A arte da sedução - Capitulo 21

León Narrando

Eu estava envolvido em um sono profundo e ao mesmo tempo leve,meus olhos fechados viam uma linda visão,possívelmente a visão do futuro(espero).Aquela linda moça que estava revestida de um lindo vestido branco e longo,com as madeixas presas em um coque com alguns fios soltos e com os olhos...ah,como seus olhos brilhavam,pareciam duas perólas negras que reluziam uma luz esplendida.

Aquela moça caminhava em passos leves até onde eu estava,várias pessoas a admirava e acredito que alguns olhares vieram até o meu encontro.

Finalmente a moça chegou até a mim,e seu rosto claramente se formou diante dos meus olhos.

– Violetta,meu amor. - disse em um tom de sussurro.

– León... - ela disse com um sorriso nos lábios que logo se desfez,e seu corpo pequeno e frágil,desfaleceu sobre meus braços.

Abrir os olhos,minha respiração estava desordenada,parecia que havia desaprendido qual a forma correta que se respirar,eu conseguia sentir o batimento acelerado do meu coração.

Olhei para o lado e não vi minha amada e uma grande angústia tomou posse não só do meu coração,mas do meu corpo inteiro.Eu pensava a todo momento - se esse sonho não for a toa - .Nunca fui superticioso,ou acreditava em sencitivos,ou adivinhações,mas algo me dizia que alguma coisa não estava bem.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som do meu celular,no mesmo momento peguei aquele objeto e o levei até o ouvido na esperança de ser a Violetta.

– Alô – atendi em total desespero.

– Ah...Oi León,tudo bem? - não era a Violetta,no entanto aquela voz não era estranha.

– Sim,me desculpe,mas quem está falando?

– Você tá ficando velho mesmo,já esperava! Eu sou Verônica,sua prima,filha da tia Charlote. - um tipo de flash back tomou conta da minha mente e a visão da minha infância se formou em minha cabeça...eu e a Verônica eramos inseparáveis quando crianças.

– Ah,agora lembro.Nossa quanto tempo Verônica,não nos vemos,faz o quê? Seis anos?

– Seis anos e meio.Sou boa com datas lembra?

– Sim,lembro.Mas não acredito que você me ligou somente porque estava com saudades ou queria lembrar os momentos de infância.

– Acertou,não curto muita melação.Eu...liguei para avisar que a bruxa morreu.

– Morreu?

– Sim,você,lerdo como sempre.Ela morreu,bateu as botas,estreiou o incrível paletó de madeira.

– Ah,Verônica...mas quem seria a bruxa?

– Não sei porque resolveram que seria eu que te ligaria,paciência não é uma das minhas virtudes.A tia Matilda,lembra?A que vivia pegando em nosso pé.

– Claro,lembrei,nós também aprontávamos muito com a coitada.

– Exato,ela morreu á quatro dias e daqui a uma semana será aberto o testamento e comparecimento de toda a família Vargas aparentemente é necessário.Será na casa do lago da tia Matilda,te esperamos.

– Tudo bem,farei de tudo para ir.

– Vamos ver o que aquela velha chata deixou de bom.

– Verônica. - disse em um tom de repreensão.

– Pode comemorar também,mas agora terei de desligar,até logo.

Assim que o outro lado da linha ficou mudo,levantei-me rapidamente,tomei um banho gelado e rápido,vesti uma roupa simples e saí para caminhar um pouco na esperança de encontrar a Violetta que tem a mania de desaparecer assim do nada.

Caminhei lentamente pelas ruas,estava destraído,sem explicação a lembrança do sonho que eu tive tomou conta da minha mente de maneira que eu não conseguia esquecer.Todavia fui obrigado a sair dos meus pensamentos pelo som irritante de uma sirene muito alta,olhei para frente e vi que vários homens saiam de uma ambulância e entravam dentro da casa da Violetta.

Cada membro do meu corpo se paralizou,eu não sabia o que fazer,simplismente estava parado,eu queria ter algum tipo de reação,mas meus membros não me respondiam.

Logo vi que os enfermeiros sairam carregando uma maca com alguém,nesse momento consegui reagi e corri rapidamente para perto dos enfermeiros e o que vi me fez soltar um grito mudo de desespero.

Violetta,minha Violetta,estava tão pálida,seus olhos estavam fechados e sua boca era quase invisível pois foi tampada por uma máscara de respiração.

– O que aconteceu? - perguntei

– Com licença senhor. - disse um dos enfermeiros e entrou com a Violetta na ambulância.

– León? - ouvi uma voz rouca,virei-me e meus olhos enxergaram a figura morena da Francesca que contia em sua face várias lágrimas.

– O que houve Fran?Por que a Vilu tá assim?

– De manhã a Vilu veio até aqui e me encontrou pois eu estava com a chave da casa,a gente tava conversando e do nada ela se sentiu mal e desmaiou. - ela respirou. - Eu chamei a ambulância,mas enquanto a ambulância não chegava eu não saia de perto dela e percebi que ela começou a sangrar. - a Fran soluçava e era quase impossível entende-la,então eu a abracei. - Eu acho que foi culpa minha León,ela tomou um susto quando me viu aqui e o susto pode fazer ela perder o bebê.

