A Vida e as Mentiras de Zaniah Black

O Melhor Amigo do Meu Irmão


O dia 25 de julho de 1976 iniciou ensolarado e quente, como um bom dia de verão. Zaniah abriu os olhos e constatou que um raio de sol entrava em seu quarto, através de uma fresta deixada na persiana na noite anterior. Respirou fundo ao absorver que era o dia de seu aniversário. Completava quatorze anos e era o dia do ano que, mais do que nunca, seria tratada como uma princesa, ou melhor, como uma rainha.

Nos dois anos anteriores a comemoração de seu aniversário fora na Casa de Campo da família Black, localizada no sul escocês. No entanto, seu padrinho, Abraxas Malfoy, pediu para que esse ano a festa fosse realizada na Mansão Malfoy, afinal Zaniah era a filha mulher que os Malfoy’s nunca tiveram. Como sempre, as famílias mais influentes do mundo bruxo haviam sido totalmente convidadas e Zaniah sentia-se ansiosa, pois o seu aniversário era uma data que Sirius não se permitia faltar e provavelmente reencontraria o irmão depois de semanas. As últimas palavras trocadas com Sirius foram por meio de uma carta onde a mais nova assegurava ao irmão que estava bem, a salvo. Então, naquele dia em específico, a ansiedade tomou conta de seu corpo e sentia seu coração bater forte e arrítmico.

Respirou fundo, tentando recobrar sua calma e saiu do quarto, agora já devidamente vestida para passar o dia. Pela primeira vez, seu aniversário não se daria durante o crepúsculo, mas sim totalmente a noite. Desceu as escadas da Mansão Black e sorriu ao ser recebida com um abraço caloroso por Régulos. Logo depois, seus pais se aproximaram e lhe entregaram seus presentes. Zaniah quase surtou quando viu um anel de outro branco cravejado de diamantes e esmeraldas. Também adorou o vestido curto, justo e completamente prateado que sua mãe lhe entregou.

— É para usar hoje a noite. – Ela disse num sorriso que continha muita expectativa.

A verdade é que o relacionamento de Zaniah com seus pais havia melhorado muito desde que o Lorde das Trevas anunciou Zaniah como sua pupilo. Estavam orgulhosos, óbvio que estavam.

— São lindos. – Zan disse agradecendo os presentes, com seus olhos brilhando.

— Ficamos felizes que tenha gostado, querida. – Seu pai disse se levantando e beijando a testa da garota, que continuou sentada à mesa, tomando seu café da manhã.

O barulho de campainha foi escutado e Zaniah espichou o pescoço em direção a porta, na tentativa de ver quem era a visita.

— A curiosidade matou o gato. – Sua mãe disse rindo levemente, provocando que Zaniah olhasse em sua direção. A filha sorriu, assentindo. Com um pedido de licença, sua mãe se retirou da sala de jantar e Zan pôde perceber que ela fora em direção ao seu jardim particular, onde cultivava algumas plantas importantes no preparo de poções.

Concentrou-se de volta em seu prato, quando sentiu que duas mãos tapavam seus olhos. Aquele toque suave em sua pele fez com que os pelos de seu pescoço arrepiassem, ainda mais quando o dono das mãos se aproximou, falando perto de si.

— Soube que temos uma aniversariante nessa casa hoje.

Mesmo sem enxergar, Zaniah pode visualizar a expressão que o dono da voz tinha. Um sorriso brincalhão nos lábios, sobrancelha direita levemente arqueada e um brilho malicioso nos olhos verdes.

— Rabastan. – Zaniah respondeu, ainda com a visão bloqueada.

Este retirou lentamente as mãos dos olhos da Black, afundando-as em seguida nos longos, negros e volumosos cabelos da moça. O contato leve entre as pontas dos dedos do Lestrange e o pescoço de Zaniah causou um efeito imediato no corpo dela. Sua coluna ficou ereta, ao mesmo tempo que seus ombros relaxaram e seus olhos se fecharam levemente com a sensação gostosa que se desenhava na pele não exposta, no entanto delicada e sensível.

Tão rápido quanto colocou, Rabastan tirou sua mão dos cabelos de Zaniah, afinal não confiava em si mesmo se continuasse com aquele leve gesto de carinho. Dês do dia do desmaio de Zan e o momento deles, que quase resultou num beijo, Rabastan sente-se esquentar sempre que próximo da caçula dos Black. Dês do quase beijo entre eles, os dois pareciam cada vez mais íntimos, próximos e necessitados um do outro.

— Feliz aniversário. – Disse finalmente, tirando uma caixinha de veludo preto de seu bolso e entendendo-a em direção à garota. Zaniah olhou intensamente em seus olhos e Rabastan sentiu-se fraquejar com a sensação de que a garota era capaz de ler sua alma por completo. Quando abriu a caixinha se deparou com uma corrente fina e delicada de ouro. No entanto, foi o pingente que mais lhe chamou atenção. Tão delicado quanto a corrente. Ali estava, um corvo esculpido no mesmo metal. Para muitos, poderia ser apenas uma ave, para outros até mesmo um sinal de mau presságio. No entanto, para as famílias bruxas e sangue puro, aquele era o símbolo dos Lestrange. E os significados de um Lestrange dar um presente com o símbolo de sua própria casa para um não-Lestrange eram muitos. No entanto, todos extremamente fortes.

Zaniah sentiu seu corpo arrepiar-se inteiro quando tentou entender o porquê daquele presente, inclusive sua respiração ficou ainda mais pesada ao olhar novamente para o rosto do garoto e constatar que ele sorria de maneira simples.

— É lindo. – Zaniah sussurrou.

