A noite era escura em Refugolândia. Osvaldo sentia que seu respirar estava mais frio, mas sabia que estava vivo. A vontade de revitalizar seu coração vinha de muito tempo, desde que havia sido esquecido por seus fãs e tinha se mudado para a cidade que ele mesmo formou. Aquela cidade em que todos os que são esquecidos ou que perdem o coração vão.

Uma estrela brilhou nos céus da cidade. Osvaldo observava ela se mover rapidamente e aumentar gradativamente. Ao seguir com seus olhos a queda daquela estrela, percebeu que não era uma estrela, mas algo que iria se chocar no chão de uma forma tão violenta que iria esmigalhar. Correu para o local que, em sua mente, ela iria cair. Mesmo sabendo que não poderia fazer nada, algo dizia que deveria estar lá.

O barulho que o objeto que caía em queda livre fez ao chocar-se com a terra deixou Osvaldo atordoado e sem ar. Sua cabeça girava e o fogo que queimava ofuscava seu olhar. O que quer que fosse, não poderia estar vivo com o estrondo e a ferocidade que havia sido jogado.

Aproximando-se do buraco, Osvaldo tentou chegar o mais perto possível para procurar restos ou até quem havia caído ali. Abaixo dele, um robô em forma de coelho estava caído com seus olhos fechados, parecia desacordado.

O coelho curioso e sortudo, então, decidiu descer e tentar pegar o pequeno robô, mas o mesmo estava quente demais e só de se aproximar, Osvaldo já se queimava. Por isso, parou e esperou, até que todo o fogaréu ao redor do robô e todo o metal de seu corpo esfriasse. Não tinha pressa, sabia que não sairia dali por algum tempo.

Seu olhar voltava-se para ele. Como um robô poderia parecer tanto um coelho? E, por isso, ele sentia uma simpatia pelo ser inanimado e desacordado à sua frente. Queria poder saber tudo dele, de todas as coisas. Mas, algo chamou-lhe a atenção. No peito do robô, havia uma camiseta regata com um coração. Coração que, ao olhar mais de perto, percebeu que brilhava em um ritmo compassado.

Encheu-se de fúria e levantou para sair. Não conseguia acreditar que até um robô que, em teoria, é um ser artificial, possuía um coração e ele mesmo não o tinha mais. Doía só de pensar que quando o pequeno acordar, vai ter que se explicar e, no fim, vai saber que ele tem um coração e Osvaldo não.

Olhou a última vez para o robô ainda desacordado. Suspirou, abaixou a cabeça e saiu, sabendo que mais um dia de sua vida seria do mesmo jeito... Sem um coração.

- Robozinho! – Uma voz meiga ecoou na mente do ser artificial. – Onde você está?

Ele abriu os olhos, procurou de onde vinha a voz, mas não conseguia encontrar nada. Levantou-se e flutuou até fora do buraco. Olhou a cidade e viu que não era a cidade que ele anteriormente havia estado. Procurou em seu GPS onde ele estava, mas nada constava. Estava perdido, mas não conseguia entrar em pânico. Algo lhe dizia que ele logo estaria fora dali.

Num instante, um pequeno anjinho loiro de olhos azuis, camisa azul e short preto alcançou o pequeno robô.

- Robozinho – disse a voz que ele havia reconhecido – Aqui está, estávamos todos preocupados desde que você caiu da nossa nave. Vamos, a Mônica e o Cebolinha estão ficando impacientes, precisamos encontrar seu coração.

Levantaram e saíram. Deixando Osvaldo sem esperanças e, por sua falta de paciência, sem uma chama a queimar de vontade de aventurar-se universo afora em busca do Brilho de um Pulsar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.