A Versão De Karin.

Dialogo com zanpakutös. Memórias. Sentimentos.


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No capítulo anterior:

_Você não está mentindo está? – perguntou frio o grisalho. – Se estiver, não sairá vivo daqui, não te perdoarei.

_... – o garoto suspirou. – Acha mesmo que eu gostaria de ver a garota que amo chorar? – sorriu brevemente com a confissão.

_Você... – sacou a zanpakutö. – É nosso inimigo.

Nesse capítulo:

_Compreendo. – disse simplesmente. – Não precisa me explicar o motivo de concluir isso, eu entendi. Mas eu não irei atacar, não devo machucar ninguém por motivos... Pessoais.

O grisalho franziu as sobrancelhas, a raiva era maior que a razão. Atacou, não havia sequer escolha, o que controlava aquela luta não era a mente, mas o coração, aí que se encontrava o perigo.

[...]

Karin correu o tanto que pode e assim que os ruídos das lutas não eram mais ouvidos desabou em prantos.

“Aquele Toushiro idiota! Se não tivesse o conhecido meus sentimentos não estariam assim, eu não acredito que alguém como eu está a chorar por isso. Se não fosse por ele, eu teria certeza de que amo o Roki.

Esse grisalho maldito, porque apareceu na minha vida? Só pra complicar mais ainda o que já era complicado. Eu sou mesmo idiota em acreditar e seguir meu coração olha só a merda que deu.”

Karin-dono...

Karin-sama...

“O que vocês querem Hinoumi, Kaisetsu?”

Nós... Só queríamos ajudar

Sabe que pode contar conosco

“Porque parece que minha vida é a pior?”

Talvez porque não saiba como é a dos outros

Ajudou muito em Hinoumi? Karin-sama, eu estive pensando... Se o Roki realmente não é uma pessoa... Como ele se tornou shinigami sem seu pai sequer suspeitar das coisas?

“Kaisetsu!”

O que foi? Deu terremoto no seu mundo interior! É louca? Quer me matar?

Fiquei no vácuo...

Cala a boca Hinoumi.

“Caladas as duas! Eu descobri!"

O que?

“O Roki não é falso, eu não sei como sei, mas eu sei! Se ele fosse o Urahara teria notado...”.

Talvez seja porque não o deixaram entrar

Porque talvez...

“Ele não fosse realmente um invento, mas na verdade uma isca para me atrair aqui para atrair meu irmão! Isso tem que ser isso! Eu tenho que voltar, tenho que contar isso a ele.”

[...]

Toushiro ainda lutava com o garoto que o fizera sentir mais raiva do que nunca. Roki como tinha avisado nunca atacava apenas defendia ou jogava o outro longe. Ele não iria conseguir sobreviver por muito tempo.

_Hitsugaya. – chamou depois de coloca-lo pra longe mais uma vez. – Eu não estou do lado deles.

_E como explica tudo o que falou?!

_Não tem explicação, eu simplesmente não estou... – foi atacado novamente, defendeu com agilidade. – Mas mudando de assunto... Como vai a vida na Soul Society?

_Você é louco? – estava indignado com a simplicidade com que o garoto falava.

_Já disse, eu não sou seu inimigo, não a nada que impeça pessoas de conversar se elas não são inimigas certo?

_Eu posso não ser seu inimigo, mas você é meu.

_Só porque eu disse que a amo?

_... – o grisalho atacou mais forte ainda.

_RESPONDA! – gritou.

_CHEGA! – escutaram um grito, era ela. – Nenshö Oboreru, Hinoumi. Tōketsu chissoku, Kaisetsu.

Nesse momento, a zanpakutö do Hitsugaya foi parada por um pilar de gelo, e a de Roki começou a pegar fogo.

_Como você...? – disseram os dois ao mesmo tempo encarando a imagem dela com uma zanpakutö em cada mão.

_Como se já não bastassem todos os problemas, vocês ainda inventam mais um? – foi até onde estavam os dois, e depositou um soco em cada braço. – Bakas.

De algum jeito os três sorriram por apenas um instante.

_Roki, você não é falso. – olhou-o.

_Também conclui isso. – comentou o grisalho. – Você provavelmente é alguma cobaia com reiatsu alta que os arrankar sequestraram, e reaproveitaram nesse plano.

_Como vocês tem tanta certeza disso? – perguntou.

_Seis anos atrás, eu estava em missão na cidade de Tokyo, e eu vi um garoto loiro com uma expressão triste, ele tinha acabado de ver na TV, que seu melhor amigo tinha morrido.

Saroki arregalou os olhos lembrando-se.

_Então, ele me viu e sorriu. – Toushiro deixou escapar um pequeno sorriso também. – E me disse as seguintes palavras: “Mande logo meu amigo pro céu, por favor. E ajude-o a chegar em segurança.”.

_E porque você se lembra do menino? – perguntou o loiro já com lágrimas nos olhos.

Cada memória voltava a mente de Saroki, seu passado, quando e como seus pais morreram, porque fora morar com aquela senhora, e quando um arrankar tentara o matar mas algo o protegera, mas este acabara sendo morto, logo levaram o menino.

_Porque ele também me disse: “Eu adoro vocês que protegem os espíritos, parecem anjos só que com katanas! Quando eu morrer eu quero ser um e ajudar os espíritos também!”. Foi exatamente nessa época que eu estava perdendo o gosto por viver como eu vivia... Foi você quem me ajudou a recuperar essa vontade de viver mesmo morto. Por isso eu me lembro de você. – sorriu de verdade.

A essa altura o suposto Urahara já estava chorando, tudo aquilo que pensara viver de ruim e de bom era mentira, mas ao mesmo tempo, agora tinha a possibilidade de viver. Viver como ninguém.

_Eu não vou te abraçar... – comentou o loiro.

_Tudo bem, eu não quero abraço. – respondeu sério.

_Meu Deus, que mau humor, até esqueceram-se de mim. – brincou Karin sentada na areia.

O loiro deu uma leve risada e se virou para ela.

_Obrigada Karin. – disse. – Obrigada Hitsugaya Taichou.

_Já que descobrimos tudo isso, temos que ajudar os outros... – disse Toushiro. – Ah é! Kurosa-... – ela o encarou friamente. – Karin... Você estava chorando?

_Ah, isso? – instintivamente levou as mãos aos olhos. – N-não foi nada estou bem...

_Sei... – responderam os dois. – Dá pra parar de falar junto comigo?!

Nesse momento a morena começou a rir, mas rapidamente mudou o humor apontou a zanpakutö para o pescoço de ambos.

_Vamos, se eu ouvir qualquer resquício de brigas eu não mato, mas irei mutilar ou ferir gravemente vocês dois. – depois sorriu fofamente.

Os três saíram dali, nenhum sabia direito o que pensar mentes bagunçadas de cabeça para baixo. Enquanto Roki tentava organizar sua mente com as memórias ao mesmo tempo em que tentava concluir se seu sentimento era verdadeiro, Karin tentava descobrir quais eram os seus, e Toushiro entender os dele.