Melaine:

Eu estava no aeroporto procurando uma horário para Louisville, Colorado, minha cidade natal. Ao olhar a tela de horários vi que tinha um avião para as 16:30, o melhor horário que tinha, comprei a passagem e fiz o check-in.

Faltava mais meia hora para a partida do avião, então dei uma parada no Starbucks, pedi um café e caminhei para área de embarque. Sentei em uma cadeira distante de todos e esperei. Meu café estava muito quente para beber, e como eu não tinha muito tempo para esperar ele esfriar, fiz um encantamento para que ficasse em uma temperatura mediana, testei para ver como ficou e bebi.

Ao terminar o café, caminhei para entrada do avião. A viajem será longa então relaxei e vaguei em meus pensamentos.

Estava voltando para casa por causa de meu filho, daqui a um mês ele faria sete anos, seus poderes irão começar a aparecer e sua família adotiva iria enlouquecer se visse o que ele poderia fazer.

Quando tinha 17 anos engravidei de um humano, tive um bebe maravilhoso e me apaixonei por ele instantaneamente, mas precisava deixa-lo. Quando deixei ele no lar adotivo prometi que iria voltar para ele e agora estou cumprindo minha promessa.

Me impressionei com a rapidez da viajem, acho que me perdi completamente nos meus pensamentos. Sai do avião, fiz o check-out e caminhei para área de desembarque a procura de um taxi.

Quando cheguei em casa parei um minuto no jardim para observa-la. A casa continuava a mesma, mas um pouco desgastada. Ela é branca, feita de madeira, tinha dois andares e ficava um pouco mais longe das outras residências, para eu poder fazer meus feitiços em paz.

Ao entrar na casa senti um cheiro de lavanda, deixei minhas malas na porta e caminhei para cozinha.

Vi ela sentada na mesa da cozinha, de costa para mim, tomando seu chá. Seus cabelos ruivos caiam em uma grande trança pelas costas e ela aparentava ter uns 30 anos, mas eu sabia que era muito mais velha.

– Olá querida. A quanto tempo né? Por que voltou? - perguntou minha mãe ainda de costas para mim.

–Você sabe porque estou aqui - disse deixando claro que não gostava de seus joguinhos de inocência.

– Eu sabia que você viria, mas não esperava que fosse tão cedo. Hoje percebi que estaria de volta então decidi dar uma passadinha.

Minha mãe era uma grande bruxa vidente. Sempre controlou minha vida, mas nunca tentou mudar sua previsões, não importava o quão ruim fosse.

– Estou indo para o lar adotivo que deixei meu filho, se quiser me acompanhar pode vir, mas se não quiser, por favor, vá embora.

Ela olhou para mim angustiada, começou a falar, mas parou. Pensou um pouco e disse:

–Adeus querida

Me deu um beijo na testa, caminhou ate a porta, parou, olhou a sala, a cozinha e finalmente olhou para mim.

– Filha não se esqueça, só porque é diferente não quer dizer que é ruim... Ah, e eu sempre estarei ao seu lado - e foi embora, sem dizer nem mais nem menos

Minha mãe sempre fazia isso, dizia uma frase na esperança que isso me ajudasse no futuro. Fiquei pensando um pouco no que ela disse, mas não deixei isso me distrair por muito tempo.

Sai correndo com medo de perder o horário de visitas, mas cheguei no lar de adoção em apenas 15 minutos. Paguei o taxi e fui em direção ao prédio.

Sabia que meu filho não estava lá dentro, mas havia algo nesse prédio que eu queria. Os arquivos dizendo aonde meu filho estava.

Fui direto para a mesa de assistência, e pedi que chamasse a assistente social. A assistente pediu para eu sentar em quanto ela a chamava.

Sentei na cadeira e esperei. A assistente social chegou pelo corredor. Ela era uma mulher alta, de cabelo preto, que usava um terninho e tinha uma feição seria.

– Prazer Sra. Clark, sou Angel McCain, a assistente social, gostaria de conversar na minha sala?

Aceitei e ela me levou para uma sala no fim do corredor. Seu escritorio era de um tamanho mediano, somente com uma mesa e alguns armários.

Angel se sentou em sua cadeira atrás da mesa e eu sentei na sua frente.

–Então Sra. Clark, o que gostaria?

–Eu gostaria de saber aonde esta meu filho - disse ansiosa.

–Infelizmente eu não posso te dar essa informação, é contra a norma.

– Por que?

–Se você não combinou com os pais da criança que gostaria de ter informações dele, não posso fazer nada. Desculpe.

–O filho é meu! Eu tenho direito de saber aonde ele esta! - disse começando a ficar irritada.

–Desculpe Sra. Clark, mas não posso fazer nada, mesmo se eu quisesse.

Comecei a chorar, e sai do predio, chamei um taxi e ao entrar comecei a falar:

–Por favor senhor, me leve para algum bar, qualquer bar!

O motorista hesitou ao ver meu estado.

–Agora! - disse de uma forma que deixasse bem claro o que eu queria.

Ele me deu um olhar preocupado, virou para frente e começou a dirigir. Quando paramos no farol vermelho, ele fuçou o porta-luvas, virou para trás e me entregou um lenço, sem dizer nada continuou a dirigir.

–Obrigada - sussurrei.

O taxista parou em um bar movimentado, algo que eu achei bom, pois seria mais seguro sair a tarde. Paguei pelo taxi, entrei no bar, sentei no banco do balcão e pedi uma cerveja.

Já estava ficando tarde e eu estava começando a ficar bêbada. Um homem se sentou ao meu lado e ficou me encarando. Olhei para ele, olhei para baixo e voltei a olhar para ele.

– Algum problema? - perguntei tentando parecer irritada, mas como eu estava bêbada, a fala saiu meio enrolada e isso fez ele sorrir.

– Nada não gatinha, só estou aqui olhando para uma linda mulher e me perguntando se ela quer uma companhia - disse com uma voz xavecada.

–Não enche moleque, vai passear com seus amigos e me deixa em paz - digo me levantando do banco.

Ele pegou meu braço me forçando a sentar. Pela sua força e pela temperatura de sua pele percebi que ele era um vampiro, e se eu continuasse sentada aqui eu iria morrer.

– Estou falando com você vadia! - disse o vampiro no meu ouvido.

Toquei meu dedo no braço que me segurava e dei um pequeno choque. O vampiro ficou pasmo, e hesitou por um momento sem saber da onde veio o choque. Aproveitei esse momento para fugir.

Ao sair do bar, procurei um taxi, mas não achei nenhum. Olhei para trás e vi que o vampiro estava vindo atrás de mim. Em pânico sai correndo pela rua.

A rua estava cheia e isso estava me impedindo de correr mais rápido que o vampiro, então decidi virar em uma rua deserta, mas percebi que foi uma má ideia quando senti uma mordida no meu pescoço.