A New Beginning

Conversations


– Eu conheço a tradição, mamãe! – falei ao telefone, na parte hotel na qual estava hospedada - Prometo que estarei ai para o ano novo! – falei incerta.

– Eu preparei tudo com tanto carinho... – mamãe resmungou – Até o seu pai está na cidade, com a nova família dele e você simplesmente diz que não vem!

– Me desculpe! – pedi – Mas estou enrolada com o trabalho! – menti.

Mamãe não precisava saber que eu havia deixado a Valentina, com um completo estranho, mesmo que ele fosse o seu pai. Ela praticamente surtiria, e me mataria no momento que soubesse que a Valentina estava na casa dele naquele momento e havia passado o seu primeiro Natal longe de mim.

– Espero você aqui no Ano Novo! – suspirei aliviada – Mas da próxima vez, organize bem essa sua agenda louca! – aconselhou – Agora, cadê a minha neta? Não falo com ela desde a minha quinta Lua-de-Mel...

– Ela está dormindo! – menti – Depois que ela acordar, eu ligo para senhora...

– Certo! – falou – Tenho que desligar, seu padrasto está querendo atenção agora! – ela falou animada e eu revirei os olhos – Eu te amo querida!

– Eu também, mamãe! – falei antes que ela desligasse o telefone e me jogasse na enorme cama do Hotel, contendo algumas lágrimas.

A minha vida havia se tornando um inferno e não sabia como iria fazer para lidar com toda essa situação. Eu teria que voltar para a Washington, era lá onde eu morava. A minha vida estava toda estruturada lá, não podia simplesmente permanecer em New York. Se eu não ficasse, teria que enfrentar o Chuck e todo o seu poder em algum tribunal. Ele havia deixado isso claro e eu tinha a absoluta certeza que se fosse a julgamento a guarda da Valentina eu perderia imediatamente. Ele era Chuck Bass, sempre ganhava todas.

O que eu iria fazer? Com esses pensamentos acabei adormecendo.

POV Chuck

– Eu não quero ir para a casa da mamãe, em Wasghton! – Valentina falou manhosa em minha cama, havíamos acordado há alguns minutos, mas permanecemos juntinhos na cama, brincando com a Felícia.

– É Washington, querida! – a corrigir e ela deu de ombros– Sua mãe não vai leva-la para longe de mim! – garanti, fazendo carinho em seus cabelos.

– Você ainda gosta dela? – Valentina perguntou, fazendo os meus olhos se arregalarem de surpresa. Eu nunca imaginaria que a Valentina perguntaria uma coisa dessas tão diretamente.

– Gosto! –respondi prontamente – Não tem como não gostar dela, sua mãe me deu você, Val! – dá maneira mais errada possível, mas isso eu não diria isso a Valentina. Ela ainda era uma criança, mesmo que às vezes parecesse madura de mais para a sua idade.

– Você a ama a mamãe? – Valentina refez a pergunta, provavelmente não satisfeita com a resposta – Como vovó e vovô se amam? – insistiu me encarando com os seus olhos castanhos amendoados.

Encarei-a, por alguns segundos, desde que a Blair se fora, ninguém nunca havia me perguntado se eu ainda a amava. As pessoas estavam mais interessadas em me arrumar novas companhias, novas garotas para sair e me divertir e talvez, encontrar a certa para me casar e prosperar a fortuna da minha família.

Nem mesmo a Serena – que nos primeiros meses esteve sempre ao meu lado, tomando conta das minhas coisas e tendo que tomar as decisões da minha vida-, havia tentado ter essa conversa comigo. Talvez, ela supunha que eu não queria conversar sobre Blair. Ou talvez, ela soubesse dos meus sentimentos e não queria que eu me magoasse, ainda mais.

– Amo! – admiti sinceramente.

Eu tinha que admitir para alguém, que não havia conseguido superar a Blair. Talvez, assim eu conseguisse me libertar de vez, do seu feitiço.