— Que bom que gostou. – Ele falou baixo e rouco, com seu rosto muito próximo do rosto da Black. Seus narizes se roçaram numa carícia e Zaniah fechou os olhos com a sensação de carinho que a envolveu.

— Rabs – Ela resmungou baixinho, suas mãos indo em direção aos ombros do garoto a sua frente inconscientemente.

As mãos de Rabastan, antes apoiadas na cadeira que a Black sentava, escorregaram em direção ao corpo da mais nova, parando em sua cintura. O toque, por mais que delicado e leve, estava firme, como se Rabastan quisesse ter certeza que ela não fugiria.

— Zan. – Ele disse no mesmo tom. – Por favor. – Sua voz saiu manhosa, como se implorasse por algo, o que na realidade ele fazia.

Sentindo seu coração acelerar ainda mais, Zaniah aproximou seus corpos o máximo que pôde, fazendo com que Rabastan se curvasse ainda mais em direção à garota.

Era recíproco, os dois ansiavam aquilo na mesma intensidade e não queriam mais perder tempo.

Foi Zaniah que fez o primeiro movimento, levando sua boca em direção a de Rabastan e tendo seu movimento copiado mediatamente.

O primeiro toque entre os lábios foi singelo e delicado. Leve. No entanto, Zaniah não tardou a intensificar a pressão que exercia no pescoço do mais velho, trazendo-o mais perto e aprofundando o beijo. As mãos de Rabastan pressionavam forte a cintura de Zaniah, até que ele a levantou da cadeira, obrigando-a a ficar de pé. A diferença de altura era óbvia, logo Zaniah precisou equilibrar-se nas pontas dos dedos para que continuasse tendo contato com a boca de Lestrange.

Mas Rabastan foi mais rápido. Numa ação arriscada, desceu sua mão da cintura de Zaniah, passando por suas nádegas, onde apertou fazendo-a suspirar entre o beijo, e parou na coxa da garota. Num movimento rápido, Zan estava sentada na mesa com Rabastan entre suas pernas. Era tudo urgente, refletiam naquele beijo, o primeiro beijo, a vontade que tinham um pelo outro, a vontade de já terem se beijado tantas outras vezes.

Num pequeno momento de consciência, Zaniah afastou Rabastan de si.

— Meus pais. Eles podem chegar a qualquer momento. – Ela disse enquanto Rabastan afundava seu rosto no pescoço da garota. Ele riu leve contra sua pele, fazendo-a arrepiar em lugares que nem sabia ser possível arrepiar-se.

— Digamos que eu pedi ao seu pai permissão para ficar um tempo sozinho com você. – Ele disse sorrindo.

— Você o quê? – Ela perguntou surpresa.

— Exagerei?

— Nem sei o que dizer. – Ela confessou.

— Não precisa dizer nada. – Rabastan sorriu divertido, puxando-a para outro beijo quente que foi prontamente correspondido.

As mãos do Lestrange deslizaram para dentro da blusa da Black, incendiando os dois. O toque era firme e Rabastan procurava tocar cada milímetro da pele imaculada da companheira.

Já Zaniah, competitiva como era, não queria ficar para trás e logo puxou a barra da camisa do garoto para cima, levando suas mãos até o abdômen do mais velho. Quando Zaniah sentiu as mãos de Rabastan subindo em direção ao seu sutiã, eriçou-se. No entanto, nada aconteceu, porque instantes depois foram ouvidos barulhos de rede de flú da lareira da casa e vozes se fizeram presentes.

O dois rapidamente se separaram, Zaniah desceu da mesa enquanto descia sua blusa e fez um coque rápido para disfarçar a bagunça que Rabastan fizera no seu cabelo enquanto esse alisava sua própria camiseta. Régulos entrou correndo na sala de jantar para chamá-los, e pareceu aliviado ao ver que os dois estavam numa distância segura um do outro, ainda que Zaniah estivesse com as bochechas rosadas e Rabastan respirasse pesadamente.

— O que está fazendo? – Régulos perguntou para Rabastan quando percebeu que esse estava com os olhos bem fechados e contava nos dedos.

— Tentando lembrar da escalação da seleção inglesa da Copa de Quadribol de 1966. – Ele respondeu, ainda muito concentrado.

— O qu... Ah! – O entendimento inundou o corpo do irmão Black, que sorriu sem graça. – Boa sorte com isso.

— Alguém me explica? – Pediu Zaniah, mas nenhum dos dois garotos se manifestou, fazendo-a bufar.

Rabastan respirou fundo momentos depois.

— Tudo bem. – Ele respondeu à pergunta silenciosa de Reg.

Ainda confusa, Zaniah se dirigiu à sala de estar, onde tinha a lareira, sendo acompanhada de perto por Régulos e Rabastan.

A surpresa ao avistar os visitantes foi grande, afinal, eram as últimas pessoas que esperava ver ali, na sua sala.

— Zaniah! – O garoto de, agora, onze anos pareceu animado em vê-la. – Feliz aniversário. – Ele se adiantou até ela para dar-lhe um abraço.

— Obrigada, Bash! – Ela respondeu carinhosa, correspondendo ao abraço.

— Querida, feliz aniversário! – A mulher de olhos cor mel e cabelo preto piche falou a sua frente, calorosa.

— Obrigada, senhora Avery. – Zaniah respondeu alegre, abraçando-a.

— Ah, faça-me o favor! Segurei-te no colo! Sou apenas a tia Andrea. – A mulher falou, com um inglês impecável, no entanto, com um sotaque português facilmente identificável. Zaniah sorriu, concordando.