– Calma Fran,você não teve culpa. - tentei acalma-la,mas acredito que o mais nervoso era eu. - Faz assim,vai na ambulância com ela e eu vou atrás com meu carro.

– Tudo bem. - ela respondeu.

Assim que a Francesca entrou na ambulância eu fui em busca do meu carro,acredito que eu era o motorista mais imprudente daquela cidade,eu corria feito um louco,para mim nunca iria chegar no hospital,meu coração batia forte e ao mesmo tempo se congelava,a possibilidade de perder a Violetta e meu bebê me fazia querer morrer,eu não pensava,só queria chegar.

Finalmente cheguei ao hospital,minhas pernas tremiam e realmente eu não sei como conseguir chegar ao local sem cair,assim que adentrei ao grande prédio avistei Francesca sentada na sala de espera,ela parecia nervosa,sua face estava vermelha e inchada.Tentei me acalmar,não queria ser mais um desesperado naquele lugar,puxei o ar profundamente e caminhei até ela.

– Tem notícias Fran? – perguntei.

– Ainda não,a levaram para a sala de atendimento e até agora não deram nenhuma notícia. – abaixei minha cabeça e mais uma vez respirei fundo,o desespero e o medo chamavam lágrimas,no entanto não queria deixa-las rolar,tudo o que eu queria era que aquela pesadelo acabasse. – Foi tudo culpa minha. – sussurrou Francesca e eu elevei meu olhar até ela. – Tudo culpa minha León. – ela repetiu olhando nos meus olhos como se estivesse sentindo uma enorme raiva de si mesma. – Se acontecer algo com ela ou com o bebê eu nunca vou me perdoar.

– Fran,acredito que a Vilu não ficará muito feliz em saber que você está se culpando por uma fatalidade. – segurei suas mãos nas minhas. – Vai ficar tudo bem,confie por favor.

Eu estava tentando passar tranquilidade para a Fran,mas acredito que quem precisava de tranquilidade era eu.Finalmente a Fran havia se acalmado,um silêncio reinou no local,nem eu nem a Fran nos atrevemos a falar coisa alguma.

– Violetta Castillo. – um homem com um jaleco branco falou em um tom auto.

– Aqui! – respondi instantaneamente e levantei-me. – Sou noivo dela,pai do bebê. – expliquei. – Como eles estão doutor.

– A paciente está estável,felizmente conseguimos conter o sangramento,foi um pouco difícil pois ela começou a sentir fortes dores,mas agora está bem.

– Podemos vê-la doutor? – perguntou a Fran

– Sim,mas um por vez,por favor,para evitar tumultos.

– Tudo bem. – disse a Fran. – Vá você primeiro León,antes de desmaiar a Vilu pediu para que eu te chamasse,mas eu fiquei tão assustada que não atendi o pedido dela,e eu sei que ela precisa de você agora.

Dei um meio sorriso para a Fran e seguir o doutor,nós caminhamos até uma porta branca.

– Vou pegar uns papéis,só um instante que eu volto,pode entrar.Só não estranhe se ela estiver meia sonolenta,é efeitos dos remédios.

Balancei a cabeça em concordância e abri a porta adentrando a sala fria que cheirava a remédio.Meus olhos focaram na Vilu deitada sobre aquele leito,sua face estava pálida,seus lábios perderam aquela cor avermelhada que só de ver me excitava.Me aproximei dela e depositei um leve beijo sobre sua testa e pude sentir sua respiração.Me afastei um pouco e percebi que seus olhos que antes estavam fechados,agora estavam abertos.

– Como está se sentindo amor? – perguntei.

– Bem – respondeu com uma voz baixa e rouca. – Foi só um susto.

– E que susto. – ri baixo.

– Posso te pedir uma coisa? – ela perguntou e engoliu a saliva.

– Claro amor,o que você quiser. – respondi acariciando a pele macia de seu braço.

– Me beija. – ela pediu e fechou seus olhos,ri de leve e depositei um selinho molhado e demorado sobre seus lábios,mas logo me afastei ao ouvi uma torce proporcional.

– Espero não ter interrompido nada. – disse o médico entrando na sala e eu pude ver as bochechas da Vilu ganharem um rubor vermelho. – Bom Violetta,seu estado é estável nesse momento,todavia você terá que visitar o médico com mais constância,pois sua gravidez,não é considerada de risco,mas é preciso ser observada.Seu bebê felizmente está ótimo e você também.

– Ok...quando poderei sair daqui doutor? – perguntou a Vilu.

– Daqui a três dias,mas não se preocupe aqui não é tão chato. – ele riu de lado. – Bom,vou deixar vocês a sós,não me sentiria bem em atrapalhar outro momento desse casal. – dito isso ele saiu da sala e ficamos só eu e a Vilu

– Amor... – ela disse e apertou minha mão. – Te amo.

– Também te amo amor. – beijei sua mão.Direcionei minha boca até sua barriga e sussurrei. – Eu também te amo. – e eu pude ver uma lágrima escorrer de seus olhos.

O dia realmente não havia sido fácil,mas saber que as razões da minha vida estão bem fazia com que tudo valesse a pena,eu estava disposto a lutar contra tudo e contra todos para defende-los.