A Seleção do Herdeiro

20- A invasão- Kile Woodwork:


20- A invasão- Kile Woodwork:

Pátio da frente- 20 minutos antes do ataque começar. Por Kile Woodwork.

Suspirei pesadamente e bocejei. Meu corpo todo estava dolorido. Já havia horas que eu estava parado em frente às portas da entrada do Castelo e meu turno acabava em 4 horas e meia. Precisava ficar suave e relaxado. Quanto mais eu pensava em dormir, mais eu me sentia cansado. Troquei o peso de pé e observei os muros do Castelo a minha frente.

— Woodwork, como vai a princesinha?- um dos guardas, o Gasparetto, disse sacana. Os outros quatro, Jones, Coelho, Moyes e Lasky, que estavam la fora conosco riram. Bufei irritado. Primeiro que eu queria saber como eles descobriram sobre a Eadlyn e segundo, homem é tudo idiota mesmo.

— Vai bem, porque pergunta?- perguntei calmamente. A coisa que eu mais aprendi com meu pai e com meus tios Aspen e Maxon, era que eu não podia cair nunca nas artimanhas dos guardas. Eles, como homens, eram idiotas.

— Nada.- Gasparetto negou com a cabeça enquanto ria.- Ela é boa?- voltou a perguntar. Os outros riram e eu suspirei. Dai-me paciência, senhor!

— Melhor do que a sua namorada.- comentei e me virei para ele.- Ah, esqueci, você não tem uma!- disse debochado. Os meninos riram alto e eu também não me conti ao ver o olhar irritado de Gasparetto.

— Ha Ha Ha! Que engraçado que você é!- ele murmurou bravo e eu ri de novo.

— Quem das selecionadas vocês pegariam?- Jones lançou a pergunta e eu fiquei quieto. Apesar de ser engraçado, eu não gostava de falar dessas coisas de Pegar, Transar e Largar. Já tive namoradas antes, mas nenhuma queria relacionamento sério. Era só a transa que importava.

— Ashley Nevada tem um bumbum que...- Coelho até salivou e riu em seguida.

— Mas vocês já viram o rosto e o corpo daquela Winter?Ela é muito gostosa!- Gasparetto disse normalmente e eu bufei.

— Ah, não. - Lasky disse ansioso.- Vocês podem citar todas essas meninas de corpo e rosto bonito. Mas apenas três tem inteligência e cativa com educação e gentileza.

— O trio das meninas superpoderosas. Florzinha, Lindinha e Docinho.-Moyes trocou o peso de lugar enquanto debochava. Não era exatamente um deboche, mas foi assim que nomeamos Helena, Anelise e Ashley. Helena era a líder. A mais inteligente, a mais bonita, mais educada e gentil, extremamente leal. Anelise era a lindinha, a meio frágil do grupo, a mais linda, de alma e tudo mais. Ashley é linda, mas durona e sarcástica.

— Prefiro a Ashley. É só uma para sustentar.- Gasparetto debochou um pouco.

— Se você está falando mal de Helena, é mais fácil ela te sustentar do que você a ela.- Moyes disse friamente. Comecei a rir e os outros me acompanharam.

— Podia ter dormido sem essa, Gaspar.- ri alto e logo recebi um chute.

— Cara, quer tomar uma bronca?- perguntou Moyes sério.- Você está rindo tão alto quanto uma hiena! Daqui a pouco nós todos vamos ter que pegar mais turnos!- disse irritado. Parei de rir e me acalmei. Era verdade, iriamos acabar nos ferrando muito se nos pegassem de palhaçada em plena 3 horas da manhã enquanto supostamente deveríamos vigiar os portões do castelo. E outra, era um saco ter que pegar turnos a mais sem nem ganhar nem uma graninha extra por isso.

— George disse algo para você?- Coelho voltou a perguntar depois de alguns minutos que ficamos em silêncio. O olhei e ele me olhou de volta.

— Sobre o que?- perguntei confuso.

