Hinata suspirou, cansada. Sentou-se, sentindo o coração apertar-se perante a imagem que naruto apresentava. O rosto coberto de hematomas, as roupas rasgadas... Hinata desviou o olhar, quando o loiro chegou perto dela. E pela primeira vez em sua vida, ele parecia mais constrangido que ela. Ele estava cocando a nuca, quando começou a falar.

- Ohayo... Pelo visto o Neji já lhe contou.

- Hai. – ela falou desviando o olhar. Saber que Naruto achava que ela estava grávida, dera fim aos seus sonhos mais secretos, que ele pudesse querer ficar perto dela... por nenhum motivo em especial. E também a fazia questionar-se, que espécie de coisas o loiro tinha na cabeça... Ela, GRAVIDA? Hinata morreria antes de deixar Naruto saber, que o primeiro beijo que dera na boca de alguém, fora ele que roubara naquela missão.

- Eu... não tenho desculpas para dizer o quanto cego, burro e estúpido eu fui. Se bem que depois da surra do Neji, juro que nunca mais vou pensar qualquer coisa indecente a seu respeito novamente, dou minha palavra! – Ele falou, decepcionando-se quando ela apenas assentiu. Ele sentiu alguma coisa se apertando dentro do seu peito. Hinata estava reagindo ate de maneira calma, perante as outras pessoas. O silencio instalou-se entre eles.

Naruto começou a equilibrar o seu peso em uma perna, depois da outra. Hinata, que era a pessoa que mais tinha direito a querer mata-lo por conta daquilo... Continuando a olhar para qualquer lugar, menos para ela. Bem, ele esquecera completamente que, quando eram crianças, ela costumava desmaiar.

- Bem... Sabe... – Naruto chutou levemente uma pedra, enquanto pensava o que ia falar. Ele queria que Hinata continuasse a pelo menos falar com ele! – Quando eu comecei a pensar... que você... – ele cocou a cabeça novamente. – Bem, a única coisa que eu pensei, foi que eu ia chegar antes do Neji para matar o cara que tinha deixado você daquele jeito, sozinha... Afinal, eu não sabia de nenhum casamento proximo seu... Neji teria contado.

- Não precisava se preocupar comigo, Naruto. – Hinata finalmente rompeu o silencio. – E quanto a sua confusão... Eu não me importo. – era tão obvia a mentira, que Naruto resolveu relevar, perante algo de importância maior.

Naruto. Sem o kun, que ele havia se acostumado desde a academia... Ela estava realmente magoada, irritada com ele. Aquele aperto no peito novamente. E muito maior. Naruto encarou a garota, finalmente. Hinata estava bastante pálida, os olhos inchados de chorar.

- Hinata, você precisa me desculpar... por favor. – Naruto ajoelhou-se perante ela. – Me bate, xinga, qualquer coisa. mas fala comigo!

- Naruto... eu... - Ela não sabia o que dizer. Ele ajoelhado a sua frente? O orgulhoso, gentil, seu único amor, ajoelhado a sua frente? – levante-se, por favor!

Ela se sentia extremamente constrangida.

- So depois que você me perdoar!

- Eu lhe perdôo! – ela tentou puxa-lo por um dos braços. Abaixou-se, tentando ergue-lo. Do nada, Naruto ergueu o rosto, ficando os olhos de ambos a centímetros de um do outro.

- Você me perdoa, mesmo, não so da boca para fora? – Naruto sussurrou, fitando os olhos perolados. Ela assentiu, lentamente. Quase da mesma forma, a mao de naruto pousou na parte de trás da cabeça de Hinata, apagando qualquer distancia entre eles.

- Ha...Hai... – ela murmurou, antes de fechar os olhos. Sentiu a boca de Naruto beijar a sua, delicadamente.

Depois de momentos, eles se separaram. Por mais que ela tivesse conseguido não desmaiar, durante o beijo, quando escutou as palavras do loiro não agüentou.

Eu só não prometo que não vou querer ficar beijando você, Hinata...

Naruto olhou para a mulher, que o examinava com olhar critico.

