A Rosa de Espinhos e seu Jardim

Capítulo VI - Sobre saudades I


Eu odeio o quanto eu sinto a sua falta, porque você não sente a minha.
Você diz que sente, mas eu sei que não.
Quem sente falta não age como você age, não empurra e depois puxa para perto.
Não some por dias e depois volta como se nada tivesse acontecido.
Quem sente falta, quem ama, não fere o outro das formas que você me fere.
E eu digo, todas as vezes em que você cruza a porta imaginária para fora da minha vida, que não vou te deixar voltar.
Que dessa vez eu vou reerguer cada muro que você quebrou mesmo sem querer, que quando você me chamar de novo daqui a algumas semanas, ou talvez um mês, eu não vou responder.
Eu deleto suas mensagens e respiro fundo outra vez me prometendo que dessa vez foi a última.
O problema é que você sempre volta, dizendo que está preocupada, que se importa comigo, que não me quer longe.
É engraçado a sua ideia de perto, você não pode ficar na minha vida e fora dela ao mesmo tempo. Não pode sumir e dizer que se importa. Não pode dizer que sente saudades de mim quando fica longe por sua opção.
Quem se importa fica! Não aparece uma vez no mês ou duas, troca meia dúzia de palavras e some.
Eu sou uma completa imbecil por te permitir voltar. Completamente viciada nesses pequenos momentos de carinho e atenção que você me proporciona.Nesse amor que ainda está tão vivo em mim.
Sou uma drogada tentando me desviciar de nós.
Tentando te ver com olhos de uma simples amiga, tentando aceitar essa linha, que hoje eu entendo, nunca deveria ter feito o mínimo esforço para cruzar.
Nunca foi amor, porque só eu amei.
25/03/2020