A New Life in NY I

I thought I had you


Serena’s POV (durante o feriado)

B e L viajaram e estou morrendo de tédio trancada no meu quarto. Pego meu celular tentando achar alguém disponível, aceito fazer qualquer coisa para não ficar o dia todo em casa. Tento falar com a Meghan, mas ela não atende. Ninguém me atende. Então meu celular vibra, era uma mensagem do Dan. Reviro os olhos, não quero falar com ele.

“Está ocupada? Será que a gente poderia se encontrar hoje?”

Não respondo.

“Por favor. Eu só quero conversar.”

“Por favor...”

Dou um longo suspiro. Não é como se eu tivesse algo melhor para fazer.

“Tudo bem. Te encontro na cafeteria perto da escola mais tarde.”

Quando chego ele já está me esperando numa mesa perto da entrada com dois copos de café a sua frente. Ele se levanta quando me vê:

— Fiquei feliz que você aceitou me ver. Pedi um café para você.

— Obrigada – falo me sentando e pegando o copo. – Sobre o que você queria falar?

— Nós não conversamos mais depois daquele dia...

— O dia que você beijou a Liz? – ele fica vermelho e desvia o olhar.

— Queria pedir desculpas, não deveria ter feito aquilo.

— Não deveria. Porque ela me disse que você a pegou de surpresa e ela não queria.

Eu não conseguia continuar odiando a L pelo o que aconteceu, ainda mais que eu fiz tão pior. Dan pegou L de surpresa e eu cheguei bem na hora, já eu beijei Nate num lapso de julgamento de tão bêbada que estava, Dan e eu não tínhamos nada sério ainda, já B e N estão juntos há anos... E ela me perdoou.

— Eu sei...

— Olha, Dan... A gente não estava namorando ainda, pelo menos não tínhamos falado sobre isso. Então, tudo bem se a sua mente estava num lugar diferente da minha. Eu estava gostando muito de ficar com você. Mas você me magoou, não vou mentir.

— Eu sinto muito, Serena. Eu também gosto muito de você, eu...

— Mas você também gosta da Liz, não é?

Ele não responde.

— Eu não quero me envolver com você se ainda está pensando em outra pessoa. E eu não quero que minha amizade seja afetada porque eu tenho ciúmes de você. Talvez um dia a gente possa ter outra chance, mas não agora, não com você indeciso assim.

—x-

Liz’s POV (quinta-feira)

Chuck e eu estávamos tendo a mesma aula, nós dividíamos a mesa no fundo da sala. Ele pega uma caneta e escreve alguma coisa no meu caderno.

“Quer ir embora comigo hoje?”

“Ir com você pra quê?”

“Você sabe... Estou com saudades sua.”

Solto um sorriso e olho pra ele mordendo meus lábios. Ele se senta mais perto de mim e dá um sorriso de canto, aquilo faz um calor percorrer todo meu corpo e meu coração está acelerado. Eu amo estar com ele. Eu amo o seu cheiro, quando a pele dele toca a minha, a forma como ele passa os dedos pelos cabelos, o jeito que ele ri.

Estou completamente apaixonada por Chuck Bass. Ah, Liz, no que você foi se me meter?

Depois da escola nós vamos para o Empire e eu mal posso esperar para tê-lo, para me entregar a ele mais uma vez. Meu corpo inteiro pulsa por ele e cada parte de mim anseia para tocá-lo e ser tocada. Assim que fechamos a porta, Chuck me coloca contra a parede e me beija com tanta intensidade que não consigo pensar em mais nada, havia apenas nós dois no mundo inteiro naquele momento e eu era dele e ele era meu. Posso sentir o cheiro do seu perfume enquanto ele beija meu pescoço, o toque quente da sua pele na minha, suas mãos percorrendo minha silhueta. Ele me pega no colo e me leva até o quarto, a pressão do seu corpo em cima de mim, o suor em sua testa, o meu cabelo bagunçado, cada gemido que eu solto e o jeito que ele me observa enquanto quer me satisfazer.

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Na semana seguinte

Era sexta-feira, o dia estava frio e ventando lá fora, acordo mais cedo para ir tomar café da manhã com Michael meus avós no Four Season, onde eles estavam hospedados. Eles haviam chegado ontem à noite e combinamos de nos encontrar hoje pela manhã. Passo primeiro no prédio de Mike para buscá-lo, imaginei como ele devia estar se sentindo nervoso em conhecer nossos avós pela primeira vez e queria amenizar um pouco não o deixando ir sozinho. Por mais que eu saiba que minha vó iria amá-lo independente de qualquer coisa. Ontem ela me ligou:

— Quero conhecê-lo o quanto antes. E um café da manhã será mais intimo para podermos conversar do que logo na minha festa de aniversário, quero que ele sinta-se a vontade na festa e fazendo parte da família. Sei que você fez um ótimo trabalho o acolhendo aos Redfords, querida, mas também quero que ele sinta isso de todos nós. Eu também sinto que devo convidá-lo pessoalmente, quero que ele se sinta bem vindo apesar de tudo.

