A outra esposa de Heathcliff

Finalmente retornei a minha terra. Ninguém pode calcular e nem eu mesma posso descrever com palavras a falta que senti de meu lar. De ver as grandes plantações de algodão, de ver as belas margens do Mississipi e de ouvir as canções que os negros cantam, enquanto trabalham na lavoura. Há muito eu estava em terras tropicais junto de meu marido o senhor Pedro Anchieta. Pedro é um bom amigo de meu pai com que me casei para fazer gosto a papai. Pedro não é um homem jovem, mas tem um belo porte e sempre me tratou com muita delicadeza e atenção que julgo sincera, ele não aparenta ter quarenta anos, talvez apenas por seus cabelos acinzentados. Contudo nunca me acostumei a seus hábitos e nem as pessoas do país onde ele me levou para viver.

Lembro de quando ele veio até mim e comunicou:

- O seu pai está muito doente senhora Lauren e parece quere vossa presença em sua casa.

- Senhor Pedro peço sua permissão para ver meu pai antes que ele morra.

- Pode ir senhora Lauren. E diga o senhor Wilkes que lhe desejos melhoras rápidas.

Esse diálogo foi a poucos dias de minha partida de volta para o lugar que definitivamente é meu lar.

Quando cheguei aos portões da fazenda de meu pai. Mindy era uma negra, um tanto corpulenta que fora minha ama de leite e ajudou a criar a mim e a minha irmã.

- Ainda bem que venho senhora Lauren. O senhor Wilkes está quase morrendo senhorita. A menina Madeleine se casou com o cigano. Antes de ir embora ele pediu que lhe entregasse essa carta. Disse-me Mindy me entregando um envelope branco.

Guardei o envelope sem abrir e corri para ver meu pai. Céus ele nãos e parece anda com o homem forte e altivo que estava nas minhas lembranças, quando parti com meu marido para o Brasil, pois o senhor Pedro recebera um nomeação muito importante para atuar naquele país. Reuni minha coragem e me aproximei do leito de meu pai. Dei um beijo carinhoso na testa dele, mas não conseguia encará-lo eu não queria acreditar que ele morreria em breve. Parece um terrível pesadelo e queria acordar a todo custo ainda criança e correr para quarto de meu pai e minha mãe e pela manhã brincar com Madeleine. Porém aquele pobre homem muito magro que mal conseguia abrir os olhos e fechar a boca era o meu pai.

- Oh! O que posso fazer para lhe ajudar, senhor meu pai? Perguntei tentando não desviar meus olhos dele.

- Tire todas as jóias e dinheiro que puder levar consigo Lauren e vá para longe daqui. Não deixe nada para aquele maldito cigano.

O cigano a quem meu pai se referia era um homem chamado Heathcliff. Foi com esse homem que minha irmã Madeleine ousou se casar, contrariando nosso pai. A principio invejei a coragem de minha irmã, mas a insistência de meu pai para que eu corresse para o cofre na biblioteca e tirasse todo dinheiro e jóias me deixou em dúvida sobre a escolha de minha irmã. Saí do quarto de meu pai com desculpa que iria tirar todo o dinheiro e fui para meu antigo quarto e pedi a Mindy que me preparasse um banho para que eu pudesse relaxar meu corpo cansado de viagem.

Mindy correu para preparar meu banho e enquanto ela fazia o serviço lhe perguntei:

- Como é esse Heatcliff que se casou com a Madeleine?

- Deve ser o homem mais estranho que eu já vi menina. O senhor Heathcliff quase não fala e nunca vi ele sorrindo. É um homem bonito, mas tenho muito medo dele. Não consigo entender o que senhorita Madeleine viu naquele homem.

Se Heathcliff era um sujeito bonito deve fazer um bom par com Madeleine, pensei. Madeleine era uma linda jovem de pela alva e cabelos castanhos claros e lisos, a expressão de seu rosto sempre foi pacifica e sonhadora. Creio que meu rosto guarda certa semelhança com o rosto de Madeleine, pois ambas tínhamos olhos castanhos bastante claros. Porém meu cabelo tem um tom de castanho um pouco mais escuro que os de minha irmã e são cacheados e creio que eu sempre tive uma expressão mais séria e serena do que minha irmã.