— Sobre quem ele gostou mais.- disse calmamente. Me atentei ao seu nervosismo físico, estranhando. Coelho esfregava a mão na calça constantemente e suava que nem um porco. Estava frio, não calor. A roupa de guarda real era bem útil em quesito frio, pois esquentava bastante e isso impedia que ficássemos doentes ou algo pior.

— Como assim, cara? Que pergunta é essa?- continuei confuso. Coelho sempre foi mais na dele e geralmente só abre a boca para falar quando alguém pergunta ou quando um assunto chama muito sua atenção e é bem raro chamar sua atenção.

— Eu só to curioso com a escolha do príncipe, cara. Só isso.- disse sorrindo calmamente.

— Entendi.- murmurei desconfiado.- Então, ele não fala comigo sobre essas coisas. George é um cara mais reservado no amor.- troquei novamente o peso dos pés e o observei. Ele não pareceu feliz com minha resposta e eu fiquei curioso. O que sera que ele queria com essas perguntas?

Funguei um pouco e comecei a prestar atenção ao redor do pátio e do palácio. Observei meu relógio e sorri. Daqui a pouco Helena passava com Toby pelo corredor e finalmente eu poderia ver aquela bolinha de carne que é meu afilhado.

Eu fiquei tão surpreso quando Helena me chamou. Não nos conhecíamos a tanto tempo assim para ela me chamar, mas ela fez o mesmo com Gerald e Lívia e ela só conhecia a Lívia direito. Apesar da surpresa e do choque, eu aceitei. Toby era um bom menino e era tão fofo que não tinha como não se apaixonar. A cerimônia foi feita aqui na igreja do palácio e apenas eu, Ashley, Ane e uns guardas apareceram.

Mel seria a afilhada de Gerald e Lívia e a cerimônia seria feita assim que ela fosse eliminada. Helena estava animada quanto a isso, queria desesperadamente sair desses vestidos e voltar a usar calças e shorts.

Sempre que ela podia, dava um pulo no meu quarto para ficar de shorts. Por ordem dela, coloquei algumas de suas roupas dentro de minha mala antes de voltar para Angeles e toda vez que ela tem oportunidade, sobe até meu quarto e fica por lá, apenas de shorts e camiseta.

A lealdade que os Guardas tem para ela é incrível. Eles conhecem a rotina dela de querer ir para o meu quarto e ao invés de dedurar, como manda o procedimento padrão, eles acobertam. Obviamente isso é perigoso demais, já que podia acarretar nela sendo chicotada na frente de toda a família dela e na demissão dos guardas.

Eu tinha medo que alguém a pegasse no flagra e isso acontecesse. Helena podia ser durona, mas as crianças não. E seria trauma para a vida toda.

— O que é aquilo? - ouvi Coelho perguntar e voltei minha atenção para o mundo ao redor. Ele olhava para alguma coisa entre os arbustos mais perto dos portões. Vi algo se mexendo também e retirei minha arma do cós de minha calça e saquei a espada.

Quase me mijei quando vi um coelho pardo sair do arbusto, balançando o rabo e correndo para longe mais rápido que um gato.

— Quase me mi...- um tiro soou na noite, e um grito bem ao meu lado me fez entrar em alerta. Moyes foi ao chão, seu joelho sangrava e muito.

— Woodwork, tira ele daqui!- berrou Coelho começando a atirar de volta.- Vamos cobrir ele, pessoal!- berrou ele e os outros começaram a atirar. Mais deles surgiram por entre as matas e arbustos e eu tirei Moyes do chão.

Foi dor imediata quando senti a bala atravessando minha cintura. Nunca, em toda a minha vida, senti esse tipo de dor. Nem mesmo os socos e cortes que sofri nos últimos 20 anos doeram tanto quanto essa maldita bala presa na minha cintura.

Mas, mesmo com a bala, entrei direto no castelo segurando Moyes. Ele ficaria bem, provavelmente teria que usar um joelho de titânio, mas ficaria vivo. Era isso que importa.

Fui para a sala de controle. Era lá que se ativava o alarme que avisava que estávamos sobre ataque. E, infelizmente, com as janelas quebrando e os tiros soando lá fora, estávamos sobre ataque. Abri a porta e entrei. Joguei Moyes na cadeira e ativei o alarme.