Antes de entrarmos eu pego na mão dele, que percebo estar gelada e um pouco tremula:

— Não tem como eles não te amarem – falo e isso o faz sorrir, então nós entramos e caminhamos até o restaurante.

Eles já estavam nos esperando e quando minha vó nos avista já vem até nós e dá um grande abraço em nós dois.

— Ah, Michael, estou tão feliz que finalmente pudemos nos conhecer. Liz me mandou fotos suas, mas não fez jus a você. Tão lindo e alto! Você definitivamente tem os ombros largos iguais aos seus primos.

Ele sorri e está com o rosto vermelho:

— É um prazer conhece-la também, Sra...

— Por favor, não precisa me chamar assim, pode me chamar de Claire e quando estiver pronto eu vou amar que você me chame de vó.

— É um grande prazer, Michael! Arnald ou vovô – meu vô fala rindo e isso faz Mike rir também.

Minha avó é uma mulher imponente, de cabelos grisalhos e curtos, sempre de Chanel da cabeça aos pés, ela só abre exceção para usar as peças que a minha mãe envia a cada nova coleção. Apesar de parecer séria, ela acolhe a todos, tem um coração do tamanho do mundo. E meu avô é completamente apaixonado por ela até hoje, ele é mais quieto e sempre deixa ela ser o centro das atenções onde vão. Ele teve a mesma carreira do meu pai na política e apesar de ter passado grande parte da vida dependendo de popularidade para ganhar eleições, ele sabe que ninguém pode competir com a luz que a sua esposa emite. E isso faz ele brilhar mais.

Nós nos sentamos e fazemos nossos pedidos, eu peço um café e um prato de french toast com frutas frescas.

— A gente queria te parabenizar por conseguir o cargo de sous chef no Rouge Tomate, é um ótimo restaurante. Antes de irmos embora, nós fazemos questão de irmos comer lá – meu avô fala e olho para Michael, meu coração transborda de vê-lo sorrir de orelha a orelha.

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Mais tarde depois da aula, Chuck e eu vamos embora juntos para o Empire. Nós pedimos algo para comermos no quarto e eu estou morrendo de fome.

Estamos deitados juntos no sofá enquanto esperamos e estamos conversando sobre nosso dia na escola.

— E como foi hoje com o Michael e seus avós? – ele pergunta se lembrando que foi hoje o encontro.

— Foi ótimo, eles se deram muito bem. Tenho certeza que ele vai te contar tudo sobre.

Nós rimos.

— Sabe, hoje à noite vai ser o jantar de aniversario da minha avó, você não quer ir comigo?

Ele para de sorrir e fica em silencio por um tempo:

— Acho melhor não, Liz.

— Por quê? Vai ser divertido! Michael vai estar lá, você vai poder conhecer toda a minha família, vai ser legal. Você vai amar todo mundo.

Ele permanece quieto e sério.

— O que foi? – pergunto me endireitando no sofá.

— É melhor não, Liz. Já disse – ele responde de forma ríspida e se levanta indo para a cozinha.

— Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

— Não é nada, eu só...

— O quê?

— Michael e eu sermos amigos não... Não é o mesmo de você querer me apresentar pra toda a sua família como seu namorado – isso me faz estreitar os olhos. – Não quero que você saia por aí falando para todo mundo que somos um casal. Porque nós não somos.

— Ok... O que nós somos então?

Ele revira os olhos e pega uma garrafa de vodca pela metade dentro da geladeira.

— Eu quero que você me responda. Vamos ter essa conversa. Você não vai fugir disso bebendo.

— Não vou brigar com você – ele responde enchendo um copo.

— Então vamos conversar. O que nós somos?

— Liz...

— Achei que a gente tinha voltado da onde paramos da ultima vez, que tínhamos voltado... O feriado, os últimos dias na escola, nós não escondemos isso de ninguém, eu entendi errado? Você não quer namorar comigo?

— Por que nós precisamos dar um nome para o que temos?

— Porque se eu não tenho certeza do que você quer, do que você sente, Chuck... Eu só não quero me magoar.

— A gente está se divertindo, não estamos?

