Um bando de revolucionários

— Talvez eu não viva para ver nossa glória! — Cantarolava Hamilton, enquanto dedilhava o ritmo da música em seu violão. — Mas eu irei de bom grado á luta! E quando nossos filhos olharem para trás, eles contarão sobre esta noite!

— Quero propor um brinde, a nossa liberdade — Jonh Laurens continuou a cantoria. Seus olhos brilhavam, enquanto acompanhava seu parceiro no improvisado número musical. — Não importa o que eles digam, nossa história será contada. — Estava melancólico. Sabia o quão arriscado era lutar na resistência, mas nem ele, nem os outros três homens que ali estavam aguentavam mais a brutalidade daquela ditadura que regia o país.

Alexander subitamente parou de tocar, encarava Laurens. Queria mapear cada detalhe de seu rosto, sabia que toda a noite poderia ser a última vez em que poderia se deixar hipnotizar pelo mais belo homem.

Notando isso, Laurens se levanta e segura a mão de Hamilton, acariciando-a. Eram poucas as vezes em que podiam trocar carinhos, principalmente depois do desaparecimento de um de seus aliados, o clima estava tenso. No entanto, apenas a morte acabaria com o anseio de liberdade dos jovens dali.

— Jackie...? — Mesmo com um sorriso no rosto, Laurens se acabava em lágrimas. Lafayete e Mulligan logo se levantaram, a fim de consolar o amigo.

— Jonh, o que houve? — Perguntou Hércules

— E-eu — O garoto mal conseguia formar uma frase. Seu rosto estava vermelho. — estou tão feliz por ter nascido a tempo de conhecer vocês! — Disse, enquanto puxava os três para um abraço em grupo.

Surpresos, eles se seguravam para não se juntar ao choro, infelizmente não conseguiram.

Aquela noite ficaria marcada na história deles, como o dia em que se deram conta, que pela liberdade, todos ali morreriam, para que um dia os seus filhos contassem a todos, o legado de luta daqueles malditos revolucionários.