P.O.V. Aspen.

Imagine a minha cara quando eu descubro o porque dela estar no Palácio. Ela é uma das concorrentes da Seleção! America sempre desprezou a Seleção.

Eu vim pra cá para trabalhar como soldado e tive uma bela duma surpresa. Ironicamente falando.

P.O.V. Celeste Newsome.

Eu sou linda, modelo de cabelo preto e olhos azuis maravilhosos. Eu pertenço á Casta Dois. Já sou praticamente da Família Real. Pobres das outras concorrentes, esse Príncipe já é meu.

Mas, vejo o jeito que ele olha para a tal America. A garota milagrosa.

P.O.V. Príncipe Maxon.

Eu a vi falando com o guarda. O rapaz que ela salvou, que disse que amava.

—Você podia ter se matado, sabia?

—Eu já fiz coisas mais perigosas do que descer de rapel em um poço amarrada por uma corrente.

—Sabe do que estou falando. Se usar o seu Espírito demais, você vai acabar morrendo.

—E eu devia ter feito o que? Te deixado morrer? Seu idiota!

Ela avançou encima dele e deu lhe um empurrão.

—Além do mais eu só usei o suficiente para manter você vivo até os médicos chegarem. Eu nem desmaiei.

Ela estava usando calça jeans skinny de lavagem escura, uma blusa regata e uma jaqueta jeans verde militar com as mangas dobradas até os cotovelos e coturnos.

—Porque se alistar?

—Porque além do salário ser melhor do que o que eu recebia antes, eu fui da casta seis para a casta dois!

A ruiva bufou.

—Sociedade de merda. E agora você vai derramar o seu sangue por essa gente que nunca viu e que nunca daria uma gota de sangue por você.

—Você realmente odeia a realeza né?

—Essa é uma pergunta complicada e capciosa. Só acho que se eles pensassem mais nas pessoas que estão do lado de fora destes muros, este mundo seria um lugar melhor. Lá na vila o povo morre de fome Aspen! Forçados a uma vida de semi-escravidão. Enquanto esses aqui... acham que a comida vem do céu. Que a providencia divina mandou para eles. O rico é quem come tudo, tudo o quer ele come, mas o pobre que trabalha ganha pouco e passa fome.

Então ela começou a cantar e apesar dela estar dançando e cantando, dançando e rindo era uma crítica.

P.O.V. Aspen.

Só ela.

—Você vai acabar presa, sabia? Por incitar uma revolta.

—Bem, pelo menos serei presa por uma boa causa e se eu for presa por ser honesta... então... isso tudo não vale nada.

Estávamos sentados no banco do jardim.

—É melhor eu ir. Se eu ficar parado muito tempo perco meu emprego.

—Claro. Tchau.

—Tchau.

P.O.V. America.

Se eu soubesse o que aconteceria eu nunca teria saído para o jardim pra começo de conversa. Já tava noite e senti braços me agarrarem. Lutei o quanto deu e eu sou uma ótima lutadora, mas haviam muitos deles. Bateram na minha cabeça, eu apaguei e acordei no porta-malas de um carro, com as mãos amarradas com aqueles lacres chatos de abrir.

Estou usando um cardigã bege claro de linho, sem botões, aberto. Uma blusa preta lisa e regata por baixo, uma calça, meu cabelo está semi-preso. Uma calça legging cinza com alguns padrões e ankle boots de salto quadrado.

O carro ainda estava em movimento, olhei discreta e cuidadosamente para o banco da frente e era uma mulher dirigindo. Então, eu chutei o vidro da parte de trás. Quando o vidro rachou, o carro freou. O vidro foi quebrado e eu chutei.

—Sério?

—Celeste?

—Você não quer brigar comigo.

Ela amarrou os meus pés.

—Me larga sua vadia!

—Cala a boca!

Um homem veio e me atirou sob o ombro. Enquanto eu chutava e gritava. Mas, eles me levaram para uma cabana caindo as pedaços no meio da floresta e o que não sabem é que estou armada. E os idiotas fizeram o favor de soltar os meus pés.

—Celeste você não quer fazer isso. Não precisa fazer isso.

—É. Eu quero. Isso é só um jogo pra você, mas não pra mim.

—Celeste, tem um lobo me observando ultimamente ele está me protegendo por alguma razão.

—Um lobo?

—É. Loucura, eu sei.

—Eu não ligo para o seu lobo. Eu vim para vencer não importando as consequências.

—O que quer que pense em fazer, não faça. Não vale á pena. O lobo me protege, se me ferir, ele te mata.

—Sei.

É claro que ela não acreditava e tinha me amarrado num fogão á lenha velho. Precisava mantê-la distraída tempo suficiente para eu bolar um jeito de pegar uma das minhas adagas e cortar isso fora.

Vi ela pegar uma agulha.

—O que está fazendo?

—Eu soube que você é um bebê milagroso. Com poderes mágicos, pesquisei todas as histórias sobre você. E você é um maldito obstáculo no meu caminho, então vou te eliminar.

—Não. Não, por favor. Celeste, por favor!

Senti quando ela ia me enfiar a agulha, o lobo apareceu e matou o homem

Sabia o que ela estava fazendo. Sempre que alguém é assassinado, eles fazem um sofisticado teste de D.N.A. para descobrir quem é o assassino. Ela estava tentando me incriminar.

—Não me julgue. Derek sabia no que estava se metendo, ele se voluntariou.

—Para você matá-lo?

—É. Se não notou, esse povo não tem muito pelo o que viver. Eu prometi uma grande quantidade de dinheiro á família dele.

—Celeste um homem morreu por sua causa!

