei o ferimento do filhote, que parecia ter sido causado por um espinho. Lucas aplicou um antisséptico e um curativo. O filhote se acalmou, sentindo o nosso carinho.

— Você foi muito corajosa, Ana - disse Lucas, me elogiando.

— Você salvou a vida desse filhote.

— Não foi nada, Lucas - eu disse, modesta.

— Você também foi ótimo. Nós fizemos isso juntos.

Nosso filhote nos olhou com gratidão e carinho. Ele se levantou e correu para a floresta, onde sua mãe o esperava. Nós sorrimos, felizes por termos feito uma boa ação. Nós voltamos para os nossos pôneis e seguimos o nosso caminho de amizade e aventura.

Depois de um dia cheio de aventuras e cavalgadas, voltei para casa. Minha pônei estava cansada, mas satisfeita, relinchou suavemente enquanto eu o levava de volta ao estábulo.

— Boa garota - acaricio a pônei antes de me despedir.

Com um último olhar para a fiel companheira, me virei e caminhei em direção à casa. Ao entrar, encontrei meu pai, Pedro, sentado na sala de estar. Ele olhou para cima quando eu entrei, um sorriso se formando em seu rosto.

Ana - começou ele

— Eu estava pensando... que tal irmos ao centro do Condado para escolher seu vestido de aniversário?

Surpresa e emocionada, assenti com entusiasmo.

— Eu adoraria, pai - respondi com um sorriso se formando em meu rosto. E assim, com a promessa de uma nova aventura no dia seguinte, fui para a cama, sonhando com o vestido perfeito que escolheria para minha festa de aniversário.

Acordei animada com o dia lindo que estava fazendo. Era véspera do dia do meu aniversário, e eu mal podia esperar para escolher o meu vestido. Junto com meu pai, Pedro, fomos para o centro do Condado. A loja de vestidos era enorme, e eu fiquei maravilhada com as inúmeras opções. Havia vestidos de todas as cores e estilos, cada um mais bonito que o outro. Passei horas experimentando diferentes vestidos, me divertindo com cada troca. Finalmente, encontrei um lindo vestido azul que parecia ter sido feito especialmente para mim. Quando meu pai viu, ele sorriu com orgulho.

— Você está linda

Sorri de volta, feliz com minha escolha. Eu sabia que meu aniversário seria especial, e agora, com meu vestido perfeito, eu mal podia esperar para comemorar. Enquanto estávamos na loja, uma repórter nos reconheceu. Ela se aproximou de nós com um sorriso forçado.

— Ana! - disse ela.

— Que surpresa te encontrar aqui.

Me virei, surpresa.

— Ah, olá - disse eu, tentando manter a cortesia.

— Estamos apenas procurando um vestido para a festa

A repórter acenou com a cabeça, sua expressão se tornando mais séria.

— Você acha que está pronta para voltar à vida normal depois de tudo o que aconteceu?

Fiquei um pouco nervosa, mas olhei para meu pai, que me deu um aceno de encorajamento. Então, eu me virei para a repórter, minha expressão determinada.

— Eu acredito que sim - respondi.

— E eu estou pronta para enfrentar qualquer desafio que venha pela frente.

A repórter ficou em silêncio por um momento, claramente surpresa pela minha resposta. Mas então, ela acenou com a cabeça, um sorriso de respeito se formando em seu rosto.

— Bem, Ana, eu acho que todos nós estamos ansiosos para ver o que o futuro reserva para você.

Meu pai, visivelmente irritado com a insistência da repórter, interveio.

— Já foi o suficiente. Ana não está aqui para responder a suas perguntas. Por favor, respeite esse momento especial para ela.

A repórter, tentando mais uma vez criar uma narrativa negativa, provocou.

— Será que a menina milagrosa não gosta de ser questionada? Parece que a fama não é tão fácil quanto ela pensava.

Fiquei com raiva, mas respirei fundo e respondi com firmeza.

— Eu não fujo de perguntas. Mas escolho focar no que realmente importa. Agora, se me der licença, tenho um aniversário para planejar.

