Einah POV:

Acordo, ainda sonolenta, com Lorrie praticamente gritando em minha orelha, me apressando e dizendo:

—Vamos Einah! Temos que estar no saguão daqui a 2 horas!
- Já vou! Não demoro tanto pra me arrumar, ó diva da juba de leão
- Não me chama assim! Lembra que sou mais velha? E que você é uma adotada? — Ela diz, esticando a palavra, para me forçar a entender aquilo.

Lorrie é minha irmã mais velha, vive implicando comigo, e me lembra toda hora que não era nem pra mim estar aqui. Mas a ignorando, sigo em direção ao meu closet, pego meu vesido roxo e minha tiara dourada, tomo banho, me visto e escovo meu cabelo, curto e roxo, e ponho minha tiara favorita. Quando acabo de me arrumar, falo:

— Não falei que levava pouco tempo pra me arrumar?
- Então vem logo me ajudar com a maquiagem.
- Porque você nunca diz por favor? - Questiono, irritada, pelo simples fato de ser a DÉCIMA PRIMEIRA vez na semana que ela falta com respeito - E vou te ajudar é com a cabeleira.
- Porque não- Ela me responde, dando de ombros.

Quando vou pegar o pente, uma dúvida inesperada e espontânea invade minha cabeça.

- Lorrie...
- Fala Einah.
- Se sou adotada - digo, começando a pentear o cabelo dela - Porque pitombas eu tenho asas? Isso não é coisa de nascença?
- E lá sei eu! Só penteia meu cabelo logo!
- Ok

Termino de pentear a juba que a Lorrie insiste em chamar de cabelo e saio para tomar meu café da manhã.

Ao chegar na sala de refeições, dou um beijo na bochecha do meu pai, que estava falando com ministros, e me sento ao seu lado. Depois dele discutir algumas outras coisas com os ministros, ele me pergunta:

— Dormiu bem? Onde está Lorrie? - Entre várias perguntas do gênero.
- Dormi, mas tive um sonho bem esquisito. Quanto a Lorrie, acho que nós só vamos ver ela no saguão. - Comento, com um sorriso irônico e brincalhaão
- Que bom, preciso mesmo falar com você.

Um calafrio me sobe na espinha, mas não pergunto mais nada, porque sei que ele me deixaria sem respostas

~~ Após um tempo ~~

Estava sentada na biblioteca, encostada numa janela, com minha caixa de 48 cores de lápis, desenhando duas crianças shulkers, testando seus poderes. Era engraçado, um tacava o poder e acertava o outro, que começava a flutuar, e este outro fazia o mesmo com o primeiro. Se não fosse por sua armadura natural, já estariam a quilômetros do chão. Da mesma janela, conseguia ver toda End City, nunca havia saído do palácio, pois, como humana de nascença, poderiam me ver como inimiga, mas toda a cidade era linda, numa mistura de antiguidade com tecnologia. E lá estava eu a contemplando, quando meu pai chega e vem conversar comigo, como tinha falado antes.

— Oi, princesinha. - Ele diz, me chamando por meu "apelidinho"
- Oi pai! Tá tudo bem? Sobre o que quer falar?
- Bem, filha, você sabe que os 3 reinos estão enfrentando um inimigo em comum, certo?
- Sim, mas o que isso tem haver comigo?
- Bem, o destino fez uma escolha anos atrás, separando os heróis de seu lugar de origem, para protegê-los. Você, Einah, é uma destes heróis. Por isso sempre te mantive aqui no palácio, com contato apenas com poucas pessoas. Você saberá usar a sua coragem de humana, e também a sua força de Ender. Hoje, mais tarde, reuniremos os 3 líderes dos reinos, e apresentaremos os escolhidos para essa missão. Quando você estiver lá fora, vai contar com o líder do overworld e com um guarda de confiança, que te seguirá, e te defenderá quando o perigo for extremo, porém, você não o verá. É melhor ir arrumando suas coisas, princesinha, e não conte nada a ninguém, certo?
- Certo - Digo, com um pouco de receio, ainda digerindo a informação- Mas e meus poderes? Tipo, sei manejar a enderpearl muito bem, mas não sei voar com as minhas asas...
- Einah Luxes Odwan Ender, está com medo?
- Não! Sou ender e sempre irei até o fim! - Brado, com convicção.
- Hehe, Você aprenderá a usá-los mocinha, tudo a seu tempo.

Disse rindo, me deu um beijo na bochecha e saiu, me deixando perdida em meus pensamentos.