Era uma noite cheia de estrelas no céu,aquele homem podia fazer o que desejasse,mas ele decidiu ser escritor,ele decidiu ser o cientista das letras, fazendo experimentos com cada uma delas.Dessa forma, realizou se sonho de criança, se tornou um cientista.Sempre quando sua mulher estava triste,chorando e encolhida, segurando suas pernas com as mão no canto do banheiro,dizia apenas 'Escreva sua história por mim hoje.', na maioria das vezes estava com uma toalha branca cobrindo seu corpo, dessa vez estava usando sua roupa de trabalho, o que significava que hoje era o pior dia que ela pode ter tido na vida.

Estava se tornando uma situação preocupante,pois ela cotidianamente chorava no mesmo lugar, para eu sempre consola-la no mesmo lugar, como se quando ela chorasse em um lugar que poderia se sentir sozinha, também era aquele lugar ao qual eu lhe daria apoio e amor terno,eu a amava certamente,por isso eu queria incondicionalmente que ela fosse feliz e parasse de sofrer tanto.Eu não sei como dizer isso,mas todo dia eu escrevia muito por nós.Acho que nós sempre fomos um casal perfeito,pelo fato de mostrarmos os sofrimentos que sentimos um para o outro e podermos nos ajudar, nos conhecer cada vez mais, nós sempre nos surpreendíamos e nunca era um casamento monótono.Eu fazia questão de pensar em algo para surpreende-la com simplicidades, e ela desabrochava para mim como uma flor,mostrando sua simplicidade.

Gosto de mandar flores para ela quando completamos um ano.Eu acho que muitos romances terminam errado porque algum das pessoas se acostuma com a presença do outro, então não dá mais importância a outra como deveria.E assim, outra pessoa vem e dá essa importância para ela.Ninguém saberá o real culpado dessa situação,talvez s dois. Foi o que aconteceu com os vizinhos de nossa casa, eles se suicidaram depois de tudo.A vida é frágil e árdua ao mesmo tempo.Talvez seja frágil porque é árdua e talvez ,seja árdua porque é frágil.

Sua roupa preta e seu choro se emaculavam em um grito de escuridão e medo.Eu deveria ser a luz, para aquela criança perdida em prantos e olhar de desilusão.eu caminhei em sua direção e disse:

–Querida,não se preocupe, você está bem, está tudo bem.

–não, para- gritando em prantos.

–Não me recuse assim senhora,sou um cavaleiro tão decente.-disse ele em seu ouvido direito,ele a abraçou e ela riu inocentemente.-Podemos sair para tomar sorvete e cantar se quiser,ou talvez patinar no gelo ou fazer compras ou só pessear e conversar-Disse pondo-se em pé novamente, retirando-se de um abraço de urso.Ele estendeu a mão á dama e disse- Concede-me a dança madame ?

–Sim, sim.Claro.Eu preciso disso não é ?

–Você precisa sair desse lugar.Venha.

Eu a segurei pelas mãos macias e a ergui, depois a surpreendi a levantando no ar e depois a girei no ar.Ela riu novamente,seus cabelos ondularam em cachos como nunca antes, eram negros como a noite,que tanto a atormentava e essa tormenta estava enraizada na sua própria pele.Ele a carregava como se fosse algo tão delicado, que tinha medo de pega-la de forma a machuca-la.Eu escutava o som que meus dedos poderiam fazer no piano e sentir nossa juventude novamente, eu chorava com elas nos braços quase adormecida, eu queria tanto que o começo recomeçasse.Eu acho que conseguiria não fazer com que ela sofresse todos os dias,acho que a culpa é minha.

Quando éramos mais jovens,fizemos escolhas como qualquer outra pessoa,decidimos fazer música e quanto mais escutávamos um ao outro, mais nos apaixonávamos,aprendíamos a tocar a vida com a música e a música e a vida nos ensinavam a amar.Era mágico e foi inesquecível.