Peguei a mão de meu pai e saímos da loja, deixando a repórter para trás. Eu estava feliz por ter sido capaz de responder a ela de uma maneira forte e confiante. Eu estava pronta para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente, e eu não deixaria ninguém me dizer o contrário. No final do dia, eu estava exausta, mas feliz. Eu tinha escolhido o meu vestido perfeito, e eu estava pronta para comemorar meu aniversário com as pessoas que eu amava. Eu sabia que seria um dia especial, e eu mal podia esperar para começar.

Eu decidi que queria usar minha voz para ajudar os outros. Eu queria fazer a diferença no mundo. Eu não sabia o que o futuro reservava, mas eu estava pronta para o que quer que viesse. Eu era Ana, a garota milagrosa. E eu estava pronta para mudar o mundo.

Eu me sentia feliz naquela tarde de sábado. Eu tinha escolhido o meu vestido favorito, e almoçado com a minha mãe. Ela me disse que eu podia sair um pouco, desde que voltasse antes do anoitecer. Eu peguei a minha bicicleta, uma vermelha que eu ganhei no meu aniversário do ano passado, e saí pelas ruas do Condado de Notre Dame. Eu adorava andar de bicicleta pelo meu bairro. Eu via as casas antigas, as árvores floridas, as crianças brincando. Eu cumprimentava os vizinhos, os cachorros, os gatos. Eu sentia o vento no meu rosto, o sol na minha pele, o cheiro de primavera no ar. Eu me sentia livre, leve, feliz.

Eu parei na loja de doces, a minha preferida. Eu entrei e vi o Sr. Lefèvre, o dono. Ele era um senhor simpático, de cabelos grisalhos e bigode. Ele sempre me tratava bem, me chamava de "ma petite" e me dava um doce extra.

— Bonjour, Ana. Como vai você? - ele me disse, sorrindo.

— Bonjour, Sr. Lefèvre. Eu vou bem, e o senhor? - eu respondi, educadamente.

— Eu vou bem, merci. O que você vai querer hoje?

— Eu vou querer um pacote de balas de caramelo, um de chicletes de morango e um de pirulitos de cereja, por favor.

— C'est tout?

— Sim, é tudo.

— Então, são 15 reais, ma petite.

Eu dei o dinheiro para ele e ele me entregou os doces. Ele também me deu um bombom de chocolate, como sempre.

— Um presente para você, Ana. Você é uma menina muito doce.

— Merci, Sr. Lefèvre. O senhor é muito gentil.

— Au revoir, Ana. Aproveite os seus doces.

— Au revoir, Sr. Lefèvre. Até a próxima.

Eu saí da loja e fui até a calçada. Eu encostei a minha bicicleta em um poste e me sentei no chão. Eu abri o pacote de balas de caramelo e coloquei uma na boca. Eu fechei os olhos e saboreei o doce. Eu adorava balas de caramelo, eram as minhas favoritas. Eu sentia o caramelo derreter na minha língua, o sabor doce e suave. Eu me sentia feliz.

Eu abri os olhos e vi um garoto passando de skate. Ele era loiro, de olhos azuis, e usava uma camiseta preta e um boné vermelho. Ele era o Elijah, o garoto mais bonito da minha escola. Eu tinha uma quedinha por ele, mas ele nem sabia que eu existia, porque só se vimos 2 vezes na escola. Ele era popular, divertido, inteligente. Ele andava com os garotos mais legais e as garotas mais bonitas. Ele nunca me notaria, nunca me olharia, nunca iria vir falar comigo. Eu fiquei vermelha e desviei o olhar. Eu continuei comendo as minhas balas, tentando disfarçar. Eu esperava que ele não tivesse me visto, que ele não tivesse percebido o meu interesse. Eu me sentia envergonhada, nervosa, triste.

Eu ouvi uma voz me chamando.

— Ei, Ana, né? Tudo bem?

Eu olhei para cima e vi o Elijah parado na minha frente. Ele estava sorrindo, segurando o seu skate. Ele tinha me visto, ele tinha me notado, ele tinha me falado.

Eu fiquei sem reação. Eu não sabia o que dizer, o que fazer, como agir. Eu me sentia surpresa, confusa, feliz.

— Oi, Elijah. Sim, me chamo Ana, tudo bem. - eu disse, timidamente.

— Que bom. Eu vi você saindo da loja de doces. Você gosta de doces?

— Sim, eu gosto. - eu disse, mostrando o meu pacote.