— Zan! – Leon Avery disse feliz ao ver a sobrinha de consideração. A segurou no colo e a rodopiou, causando risadas na aniversariante. – Fico feliz em te ver bem. – Ele disse, referindo-se ao episódio de algumas semanas atrás, onde Zaniah foi torturada por Lorde das Trevas por um tempo que não fazia ideia do quanto havia sido.

— Completamente bem, tio! – Ela sorriu.

Do outro lado da sala, Juliet olhava a interação da amiga de infância com seus pais, que não faziam ideia da briga que as duas tiveram. Ao olhar em direção a porta, pode ver que tanto Régulos quanto Sirius a observavam cautelosos, no entanto no olhar de Rabastan tinha algum tipo de ameaça.

Juliet baixou os olhos até seus pés. Na mão esquerda, o presente pessoal que queria dar a Zaniah sendo segurado com força. Sentia medo de como ela reagiria. Juliet sabia que havia a magoado, afinal. Ao olhar para frente, seu olhar cruzou com o de Zaniah, que parecia não saber o que fazer. Estaria ela pronta para perdoar Juliet?

— Posso falar com você? – Juliet perguntou a Zaniah que não a respondeu imediatamente.

Na verdade, os olhos de Zaniah procuraram os de Rabastan naquele momento, que não escondiam sua preocupação. Mas esse lhe deu um sorriso, como tentativa de confortá-la.

— Claro. – Olhou de volta para Juliet, que lhe pareceu respirar aliviada.

/*

As duas se encontravam no quarto de Zaniah, com a Black sentada na sua cama e Juliet na poltrona ao lado da janela.

— Então... – Zaniah começou.

— Eu fui uma megera. – Juliet falou objetiva. Zaniah se sentiu surpreendida, mas assentiu vagarosamente, lembrando da sensação de ouvir de sua melhor amiga que ela estava se vitimizando. – Eu fui completamente injusta e uma péssima melhor amiga. Você estava com problemas sérios e eu inferiorizei isso, fiz pouco caso da sua condição quando eu deveria ser a pessoa que não te deixaria de lado por nada. E pior. Eu te deixei tão magoada que você não queria ficar perto de mim, mesmo que isso significasse se afastar de todos que você ama. Céus! Você se afastou até mesmo de Bartolomeu e Darwin! Nós éramos o Quarteto Fantástico, lembra? Eu não te culpo por nada que você tenha feito depois da nossa briga. - Juliet falou suspirando, e Zaniah entendeu que ela se referia ao acontecimento com Lily, Os Marotos e Snape. – No final, a culpa é minha por te afastar da sua própria família. Eu não sei como pedir pelo seu perdão, não acredito que nem implorando eu seria digna de tê-lo. Mas eu preciso, Zan. Eu preciso da minha melhor amiga de volta. Eu preciso da única pessoa que sabe me ler inteira apenas com um olhar. Eu preciso de você.

Zaniah entendia o sentimento de Juliet. Porque ela precisava de sua melhor amiga de volta também. Então, num pulo, Zan atirou-se contra o corpo de Juliet em cima da poltrona, e as duas se envolveram num abraço. As risadas eram mútuas e a leveza preenchia o coração das duas. Eram melhores amigas desde sempre, seus corpos não estavam acostumados com a separação.

— Senti sua falta. – Zaniah disse para a amiga, com os olhos marejados.

Juliet apenas sorriu simples antes de tirar um pequeno pacote do seu bolso e o estender a Zaniah, que o recebeu com curiosidade.

— Feliz aniversário, Zan. – Então Zaniah abriu o pacote, vendo que era uma pulseira com um pingente de estrela, esculpida em uma safira, pedra preferida de Zaniah. – Espero que não se importe de eu estar usando a minha. – Juliet disse, mostrando seu pulso onde uma pulseira de prata exatamente igual repousava, o pingente, também de safira, tomava a forma de lua crescente.

Zaniah apenas estendeu o pulso direito para que Juliet prendesse a pulseira ali. Quando terminou, as duas se abraçaram fortemente.

Ao se separarem, Juliet olhou a melhor amiga de forma desconfiada.

— Então, tá rolando algum clima entre você e Rabastan ou é impressão minha? – Ela disse divertida. Zaniah apenas riu pelo nariz, tirando a caixinha de veludo recebida anteriormente de seu bolso, abrindo-a e mostrando-a à Avery.

— Meu Deus! – Ela falou extremamente animada. – Zaniah, você sabe o que isso significa! – Ela disse apontando para a amiga enquanto pulava na poltrona.

— Eu não sei o que ele quer que isso signifique! – Ela disse, levemente assustada.

— O que mais poderia significar? – Juliet disse exaltando-se.

— Para de gritar! Quer que todos escutem sobre minha queda por ele?

— Queda? Abismo, você quis dizer.

— Cala a boca, Avery!

Juliet apenas gargalhou gostosamente enquanto Zaniah sorriu de volta para ela.

Era desses momentos que mais sentia falta. Estava feliz em tê-los e volta.

/*

Agora eram quatro horas da tarde e todos os familiares e amigos que Zaniah considerava família já estavam na Mansão Malfoy. Os adultos bebiam drinques refrescantes servidos pelos elfos domésticos enquanto todos conversavam sobre a expectativa da festa. Zaniah, sentada entre Rabastan e Juliet, vez ou outra bebericava um pouco da taça de seu pai, seu padrinho ou seu tio Cygnus.

— Não deixe sua tia Druella ver isso, entendeu? – Cygnus foi categórico ao dizer. Zaniah riu breve e apenas assentiu.

Bartolomeu, entre Juliet e Darwin, a cutucou nas costas, fazendo com que o “Quarteto Fantástico” se juntasse num círculo fechado.

— Eu quero dançar com você hoje. – Bartolomeu disse para Zaniah.