—Ele era nada, agora ele é poeira.

—Não vai ao menos dar um enterro digno pra ele?

Desde o fim da guerra, desde que a Família Real assumiu o Trono o único jeito de se subir de posição social era... ser a eleita de um Príncipe ou virar soldado. E acho que isso é muito errado.

Enquanto ela ficava matracando, eu movi meu pulso devagar e com jeito até que aquele lacre chato alargou o suficiente para eu tirar discretamente uma das minhas mãos de lá. E comecei a me encolher para fazer minha mão chegar á adaga escondida na minha bota, mas Celeste virou e eu escondi a mão.

Quando o lobo ameaçou Celeste ela recuou

—O que diabos?

—Ei! Por favor, não a mate, mas mantenha-a contida assim nós dois podemos sair daqui.

Eu não sabia porque o lobo estava tentando me proteger, menos ainda se era capaz de entender, mas estou meio sem opções e eu quero sair daqui viva.

—Não se atreva a chegar perto de mim besta!

Celeste tinha uma arma de fogo. Enquanto ela estava distraída com o lobo de pelo rajado peguei discreta e silenciosamente minha faca de dentro da bota e cortei o lacre fora.

Me levantei devagar, sem fazer barulho com a faca na mão e fui me mansinho até a Celeste e passei uma rasteira nela, ela largou a arma e eu chutei a mesma para longe.

P.O.V. Celeste.

Ela é uma víbora traiçoeira e qual é a deste lobo afinal? Nós lutamos rolamos no chão, tentei chegar na arma, mas ela foi mais rápida, pegou a arma e apontou pra mim.

Levantei os braços em sinal de rendição, mas ao invés de atirar em mim, ela rapidamente desmontou a arma e jogou um pedaço pra cada canto.

—Ai! Isso foi burrice.

—Não se preocupe, vou ficar bem. Você não precisa fazer isso Celeste.

—Oh, eu acho que preciso.

P.O.V. America.

A garota era tão tonta que nem percebeu que eu estava armada com duas adagas de prata que ganhei do meu pai de aniversário de dezessete anos. E quando ela investiu debilmente contra mim, eu meti a faca nela, ela caiu no chão sangrando e ferida.

E eu fugi correndo pela floresta com a faca na mão. Mas, chegou num ponto que eu não aguentava mais correr, então me escondi. Estava respirando fundo, recuperando o fôlego quando ouço passos quebrando os galhos. Segurei a adaga com mais força e ataquei.

—Uau! Perdoe-me, pensei que estivesse em perigo.

Não sei se foi o desespero, mas eu o abracei.

—Não vai acreditar no dia horrível que estou tendo.

P.O.V. Príncipe Maxon.

O soldado, Aspen foi falar com o meu pai, pedindo permissão para sair atrás de America Singer que tinha desaparecido. E quando esta foi concedida, me voluntariei para ir com ele.

—Sem ofensa, sua alteza, mas como vou salvá-la e cuidar de você ao mesmo tempo?

—Eu sei como caçar.

—Tá bem.

Fomos parar passando o distrito três, fundo na floresta.

—Como sabe que ela veio pra cá?

—Ela não veio pra cá, foi trazida pra cá. Na estrada tem um carro parado, o vidro traseiro ta quebrado e o carro veio do seu Palácio. Esses carrões S.U.V. pretos com vidro escuro... são exclusividade da realeza. A maioria de nós anda á pé, alguns em carros menos chiques. Eles devem ter ido para o sul seguindo a água.

—Não deveríamos chamar por ela?

—E alertar os sequestradores que estamos aqui? Não obrigado. Vamos nos separar. Se encontrá-la antes de mim, grite.

Eu esperava uma dama em perigo e quase tomei uma facada.

—Perdoe-me, pensei que estivesse em perigo.

Ela me pegou de surpresa quando me abraçou.

—Não vai acreditar no dia horrível que estou tendo.

Eu a abracei de volta. E notei que seu pescoço estava sangrando.

—O que aconteceu no seu pescoço?

—Ela decidiu tirar uma lasquinha. Relaxa, eu vou ficar bem.

Ela estava quase perdendo os sentidos.

—Tem certeza?

—Tenho. Já passei por coisas piores. Você precisa ajudar a Celeste.

E ela desmaiou.

—Bem, peguei você.

Tive que carregá-la. Chamei o guarda e ele veio preocupado.

—Meu Deus! O que aconteceu? Onde a encontrou?

—Ela me encontrou.

Ele riu.

—Ela enganou os sequestradores e fugiu. Não posso dizer que estou surpreso. Precisamos levá-la a um hospital.

Depois de resgatarmos a sequestradora Celeste Newsome, pegamos o carro parado na estrada que estava com a chave ainda na ignição para levá-las de volta ao Palácio, para que pudessem receber o tratamento, adequado.

P.O.V. America.

Acordei e eu estava na ala médica. Ouvi um dos médicos dizer:

—A recuperação dela é sem precedentes.

Abri meus olhos, me sentei na cama e eu tinha cateteres enfiados no braço. Estralei o pescoço e tirei aquelas coisas das minhas veias.

—Ei, vai com calma.

—Vou ficar bem, mas obrigado.

Vi Celeste deitada no leito ao meu lado com um curativo na barriga, mas ignorei.

Fui para o meu quarto e tomei banho de chuveiro mesmo, sem muita coisa. É claro que me enfiaram num vestido e o treinamento continuou. Eu nunca perdi um dia de treinamento, isso não é um jogo pra mim. Tá mais pra obrigação.

Eu não fui feita para concurso de beleza. Amanhã teremos o show de talentos.