Assim que chegaram ao andar, perceberam que havia alguma coisa errada ali. Havia uma corrente de ar pelo curto corredor, o que era estranho, pois não havia janelas. Não havia corrente de ar nos outros andares, porque ali haveria? Estranhando aquilo, Derik e Kirsten colocaram suas armas em punho e andaram cautelosamente pelo pequeno hall.

Derik estava na frente, a fim de proteger Kirsten de qualquer ameaça. Passaram pela porta da saída de emergência e se depararam com uma das portas do elevador, logo ao lado estava a porta que daria para a cozinha do apartamento. Kirsten aproximou-se e certificou-se, estava trancada. Um pouco mais adiante estava um pequeno corredor que levava para a porta principal. Derik avançou com cuidado, sempre rente à parede.

A primeira coisa que perceberem foi que a porta estava escancarada, por isso havia uma corrente de ar ali. Eles ficaram em estado de alerta, parece que Jordan estava tentando fugir. Um suspeito? Tão cedo? Perguntou-se Derik um pouco decepcionado.

A luz da sala estava acesa e umas das portas da varanda estavam abertas, fazendo as persianas dançaram freneticamente. Eles adentraram no apartamento com cuidado e esperaram algum movimento brusco ou um ataque, porem tudo se manteve estático. Derik percebeu que havia um saco de batata Ruffles espalhados no chão, juntamente com uma garrafa de vinho vazia. Estranhou o que viu, mas tinha que voltar a sua vistoria. Kirsten tirou uma câmera de seu bolso e tirou uma foto.

- Vamos – falou baixo e gesticulando para olharem o restante dos cômodos.

Eles se separaram afim de que a revisão fosse rápida. Kirsten ficou com a cozinha e com a área de serviço. Não eram cômodos muito grandes e não havia como se esconder ali, havia poucos objetos para que pudesse ocultar alguém. Ali estava “limpo”. Derik averiguou os quartos e os banheiros, assim como a área de serviço e a cozinha, não havia muitos objetos para que alguém pudesse se esconder. Ali também estava “limpo”.

- Atenção, quero que façam uma busca no prédio, há alguém desaparecido aqui. Há um morador fora de seu apartamento. Pode ser um suspeito, repetindo: pode ser um suspeito. – Disse Derik passando as informações pelo rápido.

Derik voltou para sala, onde Kirsten já estava trabalhando.

- Não há ninguém aqui, coloquei alguns homens para fazer uma busca no prédio – comunicou.

- Acha que ele vai estar aqui? – perguntou Kirsten duvidosa, enquanto tirava algumas fotos da sala em ângulos diferentes.

- Acredito que não. Mas segundo o porteiro, ninguém saiu.

- E você acha que ele saiu correndo por aí?

- Também não. Seja lá onde ele estiver nós vamos descobrir – disse Derik dando um tempo e olhando a cena do crime. Parecia incomum... Era como se Jordan tivesse saído repentinamente. – O que acha que foi?

- Briga de vizinhos, talvez... – palpitou Kirsten – A moradora de baixo falou de brigas constantes entre eles, Jordan pode ter a matado... Já vimos casos assim.

- Sim verdade, então você acha que ele encomendou um grupo de homens para matar uma advogada? Justamente no prédio que ambos moravam? Seria levantar muitas suspeitas, não acha?

- Concordo com você, e é por isso que estávamos aqui. Vamos investigar o que houve aqui e para sabermos disso precisamos encontra-lo ou encontrar o tal grupo de homens.

Enquanto Kirsten tirava fotos nos outros cômodos, sentiu o seu celular vibrar, nele havia uma mensagem de um dos funcionários da equipe de criminalística. Ela sorriu com o resultado e voltou a atenção para Derik.

- Olha – disse mostrando a mensagem que havia acabado de receber de seu celular – a digital foi identificada, e pertence a Jordan White, 34 anos e trabalha no hospital de referência Mount Sinai.

Derik pegou o celular e leu as informações básicas que havia ali.

- Jordan? Não foi esse o nome que a moradora falou? E que ele é médico?

- Isso mesmo – confirmou Kirsten.

- É, pelo visto temos um médico assassino. Digitais na cena do crime, índices de violências entre o suspeito e a vítima, o suspeito não se encontra no apartamento.... Aparentemente fugiu. As coisas não estão muito boas para esse doutor – falou Derik.

- Não, não estão. Talvez ele tenha tentado fazer os primeiros socorros na vítima... – sugeriu Kirsten.

- E depois resolveu sumir? Por quê? – Questionou Derik.

Kirsten ficou em silencio, sabia que as provas que tinham em mãos não eram suficientes, precisariam fazer uma investigação melhor. De antemão, as pistas inicias só apontam como Jordan o único suspeito do crime.

...

As portas do elevador se abriram e Derik e Kirsten saíram dele, ao entrarem no hall do prédio se depararam com mais uma pessoa no local.

- Quem é essa? – Perguntou Derik para Robert.

- Essa é Sarah, trabalha no meu escritório, também é advogada e amiga de Jéssica.

Sarah deu um passo a frente e se apresentou aos dois estendendo a mão. Os dois da criminalística a cumprimentaram e voltaram à atenção para Robert.

- Temos um suspeito – disse ele mostrando o celular para Robert – o nome dele é Jordan White, trabalha no Hospital Mount Sinai. Segundo os moradores do prédio eles viviam discutindo. Pelo jeito ele tentou se livrar do “problema”.

- E onde está o desgraçado? – Perguntou Robert.

- Ele não se encontra no prédio. Aparentemente ele fugiu.

Um silêncio se instalou na sala, mas todos podiam ver a ira que pairou ao redor de Robert. Sarah sabia que ele seria capaz de dar um murro se o visse, mas se seguraria ao nível máximo. Jéssica era uma das melhores advogadas de seu escritório e tinha construído uma belíssima carreira com a sua ajuda.

O clima ficou meio estranho e os três começaram a falar de outros assuntos pertinentes a investigação. Sarah foi tomada por alguns pensamentos e um deles era sobre o nome do suposto acusado. Aquele nome não era estranho, era um nome comum, mas para ela soava algo em particular. Para piorar a situação o nome e a profissão do suspeito fizeram com que ela ligasse o nome a figura do rapaz que tinha conhecido no Central Park. Seria possível que fosse ele?

- Tem alguma foto desse meliante? – Ouviu Robert perguntar aos dois. Ela se desvencilhou de seus pensamentos e se aproximou do trio.

- Sim – respondeu Kirsten já estendendo o telefone.

A foto dizia tudo. Jordan White, o suspeito, era o mesmo cara que ela tinha conhecido no Central Park.