As palavras de minha ama me fizeram lembrar-se do tom da carta de meu pai relatando-me o que acontecia com Madeleine. Ainda tenho as palavras dele gravadas como se fossem letras de fogo.

‘’ Sua irmã está louca e teima em se casar com um aventureiro chamado Heathcliff. Nada sei sobre a origem desse homem exceto que é inglês, porem sua pele morena e seus longos cabelos pretos me fazem suspeitar de que seja um cigano, um aventureiro ou mesmo um pirata. Ninguém nessas redondezas sabe nada sobre esse homem.

Nem posso acreditar que ela fugiu para se casar com aquele homem e me dará netos com sangue cigano. O que será da linhagem de nossa família?‘’

Voltei à realidade dos fatos e após um banho delicioso, pus um roupão e chamei Mindy para me ajudar a cumprir a tarefa que meu pai me deu de tirar todas as nossas riquezas da casa para que nada ficasse para o vil esposo de minha irmã. Fui à biblioteca com a chave do cofre e abri sem grandes dificuldades e comecei a tira todo o dinheiro e algumas jóias ali contidas. Tive um pensamento que me assombra até hoje o de pegar toda aquela fortuna e partir naquela mesma hora para um lugar distante, onde ninguém me conhecesse eu diria a Mindy que ia cidade e levaria todo o dinheiro embora. Horrorizada com um pensamento tão baixo pedi a Mindy que me ajudasse a encher a sacola que ela mesma trouxe para me ajudar.

De repente fomos interrompidas pela súbita chagada de um cavalheiro, alto, de longos cabelos negros, seus olhos negros possuíam uma expressão séria e resoluta e em sua boca se desenhava um sorriso sarcástico, quando diz a mim:

- Imagino que a senhora seja minha cunhada, a senhora Anchieta. Não seria melhor esperar seu pai morrer para pegar sua parte na fortuna? Espero que não tenha pegado dinheiro a mais do que lhe cabe na herança, pois metade de todos os bens móveis e imóveis pertence também a minha esposa Madeleine.

Mindy ia dizer alguma coisa quando o Heathcliff gritou de uma maneira que assustou a até a mim:

- Meta-se com os assuntos da cozinha ou do velho. Ele está todo sujo na cama, vá limpa-lo agora mesmo, sua idiota e agradeça eu estar de bom humor e não mandar o capataz lhe surrar! Agora saída daqui! Enquanto eu converso com dedicada filha mais velha do senhor Wilkes a senhora Anchieta.

Mindy saiu tremendo para cumprir a ordem. E eu fiquei a sós com aquele homem, que deduzi tratar-se de meu cunhado o senhor Heathcliff.

- Não estou roubando nada, meu próprio pai ordenou-me que tirasse esse dinheiro daqui. E de qualquer forma isso também me pertence. Imagino que o senhor seja o marido de minha irmã, o senhor Heathcliff. Onde está Madeleine?

- Minha esposa acordou indisposta hoje e virá amanhã visitar seu amado pai e sua dedicada irmã. Imagino que tenham muito a conversar. É melhor ver como seu pai está senhora, não vai querer que ele morra sem a sua tão desinteressada presença não é mesmo?

Senti-me profundamente ofendida pelos comentários sarcásticos daquele homem e quase lhe dei uma bofetada, porem apenas saí da biblioteca levando o que me cabia na herança de meu pai como ele mesmo me ordenara. Ainda creio que algum escravo contou a Heatcliff sobre as riquezas que estavam na casa. Ainda ei de chicotear esse traidor até a morte.

No caminho para o quarto de meu pai encontrei Mindy que vinha correndo desesperada gritando por ajuda.

- O senhor tá passando muito mal senhora Lauren!

Dei meia volta e mandei um dos escravos buscar o medico imediatamente, enquanto Heathcliff estava sentado numa poltrona impassível. Porém não perdi meu tempo com ele. O medico disse que meu pai teve apenas uma breve recaída e que ficaria bem.