Eu a levei nos braços, abri a porta de casa, a tranquei com a chave e joguei a chave no meu bolso.As ruas da Alemanha estavam vazias,eu caminhei e fiquei a adimirá-la enquanto dormia, sempre conserveou os traços jovens de seu rosto,sempre esteve cada vez mais bela e muitos homens a achavam atraente, com uma beleza bem asiática em comparação as outras alemãs.As calçadas ornamentadas estavam escorregadias devido ao clima gelado do extremo inverno, aproximando-se de 30 graus abaixo de zero,nevava como se o inverno nunca fosse acabar e todos nós fossemos morrer.Eu sempre achei a morte no gelo muito mais triste que qualquer outra, morrer congelada é desumano.As árvores não tinham mais folhagem e não havia flores, não tinha vida na natureza, era uma frieza colossal e infinita.A chuva e o sol trazem vida, não tinhamos nenhum dos dois.caminhava, respirava,pensava,procurava um lugar para ficar,encontrei uma cadeira no parque debaixo das lamparinas da rua, perto da área de patinação no gelo. Nada mais se via, era tão escuro etão sofredor aquele ambiente,eu devia leva-la para uma viagem para outro país que possuisse paisagens alegres, ia anima-la.Mas será que isso a faria feliz ?O que é felicidade ?

Havia vestido ela com roupas bem quentes,sobretudos acochoados e 2 cobertores bem grossos,para aquece-la.Ela acordou quando coloquei ela sobre a cadeira deitada e coloquei os cobertores sob ela,tocaram sua pele sensualmente.Então sentei a seu lado.Ela tinha olhos maravilhosos que brilhavam e tocavam meu coração,agora estava ohando para mim, ela se sentou e disse me observando:

–Obrigada,por isso.

–Lembra quando nós trabalhavamos na música?-eu esperei a resposta intrigado

–Sim, o que tem isso?-ela deitou no meu ombro e olhou com meiguice.

–Naquele dia que você me perguntou sentada no piano e ai me mostrou aquela bela música que criou baseada no livro que leu...

–Sim, secret garden-interrompeu repentinamente.

–Então você parou de tocar e olhou para mim violetamente, errou a nota de propósito e me perguntou se nós trabalhassemos arduamente conseguiríamos ser felizes de verdade? conquistariamos muitas coisas ?porque trabalhariamos com amor ?

–Eu era apenas uma garota, nunca escute uma garota boba e jovem .

–Nunca fale isso, cada palavra sua foi muito importante para mim naquele dia e em todos os nossos dias juntos.Isso construiu meu amor por você, meu conhecimento sobre você.

–Não existe felicidade na humanidade querido,desista.

–Esta apenas abalada demais hoje. Venha,me siga.-ele se levantu e puxou sua mão da cadeira para guia-la.Ele a carregou até a pista e de pés descalços pisaram no gelo.

–UUUU-ela gritou-Muito gelado,não vou aguentar, seu um pulo do gelo para fora.

–Com o tempo não sentirá mais seu pé.Venha.-Ele colocou os pés no gelo e a esperou sem gritar de dor.-Se eu consigo você também.Confie em mim,se não agentar te levarei nos braços.

–Me segure então-Ela jogou o corpo sobre ele e ele caiu tombando e rolando no gelo sem solta-la.Eles riram juntos contagiantes.Ele tirou do bolso do sobre tudo um masco de cigarros e a ofereceu- tome,va ficar mais aquecida.

–Obrigada!ahhh-respirou fundo.-acendeu o cigarro sentada no gelo e fumou juto ao ombro de seu marido , beijou-o, olhou nos seus olhos e chorou.As árvores os ouviam e sabia de suas vidas e de suas tristezas.Ela perguntou:

–Escreveu hoje ?-Ansiosa.

–Muito mais do que você pensa-Ele respondeu logo.

–Que maravilhoso!Fico feliz.-Beijou-o como se nada pudesse separá-los

Ele tocou em seus cabelos,ela ficou em cima dele e ele concedeu sua sedução.Ele a achava a mulher mais linda e sedutora do mundo.Ele nunca olhou para nenhuma outra com tanto desejo