— Bartô, você sempre dança comigo! – Zaniah disse se lembrando das últimas comemorações.

— Não estou falando da valsa. – Ele revirou os olhos. – Estou dizendo que quero dançar com você durante a festa, então nem inventa de ficar três horas sendo paparicada pelos amigos influentes dos seus pais. – Ele disse fingindo brabeza. Darwin e Juliet concordaram instantaneamente.

— É isso aí, gata! – Darwin disse animado. – Hoje é o dia de balançar essa linda raba que Deus lhe deu!

— DARWIN! – Zaniah disse assustada.

— Ele tem razão, amiga! – Juliet disse rindo. – Sua bunda é linda.

Olhou para Bartolomeu, procurando por suporte, mas esse apenas concordava com os outros amigos.

— Vocês não prestam! – Ela disse irritada, mas rindo logo depois.

A conversa teria continuado se a aniversariante não houvesse sido chamada por sua mãe e madrinha, Eloá, para que subissem ao quarto reservado para Zaniah na Mansão Malfoy dês do dia de seu nascimento.

Fazia tempo, na verdade, que não passava tanto tempo com os padrinhos.

— Senhores. – Zaniah disse, despedindo-se e seguindo as duas mulheres mais velhas que pareciam ansiosas em lhe arrumar.

— Esperem por mim! – Druella disse apressando o passo e entregando sua taça para Rigel no caminho.

Assim, as três Black’s e a Malfoy desapareceram pelas escadas.

/*

Zaniah estava sozinha no cômodo. Havia sido deixada lá enquanto as outras mulheres iam se preparar. As ordens eram restritas e abrangiam a todos quando Walburga disse que ninguém deveria entrar no quarto de Zaniah, a não ser Orion quando fosse o momento correto.

Então, lá estava Zan, à frente de um grande espelho, cultuando sua imagem.

Nunca havia se sentido tão bonita.

O vestido todo prateado e brilhante que ganhara da mãe mais cedo ia até 18 centímetros acima do joelho. Nunca havia colocado em seu corpo um vestido tão curto. Logo que entraram no quarto, Walburga lhe entregou uma cauda de algodão negra e transparente que poderia ser presa em seu vestido, assim ela ficaria com as pernas expostas na frente, mas cobertas atrás. Depois, a cauda poderia ser retirada e o vestido voltaria a ser apenas o prateado. Ela amara. Sentia-se uma mulher. Seu cabelo estava com lindas ondas definidas e iam até sua cintura. O negro brilhava e acompanhava lindamente o movimento da dona. No rosto, uma pele leve, natural e brilhosa destacava ainda mais os traços belos de Zaniah, seus cílios aumentados pela maquiagem potencializavam seu olhar. Mas o que mais chamava a atenção em seu rosto eram seus lábios. O batom vermelho sangue a deixava sedutoramente linda e Zaniah queria gritar de felicidade por amar tanto aquela imagem sua.

Sentiu-se estremecer quando ouviu uma batida na porta e logo depois a voz de seu pai a chamando. Quanto tempo havia ficado na frente do espelho? Não importava, importava que era hora de descer. Apertou o objeto que estava na sua mão esquerda e seguiu para a porta, encontrando seu pai que lhe ofereceu o braço.

Os dois desceram as escadas em um silêncio confortável. Orion não fizera questão de esconder de Zaniah que ela estava linda e o pai realmente a admirava, sentindo-se orgulhoso de sua genética. Ao chegarem na antessala, encontraram todos que estavam no pequeno happy hour anteriormente.

Todos os olhares se voltaram para Zaniah quando ela entrou e, novamente, adorou a sensação de admiração que os outros tinham por ela. Encontrou seus tão adorados olhos verdes no meio daquela pequena plateia e, desprendendo-se de seu pai, dirigiu-se até eles. Foi recebida com um suspiro de alívio. Estendeu delicadamente sua mão esquerda, tendo essa segurada pelo Lestrange a sua frente. Sabiam que estavam sendo observados por todos, mas nenhum dos dois pareceu se importar. Zaniah depositou o objeto na mão de Rabastan, que ficou confuso, mas logo entendeu quando viu a garota virar de costas para si e tirar seus cabelos do pescoço. Com uma calmaria nada condizente com a agitação que tinha no peito e no estômago, Rabastan envolveu o pescoço da Black mais nova com o presente dado mais cedo. O colar com o corvo. Ao ver que já estava com a joia, Zaniah virou novamente para o mais velho, sendo agraciada com um singelo beijo na testa que derreteu seu coração. Com uma troca de olhares, Zan voltou para junto de seu pai, que encarava a ela e ao colar em seu pescoço com um pouco de temor.

Estaria, Orion Black, surtando pela filha mais nova?

Todos se retiraram da antessala, indo em direção ao Grande Salão dos Malfoy, onde os outros convidados já estavam acomodados.

Ao ver que estavam sozinhos, Orion tentou.

— Então... Você e Rabastan...

— Pai, não vamos ter essa conversa agora. – Zan disse risonha para o pai.

— Você quer que eu peça pelo contrato de casamento?

— Orion Black, podemos ir com calma aqui? – Zaniah perguntou exasperada.

— Na minha época, se um garoto desse uma joia com o símbolo de seu clã para uma garota, em três meses eles estariam no altar.

— Que bom que não estamos na sua época, pai! – Zaniah disse, ainda exasperada.

— Ok, ok, não vamos mais falar nisso, por enquanto. – Orion pontuou e Zaniah concordou, mesmo que revirando os olhos.