- Você quer o que? Desculpe, eu não entendi.

- Lámen. Pode ser de legumes.

A mulher de cabelos castanhos, encarregada pela cozinha, virou-se para a jovenzinha que também olhava boquiaberta para o príncipe.

- Jun, vá imediatamente providenciar o que vossa alteza pediu. – ela falou com autoridade. Então, Jun, uma garota que aparentava ter uns dezoito anos, fez uma ligeira reverencia e saiu. A mulher, que tinha os cabelos presos em um coque, usava calças e um paletó vermelho, com uma blusa branca por baixo. Sapatos negros baixos completavam o traje, que seria austero, se não fosse a cor inflamada do conjunto. Ela olhou com firmeza para Naruto. – já devia ter aprendido, Haijame-kun, que não deve ficar vindo até as cozinhas. Eu lhe acompanho até sua mãe.

- Muito obrigado, mas... – a tentativa de protesto de Naruto foi cortada, com um puxão de orelhas. A mulher o pegou com firmeza, andando rapidamente. – ei, me solta! Eu não fiz nada para me... Ai, ai....

Naruto foi protestando, até encontrar-se em uma sala enorme. O teto era recoberto de mármore branco, as paredes enfeitadas com plantas. No centro, haviam alguns degraus, que formavam um pequeno quadrado mais elevado que os outros, com uma cadeira dourada baixa.

Kushina estava sentada nela, usando um quimono azul escuro, cabelo preso em um coque. A imperatriz estava conversando com cinco homens, todos vestidos de quimonos tradicionais, com barbas cerradas. A atenção de todos foi desviada para Naruto e a mulher, que fez uma meia-reverencia.

- Perdoe-me a maneira ousada, pela qual entrei, Kushina-sama, mas é que preciso urgente falar com você. – torceu um pouco mais a orelha de Naruto, que já estava pulando, os protestos aumentados.

Kushina encarou a cena, suspirando. Conhecia a mãe de Ryu desde que ambas usavam fraldas e o total desrespeito que ela estava apresentando no momento, somente podia significar uma coisa.

- Shiryu, Seya, Toshiro, Kuwabara e Yusuke... eu preciso de cerca de... uma hora com Sanae.

Os homens ficaram indignados. Quando começaram a protestar, Kushina levantou-se.

- Eu sei que a questão com Ichigo é importante...

- Importante não vital! – Yusuke protestou, muito exaltado. Kushina deu-lhe uma encarada assassina.

- Então, me diga, Yusuke... o fato de Ichigo ter mandado seqüestrar meu filho, tentando mata-lo, não apenas a três semanas, - Kushina aproximou-se do homem, e cada palavra era dita com firmeza, fazendo que ele empalidecesse, perante a frieza dela. - mas varias vezes, a primeira delas, quando ele tinha cinco anos e marcando o rosto dele com seis riscas, esse fato não quer dizer que meu... primo...

- Ichigo não é um homem confiável, Kushina-sama. estamos discutindo, justamente...

- Exatamente Seya. – Kushina virou-se para o homem de olhos claros e cabelos negros. – a questão é que Sanae alimentou Haijame, o herdeiro do trono, como a seu filho. Ela o tem na conta de um filho... ou acham que eu permitiria a qualquer ser vivo, que puxasse a orelha do meu filho?

Depois de mais alguns momentos, quando estavam a sós, Kushina encarou Sanae.

- Pode soltar a orelha de Haijame, Sanae, por favor?

- Eu soltaria... Se esse fosse o Haijame!

- E por que você acha que ele não é?

- Kushina, você mesma disse. eu alimentei Haijame com o meu leite. Esse idiota, acabou de me pedir para fazer lámen de legumes! Aposto que é alguém que Ichigo infiltrou para...

Kushina olhou para naruto, então assentiu.

- Então, meu filho decidiu superar um trauma e apenas por conta disso você está fazendo um escândalo daqueles?

- Kushina... eu nem vou responder a isso, hime. – Sanae soltou naruto, cruzando os braços. – Deixe-me entender então a questão. Você, por algum motivo que eu não sei qual, decidiu, que não vai mais confiar em uma pessoa que você conhece desde as fraldas?

