A garota estava jogada no chão, quase desacordada, seu rosto cheio de hematomas e sangue. Dois homens a chutavam com força, um nas costas outro no estômago.

— Podem parar agora.

Aquele era um dos chefões do C.R.U.E.L. ele se aproximou e agachou de frente para a garota, tinha levado tantos socos que nem conseguia abrir os olhos direito, sua boca também estava cheia de sangue. Ele agarrou seus cabelos da nuca virando o rosto dela em sua direção.

— Essa é a última vez que vou perguntar, para onde você os enviou?

Mesmo dolorida a menina deu um sorriso irônico e uma risada.

— Eu não vou te contar.

— Então não tenho outra escolha a não ser te matar.

Ele a soltou com brutalidade no chão, pegou o revólver no coldre e apontou pra ela.

— Não tenho nada a perder. – ela continuava sorrindo

Antes que o homem conseguisse apertar o gatilho uma voz foi ouvida de seu Walkie Talkie. Era uma voz de garota.

— Encontramos, encontramos todos eles.

— Encontraram Ele? – o homem deu ênfase na última palavra

— Sim.

— Traga-o até aqui.

O homem guardou o aparelho e virou para a menina no chão com um sorriso de escárnio.

— Acho que você tem uma coisa mais importante pra perder do que sua vida.

Alguns minutos se passaram, então mais dois guardas entraram naquela sala segurando um garoto alto, loiro e bem magro, ele tinha um olho machucado, provavelmente tinha levado um belo soco. Atrás deles entrou também uma garota, aquela que tinha falado com o “chefão” pelo Walkie Talkie.

— Agora a coisa é bem simples, você vai me dizer pra onde mandou todos aqueles grupos de garotos senão seu irmãozinho aqui vai ficar bem pior do que você.

Agora os dois irmãos estavam na mesma situação, de joelhos com cada braço sendo segurado por um dos guardas e um deles segurava a cabeça deles para que fitassem o agressor.

— E então, o que me diz?

A menina ainda estava chocada, tinha certeza que a essa hora todos os que tinha enviado estavam bem longe dali e em segurança, o que teria dado errado?

Seus pensamentos foram interrompidos pelo mesmo homem de antes, ele começou a socar o estômago de seu irmão.

— Ta bom, para com isso, eu falo! Eu falo, eu falo!!!

O homem sessou os socos e voltou sua atenção pra ela.

— Eu digo tudo, só deixa ele em paz.

— Ótima resposta.

Os guardas que seguravam o menino saíram carregando ele, ela foi levada para outra sala, agora com computadores e mais equipamentos eletrônicos, deu as instruções de onde estavam todas as localizações dos grupos que tinha enviado para longe dali.

— Muito bem Katherine, fez uma ótima escolha, mas receio que não possamos mais mantê-la aqui, o que você fez é imperdoável.

— O que quer dizer? O que vão fazer comigo.

— É realmente um triste desperdício, você tinha um grande futuro aqui. – agora ele estava próximo dela, tirando alguns fios de seu rosto – Preparem a caixa. – ordenou

— NÃO! POR QUE NÃO ME MATA LOGO DE UMA VEZ?!

— Já é um desperdício a mandarmos para lá, matá-la seria burrice.

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa levou mais um golpe na cabeça fazendo-a desmaiar.

Quando acordou estava em um lugar diferente de antes, mas ela conhecia muito bem onde era. Era como se não estivesse totalmente acordada, várias pessoas com máscaras estavam acima dela, sua visão era turva, estava muito iluminado ali.

— Tudo bem Katherine, daqui alguns minutos você não lembrará de mais nada, mesmo não estando planejado você poderá nos render bons resultados nos experimentos.

Ela queria se levantar, bater em todos ali e sair correndo, mas não conseguia mexer nem um dedo.

Apagou de novo.

Teve mais um momento de consciência quando estava sendo colocada na caixa.

“É isso, acabou.” – pensava – “Deu tudo errado e agora estou indo para aquele inferno, tudo culpa dela... como era o nome dela mesmo? Não consigo nem lembrar do rosto dela direito, já estou perdendo minhas memórias...”

Tudo estava pronto, dessa vez não mandariam suprimentos, somente ela.

“Não podia ter deixado ele sozinho... devia ter sido mais cuidadosa... como o... como meu irmão chama mesmo?”

Tudo estava escuro, o compartimento começou a se mexer, logo a sirene seria ouvida.

“Pelo menos isso tenho que guardar... como era???”

Antes que caísse desacordada novamente um nome pulou em sua mente.

“Newt!”