Ouviram quando os burburinhos do salão cessaram e a música de entrada de Zaniah começou. As portas que levavam da antessala para o salão se abriram e as luzes fortes ofuscaram o olhar de Zan. O primeiro pensamento foi “ai”, mas o segundo foi que aquele show de luzes deveria estar sendo refletido lindamente no seu vestido, fazendo-a sorrir.

Seu pai a guiou ao redor do salão, como mandava a tradição, e ela se equilibrava perfeitamente sobre as sandálias também prateadas. Atrás de si, a cauda do vestido parecia flutuar sobre o gelo seco.

Abraxas Malfoy não havia poupado nem esforços, nem galeões para o aniversário da afilhada.

No entanto, foi durante a volta pelo salão que Zaniah recordou do sentimento de ansiedade que lhe preenchia quando acordou.

Lá estava ele, junto dos outros três Potters. A observava com um misto de amor, preocupação e decepção.

Era o olhar mais comum que recebia de Sirius.

Sentiu sufocar e o coração acelerar. De repente não via mais o mundo e apenas seguia corretamente os passos de dança do pai porque fizera aquilo desde sempre.

Cada um que passou pela pista com Zaniah não recebeu nada além de uma boa companhia de dança e um sorriso muito bem desenhado, no entanto falso para quem a conhecesse bem. Orion, Abraxas, Cygnus, Arcturos, Leon, Joseph, Bartolomeu Sr., Camapheus, Régulos, Lúcius, Rigel, Rodolphus, Antony, Darwin e Bartô.

Só sentiu voltar a frequência normal quando o dono de mãos fortes preencheu o lugar de acompanhante.

— Jay. – Zaniah disse aliviada. – É bom ver você.

— Digo o mesmo, Zan. – Ele falou sorrindo. – No entanto, não sei se gosto de sua posição. – Ele a olhou nos olhos.

— Por favor, não deixe as coisas mais difíceis. – Suplicou. Respirou fundo e lembrou da terceira pessoa que lhe preocupava. – Soube algo de Lily?

— Ela está bem. – James falou enquanto a rodopiava. – Está preocupada com você. Eu e Sirius tentamos assegurá-la de que você está bem, mas é difícil convencê-la quando nem nós mesmos acreditamos em nossas palavras. – Ele falou, acusador.

— James, eu estou bem, ok? Para todos os casos, eu estou bem. Você pode ficar tranquilo. – Zaniah disse séria, mas sabia que James não acreditaria 100% nela.

— Ok, se você diz. – James suspirou. – Sirius pediu para lhe avisar que ele não vai dançar com você agora, ok? Ele não quer te trazer encrencas.

Zaniah assentiu triste, mas isso logo passou quando James foi substituído pelo dono dos olhos verdes que dominavam grande parte dos pensamentos da Black.

Rabastan tomou sua mão com delicadeza e eles dançaram com tanta naturalidade que parecia que faziam aquilo há séculos. Rabastan rodopiou Zaniah enquanto contornava sua cintura com a mão.

— Você está maravilhosa. – Ele disse quando ela voltou a ficar de frente pra ele.

— São seus olhos. – Ela disse brincalhona, sorrindo em seguida.

— Os olhos que tu tanto gostas, não é? – Ele perguntou divertido.

— Quem disse? – Zan se fez de desentendida.

— Ninguém precisa me dizer. Eu apenas te conheço.

Zaniah fez uma expressão de desagrado, afinal era ela que o lia e não o contrário.

Foram retirados de sua bolha quando um homem tocou os ombros de Rabastan.

— Milorde. – Os dois falaram com uma leve reverência de cabeça ao homem.

— Concede-me uma dança, senhorita Black? – Ele perguntou, lhe estendendo a mão. Zaniah rapidamente aceitou e Rabastan se retirou devagar.

— Feliz, Zaniah? – Ele perguntou, não a olhando nos olhos.

— Você estaria, Milorde? – Ela devolveu a pergunta, estranhando a feita anteriormente.

— Eu só espero que seu romance não a tire do foco. – Zaniah o encarou confusa. – Você é minha aluna mais promissora e sabe disso. Não quero vê-la fora da linha mais uma vez. – Ele a respondeu curto, frisando o final da frase, afim de lembrar do acontecimento em Hogwarts. – Lembre-se que sempre que sair da linha, eu te coloco de volta. – Riddle sorriu malvado, referindo-se às torturas recebidas no início das férias.

Pela primeira vez, Zan não se sentiu segura perto de Tom.

A música acabou e, por consequência, a valsa também. Os dois se cumprimentaram como manda a etiqueta e Riddle se afastou, enquanto Orion e Abraxas tomavam seu lugar ao lado de Zaniah para fazer o discurso antes do jantar.

Zaniah apenas sorria ensaiada enquanto seu pai e padrinho tomavam as palavras, quando percebeu, seu pai a guiava até a mesa principal, onde estavam todos familiares. Pela primeira vez, Zan sentou na ponta da mesa, sentiu-se poderosa por isso. Ao encontrar os olhares de seus amigos, tranquilizou-se e conseguiu jantar, apreciando a boa comida que os elfos dos Malfoy fizeram.

Bartolomeu se ergueu de sua cadeira, batendo na sua taça que, com um feitiço sonoro, reverberou por todo salão.

— Eu gostaria de propor um brinde, à garota mais determinada, inteligente e poderosa que eu conheço, a qual eu tenho o prazer de chamar de melhor amiga. – Ele falou, erguendo sua taça enquanto olhava para a amiga. – Um brinde à Zaniah. – Todos repetiram seu movimento, dominando o salão com o barulho dos cristais se chocando.

Não demorou muito para que as músicas de balada começassem, fazendo todos convidados irem em direção à pista de dança. Juliet logo se adiantou e puxou a amiga para a pista.