- Eu confio a você meus filhos, Sanae, sem a menor sombra de dúvida! A questão apenas é que... Depois do que Emiko fez, eu preciso...

- Alto lá. Filhos? E o que a santa Emiko aprontou? – olhou para Naruto. – Ele tem algo a ver?

Kushina suspirou.

- Sente-se. e depois que eu contar tudo, me diga se Emiko não fez uma grande...

**************

Sanae começou a gargalhar, enquanto Emiko a olhava de maneira reprovadora.

- Quer parar? Isso não tem graça nenhuma!

- Essa é uma historia para cair o queixo, a bunda e perder as calcinhas! – replicou, enquanto colocava uma bandeja com uma tigela cheia de lamem, na mesa ao lado da cama, no quarto de Hajaime, que Naruto ocupava. Ao sentir o cheiro da sua comida favorita, ele entrou imediatamente no quarto, pois estava na varanda conversando com Kushina. A imperatriz veio logo atrás, sorrindo quando viu naruto queimar a boca, na ânsia de comer o seu prato favorito.

- Mais cuidado, Naruto.

- Naruto Uzumaki... bom, agora que o menino está alimentado, eu questiono algumas coisinhas... tipo básicas, kushina.

- O que foi, Sanae?

- Bem... o quesito aparência, até que dá para enrolar, com as roupas do Haijame.

- Então, qual o problema, Sanae? – Kushina pediu impaciente.

- O problema é o de sempre. Ichigo. Se ele descobrir que Naruto está aqui e não Haijame... E já que a nossa Emiko, quando faz merda, faz a merda completa, pois o calhorda sabe que Haijame não é o...

- Eu não tenho culpa se justo naquela semana, você tinha ido atrás do pai de Ryu! – Emiko explodiu. – E Ichigo, naquele dia era a única opção de ajuda que eu poderia ter no parto!

- Bem, eu não tenho culpa, se tive a informação que Jiraya...

- Por favor – Naruto largou a tigela, quando percebeu que as duas estavam a ponto de estapear-se. – no fim das contas, acho que foi a melhor coisa que aconteceu!

As duas se viraram para ele.

- Como assim? – Sanae ergueu uma sobrancelha. – você acha que...

- Se eu tivesse sido criado aqui, provavelmente Haijame e eu teríamos sempre corrido perigo. Talvez, já estivéssemos mortos até.

Kushina ofegou com aquela afirmação. Fechou os olhos, agradecendo aos céus, o fato de Naruto e Haijame estarem vivos.

- Nesse lado... você tem razão. – Sanae olhou com certa superioridade para Emiko. – mas eu ainda acho que você fez uma merda das grossas!

- Calem a boca. – Kushina falou, olhando para Naruto. – Entao você se sente feliz por ter sido criado em Konoha?

- Se eu não tivesse sido criado em Konoha, talvez... – ele ficou pensativo. – Eu não tivesse conhecido a Hinata-chan... Não teria me apaixonado por ela.

- Que fofo. – Sanae levantou-se e apertou as bochechas de Naruto. – por que o meu filho não pode criar vergonha na cara e achar uma garota para botar coleira nele, como a Hyuuga fez com esse daqui?

- Sanae! – Kushina revirou os olhos. Como uma mãe daquelas, era impossível pensar que Ryu fosse ter uma linha de linguagem diferente.

- Ah, mas isso é tão fofo! Vocês já marcaram a data do enforcamento? – Sanae pediu com os olhos brilhando.

- Não... Hinata-chan não quer casar, pelo menos enquanto ela não tiver contado ao pai.

- Entendo. – Sanae assentiu. Então ela ficou séria novamente. - Como Naruto vai se virar no campeonato de shouji? Até morto, Haijame iria dar um jeito de participar!

Naruto ficou paralisado. Pensando bem... nas duas péssimas situacoes que ele se metera, ainda era preferível o tal campeonato de shouji. Afinal, ele não corria o risco de sair castrado por ter deixado Hinata realmente grávida.

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