— Legal. Eu também gosto. Posso te fazer uma pergunta?

— Pode. - eu disse, curiosa.

— É verdade que você cura pessoas e animais?

Eu não acreditei no que eu ouvi. Ele estava sabendo coisas de mim. Será que ele procurar saber mais de mim? Ou será que viu na tv e jornal? Pois era era popular, ou uma aberração como a escola e o conselho tutelar me via.

Eu fiquei sem palavras. Eu não sabia o que responder, o que pensar, como sentir. Eu me sentia chocada, incrédula.

— É...É curo sim, mas todos acham que sou uma ameaça, por isso guardo isso como segredo? - falei tentando mudar de assunto e toda sem graça.

— Sério que pensam isso de você? Tenho certeza que isso não é algo ruim, ter um dom desse é muito show. Você pode fazer o bem. Gostaria de dar uma volta comigo?

— Por quê? - eu perguntei, sem jeito.

— Porque eu te acho bonita, simpática, doce. Porque eu quero te conhecer melhor, ser seu amigo.

Eu não sabia o que dizer. Eu estava sonhando? Era uma pegadinha? Era verdade?

Eu sorri e disse:

— Sim, podemos dar uma volta, mas antes do anoitecer preciso voltar para minha casa.

Ele sorriu e disse:

— Que bom. Então, vamos?

Ele me puxo pela mão e me levantou. Ele pegou a minha bicicleta e me entregou.

— Vem, Ana. Vamos dar um rolê.

Nós andamos pelas ruas do Condado, eu de bicicleta e ele de skate. Ele me perguntou sobre a minha vida, e eu contei algumas coisas. Eu contei que eu tinha um dom especial, que eu podia curar as pessoas e os animais com as minhas mãos. Eu contei que eu tinha curado o cavalo do meu avô, que estava na beira da morte. Eu contei que eu tinha curado a filha do Dr. Ricardo, a Emilly, que tinha sido picada por uma cobra venenosa. Eu contei que eu tinha curado uma senhora com Alzheimer, que não reconhecia mais ninguém.

— Uau, Ana. Você é incrível. - ele disse, admirado.

— Não, eu não sou. Eu só faço o que eu posso. - eu disse, modesta.

— Você é sim. Você é uma heroína. Você salva vidas. Você faz o bem. - ele disse, elogiando.

— Obrigada, Elijah. Você é muito gentil. - eu disse, agradecendo.

— De nada, Ana. Você merece. - ele disse, sorrindo.

Eu sorri de volta, e senti uma conexão com ele. Ele era diferente dos outros garotos, ele era atencioso, carinhoso, sincero. Ele me fazia sentir bem, me fazia sentir especial. Eu contei que amanhã seria o meu aniversário, e que eu ia fazer uma festa na minha casa. Eu convidei ele para ir, mas ele disse que não podia.

— Por quê? - eu perguntei, decepcionada.

— Porque eu tenho um compromisso. - ele disse, evasivo.

— Que compromisso? - eu insisti, curiosa.

— Um compromisso pessoal. - ele disse, misterioso.

— Com quem? - eu perguntei, desconfiada.

— Com ninguém. - ele disse, irritado.

— Tudo bem, desculpa. Eu não quis te aborrecer. - eu disse, chateada.

— Não, eu que peço desculpas. Eu não quis ser grosso. É que eu não posso te contar. É um segredo. - ele disse, se explicando.

— Um segredo? Que segredo? - eu perguntei, intrigada.

— Um segredo que eu não posso revelar. - ele disse, enigmático.

— Ah, que pena. Eu gostaria de saber. - eu disse, desapontada.

— Talvez um dia eu te conte. Mas não agora. Agora eu só quero aproveitar esse momento com você, minha nova amiga. - ele disse, mudando de assunto.

— Tudo bem. Eu também quero aproveitar esse momento com você. - eu disse, concordando.

Nós continuamos andando, e ele me perguntou sobre os meus amigos. Eu contei que eu tinha poucos, mas bons. Eu contei que eu gostava do meu amigo Lucas, que era o meu melhor amigo. Eu contei que nós nos conhecíamos desde pequenos, que nós estudávamos na mesma escola, que nós nos divertíamos juntos.

— Você gosta dele como amigo ou como algo mais? - ele perguntou, interessado.

