Capítulo Único - A Mocinha e o Bad-Boy

“AI! Cuidado, essa droga arde.” Mosca reclamou quando o algodão com álcool tocou o corte poucos centímetros acima de sua sobrancelha esquerda.

“Ótimo.” Mili respondeu com um biquinho irritado, continuando a limpar o ferimento. “Quem sabe assim para de se meter em briga.”

“Eu não AI... Não to entendendo porque você tá tão furiosa assim comigo.” Cruzou os braços, indignado.

“Nem vou falar nada.”

“Qual é? Eu tava te defendendo daquele moleque idiota!” Mosca ressaltou como se sua atitude fosse obviamente louvável.

“Entenda uma coisa.” Mili largou os materiais de primeiros socorros para voltar toda a atenção para a conversa. “Ele tava sendo um babaca mesmo, mas isso não quer dizer que eu vou achar suuuper legal e bonitinho você chegar metendo a porrada, sendo tão idiota quanto. Aquilo foi no mínimo ridículo. Poxa, que coisa mais imatura de se fazer.”

“E o que eu deveria ter feito?”

“Sei lá. Talvez sentado comigo e puxado assunto pra ele se sentir mais ignorado e sair dali.” Respondeu suavizando a expressão e suspirando. “Eu lembro o quanto te achei babaca quando te conheci. Se eu tivesse escolha nunca passaria tanto tempo conversando com você, mas descobri o que tem por baixo da sua pose de macho alpha. Eu sei que você é um homem, só fica agindo feito moleque. Acho que o nosso namoro não vai dar certo se continuar assim. Melhor cada um seguir seu caminho.”

“Foi mal.” Mosca relaxou os músculos dos ombros, fazendo-os baixar. “Eu precisei ser bruto por tanto tempo. A única pessoa com quem sinto que posso... Tipo, relaxar um pouco, é você. Juro que to me esforçando. To ligado que já abusei dela, mas... Tenha mais um tiquinho de paciência comigo, Mili. Por favor.”

“Eu te amo de verdade, mas isso não quer dizer que suas chances são infinitas.” Mili se inclinou para selar seus lábios brevemente antes de concluir. “Aproveite essa porque pra ser bem sincera, não sei se tem mais.”

“Você não vai se arrepender.”