A Versão De Karin.

Nós somos seus pais.


Depois disso foram para casa, respiraram o ar de que sentiram falta. Foram para casa dos Kurosaki e fizeram o que tinham pra fazer, aquela noite Roki dormiria ali, no dia seguinte iria ver Urahara e Yoruichi acompanhado de sua melhor amiga.

...

A manhã chegou rápido, mais rápido do que Saroki queria. Passou a noite em claro, pensando em como explicar para Urahara e Yoruichi que na verdade não era filho deles. Pensou em Yoruichi, por mais dura que fosse perto dele era sempre um pouco menos.

Suspirou, foi até o banheiro e observou as olheiras profundas, fazia dias que não tinha uma noite de sono inteira. Fez sua higiene e desceu até a cozinha, Yuzu como sempre já estava preparando o desjejum.

_Ah, bom dia Saroki-kun. Hoje não teremos torradas, espero que goste do meu arroz, sinto muito.

_Ah, não faz mal.

Pouco tempo depois Ichigo e Karin estavam ali embaixo com uma cara de sono e ainda com os pijamas. Uma típica gota pairou sobre as cabeças de Yuzu e Roki. O loiro não pode evitar uma risada.

Karin encarou-o friamente como quem diz: Ria novamente e encare a morte.

Ele se calou, enquanto os outros dois sentavam-se sem pronunciar uma palavra. Não demorou a Isshin entrar em casa, atacando Ichigo. Eles comeram, na típica “tranquilidade” da casa dos Kurosaki, Karin se trocou, e algum tempo depois a morena e o loiro estavam a caminho da loja Urahara.

Quando chegaram até a simples loja, o loiro suspirou profundamente, e antes mesmo que pudesse pensar em qualquer coisa, sente dois braços em volta de si e um choro extremamente novo para ele.

_Baka! Baka! Baka, baka, baka! – ela estava com a roupa do colégio, devia estar se arrumando pra ir quando sentira a reiatsu dele.

O loiro retribuiu o abraço fortemente, e beijou a testa da garota baixinha.

_Eu estou de volta Ururu-chan. – se afastou um pouco dela e abriu um grande sorriso só e unicamente para ela. – Sentiu minha falta?

_... – ela o encarou fuzilante corada e deu uma cotovelada bem merecida no estômago do loiro. – Porque deveria?

Ele riu, mas não respondeu. Pouco tempo depois entraram na loja prontos para encarar os dois. Urahara estava na sala, sua expressão preocupada deixava claro que apesar de já ter sentido a reiatsu isso não foi nem de longe o bastante para tranquiliza-lo. Estava com Yoruichi na forma humana deitada em seu colo, acariciava seus cabelos.

Sentaram sem pronunciar uma única palavra. Isso incluía Ururu que poucas vezes sentara-se a mesa quando havia visitas.

_Urahara-san, suponho que já saiba de tudo... – começou Karin.

_Sim, eu sei já me contaram tudo, Yoruichi-san também já sabe. – sorriu para Roki.

_Se quiser me mandar embora daqui, me mande, afinal não sou realmente seu filho... – comentou cabisbaixo Roki.

_Saroki-san. – chamou. – Você consegue ver a mim e a Yoruichi-san como seus pais?

_Não conseguiria reconhecer mais ninguém como eles.

_Também não conseguimos ver mais ninguém como nosso filho, então Saroki-san... – sentou-se ao seu lado e sorriu sem o leque. – Você é nosso filho.

O garoto sorriu como uma criança que acaba de conseguir o que queria. E ele realmente era uma, ele era apenas uma criança que conseguiu o que queria, ele queria pais, ele queria carinho dos pais, e agora ele teria, mais do que ninguém.