O alarme começou a tocar alto e histérico, ecoando em todo o castelo e em todo o alto falante que tinha nele. Além de alertar todos os guardas, funcionários e visitantes, a polícia já era alertada e assim eles podiam ajudar também.

Chequei as câmeras e suspirei aliviado ao ver todos começarem a se mover para os abrigos. Abri a câmera do corredor do andar real e suspirei ao ver mamãe e Lucy correrem para o abrigo. Josie desceu junto a elas e me franzi a testa ao ver Connor com Ahren, Osten, tio Maxon e George. Porque ele estava ali?

Chequei rapidamente o andar das meninas, que desciam pela escadas para chegar no andar de baixo, onde teria a entrada para o mesmo abrigo que a Família Real se encontrava. Os guardas iam atrás delas para protegê-las. Arregalei meus olhos ao ver Mel e Tyler Cox saírem de dentro do quarto de Helena.

Cox não sabia onde era a droga do abrigo, meu!

O acompanhei pelas câmeras. Cox provavelmente estava indo para o abrigo dos funcionários. Sua espada estava em mãos e pela cara de Mel, ela chorava. Um homem entrou em seu caminho, com dois outros homens e todos eles tinham espadas. Cox entrou em uma batalha com eles, com Mel ainda em seu colo.

Quase berrei quando quase acertaram Mel. Minha vontade era ir atrás deles, mas eu não conseguia me mover direito, quem dirá correr para ajudar a salvar Mel. Cox foi mais rápido. Ele decepou a mão do primeiro homem e quando ele caiu no chão, Tyler se abaixou e passou a lamina da espada nas barrigas dos outros homens.

— Isso doeu.- murmurei para mim mesmo e continuei a passar as câmeras. Cox era bom em esgrima e certamente iria conseguir chegar no abrigo. Mais guardas vinham dos dormitórios, todos eles com espadas e armas de fogo.

Havia mais de 100 homens dentro do castelo, destruindo tudo. Voltei as gravações, para saber como diabos eles conseguiram entrar sem vermos. Fui para as câmeras externas e abri as que ficavam nos portões. Lá estava livre, eles não entraram por lá, nem pularam os muros. Dei zoom nos bueiros que eram bem selados e fiquei surpreso ao ver que um guarda abria a tampa dos dois bueiros que tinham atrás das árvores.

Meu sangue ferveu ao ver que ele retirou o uniforme real e colocou as roupas sujas que um dos homens entregou a ele. Infelizmente, não pude ver seu rosto, o maldito estava o tempo todo virado de costas para as câmeras. Obviamente ele sabia onde estava cada uma delas.

Todos os outros caras estavam de bandana. Tampava grande parte de seu rosto e eu nunca poderia saber quem era eles. A única coisa que eu sabia é que havia traidores entre nós e isso eu não iria aceitar.

Dei um jeito de estancar o sangue de Moyes. O joelho é uma região que sangra como o inferno, ele ficaria rapidamente debilitado com a quantidade de sangue que está perdendo. Passei meu cinto acima do seu joelho e conferi com uma lanterna onde estava a bala.

— Legal, alojada no osso.- disse olhando-o. Ele piscou os olhos lentamente. Estava ficando fraco. Ele precisava de cuidados médicos urgente ou perderíamos um dos nossos. A opção é leva-lo para o abrigo, o Palácio ja estava tomado e a Ala Hospitalar a mesma coisa. E se não estivesse, uma hora seria.

Arrumei uma coisa para estancar o sangue e dei um soco em seu rosto. Ele gemeu e ficou mais acordado. Otimo. Fui até o painel de controle e acionei o protocolo 626.

As luzes se desligaram e todas as portas e janelas foram seladas com metal. Ninguém entra e ninguém sai. Só o rei e a rainha podiam cancelar esse protocolo. Daríamos um jeito quando a polícia chegar.

