A Princesa Da Neve

Coisas do Passado II


Atearam fogo, a casa estava sendo invadida pela fumaça, as gêmeas não paravam de chorar, o irmão não demonstrava está com medo, porém estava preocupado com a mãe que recém dera a luz.


Não faz muito tempo desde que Ishin saiu com o tesouro da família. Porque a casa estava sendo atacada? Já não havia ficado resolvido isso? Masaki já não era mais a herdeira e nem pensava em reivindicar esse titulo para as suas crianças. Estava muito feliz vivendo a vida de casada com o antigo cavaleiro da sua família. - Isso tudo por causa das meninas, devem suspeitar que uma delas fosse a herdeira. Droga, deveríamos ter imaginado isso. Cedo ou tarde eles fariam algo assim, mas logo hoje? Justamente hoje? Estou tão fraca, receio que não posso juntar-me ao meu marido para a luta.


–“Droga! Estão fazendo muito barulho lá em baixo. Mas o que está acontecendo agora? As meninas estão chorando. Mamãe está tentando disfarçar, mas eu sei que ela está triste. Eu não vou perdoar. Não perdoo quem está perturbando a minha mãe”. – Mamãe, temos que sair daqui agora.

–Tudo vai ficar bem, meu moranguinho. Vamos esperar o papai voltar está certo?

–Mas...

–Confie em seu, pai.

–“como ela pode sorrir agora?”.


Os gritos se intensificavam com o passar dos minutos. Ressoar das laminas podias ser ouvidas de onde estavam. A maçaneta fora mexida. Quem tentava entrar no quarto? Seria um inimigo? Seu senhor permitira que avançassem até aquele ponto? A figura com roupas negras entrou e avançou erguendo a faca até onde estavam os bebes, Ichigo entrou a frente, mas fora lançado para longe das vistas. Estava confirmado. Estavam ali para matar as meninas e ele o faria se não fosse a rápida intervenção de Yoruichi, que repeliu o golpe do assassino com sua faca. Ela e o assassino se engalfinharam até que com muita maestria a mestre da guarda pessoal da família arremessou-o pela janela quebrando os vidros.

–Vocês estão bem?

–Nós estamos graças a você, Yorouchi.

–Esse é o meu dever não é mesmo?

–Yoruichi e o meu marido?

–ele está lutando com dois “Deles” lá fora.

–“Eles”? Você não quer dizer...

–Sim, Eles mesmos. Senhora, eu acredito que fora traída.

–Não imaginava isso. Eu renunciei, não sou mais a Herdeira e meu primogênito também não era.

–Sim, mas as meninas. Pode ser que tenha sido transferido o poder para eles, não acha?

–Seria algo inédito. Não acredito nessa possibilidade. Nunca antes, a “chama” foi passada para um que não fosse o primogênito.

–A ambição de alguns é cruel e desmedida. Não pensariam duas vezes em matar dois anjinhos para assegurar seus interesses. A senhora sabe como o seu sangue é importante, como a sua linhagem é importante para o equilíbrio do mundo.

–Sim eu sei. Mas ferir o equilíbrio por poder é insano.

–A ambição é insana. Bom, temos que sair daqui. Recebi ordens para tirar vocês daqui em segurança.

–E o papai?

–Morango-kun não te preocupe. Ele logo se juntará a nós. Vamos senhora. A carruagem nos espera. Não se atente que eu irei te proteger.

Desceram pela escada, única que dava acesso ao andar de baixo. Rastros de sangue e destruição pela sala. Tão rápido o ataque a ainda assim tão feroz. Como fizeram isso tão rápido? Ainda bem que Yoruichi havia retornado mais cedo com alguns guardas de uma missão de reconhecimento. Se ela não estivesse ali, provavelmente estariam perdidos.

Os bandidos que tentavam ataca-los eram fracos, a mestre da guarda lidava facilmente com eles.

Masaki ia carregando a filha Yuzu e Ichigo, Karin. O menino, não parecia ter medo e sua vontade era de está perto do pai.

Enquanto eles fugiam Isshin lutava usando o tesouro da sua família. Nunca foi muito bom com aquela espada “problemática”, mas sempre fora de grande ajuda em momentos como esse. Estava em desvantagem, mas por desembaiar Zangetsu tudo ficava mais fácil. Seu objetivo era ganhar tempo para que sua família conseguisse fugir.