— Como amigo, claro. Nós somos como irmãos. - eu disse, sem hesitar.

— Tem certeza? - ele insistiu, duvidando.

— Tenho, sim. Por quê? - eu perguntei, sem entender.

— Por nada. Só curiosidade. - ele disse, disfarçando.

— Você tem ciúmes dele? - eu brinquei, provocando.

— Eu? Ciúmes? Claro que não. - ele negou, se defendendo.

— Sei... - eu disse, desconfiada.

— Sério, Ana. Eu não tenho ciúmes de ninguém. Eu só quero que você seja feliz. - ele disse, se declarando.

— Obrigada, Elijah. Você é muito fofo. - eu disse, elogiando.

— De nada, Ana. Você é muito linda. - ele disse, retribuindo.

Eu corei, e ele riu. Ele se aproximou de mim, e eu senti o seu perfume. Ele me olhou nos olhos, e eu senti o seu olhar. Ele me perguntou:

— Ana, você é virgem?

Eu fiquei sem graça. Eu não esperava essa pergunta. Eu era muito nova para pensar nessas coisas. Eu tinha apenas 12 anos, amanhã 13 e ele 14. Eu não sabia o que responder, o que pensar, como sentir. Eu me sentia envergonhada, nervosa, confusa.

— Por quê? - eu perguntei, sem jeito.

— Por nada. Só curiosidade. - ele disse, repetindo.

— Você é? - eu devolvi, curiosa.

— Sim. - ele disse, simples.

— Sim? - eu repeti, surpresa.

— Sim, mas gostaria de perder. - ele confirmou, sério.

— Com quem? - eu perguntei, chocada.

— Com ninguém. - ele disse, mentindo.

— Como assim? - eu questionei, confusa.

— Esquece, Ana. Não é importante. - ele disse, se esquivando.

Eu olhei nos olhos dele e vi amizade. Eu olhei para a boca dele e senti medo. Eu olhei para o coração dele e senti dúvida. Eu não disse nada, e ele entendeu. Ele se afastou de mim, e eu respirei. Ele me pediu desculpas, e eu aceitei. Ele me disse:

— Desculpa, Ana. Eu não quis te assustar e nem falar essas coisas, mas nós garotos amadurecemos mais cedo.

— Tudo bem, Elijah. Eu não estou brava. Eu só estou confusa e muito envergonhada.

— Eu entendo, Ana. Eu sei que é difícil. Eu sei que é cedo. Eu sei que é complicado.

— Você sabe, Elijah. Você sabe de tudo.

— Eu sei, Ana. Eu sei de tudo, sei que você tem muitos anos pela frente para pensar nessas coisas.

Ele me disse isso, e eu não soube o que fazer. Eu não soube o que sentir. Eu não soube o que responder.

Elijah ficou envergonhado pela pergunta que tinha me feito. Ele sentiu a pior culpa do mundo. Ele queria que eu o visse como amigo, um confidente e não um tarado. Ele muda de assunto.

— Ana, me conta mais sobre o seu dom. Como você descobriu que podia curar as pessoas e os animais? - ele perguntou, curioso.

— Eu descobri depois de um sonho.

— Que incrível, Ana.

Eu o convidei para ir conhecer a minha pônei Estrela, que eu tinha ganhado ontem do meu avô. Ela era dócil, carinhosa, e inteligente. Ela era a minha nova amiga.

— Claro, Ana. Eu adoraria conhecer a sua pônei. Ela deve ser uma gracinha. - ele disse, animado.

— Ela é sim, Elijah. Você vai adorar ela. Vamos, ela está na casa do meu avô, meu pai deixou ela lá hoje, o estábulo dela lá em casa está em reforma, a casa dele fica perto daqui. - eu disse, empolgada.

— Vamos, Ana. Vamos conhecer a Estrela. - ele disse, concordando.

Nós fomos até a casa do meu avô, que era uma fazenda. Ele tinha vários animais, como vacas, galinhas, porcos, e cavalos. Ele gostava de cuidar deles, e eles gostavam dele. Ele era um homem bom, gentil, e sábio. Ele era o meu avô preferido.

— Oi, vovô. Tudo bem? - eu disse, chegando.

— Oi, Ana. Tudo bem, e você? - ele disse, recebendo.