— Espera! – Ela disse quando foram alcançadas por Bartolomeu e Darwin.

— Ah! O que foi agora? – Darwin reclamou.

Zaniah apenas mandou uma piscadela para ele e retirou a cauda do seu vestido, sentindo toda pele de suas pernas exposta. Largou a cauda numa cadeira e logo se dirigiu aos amigos, agora sim indo em direção à pista.

A batida era envolvente e fazia Zaniah querer mexer todos os músculos de seu corpo. Num pensamento de que era ela a dona da festa, dançou com tanta liberdade que até se surpreendeu. Seu quadril descia e subia no ritmo da música e ela definitivamente não se importava se iria acordar com as pernas doloridas no dia seguinte. Naquele momento ela só queria continuar mexendo seu quadril daquela forma, enquanto jogava a cabeça para trás.

— Era disso que eu estava falando, senhores! – Darwin disse, apontando para a amiga animado.

Logo Rodolphus chegou perto deles com um copo de Fire Whiskey na mão, o qual logo foi tomado por Zaniah, que engoliu o líquido alcoólico em poucos segundos, sentindo uma queimação na garganta logo depois.

— Você tá maluca? – Rodolphus perguntou para a... cunhada?

— Eu to feliz! – Ela disse rindo e acompanhando Bartô na dança.

Sentiu sua cintura ser segurada por trás e, ao olhar para a mão da pessoa, constatou ser sua prima Andrômeda. Rebolou junto da prima, enquanto aproveitava o momento. Sentia falta de Andie no seu dia a dia e tê-la, ali, era incrível. Logo Juliet colocou-se na sua frente e então as três dançavam coladas e no mesmo ritmo.

Numa viradinha de cabeça para trás, constatou que Bella e Ciça se juntavam à dança.

Riu quando viu que Darwin e Bartolomeu estavam um de cada lado seu, mexendo a bunda em sua direção. Quando viu, tinha outro copo em sua mão, hidromel daquela vez. E alguns segundos depois, aquele copo já estava vazio também.

Era a primeira vez que bebia de verdade e agora entendia a sensação de estar bêbada.

Era incrível. Sentia que poderia voar a qualquer momento se as mãos de Andie em sua cintura não a prendessem ao chão.

Duas músicas depois, Rigel apareceu com três copos de shot na mão, entregando um à noiva e outro à Zaniah e ficando com o terceiro, os três viraram juntos.

Zaniah gostou do sabor.

— O que era isso? – Perguntou, fazendo Rigel rir.

— Seu pai nunca lhe disse para não aceitar bebidas de estranhos? – Ele perguntou.

— Você não é estranho, é meu futuro primo. Agora responda.

— Vodka de frutas vermelhas, gostou?

— Onde eu consigo mais.

Rigel apenas apontou para um barril de vidro acima da mesa de bebidas, o qual continha um líquido visivelmente vermelho.

Zaniah sentiu cambalear enquanto andava até seu objetivo. Riu de si mesma quando precisou apoiar-se na mesa de madeira para se equilibrar.

— Zaniah Lucrécia Black, você está alcoolizada? – Sua tia Druella lhe perguntou irritada.

— Eu? – Zaniah perguntou com a voz arrastada, denunciado seu estado. – Claro que nããão! – Disse e riu logo depois.

— Quem lhe deu bebida? – Sua tia perguntou, bufando.

— O Hidromel eu não sei, mas o Fire Whiskey foi Rodolphus e a Vodka o Rigel. – Ela disse, tapando a boca logo em seguida, lembrando que não devia ter vazado a informação.

— Meus genros fizeram isso?

— Ah Druella, desencana! Aproveita mais a festa, se liberta! – Uma voz falou por trás de Zaniah, fazendo Druella revirar os olhos e encher um copo com Hidromel e suco de limão. Zan fez uma nota mental de experimentar a mistura depois.

Ao virar-se para a fonte da voz, Zaniah sorriu.

— Oi, Rabs! – Ela disse risonha.

— Você está bêbada. – Ele apontou o óbvio.

— Você não? – Ela perguntou e no instante seguinte estava pegando um pouco de Fire Whiskey pra ele.

— Não. E nem pretendo. – Ele disse enquanto recusava o copo dado pela mais nova.

— Ah, ok. – Ela disse recuando o braço e bebendo do copo.

— Zan, você vai passar mal! – Advertiu.

— Não vou não! – Ela assegurou, puxando-o para a pista e encontrando seus amigos.

— O Rabastan não quer beber! – Acusou e todos vaiaram o Lestrange.

— Rabastan, você é muito chato! – Antony disse e todos apoiaram.

Rabastan revirou os olhos, pegando o copo da mão da Black, que reclamou, e o virando num só gole.

O resto da festa não fazia parte das memórias de Zaniah.

E foi com a ressaca moral, não física, a atacando que se jogou na cama que tinha na Mansão Malfoy, apenas de camisola.

Sua cabeça ainda girava e ela ainda sentia uma vontade idiota de rir por qualquer coisa. A maquiagem já havia sido retirada de sua pele, mas os lábios ainda estavam mais avermelhados que o normal pela intensidade do pigmento do batom que antes marcava aquele local.

Uma batida na janela atraiu sua atenção e sem se preocupar com o fato de que pouco tecido a cobria, levantou-se indo em direção ao som.

Abriu o vidro e se surpreendeu quando James pousou no seu quarto.

Exatamente.

Pousou.

Porque ele estava numa vassoura.

— O que está fazendo aqui? – Ela perguntou, confusa. – Como entrou?

— A proteção não é muito alta, consegui burlar a barreira voando pra cima e depois descendo. E eu precisava ver se você está bem.