O peguei pelos ombros, eu mesmo gemendo de dor por conta da minha cintura debilitada, e o levantei do chão. Me certifiquei de pegar minha espada quando me levantei e agarrei meu revólver do coldre em minha cintura para usa-lo se necessário.

Segurando Moyes com uma mão, e o revólver com a outra, destranquei a porta da sala de controle e me atentei aos barulhos. A batalha ainda ocorria lá fora, mas não tão perto assim da sala.

Coloquei minha cabeça para poder enxergar na penumbra e aliviado, sai da sala enquanto apontava o revólver com atenção para todos os cantos. Moyes gemeu quando o movi para entrar no corredor por inteiro e assim que ele fechou a boca com meu olhar irritado sobre ele, começamos a andar mais depressa para o corredor das escadas.

Enquanto andávamos, era possível ouvir os gritos, as espadas se chocando, os altos estampidos de tiros soando como bombas em meus ouvidos, os vidros se quebrando. O palácio certamente teria um prejuízo dos infernos hoje.

Quando dois caras viraram no corredor portando armas muito melhores e mais rápidas que a que eu carregava, meu movimento foi tampar a boca de Moyes e nos abaixar atrás das cortinas, agradecendo a sorte que foi eles não terem nos visto. Me controlei para não berra de dor enquanto eles passavam por nós rindo e se vangloriando por matar alguns dos nossos.

Moyes queria matar eles. E ele não era o único. Seu olhar era de profundo ódio enquanto ficava em silêncio, ouvindo o momento que a voz deles sumiram. Nos levantei novamente e dessa vez, fomos mais rápidos para chegar as escadas.

Joguei Moyes em meus ombros, praticamente sentindo a fraqueza querer me levar para a escuridão. Eu só esperava que antes disso acontecer eu conseguisse ajudar ele e achar Helena e Toby. Subi as escadas e assim que cheguei ao primeiro andar, me esquivei do tiro e atirei de volta, correndo para me proteger. Deixei Moyes no chão e olhando, continuei atirando. O cara caiu no chão e esse foi o momento que eu peguei novamente Moyes e o levei para a abertura mais perto que daria para o abrigo.

— Você se vira no resto?- perguntei fechando a entrada secreta atrás de mim. Ele assentiu. - Diga a minha mãe que eu vou procurar Helena e que eu estou bem.- pedi e ele assentiu, me dando seu revólver. O agradeci e retirei o uniforme vermelho, ficando só de regata e colete a prova de balas.

Suspirei e sai para o corredor novamente. Eu precisava achar Helena, essa era a prioridade. Depois eu me virava em arrumar minha cintura. Desci as escadas atento e me deparei com 3 deles de uma vez. Atirei em dois ao mesmo tempo e o último foi no soco mesmo.

O currículo para ser guarda do palácio era ter uma ficha lotada de especializacão em algumas artes marciais. Como meus pais queriam que eu fosse guarda desde sempre- e eu também, mas lá no meu íntimo-, eu tinha me especializado em 3 lutas diferentes desde meus 4 anos. Então, lutar com ele era como lutar com um iniciante, tipo, da vida. Ele era ruim demais.

O imobilizei e o apaguei com um soco certeiro em seu rosto. O joguei no chão e me certifiquei de pegar as armas dos idiotas e colocar na minha cintura. Os rádios eu desliguei e os joguei debaixo da cortina que cobria a janela.

Com sangue, coloquei um número na testa deles. Comecei pelo dois, porque eu já tinha matado um deles antes.

Na luta, ele tinha chutado minha cintura. A dor estava 10 vezes pior e a bala alojada mais a dentro de mim. Isso era muito ruim.

No andar de baixo, onde eu tive que me esconder pelo menos 4 vezes, procurei por Helena e Toby. Ela não estaria perto do pátio, ela é esperta demais para isso. Provavelmente, estaria em um armário. Fui abrindo porta a porta e em um armário de vassoura, encontrei ela apontando uma garrafa de ácido em minha direção, com Toby em seu colo.

— Graças a Deus!- murmurei enquanto entrava e fechava a porta. Ela me abraçou depois de largar o burrifador e sorrir aliviada.