— É só diversão? – pergunto e ele vira o copo.

Respiro fundo:

— Eu vou embora. Só me procure quando você souber o que quer. Não quero incerteza, Chuck.

Saio pela porta e entro no elevador, mas ele me segue:

— Por que você está fazendo isso? Estava tudo bem.

— A gente não está na mesma página e eventualmente alguém vai quebrar a cara aqui.

— A gente está se divertindo, Liz. Não está bom.

Isso me faz bufar:

— Não! Não está bom! – o elevador se abre. – Porque eu te amo, Chuck. Estou completamente apaixonada por você. Mais do que antes. Você fez isso comigo, tem ficado atrás de mim o tempo inteiro, me chamando para viajar com você, me fazendo companhia todos os dias... Eu quero isso aqui, eu e você. Achei que você também queria, não achei que tivesse mudado de ideia.

Saio do elevador ele segura minha mão.

— Não é isso!

— O que é estão?

Ele me fita com a testa franzida e com a respiração ofegante, a boca semiaberta como se quisesse falar algo, mas ele permanece em silêncio. Espero que ele fale algo, mas ele me solta e abaixa o olhar. E tudo isso me dói. E eu vou embora.

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“Hey, Upper East Siders!

Minhas fontes dizem que L e C tiveram uma discussão pesada hoje. Eles gritaram um com o outro e teve várias testemunhas.

O que será que aconteceu?

XOXO, Gossip Girl.”

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Chuck’s POV

Pego uma garrafa de uísque da cozinha e me jogo no sofá, sirvo uma generosa dose e viro o copo, a sensação do álcool queimando por dentro me faz dar um suspiro. Eu estava precisando disso. Encho meu copo mais uma vez e me afundo um pouco mais no sofá.

Quando me dou conta estou no fim da garrafa e não me sinto anestesiado o suficiente. Eu só consigo pensar nela e eu me odeio por isso.

No momento que ela me chamou para conhecer toda a família dela, senti medo e não parecia certo. Era como se aquilo que temos pertencesse apenas ao nosso mundo e eu não me sentia confortável de ter que lidar com todo o resto.

Eu me senti intimidado e estraguei tudo.

Eu não quero um relacionamento sério desse jeito, eu devia ter imaginado que uma hora eu acabaria a magoando. Talvez Georgina estivesse certa, Liz foi inocente demais em deixar que eu me aproximasse tanto dela. Talvez eu também tenha sido inocente no momento que achei que conseguiria mudar, que seria diferente com ela, eu sempre acabo voltando aos meus velhos hábitos. O que deu em mim nos últimos meses para pensar diferente? Eu gosto dela. Talvez goste um pouco demais...

Eu gosto tanto de estar com ela, sou tão apaixonado por ela, que eu me esqueço de tudo. Esqueço que eu não sirvo para nada disso.

Reviro os olhos enquanto penso nessas coisas, termino de esvaziar a garrafa e a arremesso contra o outro lado da sala e ela se estilhaça pelo chão. E eu grito. Por que me sinto assim? Estou bravo, estou com raiva e estou amedrontado.

Eu nem a conheço há tanto tempo assim, por que ela meche tanto comigo? Eu nunca devia ter me metido nesta situação. É assim que as pessoas se sentem quando se apaixonam? Que grande merda.

Eu não posso continuar enganando ela assim, eventualmente ela vai ver quem eu realmente sou. E não é alguém que ela quer ao lado dela. Dou uma risada amarga, eu preciso de outra dose. Decido descer até o bar do hotel e peço ao barman para me servir outra garrafa de uísque enquanto caminho para me sentar na ultima mesa aos fundos.

— Já estava estranhando não te ver aqui hoje – ouço alguém falar se aproximando de mim.

Levanto os olhos para ver quem é.

— Georgina. O que você está fazendo aqui?

— Bebendo. Igual a você – ela responde se sentando do outro lado da mesa.

O barman traz a garrafa que eu pedi e dois copos:

— Eu só preciso de um copo, pode levar o outro de volta, por favor.

— Não precisa – ela pega o copo e serve para mim e para ela. – Eu também aceito.

— Tem muitos lugares para você ir beber, pode escolher qualquer um que não seja o meu hotel?

— Está de mau humor, Chuck? – ela ri. – Fiquei sabendo pela Gossip Girl que você e a Liz brigaram, o que aconteceu?

— Por que você quer saber? Para mandar para a GG? Esquece.

— Vocês pensam muito mal de mim, não sei pra quê.

— Ah, você sabe sim, Georgina. Não seja hipócrita – falo e viro o copo.