- Parece que senhora ainda terá de esperar para levar a fortuna de seu pai. Afirmou Heatcliff, entrando no quarto de meu pai. Vendo que meu pai se irritava com a presença do indesejado genro, mandei aos gritos que Heatcliff se retirasse.

Mais tarde com a casa no mais completo silêncio finalmente abri o envelope que minha irmã confiou a mim. Era uma carta que irei ler mais uma vez:

‘’ Cara Lauren, sinto tanto a sua falta. Não quero admitir para mim mesma que talvez nosso pai tivesse razão em não querer meu casamento com Heatcliff. Achei uma grande tolice de nosso pai detestar de maneira tão veemente Heatcliff. O tempo todo me perguntava com um homem culto como nosso pai poderia ter semelhante preconceito?

Heathcliff era um perfeito cavalheiro quando o conheci. É bem verdade que nunca foi um homem de muitas palavras, mas sempre foi muito gentil e de muitos bons modos. Não demorou para que ele cativasse meu coração. Pois Heathcliff é um homem vigoroso e bonito, embora tenha uma beleza máscula muito diferente dos rapazes que me pretendiam. Não sei nada sobre ele a não ser que é inglês. Ele tem as mãos calejadas, talvez devido ao trabalho duro, mas também suspeito que Heathcliff tenha servido ao exército, por causa de seu porte físico. Claro que imagino ser o exército de nossa jovem nação. Pude notar que Heathcliff é um homem instruído e rico, mas não faço ideia de onde vem sua instrução e fortuna. Eu mesma confessei meus sentimentos a ele.

- Não acha que é muita ousadia da senhorita se dirigir assim a um homem? Indagou Heathcliff surpreso. Respondi que não e ele deu um sorrio que não consegui compreender bem e comentou:

- A senhorita é uma jovem muito rica, não é mesmo? Então aceito sua proposta.

Claro que tomei o comentário de Heathcliff como uma brincadeira de um homem surpreendido por uma mulher decidida.

Fiquei imensamente feliz por Heathcliff ter aceitado noivar comigo. Eu sabia que nosso pai jamais permitiria tal coisa. Há algumas semanas decidi fugir com Heatcliff. Não elaborei nenhum plano especial, apenas esperei que nosso pai e todos os escravos fossem dormir para que eu pudesse sair de casa. Heatcliff subornou o capataz e outro escravo para que nos dessem cobertura na fuga e tudo correu perfeitamente bem. Casamo-nos no cartório da cidade vizinha.

A nossa lua de mel foi um pouco estranha. Heathcliff foi bastante frio comigo enquanto consumávamos nosso casamento e tenho até hoje a nítida impressão que ele falou o nome de outra mulher. Sim ele repetiu pelo menos duas vezes o nome ‘’Cathy’. Senti meu orgulho ferido, mas nada disse a ele prefiro acreditar que não passou de uma impressão.

O senhor Heathcliff não me trata mal ou grita comigo, antes o fizesse, pois sua indiferença é uma tortura para mim. Parece que eu sou para meu marido uma das paredes da casa ou um móvel qualquer.Por esses dias comecei a sentir meu corpo fraco e disse a ele que chamasse um medico e como resposta, ouvi:

- Não há motivos para tanto alarme, você não está tão mal. Tem boas cores. Distraia-se atormentando as escravas da casa como fazem as outras damas das redondezas e trate de me deixar em paz!

É verdade que Heathcliff não levantou a voz ou olhou para mim com ódio, mas havia uma terrível brutalidade nas palavras que ele pronunciava, quase como se me ofendesse dos piores nomes para se dirigir a uma dama.

- Como pode ser tão cruel não vê que eu estou morrendo? Não se importa se sua esposa morrer em sua frente! Gritei dando um grande arranhão no rosto Heathcliff para provocá-lo a sair de sua cruel indiferença. Heathcliff me empurrou longe de meu deu duas tapas fortes em cada lado do meu rosto. Fiquei surda por alguns segundos por causa das tapas, mas pude ouvir Heathcliff gritando com uma escrava.