— Tudo bem, vovô. Eu vim te visitar, e trazer um amigo. Esse é o Elijah, ele é da minha escola. - eu disse, apresentando.

— Prazer, Elijah. Eu sou o avô da Ana - ele disse, cumprimentando.

— Prazer, senhor. Eu sou o Elijah, o amigo da Ana. - ele disse, respondendo.

— Seja bem-vindo, Elijah. Fique à vontade. Você gosta de animais? - ele perguntou, convidando.

— Sim, eu gosto. Eu acho eles muito interessantes. - ele disse, aceitando.

— Que bom, Elijah. Então você vai gostar daqui. Temos vários animais, de todos os tipos. Você quer conhecer? - ele perguntou, oferecendo.

— Sim, eu quero. Obrigado, Sr. - ele disse, agradecendo.

— De nada, Elijah. Vamos, então. Ana, você vem também? - ele perguntou, chamando.

— Sim, vovô. Eu venho também. Mas antes, eu quero mostrar a Estrela para o Elijah. Ela é a minha pônei, que o senhor me deu ontem. - eu disse, lembrando.

— Ah, sim. A Estrela. Ela é uma pônei muito bonita, e muito esperta. Você vai gostar dela, Elijah. Ela está no estábulo, junto com os outros cavalos. Vamos lá. - ele disse, guiando.

Nós fomos até o estábulo, e eu vi a Estrela. Ela estava lá, relinchando, balançando a cabeça, mexendo o rabo. Ela me viu, e veio até mim. Ela me reconheceu, e me lambeu. Ela me queria, e eu também.

— Olá, Estrela. Como vai você? - eu disse, acariciando.

— Ela vai bem, Ana. Ela está feliz de te ver. - o meu avô disse, traduzindo.

— Eu também estou feliz de te ver, Estrela. Você é a minha pônei, e eu te amo. - eu disse, abraçando.

— Ela também te ama, Ana. Você é a dona dela, e ela te obedece. - o meu avô disse, explicando.

— Elijah, essa é a Estrela. Estrela, esse é o Elijah. Ele é meu amigo, e veio te conhecer. - eu disse, apresentando.

— Olá, Estrela. Você é muito bonita, e muito simpática. - ele disse, elogiando.

— Ela diz obrigada, Elijah. Ela gosta de você, e quer ser sua amiga. - o meu avô disse, interpretando.

— Que bom, Estrela. Eu também gosto de você, e quero ser seu amigo. - ele disse, aceitando.

— Você quer montar nela, Elijah? Ela é mansa, e não morde. Ela te leva para um passeio, e te mostra a fazenda. - eu disse, convidando.

— Claro, Ana. Eu adoraria montar nela. Ela me deixa? - ele disse, animado.

— Ela deixa sim, Elijah. Ela confia em você, e te respeita. Ela te espera, e te ajuda. - o meu avô disse, confirmando.

— Então, vamos, Estrela. Vamos passear, e nos divertir. - ele disse, subindo.

Ele subiu na Estrela, e ela se mexeu. Ela saiu do estábulo, e foi para o campo. Ela correu, e ele riu. Ela pulou, e ele gritou. Ela parou, e ele agradeceu.

— Estrela, você é incrível. Você é rápida, e divertida. Você é a melhor pônei do mundo. - ele disse, admirando.

— Ela diz obrigado, Elijah. Ela se diverte com você, e te admira. Ela é a sua pônei amiga. - o meu avô disse, transmitindo.

— Ana, você tem sorte. Você tem uma pônei maravilhosa. Você tem uma amiga fiel. - ele disse, elogiando.

— Eu sei, Elijah. Eu sei que eu tenho sorte. Eu sei que eu tenho a Estrela. Eu sei que eu tenho você. - eu disse, agradecendo.

Eu disse isso, e ele sorriu. Ele desceu da Estrela, e me abraçou. Ele me disse:

— Ana, você é incrível. Você é doce, e generosa. Você é a melhor amiga do mundo.

Eu sorri, e o abracei. Eu disse:

— Elijah, você é incrível. Você é gentil, e corajoso. Você é o melhor amigo do mundo.

Nós nos dissemos isso, e nos sentimos bem. Nós nos sentimos amigos, amigos de verdade. Nós nos sentimos felizes, felizes, felizes