– Então vocês vão se casar? Feito a tia Serena e o tio Dan? – Val perguntou inocentemente, como se as coisas fossem tão fáceis, para Val eram. Ela não estava presa ao mundo do adulto, crianças eram mais fáceis em perdoar e assumir os seus erros.

– Não querida! – respondi, evitando encarar os seus belíssimos e idênticos olhos, castanhos amendoados de Blair.

– Porque não? – questionou curiosa.

– Porque as coisas não são tão fáceis, Valentina! – falei.

– Os adultos complicam tudo! – falou inocentemente, cruzando os seus bracinhos em altura do estômago, em sinal de contrariedade – Eu não quero ter que ir embora, mas eu também quero ficar com a mamãe! – Valentina falou com a voz embargada, e os seus olhos estavam rasos de água.

– Querida, as coisas são mais difíceis! – falei acariciando os seus cabelos, observando com um aperto no coração as suas lágrimas começarem a deslizar por suas bochechas rosadas.

– Eu não queria que fossem! – falou manhosa se aconchegando em meu peito. Apertei contra mim, absorvendo toda a sua colônia infantil.

– Nem eu! – admitir entre os seus cabelos macios.

– Eu te amo, papai! – falou ainda com o seu rosto escondido em meu peito.

– Eu também! – respondi.

***

– Você devia conversar com a Blair! – Serena aconselhou suavemente ao telefone, pela terceira vez, desde que havia contado com detalhes da minha conversa de logo cedo com a Val – Valentina, não merece ficar nesse fogo cruzado! – pontuou suspirando com pesar.

– Eu não tenho escolha! – murmurei a contra gosto – Ela não pode levar a Valentina de mim!

– Ela não vai! – Serena garantiu – Mas para isso, vocês têm que conversarem, feito pessoas civilizadas e de preferencia que a Valentina não esteja no local! Só vocês dois...

– Eu tenho consciência disso, Serena! – a interrompi.

Eu achava que Serena, havia se formado em Decoração e Artes Plásticas, não em Direito Civil ou Psicologia Infantil, para ficar dando concelhos a todos sobre filhos. Ou talvez, isso fosse umas das qualidades que ela adquiriu quando se tornou mãe.

– Então, posso ligar para a Blair e marcar um encontro para vocês? – questionou em tom de ordem, como ela sempre usava quando os gêmeos estavam começando a aborrecê-la por uma coisa tão simples.

– Estava pensando, eu podia deixar para resolver isso depois do Ano Novo! – expliquei – Nós havíamos combinados em passar a virada do ano no Rio de Janeiro, e a Valentina estava animada para isso, não queria estragar a sua festa...

– Deixa de ser covarde, Bass! – Serena me interrompeu irritada – Ligue para a Blair, vocês precisam conversar, a felicidade de sua filha não pode esperar até o ano novo!

– Eu estou com medo, Serena! – admiti, sentindo o meu rosto corar, agradecendo silenciosamente que a minha irmã estaria do outro lado da cidade e não poderia me vê naquela situação.

– Medo de que, Chuck? Por Deus, meu irmão! – exclamou irritada – Blair não é uma bruxa, que vai roubar a sua filha e sumir do mapa com ela! Eu sei aonde ela vive, onde os pais dela vivem...

– Não é nada disso! – a cortei me jogando no sofá, passando as mãos impacientemente pelos meus cabelos – Eu estou com medo de estragar tudo! De me entregar novamente e acabar me machucando, eu não posso passar por aquilo de novo, eu tenho uma filha! – exclamei exasperado – Como eu posso amar a Blair mesmo depois de tudo que ela fez comigo? Eu sou masoquista!

– Talvez, você sabe... – Serena falou pausadamente, como se ela estivesse escolhendo as palavras certas – O fim do relacionamento de vocês foi complicado! – pontuou – Houve muitos disse me disse – pausou – E se tudo, não passou de um mal entendido? – sugeriu como se concordasse com a sua ideia absurda.

– A Blair me traiu! Eu vi as fotos! – falei convicto.

Admitir este fato alto em bom som fazia com quer toda a dor do passado voltasse com força total.