- Sua dona escorregou. Leve-a para o quarto. Ordenou Heathcliff saindo de casa.

Em geral Heathcliff sai de casa muitas vezes retornando no dia seguinte, embora jamais chegue embriagado. Muitas vezes perguntei onde ele estava e tudo que Heathcliff fez foi simplesmente entrar em seu quarto e trancar a porta, me deixando falar sozinha. Eu sempre o escuto resmungar o nome de Cathy. Gostaria de saber quem é minha rival que parece possuir completamente a alma de meu marido.

Não sabe o quanto gostaria de revê-la minha irmã e de voltar à casa de nosso pai. Talvez eu só queira de volta tudo que já tive um dia. ’’

Guardei a carta e fui me deitar. Estou horrorizada com meus pensamentos sobre a carta de Madeleine. Achei que todas aquelas palavras não passavam de tolices de uma jovem romântica que via suas ilusões igualmente tolas do casamento desaparecerem dia após dia. Ela teve a sorte de escolher o marido que é um homem bonito, enquanto eu tive que me casar com o homem que nosso pai determinou. Mal sabia Madeleine o quanto custa cumprir os deveres de esposa com um homem velho. Menina mimada e egoísta! Foi o que pensei de minha própria irmã. Francamente não me sinto inclinada a ter compaixão de Madeleine. Céus e a chamei de egoísta! Mas talvez eu seja uma pessoa má que não se importa com as pessoas, nem mesmo quando são de minha própria família.

Não consegui dormir bem, pois ia constantemente ao quarto de meu pai ver como ele estava. Deus sabe o quanto eu rezei para que ele não morresse durante a noite, pois seu estado piorava a cada hora.

Assim que os primeiros raios de sol surgiram no horizonte e meu pai finalmente adormeceu, pude sair para contemplar o belo jardim de rosas brancas. Resolvi então caminhar por ele, enquanto me lembrava dos tempos em que eu era criança e corria para os braços do meu pai e da minha mãe sempre que sentia medo e ainda brincava com minha irmã mais jovem. Fui andando até a entrada da fazenda, vendo o movimento dos escravos que já acordavam para colher algodão. Então pude ver de perto o nascer do sol no Mississipi tão belo que me fez esquecer de todos os problemas que vivia e decidir jamais retornar ao Brasil para viver com meu marido.

- Preciso lhe falar senhora Lauren. Disse Heathcliff surgindo em minhas costas como se fosse um fantasma.

- O que quer? Seja breve! Respondi.

- Sua irmã tem perturbado meu juízo com a idéia fixa de que está terrivelmente doente e prestes a morrer sem que eu mova um dedo para ajudá-la. Quero que a visite e tire essa ideia da cabeça dela, antes que eu seja obrigado a tomar medidas severas. Disse Heathcliff num tom de fúria controlada, quase entre os dentes.

- Madeleine é sua esposa, o senhor é que deve saber como lhe dar com ela. Mas farei uma visita a minha irmã. Repliquei o mais educadamente que pude. Entrei em casa na companhia do senhor Heathcliff e depois de um café da manhã num silêncio angustiante para qualquer mortal. Depois acompanhei meu estranho cunhado até sua casa. Antes de sair pede a Mindy que vigiasse meu pai e ordenei as outras escravas que cuidassem do trabalho doméstico sem mim.

Pude aproveitar bastante o passeio e ver os grandes campos de algodão, lindas flores nos jardins das propriedades próximas a fazenda de meu pai e as árvores em florada que ficam às margens do Mississipi, sem que meu companheiro me interrompesse uma única vez com qualquer que fosse o assunto. Pensei até que Heatcliff tivesse dormido durante o trajeto, mas estava acordado e parecia estar num estranho transe.