— Sirius te mandou aqui? – Perguntou cerrando os olhos.

— Não, Six nem sabe que eu estou aqui. Ninguém nem imagina. Estavam todos dormindo quando eu saí.

— Ok... Ahn... – Zan se forçou a raciocinar. – Eu estou bem sim, por que não estaria?

— Percebi que você ficou desconfortável quando dançou com aquele último homem. – James se referiu ao Riddle. – Quem é ele? Ele parecia próximo da sua família.

Zaniah sabia que tipo de pergunta James fazia. Para a pergunta de James, a resposta seria Tom Riddle, ou Lorde das Trevas. Mas aquela pergunta, para Zan, tinha outro peso. Quem era Tom Riddle? O homem que a encantou com suas palavras e seu poder ou um homem poderoso que a tratava como um soldado qualquer? As palavras do Lorde ainda estavam frescas na sua mente.

Lembre-se que sempre que sair da linha, eu te coloco de volta.

— Eu não sei. – Zaniah disse, com os olhos marejados. – Eu achei que o conhecia, mas aparentemente não o conheço. – Ela disse, visivelmente abalada, caindo no choro logo em seguida.

O medo que sentiu naquele momento a deixara com essa vontade iminente e o álcool em seu sangue não a permitia segurar as lágrimas.

Sentiu seu corpo ser envolvido num abraço por James, que a segurava protetoramente contra seu peito deixando que ela chorasse à vontade ali.

Mas não durou muito. As lágrimas de Zaniah logo se secaram, talvez por falta de hidratação, e então a garota se concentrou em respirar fundo para se acalmar. Ainda abraçada a James, ergueu sua cabeça para agradecê-lo por estar ali, mesmo que essa girasse.

Encontrou os olhos castanho esverdeados de James a olhando com cautela e com um carinho que ela não sabia dizer se merecia.

Sentiu a respiração do grifinório bater contra seu rosto e, pela primeira vez, olhou James com os olhos de uma garota heterossexual. Agora entendia o que as meninas das outras casas falavam. James era realmente muito bonito. Por um segundo, desejou que ele afrouxasse o abraço ao redor de sua cintura, mas como se ele pudesse ler seus pensamentos, ele apenas aumentou a pressão em sua pele, fazendo seus corpos, já unidos, unirem-se ainda mais.

Uma chama de fogo se acendeu no interior de Zaniah. Uma chama que ela não sabia de onde vinha.

Do Fire Whiskey, será?

Quando se deu conta, encarava os lábios de James com necessidade. Ele segurou seu queixo com possessão e tomou seus lábios de maneira urgente. As mãos de Zaniah, antes ao redor do tronco do castanho, subiu até seus cabelos, bagunçando os fios enquanto afundava os dedos ali. Já as mãos de James foram parar onde antes estavam os braços, na cintura da garota.

As línguas se enroscavam ferozes quando James encaminhou-os até uma parede, pressionando seu corpo contra o de Zaniah, que estava na parede. Suas mãos deslizavam por toda lateral do corpo da caçula dos Black’s, que se deleitava com aquelas carícias. Zaniah foi rápida ao passar suas mãos para debaixo da blusa de James, arranhando seu abdômen definido. Como resposta, James apertou forte a nádega direita de Zaniah, que jogou sua cabeça para trás com a sensação. James aproveitou aquele momento e afundou seu rosto contra o pescoço da garota, distribuindo beijos molhados por toda aquela pele tão bem cuidada. Zaniah num movimento rápido, puxou a barra da camiseta de James para cima, e ele ajudou-a a se desfazer daquela peça de roupa. Beijaram-se mais até que Zaniah o empurrou para trás, até que James sentasse na cama.

A cama era alta, então quando James sentou, Zaniah se pôs entre suas pernas e continuou o beijando intensamente. Suas mãos passavam por todo tronco atlético do rapaz, que agora aproveitava da falta da parede atrás da garota e explorava todo seu corpo com as mãos. Em um certo momento, James pousou as mãos na barra da camisola de Zaniah, que em resposta pousou sua mão no cós da bermuda do Potter. James deslizou suas mãos para debaixo do tecido fino da camisola de Zaniah, descobrindo que ela estava apenas de camisola.

Aquele toque fez Zaniah suspirar audivelmente e começar a desamarrar o cordão que prendia a bermuda a James. James logo se levantou, facilitando o trabalho de Zaniah em escorregar a bermuda para fora do corpo do dono e o garoto aproveitou para retirar a camisola da mais nova, olhando para a imagem de Zan sem nenhuma única peça de roupa. A mais nova corou levemente com a intensidade do olhar do Potter, que beijou seus lábios suavemente antes de virar seus corpos e a deitar na cama. Ela arqueou seu corpo quando ele, ainda de pé, apertou o interior de sua coxa, com a mão perto demais do lugar que a esquentava por inteiro.

Segundos depois, James se deitava por cima dela, apoiado em seus cotovelos na cama, e voltava a beijá-la. Zaniah correspondeu no mesmo instante e, numa tentativa de juntar ainda mais seus corpos, abraçou o quadril de James com suas pernas, chocando suas intimidades que eram separadas apenas pelo tecido da cueca do garoto.

