A Organização Secreta

Capítulo 18 - Estamos nessa juntos.


P.O.V Allan:

Hm, ok. Eu abro a porta, encontro a garota perfeita querendo falar comigo, falando que vai lutar pra ficar comigo e me dá o melhor beijo da minha vida. Eu sou sortudo, sim ou claro? Apenas um detalhe afeta tudo isso: Ela é neta da mulher que matou o meu avô. Eu sou azarado, sim ou claro?

- Ei, ei garanhão. - Kaio brincou enquanto eu entrava no quarto

- Tá engraçadinho hoje, né?

- Sempre. - ele respondeu

- Vai ficar ainda mais quando eu te der um soco. - respondi

- Calma aí, lutador. Me conta o que aconteceu... - ele deitou na cama dele, me olhando

- Imagina assim: Você conhece a garota perfeita. Ela é linda, inteligente, não é fútil como a maioria e gosta de você. - falei

- E qual o problema? - ele perguntou

- Ela é neta da mulher que matou seu avô. - falei

- Jura que você tá com essa história na cabeça ainda? - ele disse

- Como esquecer? Por causa disso eu não tive uma família e sempre morei aqui. Querendo ou não, esse fato define quem eu sou. - eu disse

- E você realmente acredita em tudo que dizem? Você sabe que ninguém que viveu essas coisas está ativo ainda, são boatos. E boatos, quase sempre são mentira.

- É, quase sempre. - rebati

- Você vai deixar uma coisa que não foi com você nem com ela, te atrapalhar? Pô, você encontrou o amor da sua vida e vai deixar escapar? Encontrar a pessoa certa não acontece todo dia e quando acontece, tem que ser feito de tudo para mantê-la ao seu lado. - ele respondeu

- Bonitas palavras, leu no tumblr de quem? - respondi meio irônico

- Eu faço um discurso todo bonito e você debocha. Quem tá engraçadinho agora? - ele se levantou e me empurrou

Eu precisava de ar e recorri ao meu lugar secreto. Bom, não exatamente secreto. Era um jardim da agência. Porém, poucos sabiam da sua existência, só quem cresceu aqui conhecia. Desci as escadas até o final e usei minha "passagem secreta" que eu me refugiava quando criança. Cheguei ao meu jardim. O lugar mais lindo que já vi. Tinha uns brinquedinhos de criança, um canteiro com mais ou menos uns 30 tipos de flores diferentes. Uma árvore que tinha uma ótima sombra. Bancos, um chafariz com água. Era perfeito. Do jardim eu conseguia ver a entrada da agência. Fiquei observando as pessoas entrarem e saírem, será que elas sabem o que eu faço? Que sou um espião? Será que elas já sofreram por amor? É isso que se apaixonar faz, faz você pensar coisas que nunca havia pensado antes.

Então, de repente eu vejo uma garota de cabelos castanhos e jaqueta preta sair correndo. Parecia a Megan. Será que era coisa da minha cabeça?

- MEGAN? - eu gritei. Da entrada não dava pra ver o jardim, mas dava pra ouvir. A garota virou pra trás procurando a voz e saiu correndo. Por que a Megan tava fugindo?

P.O.V Megan:

Eu subi no meu quarto decidida. Peguei o notebook e comecei a hackear. Opa, o básico das aulas de informática serviram pra alguma coisa. Entrei no servidor da agência e achei o banco de dados. "Richard Tyler", digitei. Se alguém podia me dizer a verdade, seria ele.

Anotei em uma folha de um bloco de papel o seguinte: "Richard Tyler, 59 anos. Espião não ativo, aposentado com honra. Endereço atual - Edifício Pegasus."

Abri outra guia da agência. "Edifício Pegasus", digitei. Anotei os dados: "Residencial para agentes."

Abri minha mochila e coloquei meu celular, dinheiro, o bloco de papel, algumas canetas, umas barrinhas de cereal e uma garrafinha de água. "Ótimo, terei apenas que invadir um residencial de espiões pra falar com ele.", pensei. Desci correndo as escadas e disparei porta a fora. O endereço eu sabia, era do outro lado da cidade, chegaria lá em umas três horas. Quando saí ouvi alguém gritar meu nome, olhei para trás e sai em disparada. Ninguém iria me impedir de descobrir a verdade.

P.O.V Allan:

Eu olhei ela sair correndo e não pensei duas vezes. Chamei o Kaio e subi no quarto dela. Bati na porta.

- É, oi? - Drika disse saindo.

- Oi Dri. - Kaio disse

- Oi Ka. - Drika disse ficando vermelha

Eu olhei pros dois, é dariam um bom casal.

- A Megan.. - disse nervoso

- Ela não tá aqui, eu cheguei agora e o notebook dela tava aberto em cima da cama, mas eu não a vi. - ela respondeu e eu entrei no quarto

- Eu vi ela sair correndo do prédio. - disse enquanto pegava o computador dela

- Pra fazer o que? - ela perguntou

- Isso que eu vou descobrir. - eu disse mexendo no computador

Duas guias estavam abertas, uma com o nome "Richard Tyler" e a outra com o nome "Edifício Pegasus".

- Ela foi encontrar esse senhor. - eu disse

- Pra que? - Kaio perguntou

- Não sei, mas eu vou atrás dela. Se ela foi correndo, deve ser importante. Ela é minha parceira não posso deixá-la e outra coisa, se ela for sozinha no Pegasus ela vai se ferrar. - eu disse

- O PEGASUS? - os dois perguntaram

- É, eu vou atrás dela. De carro eu vou mais rápido. - eu disse

- Você lembra que tem 17 anos, né? - Kaio disse

- Mas tenho carinha de 18, meu jovem. - sai correndo

P.O.V Megan:

Eu sai correndo umas duas quadras. Depois comecei a andar rapidamente, até chegar no ponto de ônibus, umas 4 quadras depois, para ir atrás do sr. Tyler.

- Ei gatinha, quer carona? - um camaro preto parou na frente do ponto. O vidro desceu, o motorista estava com uma jaqueta, óculos escuros e uma regata branca.

- Allan? - perguntei

- Não, é a fada dos espiões. - ele deu risada - Entra logo.

Eu entrei no carro e olhei pra ele com cara de brava.

- Tá fazendo o que aqui? - perguntei

- Te salvando. - ele respondeu

- Que?

- Você tava louca em querer ir no Pegasus. - ele respondeu

- Mas lá é um residencial de espiões. - eu disse

- Você leu informação errada, lá é um residencial sim. Mas de "vilões." - ele fez aspas

- Ixi.

- Ia fazer o que lá? - ele perguntou

- A Britt disse que um cara que tá lá sabe a verdade sobre seu avô e minha avó. Eu vou lá tirar essa história a limpo... - respondi

- Você ia se arriscar lá, por minha causa? - ele perguntou

- Não se sinta convencido. - eu disse

- Então, vou com você. - ele respondeu dirigindo o carro

- Que? - eu perguntei confusa

- Estamos nessa juntos, você faz isso por mim e eu faço por você. - ele um sorriso que me derreteu

- Mas é uma missão, tecnicamente. E você vai assim de jaqueta, óculos e um camaro? - perguntei - Acho que chama pouca atenção, pouquinha. - ri irônica

- Você tem muito que aprender. - ele disse fazendo voz de superior - Se vai me uma missão, tem que ir com estilo.

- É, tenho que aprender ainda. - ri

- Pode deixar, - ele riu - Tudo aquilo que você não sabe eu te ensino.

- Tudo mesmo? - comecei a rir alto

- Tudo que você quiser. - ele mordeu a boca e deu uma piscadinha