Quando finalmente chegamos a sua casa Heathcliff mandou o cocheiro parar e guardar a charrete com singular brutalidade. Confesso não ter ficado tão chocada com o tratamento que Heatcliff deu ao pobre homem, pois conhecia como os donos de escravos no Brasil os tratavam, era terrível, pois meu pai jamais tratou assim seus escravos.Heathcliff fez sinal para que eu descesse da charrete, como exigisse entrasse imediatamente antes que ele mudasse de idéia.

A casa de Heathcliff não deveria ficar mais do que uma hora da cidade vizinha. Tinha um jardim muito bonito com lindas flores amarelas e vermelhas e um grande espaço. A casa tinha dois andares e era pintada de um tom de amarelo muito bonito que fazia um contraste bem interessante com as portas e janela marrons.Entrei na sala e notei que Madeleine tinha se tornado uma boa dona de casa, pois tudo estava perfeitamente arrumado e em ordem. Havia belos tapetes persas no chão e belos vasos de flores com motivos orientais. As paredes brancas com lindos quadros de paisagens deixavam a sala ainda mais encantadora.

Antes que Heatcliff subisse para chamar a esposa Madeleine apareceu na sala descendo as escadas, que ligavam o andar baixo ao de cima, com um sorriso alienado que me deixou completamente horrorizada e Heathcliff surpreso. Eu quis me aproximar, mas não tinha coragem de mover um músculo. Heatcliff se aproximou de Madeleine e ela soltou uma gargalhada horrível. Heathcliff se aproximou de Madeleine tentando segura-la, mas ela correu avançando vários degraus.

- Hoje você ficará livre para voltar para sua amada Cathy, querido Heathcliff. Gritou Madeleine entrando no quarto e trancando a porta a chave.

Senti meu coração palpitar de aflição e corri atrás de Heathcliff. Com dificuldade Heathcliff conseguiu derrubar a porta. Madeleine ria se apoiando no parapeito da janela e quando Heathcliff deu um passo ela pulou da janela. Heatcliff ainda tentou salva-la e eu o segui, para ver o cadáver de Madeleine retorcido no chão. Jamais poderei esquecer aquele sorriso no rosto de Madeleine ela parecia amar tanto Heatcliff e parecia tão em paz. Nunca tinha visto alguém morrer e simplesmente eu não sabia como agir. Notei que Heathcliff não tinha qualquer emoção quando gritava para um escravo ir buscar o delegado e o medico.

- Quando o delegado chegar aqui. Diga a ele tudo o que se passou sem errar uma única palavra todas as vezes que ele perguntar. Instruiu-me Heathcliff.

O delegado e medico foram à casa de Heathcliff e nos fizeram repetir inúmeras vezes tudo o que se passou. Foi muito difícil convencer o padre a enterrar Madeleine num cemitério, porém Heatcliff o subornou com uma generosa quantia para os pobres e para reconstrução do altar da igreja, então padre aceitou enterra Madeleine em nosso mausoléu e rezou uma bonita missa em Latim.

Dias depois foi à vez de meu pai deixar esse mundo. Ele faleceu sem saber da morte de Madeleine ou as circunstâncias. Não achei necessário perturbar um homem em seu leito de morte. Meu pai morreu em paz. E acredito de todo o coração que ele, Madeleine e mamãe se encontram no Céu.

Depois do enterro de papai Heathcliff veio falar comigo.

- Tenho que resolver sobre a herança, senhora Anchieta. Não quero me demorar aqui tenho negócios importantes para resolver na Inglaterra.

Achei melhor dividir a fortuna meio a meio, embora meu pai não quisesse que Heathcliff recebesse nada e tentou deserdar minha irmã, porém seu testamento foi considerado invalido.Assim Heathcliff ficou mais rico com a parte de Madeleine e eu com a minha parte que é mais do que o suficiente para garantir minha liberdade, pois não voltei para casa de meu marido e dei ordens aos escravos que se algum dia ele aparecesse eles deveriam atirar para matar, mas o senhor Pedro jamais veio me buscar. Talvez já tenha deixado esse mundo também. Nunca mais soube de Heatcliff, nem sei se ainda é vivo. Mas acredito que esteja com Cathy de quem tanto falava.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.