A Princesa Noiva

Capítulo 14


—“Terra à vista!” – Scmitt grita.

Ao longe, posso ver o Reino de Storybrooke e posso dizer que nunca estive tão feliz por voltar para casa. O clima no navio estava me matando e a angústia sobre o que Rumpel havia feito, também. Todos estavam agitados, preparando o navio para atracar novamente no porto onde Robin havia me deixado. Ah, Robin.... No momento não sei se o odeio por me fazer passar por essa viagem ou o agradeço por ter salvo a minha pele, mas independente da resposta, eu estava sentindo falta de um ombro amigo.

—Finalmente, Storybrooke novamente! – Henry diz, empolgado.

Gancho e Ela chegam no convés e Henry estava com a aquela cara que eu já conhecia, enquanto fitava os dois por um momento.

—Eu sei o que você está fazendo. Não faça.... – Digo, apoiando minha mão em seu ombro.

—Quero saber qual será o próximo passo dela. Não é possível que o meu pai não perceba!

—O importante é que você sabe da verdade. Ela te usou e se fez de heroína para ganhar o que queria. Ela logo vai se cansar desse jogo....

—Nós vamos atracar. – Gancho se aproxima de nós, entusiasmado.

—Já notei pela movimentação.

—Delicadeza de uma princesa mesmo. – Cinderela se aproxima.

—Pelo menos ela é honesta. – Henry diz e eu me surpreendo.

—Graças a Deus estamos chegando. – Resmungo, evitando olhar para Ela ou Gancho.

—Tem certeza que não gostaria de dar mais alguma volta? – Gancho pergunta, agoniado.

—Por que eu iria querer isso?

—Não sei, curtir mais a brisa do mar, ou...

Encaro-o indignada e entro apenas para pegar minha capa novamente. Não sabia como estava a situação pela vila, então não seria demais prevenir. O navio ancorou novamente no porto e eu já podia sentir o alívio de chegar, de caminhar por entre o barro batido e ir até a taverna encontrar Robin.

Todos começam a descer pela rampa, e enquanto espero a minha vez, Gancho se posiciona ao meu lado no momento que Ela passa para descer. Ele me olha e suspira, como se quisesse dizer algo, mas eu disparo na sua frente e desço antes. Eu o sentia extremamente tenso enquanto andava, sentindo sua energia carregada atrás de mim.

—Posso pelo menos te ajudar com isso? – Ele aponta para a capa, vendo que eu na verdade não me importaria de não usar.

Ele a passa sob os meus ombros e então abaixa o capuz, enquanto eu encarava o nada, absolutamente incomodada com essas atitudes dele que eu não era capaz de decifrar. Por um momento ele parece me ignorar, por outro me odiar, e de repente tenta mostrar algum gesto de empatia.

—Emma, para onde você vai agora? Para o castelo? Posso ir junto?! – Henry pergunta, empolgado.

—Henry.... -Digo, lamentando.

—Você não vai ir com ela! Vai trabalhar para nós te salvarmos. – Ela diz estendendo a mão para alcança-lo.

—Me salvar? – Henry se revolta com Ela – Você quem me envenenou! Fazia questão! Eu via nos seus olhos.

—Mas você não está bem?

—Ela, como assim? – Gancho a olha, confuso – Você me disse que foi quem evitava tudo! Você....

—Não, pai. Bela era a mocinha da história, não ela.

—Quais são seus interesses Ela? – Pergunto, desafiando-a – Diga em voz alta, pois o Henry e eu já sabemos.

—O quê? – Gancho olha para Ela.

—Mas que droga! – Ela resmunga – Eu só ia usar a leitura de pensamento dele para me vingar da minha madrasta. É pedir demais? Eu iria ganhar a herança dela, eu ia...

—Tudo por “poder”... – Henry diz, incrédulo – Você ia me usar!

—Eu poderia te dar todo o ouro da minha família! – Ela diz a Gancho – Quer dizer, nós! Você não seria mais ladrão e eu não seria só uma escrava!

—Por mais tentador que seja, eu não vou permitir isso. – Gancho franze a testa.

—Se tivesse me escutado, não teria caído na dela! – Henry resmunga a Gancho – Mas claro, você nunca me ouve!

Henry sai as pressas e Gancho logo vai atrás, porém ele para e dá meia volta, direcionando a mim. Novamente parece querer dizer algo, mas desiste e continua indo atrás de Henry, enquanto Ela chutava as pedras com raiva.

—Boa sorte na próxima, Cinderela.

Apenas sorrio e sigo meu caminho, deixando-a por lá sozinha. Apesar de estar de capa, prefiro tentar passar o mais despercebida possível por entre as pessoas. A vila parece tranquila demais e não se parecia em nada o tumulto que estava quando eu fugi. Tinha algo estranho, de fato.

Vejo uma roda de pessoas conversando, quando chega um informante do castelo com um pergaminho em mãos. Ele se posiciona no centro da praça, sobe em uma pedra e começa declamando o anúncio. E com certeza, devia ser algo de grande importância.

—O rei e a rainha, informam que sua filha está de volta! – Ele começa e eu me escondo ainda mais – E com isso, anuncia também o grande casamento de Emma e Rumpelstiltskin, no salão real amanhã às 18h. Apenas pessoas da alta classe social estão convidados, por desejo do noivo. Grato pela atenção.

Demoro um tempo para absorver tudo aquilo. Eu estou casando com Rumpel?!