Já passava da meia noite. O céu estava escuro e a lua brilhava no meio do céu. Estava muito frio e a ventania era constante e forte. A aurora boreal brilhava azul e verde no céu, a nevasca deixava toda aquela área coberta em branco. Alguém usando uma capa preta passou por ali, quase se arrastando contra o vento e abraçando o próprio corpo para se proteger contra o frio.

— Finalmente — disse, ofegante, quando chegou ao topo daquela montanha. As nuvens eram vistas lá em baixo, do alto. Elas começaram a ficar negras — Cheguei ao lugar onde a terra toca o céu. — Sua voz transmitia cansaço, sua boca estava seca e ele tremia.

De repente, a aurora mudou de azul e verde para um tom vermelho intenso. Uma voz grave ecoou por toda aquela área:

Mas a terra toca o céu em todas as partes do mundo, meu amigo — a voz riu — pelo menos é assim que eu queria que fosse, mas, como as circunstâncias não permitem, eu vou ter que esperar, não é?

— Seu plano nunca vai dar certo — o outro retrucou — A profecia poderia ir contra você, ou...

Ou a favor — interrompeu a voz — o garoto está lá faz 13 anos e nenhum sinal! Eu já tenho poder o suficiente para mandar meus aliados atrás do seu herói e conseguir o que eu quero! — ouviu-se um trovão — Vocês não tem chance.

— Eu estou 13 anos mais adiantado que você — rebateu o homem — E não esqueça que eu aprendi as mesmas habilidades que você, enquanto você manda seus "aliados" contra o garoto, eu mando os meus para protegê-lo. Nós sempre vencemos.

Para manter a paz, a seu ver, sempre é preciso mentir — julgou a voz — Pelo menos, eu sou honesto com meus aliados.

A figura encapuzada ignorou o comentário.

— Vai ser exatamente aqui que o destino do mundo vai mudar para sempre — anunciou — Prepare-se para perder.

De repente o chão começou a tremer, os trovões ficaram mais altos e a aurora ficou bem mais vermelha, formando um rosto fantasmagórico.

Então... Que os jogos comecem!

Um raio atingiu o lugar exato onde estava o ser encapuzado. A figura misteriosa desapareceu e o clima voltou ao normal, sem sinal da “voz”. A aurora voltou ao formato original, a montanha permaneceu silenciosa, além do som do vento, como se nada tivesse acontecido.