Aquele movimento fez James gemer baixo contra os lábios de Zaniah, que sentiu prazer em ouvi-lo gemer. Levantou ainda mais seu próprio quadril e rebolou contra o membro de James, deliciando-se com a sensação que aquilo lhe causava. O mais velho, mesmo que hesitante, se afastou dos lábios da garota e desceu os beijos do seu pescoço até seus seios. Onde distribuiu beijos molhados por ali e começou a sugar o seio esquerdo, enquanto apertava o esquerdo com sua mão. Aquilo era gostoso. Não fazia Zaniah ter vontade de gemer, não causava um prazer indescritível, mas lhe dava ainda mais tesão. Segurava os cabelos de James, fazendo pressão para baixo, afim de provocar ainda mais contato entre sua pele e a boca do garoto. Esse começou a descer seus beijos pela extensão do tronco de Zaniah, o que lhe causava leves espasmos. Quando James pulou de seu umbigo até o interior de sua coxa e deixou um beijo molhado ali, Zaniah se sentiu ferver. Ainda com as mãos no cabelo do garoto, tentou forçar sua cabeça mais para cima, até chegar na fonte de todo seu calor. James riu levemente antes de erguer seus olhos para ela, afim de ver sua expressão quando lhe tocasse com os dedos.

E foi incrível, para os dois. Zaniah já havia se tocado ali outras vezes, mas era diferente de quando outra pessoa o fazia. E James se deliciou com a expressão de puro prazer que sua companheira fez. Assim, introduziu seu dedo médio na garota, enquanto o polegar brincava com seu clitóris. Zaniah arqueou o corpo para cima e gemeu baixo quando James começou os leves e rítmicos movimentos. O puxou para si, afim de beijá-lo enquanto ele mantinha suas mãos na sua intimidade. Abriu suas pernas, dando-lhe ainda mais acesso ao seu corpo, e concentrou-se em deslizar a cueca do companheiro para fora de suas pernas.

Quando James sentiu seu membro livre suspirou prazerosamente durante o beijo. Quando ele se chocou com a intimidade de Zaniah, os dois gemeram baixo. Aquilo estava perigoso, íntimo demais. James voltou a beijar toda extensão do corpo da garota, mas dessa vez chegando até onde antes tinha seus dedos. O primeiro toque da língua de Potter contra sua intimidade fez Zaniah estremecer. Nunca havia experimentado algo tão bom quanto aquilo na vida. A língua de James sugava o clitóris de Zaniah enquanto seu dedo a penetrava fundo. As pernas de Zaniah abriam-se cada vez mais, numa tentativa desesperada de sentir ainda mais prazer. Ela ondulava seu quadril na direção da boca de James, afim de ajudar no seu próprio prazer, intensificando os toques.

— James. – Ela gemeu baixinho enquanto puxava ainda mais seus cabelos.

Aquilo foi como uma recarga energética para o garoto, que começou a chupar a garota com ainda mais afinco, penetrando um segundo dedo nela.

Agora ele precisara diminuir o ritmo de sua mão, percebeu, pois Zaniah era realmente apertada e havia mostrado desconforto. Agora ia com mais calma. No entanto, não ficaram muito daquela forma, pois Zaniah puxou James de volta para seus lábios. Naquela posição, as intimidades voltavam a se tocar, causando um arrepio mútuo. James pressionou levemente e Zaniah ronronou com a situação.

— Eu preciso te recompensar. – Ela sussurrou para ele, empurrando-o para o lado, de forma que ele deitasse na cama. Zaniah sentou em seu abdômen, e começou a trilha de beijos pelo corpo de James. Ao se levantar para se mover mais para o pé da cama, Zaniah esbarrou suas intimidades propositalmente, dessa vez com a cabeça do membro de James posicionada na sua entrada. Aquilo a fez fritar. Mas continuou firme em seu objetivo e poucos segundos depois, estava com o membro de James na boca. Ela lambia toda a extensão, mas ao ver que o parceiro sentia mais prazer quando sua língua tocava a glande, concentrou seus movimentos àquela região.

James agarrou seus cabelos e a ajudou com o ritmo dos movimentos, ora apenas na cabecinha, ora fazendo-a engolir toda extensão de sua intimidade. Zaniah começou a masturbar James enquanto mantinha apenas sua glande na boca e aquilo parecia ser o próprio Céu para James, que apenas passava a mão pelo corpo de Zaniah.

— Zan, eu não vou mais aguentar. – Ele disse ofegante e como resposta Zaniah engoliu todo seu membro. Foi preciso mais alguns segundos para que James se derramasse por inteiro dentro da boca da Black, que engoliu todo líquido levemente amargo do parceiro.

James a puxou para um beijo feroz, mas logo separou-os, fazendo Zaniah apoiar seus joelhos no colchão, um de cada lado da cabeça de James. Zan não precisou que ele lhe explicasse o que fazer, com cuidado Zaniah desceu sua intimidade até os lábios do Potter, que lambia e sugava seu clitóris com alvedrio. Enquanto isso, penetrava a garota com um dedo. Zaniah rebolava na cara dele, controlando o ritmo. Sentia-se esquentar cada vez mais quando uma onda de prazer a inundou e ela acabou por soltar um gemido rouco, não muito alto. A sensação era indescritível, era como voar, mas muito melhor. A deixava nas nuvens e aquecia e esfriava seu corpo ao mesmo tempo.

Tombou para o lado de um James que parecia satisfeito, mas que parecia ter recobrado a consciência. A mesma consciência que Zaniah havia esquecido. Os dois se levantaram e vestiram-se com pressa.

— Sirius vai me matar! – James disse assustado.

— Você não precisa contar isso pra ele. Não fará bem para nenhum de nós. – Zaniah disse eufórica. – Ninguém além de nós precisa saber disso.

James assentiu.

— Você tem razão.

Ele pegou sua vassoura e despediu-se de Zaniah com um singelo beijo nos lábios. Voou janela a fora, enquanto Zaniah a fechava e se olhava no espelho. Ao observar o colar em seu pescoço, achou que a culpa a dominaria. Não, no entanto. Zaniah não se arrependia nem um pouco pelo momento íntimo que tivera com James.