Parecia que não havia mais real potencial de perigo e ele já ia dirigindo-se para o local onde ordenou que a carruagem aguardasse esperando sua família quando aquele choque de energia o invadiu. Enquanto o sangue escorria pela ferida uma gargalhada alta pode ser escutada por todos os arredores da propriedade.

–Mas não pode ser! Essa risada, essa risada. É...

–Cobra!

–Num lugar como esse?

–Muitas coisas devem está por de trás desse ataque, Senhora.

–Cobra? De quem vocês estão falando, mamãe?

Ichigo realmente estava nervoso por chama-la de mamãe. Só falava dessa maneira quando sentia muito medo ou quando tinha aqueles sonhos estranhos.

–Meu filho, Cobra é alguém que não se pode brincar. É muito perigoso.

–Pai. – foi à única coisa que disse ao ouvir um grito de dor estridente do seu progenitor. Saiu correndo em direção onde se desencadeava a batalha.

–Ichigo, volte aqui. –Gritava Yoruichi sem sucesso.

O menino corria e desesperadamente e quando chegou pode ver os cortes no seu pai e aquela figura com um sorriso sarcástico no rosto. Cobra estava pronto para dar o golpe final quando uma chuva de pedras começou tentando pará-lo. O ataque de Ichigo chegou a ser cômico aos olhos do de cabelo azul.

–Essa criança pretende me parar com pedras?

–Isshin, seu filho é um idiota. – falou indo em direção ao ruivo que não esboçava medo algum para aquele que deixou seu pai em tal estado. – mas pelo o que eu vejo é muito corajoso. Criança, você tem os olhos da sua mãe.

–você conhece a minha mãe?

–Como? Nunca contaram sobre mim? Realmente me sinto muito triste ao saber disso. Pois bem, antes de te matar vou dizer direitinho porque eu conheço a pequena Masaki. Para começar nós...

–O que pensa que está fazendo, Grimmjow? – a voz saiu cortante.

–Você, você como ousa me chamar por esse nome sem as devidas formalidades, pequena insolente?

–Masaki, o que você faz aqui? Você deveria está longe, agora.

–Sinto muito meu senhor, mas eu não poderia sem você. E muito menos com o meu moranguinho aqui, não é mesmo? – Ichigo sentiu-se culpado. Por sua culpa colocou a mãe em risco.

–Mamãe, me desculpe.

–Pelo o quê? Eu também não iria sem o cabeça oca do seu pai.

–Masaki, e as meninas?

–Yoruichi-sam está cuidando delas. Não se preocupe. E você cobra, por que está fazendo isso?

–Desculpe, pequena, mas negócios são negócios. E agora eu devo matar aquelas meninas.

–Não mesmo. - Isshin aparece desferindo um golpe em cobra que é atingido.

–Isso não foi nada. Se não sabe usar uma espada não a use. – agora foi a vez dele acerta o chefe da família.

–não vou deixar você fazer o que quer cobra. – disse Masaki pegando a espada que fora lançada para perto de si.

–Quê? Como nos velhos tempos, hem?

–Masaki, não está em condições para isso.

–Querido, não permitirei que ninguém machuque a nossa família.

–Não faça as coisas ficarem piores que estão Masaki. Você, o idiota ali e o ruivinho podem ir embora. Só tenho ordens para eliminar as meninas.

–E você acha que eu poderia viver com isso? Eu não sei por que você tomou esse caminho, mas eu não permitirei.

Dita essas palavras uma onda de energia tomou o corpo da mulher. Parecia uma chama e a espada que antes tinha forma normal, nas mãos da senhora tomou outra forma. – Isshin, meu amor, essa espada sempre gostou mais de mim. – sorriu docemente para o marido. Com esse gesto Isshin já não tinha mais o que protestar. Sabia que seria em vão tentar fazê-la mudar de ideia. Era persistente, era determinada, era a herdeira do fogo. Em pensar que a Espada pertencia a sua família há anos, mas que só tomou forma nas mãos daquela mulher. – Cobra, vamos lutar.

