Eu estava voltando pro meu quarto na pousada, que é junto com as outras meninas. Entrei e me deparei com minha versão Toy fazendo algo. Me aproximei dela, e vi que ela estava passando a minha base.

— Ei, você pegou sem pedir? — Perguntei, tentando não parecer grossa.

— Peguei sim, quer de volta?

— Não, não, pode terminar de passar... Eu só queria que você tivesse me avisado que ia usar.

— Ah, sim, beleza.

— Mas ei, pra que você tá se maquiando?

— Pra cobrir minhas bochechas naturalmente rosadas. — Ela disse, e olhou pra mim com um sorriso debochado. Eu demorei a perceber, mas então me caiu a ficha: nós duas somos exatamente iguais. As únicas diferenças são as bochechas. Mas ela não ia... Ia?

Eu estava tentando processar o que estava acontecendo, quando ela me agarrou e me empurrou pra dentro de um armário, trancando a porta. Por que ela queria se passar por mim!?

Fiquei batendo na porta do armário e gritando até que alguém abrisse pra mim. No caso, esse alguém foi a Tica.

— Tica, muito obrigada, você é um anjo! — Agradeci.

— De nada, Drikka... Drikka!? Mas você... Você estava lá, com os Olds! — Ela ficou surpresa.

— Aquela não sou eu... É a Toy, só que com maquiagem.

— Ahhh... Mas por que?

— É o que eu quero descobrir. — Saí do quarto com removedor em mãos. Talvez fosse necessário desmascarar ela à força. Fui andando junto com a Tica, e encontramos a Toy abraçada com o Bonnie. Admito que senti ciúmes, mas tentei me controlar.

— Essa aí não sou eu! — Cheguei fazendo uma cena e apontando pra Toy.

— Espera, o que? — Mangle estava confusa.

— Aquela ali é a Toy! Ela me trancou no armário e tá tentando se passar por mim! — Expliquei.

— A Toy!? — Todos olharam pra ela.

— Sim, ela tá de maquiagem, e eu posso provar! — Me aproximei dela e esfreguei um algodão encharcado de removedor no rosto dela. Depois, mostrei pra todos o removedor cheio de base, e as bochechas cor-de-rosa da Toy.

— Por que você sempre tem que estragar tudo? — Ela estava irada.

— E por que você queria se passar por mim? — Confrontei.

— Isso não te interessa! — Ela disse, e me deu um empurrão forte que quase me derrubou. Nessa hora, meu sangue ferveu e eu não consegui me controlar. Eu não estava raciocinando direito, e acabei fazendo um arranhão feio no rosto da Toy Drikka. Só escutei o grito fino dela, e então percebi o que tinha feito. Meu primeiro reflexo foi sair correndo pra me esconder no quarto.

Eu estava chorando com a cara enfiada no travesseiro, quando escutei a porta se abrindo.

— Vai embora... Eu não quero falar com ninguém. — Falei, sem nem ver quem estava no quarto.

— Quero conversar com você... — Era a voz da Puppet. Me sentei na cama e olhei pra ela.

— Eu sou um monstro!

— Não, você não é! Você só perdeu o controle... — Ela disse, enquanto secava minhas lágrimas com o dedo.

— As memórias falsas... Elas sumiram. Eu me lembro das coisas de verdade agora, e... Eu estava lá! Eu já era uma animatronic antes de 1987. Eu mordi uma criança, e me desligaram por isso. Fiquei tantos anos isolada! Mordi uma criança inocente, e agora quase deixei a Toy Drikka cega! — Desabafei, ainda chorando.

— Relaxa, 1987 já passou, e agora estamos cuidando do machucado da Toy. Ela não machucou o olho, tá tudo bem. — Puppet me tranquilizou. Ela conseguiu me tirar do quarto, mas mesmo assim, fiquei mal até o final do dia.