— O que a Blair falou de mim para a Liz? Você sabe?

A pergunta me faz erguer minhas sobrancelhas:

— Por que isso te interessa?

— Você sabe ou não?

— Você se importa demais com o que a Blair faz ou deixa de fazer às vezes. No fundo acho que vocês sonham em serem melhores amigas.

Ela revira os olhos nervosa:

— Até parece.

— Vocês eram amigas...

— Quando nós tínhamos cinco anos, naquela época ela ainda não era insuportável.

— Você também é insuportável, Georgina. Aposto que se deixassem essa implicância de lado vocês se dariam bem. O problema é que você gosta muito de sabotar as pessoas e a Blair não aceita isso.

— Como se ela fosse um anjo. Ela é tão venenosa quanto eu.

— Mas ela não apunhala ninguém quem ela gosta. Ou vai me dizer que você respeita alguém a não ser você?

Ela serve outra dose para nós dois.

— Você deveria tentar se importar apenas consigo, te faria bem.

— Georgina Sparks dá conselhos agora?

Ela se senta do meu lado se encostando em mim, eu a encaro:

— O que você está fazendo?

— Uma sexta-feira à noite, você está sozinho, eu também estou sozinha. Que mal tem?

Isso me faz franzir a testa, não estava esperando por aquilo:

— É sério isso?

— Pelos velhos tempos – ela fala se aproximando de mim para me beijar e sussurra no meu ouvido. – Quero saber o quanto você melhorou desde aquela época, já que eu fui a primeira.

Ela começa a passar a mão pela minha coxa e me beija. E sem raciocinar direito eu a beijo de volta e nós subimos pro meu quarto.

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Liz’s POV

Chego em casa e minha cabeça parece que está presentes a explodir. Tomo um longo banho e tento não pensar nele e não pensar no que aconteceu.

Quando fico pronta e desço as escadas decido que vou me divertir hoje, vou me dedicar a passar essa noite com a minha avó, com a minha família. Então silencio meu celular e o coloco na bolsa.

Meu pai havia reservado o restaurante inteiro apenas para nós. Chego junto com a minha mãe e Meghan, apesar dos meus pais terem se divorciado há tanto tempo, minha avó sempre tratou minha mãe do mesmo jeito e faz questão de tê-la presente em todas as ocasiões.

— Uma vez uma Redford, sempre uma Redford – é o que ela sempre diz.

— Feliz aniversario, vó! – falo a abraçando.

— Ah, querida, estou tão feliz de estar aqui com vocês. De estar aqui com você. A gente tem muito pelo o que comemorar.

Fazia muito tempo que não nos reuníamos assim e apesar de tudo, eu estava feliz.

Eu, Meghan e Michael estouramos uma garrafa de champanhe e a bebemos só nós três no fundo do restaurante, estamos rindo e nos divertindo e eu sou eternamente grata por tê-los comigo.

— Vamos tirar uma foto! – Meghan grita pegando seu celular, ela tira fotos nossas, da festa, do resto da família, filma nós três enquanto bambeia pelo restaurante bêbada e nós rimos dela.

Ela se senta de novo ao nosso lado mexendo no celular e de repente ela fica séria:

— O que é isso? – ela fala e Michael pega o celular dela para ver e para de rir.

Os dois olham para mim sérios:

— O que foi? – pergunto rindo.

— Liz... – Mike começa a falar. – É melhor você ver isso mais tarde.

— Ver o quê? Do que vocês estão falando? – pego o celular da mão dele, uma postagem da Gossip Girl e uma foto.

Meu coração para e eu me sinto enjoada e zonza.

Chuck e Georgina.

“Hey, Upper East Siders!

Flagra: Chuck Bass e Georgina Sparks se beijando no bar do Empire hoje à noite.

Coitadinha da nossa Princess L, parece que não vai ser dessa vez que ela vai ter o seu final feliz. Ninguém mandou se apaixonar pelo escorpião, é a natureza deles machucar outros para se defender.

Será que eu fui a única que torceu um pouquinho por esse casal? Até pensei que C estava amadurecendo, mas eu entendo, é difícil quebrar rótulos e ele carrega o de galinha há tanto tempo, que não deve saber como ser diferente. Afinal você é quem a sociedade fala que você é ou você é quem diz ser? No caso do nosso C, ambas as partes pensam o mesmo pelo visto.

Acho que a pergunta certa é se nós devemos aceitar o que a sociedade nos impõe ou lutarmos para nos tornar quem queremos ser apesar de tudo?

And who am I? That’s a secret I’ll never tell.

You know you love me.

XOXO, Gossip Girl.”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.