— Quase que você perde esse rosto de modelo.- ela brincou e eu ri baixinho, checando se ela estava bem. Além de um corte em sua perna, ela estava bem. Chequei Toby e o mesmo estava bem também, e apresentava uma calmaria estranha. - Você está sangrando, Kile.- ela murmurou enquanto olhava minha cintura. Suspirei.- Senta, deixa eu ver isso.- pediu e eu a obedeci. Discutir com Helena, mesmo nessa situação, era perda de tempo total. Eu iria ceder de qualquer forma.

Segurei Toby enquanto com uma laterna, ela olhava para a minha cintura e para o furo. Senti novamente a fraqueza e respirei fundo.

— Você tem que tirar a bala se você conseguir.- falei para ela, que levantou os olhos e me encarou com surpresa e seriedade. Acho que não estava acreditando que eu estava falando sério.

— Isso vai doer como o inferno.- ela disse séria e eu assenti. Então, ela se levantou e como também era um armário de produtos de limpeza, ela pegou um pano limpo, álcool e uma tesoura sobre a mesa. Jogou o pano em minha direção e me deu a lanterna. A observei pegar Toby no colo para voltar a coloca-lo no chão, com a sua mamadeira em mãos. Logo entendi que ela o tirou de mim para não machuca-lo.

Me atentei aos seus movimentos e ela sorriu triste quando pegou a laterna de minha mão e a segurou com os dentes enquanto a apontava para a minha cintura.

- Você sabe alguma coisa de medicina?- perguntou e eu dei de ombros.

— Depende.- murmurei a olhando.

— O que significa quando o sangue está preto?- perguntou e eu suspirei, buscando as informações em minha mente. Eu fiz um ano de medicina antes de fazer o teste para ser guarda real, mas meus conhecimentos eram mínimos. Fiz cara de cachorro perdido e ela suspirou.

— Bem, vou fazer o que fazem nos filmes. Limpar, tirar a bala e enrolar sua cintura com esse saco de lixo com o pano por cima.- ela me comunicou depois de tirar a lanterna da boca. Assenti e ela voltou a colocar a lanterna entre os dentes novamente. Então, mordi o pano quando ela abriu o álcool e o jogou na ferida. Dei um berro mais contido, mas certamente alto. Ela mordeu os lábios e a tortura começou.

Quando a tesoura entrou em contato com a minha pele, perfurando mais ainda minha cintura, eu tive que agarrar a cadeira com força enquanto gritava com o pano ainda em minha boca. Helena tentava trabalhar rápido e tinha certeza que ela estava quase vomitando. Afinal, dois dedos dela estavam dentro de mim agora, retirando uma bala de 3 cm da minha cintura. Ela estava apavorada.

Foi algo rápido, de menos de cinco minutos, mas para mim pareceu uma eternidade. Eu tentava ao máximo me manter consciente. Ainda precisava proteger Lena e Toby. Eu nem ao menos senti quando ela enfaixou minha cintura e amarrou um saco para impedir que o pano caísse.

— Vamos, precisamos sair daqui.- murmurei tentando me levantar. Assim que o fiz, dei de cara com o chão. Ela ofegou e me sentou, me ajudando a apoiar as costas na parede.

— Você não pode sair daqui, Kile. Não nesse estado.- ela disse séria. Neguei com a cabeça.

— Posso sim. Eu preciso te deixar segura, Toby...ele....- parei de falar, colocando a mão em minha cabeça e temendo desmaiar agora. Eles precisam de mim.

— Kile, eu vou buscar ajuda.- ela disse séria, se colocando de pé com dificuldade. Gemi quando ela colocou Toby em meu colo e um revólver em minha mão.

— Você não pode.- murmurei baixinho, colocando a mão nas costas de Toby. Acho que ele dormiu.

— Posso sim. E vou. Não morra, Kile, o aniversário de Toby está perto e ele não vai fazer aniversário sem o padrinho por perto.- ela disse e senti seus lábios em minha testa. - Volto logo.- ela murmurou e eu não vi a hora que ela saiu, porque meus olhos se fecharam e eu temo que eles não abram mais.