O som das lâminas se chocando, os olhares cruzados, a força nos golpes. Eram adversários esplendidos. Masaki se esforçava, estava cansada. Afinal, há instantes atrás dera a luz. Mas ainda assim era uma grande guerreira. Superou até o seu marido, seu professor.

–Vejo que melhorou um pouco suas habilidades.

–É tive um excelente mestre – falava visivelmente cansada. – não sei a razão dessa tolice, mas em peço, por favor, as meninas não tem o poder. Eu saberia disso.

–Misa-misa, não minta.

–E quando eu menti? – vociferou – em toda a minha vida, em todos esses anos de existência. Desde que você me conhece alguma vez eu menti? Vá embora cobra.

–Tenho um trabalho a fazer. E eu vou fazer.

Deixou a mulher e os outros lá e foi em direção onde estavam as gêmeas. Ichigo correu desesperado atrás de cobra e Masaki caiu exausta sobre os joelhos.

–Você foi muito imprudente sabia?

–E você, querido? O que pensava em fazer mandando-nos embora? Acha que conseguiria viver sem você?

–Hum, como sempre imprudente. Vou atrás do nosso filho. Vou dar uma lição naquele cara. Sinto muito Masaki, eu sei o que ele significa pra você...

–O mais importante sempre foi a minha família, a minha verdadeira família.

Isshin ajeitou cuidadosamente a mulher no chão e seguiu a direção por onde os outros foram. No lugar Yoruichi lutava mantendo as meninas a salvo. Mas estava difícil e tudo ficou pior quando cobra chegou.

–Não se atreva a tocar nelas.

–Você de novo, moleque?

–Não se atreva!

–Você tem os mesmos olhos que ela. É uma pena ter ficado em meu caminho criança. Poderia ter um grande futuro se seguisse o seu...

–Cala a boca maldito!

–o meu o quê?

–Não escute o que esse bastardo fala, Ichigo.

–Não se cansou de apanhar? Pois bem.

E mais uma luta se deu. Mais golpes. Mas Isshin parecia mais motivado. Parecia que iria vencer... Se não fosse a aparição de mais alguém.

–Rex!

–Que vergonha, Cobra! Apanhando desse jeito.

–Não ferra. Eu posso sozinho.

–O mestre me mandou. Talvez você não fosse capaz de lidar com isso por causa dos seus laços com essa família. – olhou analiticamente o ruivo a sua frente. – essa criança se parece muito com ela.

–Rex não interfira. Eu já disse que posso.

–Calado. Vou mostrar como se faz as coisas. – agora foi a vez de Rex emanar uma forte energia. Era assustadora. – Vou acabar com tudo. Todos os presentes começaram a sentir dores com a força esmagadora. As gêmeas começaram a chorar. Masaki ouvi e correndo retornou para o lugar com a espada desembainhada. Rex golpeou a mulher que caiu desmaiada. Ele já havia dado a sentença. Todos iriam morrer ali. Ela seria a primeira. O medo tomou o coração de Ichigo, ouvia uma voz gritando consigo. Ela dizia: “levante, ande, lute, protege”. Essas palavras foram a chave e uma onde de energia tomou crescente no corpo do menino. Rex ainda não havia se dado conta, mas Cobra e Masaki sim. Ela olhou para o de cabelo azul como se implorasse para um ultimo favor. Ela estava sentido dor, embora não chorasse nem resmungasse, Cobra via isso em seus olhos. E mais uma vez cedeu aos caprichos dela. Golpeou o menino que caiu ao chão desmaiado.

Obrigada. Ele ouviu-a dizer em sussurro. Não havia mais nada para se fazer ali. Foi embora sabendo que seria a ultima vez que viria a sua pequena Masaki.

Ela usou a técnica proibida e em troca de proteger a sua família abriu mão da sua própria chama. Um poder formidável, mas que suga a vida. Ela derrotou rex e logo após caiu no chão. Isshin correu aos prantos até sua amada.

–Masaki, você não deveria. Não nesse estado.

–Meu amor, eu vi. Eu vi nos olhos dele. Ele é o herdeiro. –Fechou os olhos. E uma lágrima escorreu pelo rosto de Ichigo ainda dormindo.