– Aquelas, que a Jenny te entregou? – Serena questionou, mais para checar a informação, do que realmente estivesse acreditando na minha explicação – Você já parou para pensar que essas fotos, podem ter sido manipuladas? – questionou incerta.

– Eu vi as fotos, Serena! – garanti – Não tem como não ser verdade! Era a Blair, será que eu não conhecia a mulher que eu havia namorado por quase um ano? Eu sei distinguir as coisas Serena! – falei e a minha irmã suspirou indignada – E outra, a Jenny nunca iria fazer isso comigo, ela apoiava o meu namoro com a Blair!

– Deixa de ser idiota, Chuck! – Serena me interrompeu dois tons mais alto – A vadia da Jenny, sempre gostou de você! – pontuou irritadíssima – Garanto que ela seria capaz de tudo para ficar com você! Só você é que não consegue enxergar isso!

– Jenny não faria isso! Às vezes, ela pode ser inconsequente, mas ela não faria isso, eu a conheço!– a defendi.

Jenny podia agir como crianças às vezes, mas ela não chegaria ao ponto de manipular fotos de Blair com um cara em Londres, só para fazer com quer o meu namoro chegasse ao fim. Ela era minha melhor amiga e dava a maior força na minha relação com a Blair, na realidade ela foi uma das poucas que ficou ao meu lado quando assumi a minha relação com a Blair, meus pais só faltou morrer do coração, principalmente a mamãe.

Por isso não fazia sentido, uma coisa desse tipo.

– Só pense nisso! – Serena falou misteriosamente – Eu sei que você vai pensar, quando estiver na sua cama, indo dormir! Eu te conheço.

– Eu tenho mais coisas para pensar do que ficar remoendo o passado, Serena! – falei – A Valentina é a única coisa que importa, nesse momento!

– Só pense! – falou mandona, me fazendo revirar os olhos– Agora me autorização telefonar para a Blair, vocês precisam juntos decidir a vida da filha de vocês! – aconselhou – Está bom para você amanhã? Logo após o almoço? Eu posso ficar com a Valentina, quando você precisar é só traze-la aqui!

– Espere um momento, Serena – a interrompi, atinando um detalhe que até agora eu não tinha percebido – Você tem contato com a Blair? Pensei que você estivesse tão surpresa quanto eu quando ela apareceu, em sua casa no Natal!

– E estava! – falou em tom defensivo.

– Você não me respondeu, Serena! – insistir impaciente – Você mantinha contato com a Blair?

– Claro que não! – negou rapidamente – Eu tenho o número dela!

– Como você conseguiu o número dela? – a interrompi, fazendo-a suspirar irritada.

– A Vanessa me deu! – respondeu - Acabou o interrogatório? Por que se o acusador for prosseguir com o interrogatório, vou chamar a minha equipe de advogados! – falou irônica e tenho certeza que ela estava revirando os olhos.

– Por enquanto, eu estou satisfeito! – respondi irônico.

– Então, como eu sou uma irmã boa, vou ligar para a mãe de sua filha e marcar uma hora para vocês conversarem! – falou – Agora, por favor, tente não se matarem, ou melhor, tente não acabar transando com a Blair! – falou divertida e eu bufei irritado.

– Não sonhe irmãzinha! – murmurei e eu ouvi a sua risada.

– Converse com a Blair! – aconselhou – Tente se entenderem, e eu não estou me referindo somente à situação da Valentina, mas sim a relações de vocês!

– O que importa é a Valentina! – repeti, mas para convencer a mim mesmo, do que a Serena – Minha relação com a Blair terminou há seis anos! – afirmei tentando soar convicto.

– Só pense no que te falei as coisas não ficou explicado...

– A única coisa importante é a Valentina! – afirmei novamente e Serena suspirou frustrada.

– Tudo bem! – falou contrariada – Vou ligar para a Blair e depois lhe mando uma mensagem, lhe dizendo a data e o local do encontro! – explicou.

– Obrigado, Se! – falei agradecido e nós nos despedimos, logo depois de lhe garantir que qualquer novidade iria lhe manter atualizada.