Já estava de noite e resolvemos esperar amanhcer. Começamos o dia tranquilamente. Fizemos toda a nossa rotina, mas eu não conseguia parar de pensar sobre o que eu tinha sugerido. Eu estava com um pouco de medo de lembrá-lo. Mas eu tinha, senão não teríamos nenhuma chance de vencer a suposta guerra que estaria para acontecer se chamássemos a atenção do Ministério de Ignosow. Seria realmente um problema.

– Vill... Não sei se você esqueceu, mas nós temos que aprimorar nossos poderes, sabe? Porque se nós chamarmos a atenção do Ministério, como eu falei, pode ser iniciada uma guerra. Do nosso povo só existem nós dois... Eu concordo de que nós temos que nos preparar.

– Você não tem certeza de que só existe nós dois.

Olhei pro lado, com cabeça meio baixo, cruzando os braços.

– Eu não gosto de me iludir...

– O que você quer dizer? Você preferiria que fosse só eu e você? – Disse ele com um sorriso brincalhão.

– Prefiro o termo a gente... – Disse eu, corando muito.

– Então tá! – Riu ele.

– Mas como eu disse, temos que nos preparar.

Ele me perguntou como seria possível, já que nossos poderes são de nascença, e não dá pra modificar nossas células.

– Olha, eu disse que eu aprendi muito na escola, então confie em mim, ok?

– Hum... Que opção eu tenho, não é?

– Bom, você pode: 1.Aceitar 2. Recusar e ser forçado por mim. Qual você acha que é melhor? Hum... – Disse eu num tom sarcástico e olhando pra cima, com um dedo no queixo, como se quisesse fazer uma decisão.

– AH! Você é muito chata vou te falar, viu?

– Saí andando em direção à mesa e rindo. Vill estava de costas para a mesma, então eu tropecei no pé dele e ele, instintivamente, me pegou. Ficamos cara a cara, tipo, literalmente. Nesse mesmo momento, como vocês já devem ter certeza super absoluta, ele me beijou. Na verdade foi um selinho...

Assim que nos separamos, eu me apoiei no ombro dele e me levantei, retomando meu caminho. Peguei um papel e um lápis e comecei a desenhar nosso interior.

– Perto das extremidades do corpo – disse eu, apontando para os nossos membros -, temos órgãos especiais que se conectam ao cérebro, que ao nosso comando manda as células necessárias para que esses órgãos se modifiquem a ponto de ejetarmos elementos diversos. Mas esses órgãos tem modificações limitadas, e sempre terá, ok? Só que nós precisamos expandi-los.

Vill levantou a mão.

– Fala.

– Bom, certo, eu entendi o funcionamento, mas.... COMO QUE A GENTE VAI CONSEGUIR EXPANDIR AS MODIFICAÇÕES MUTANTES DE UM ÓRGÃO QUE É LIMITADO, AINDA MAIS COM A CONECÇÃO AO CÉREBRO??????!

– Certo, isso é um pergunta bem delicada. Primeiro vamos precisar invadir uma farmácia e um laboratório. Mas temos que esperar anoitecer. – Vill me olhou com cara cansativa.

Depois que anoiteceu, abri a porta e o cavalo que eu tinha usado para chegar numa papelaria estava bem na frente, atrapalhando o caminho. Ele estava do mesmo jeitinho que eu peguei: Sua crina era azul! YEY! Ele era branco, mas estava quase cinza de tão sujo. Imagino que ele tenha sido de meu povo.

– HAHA! Olha quem tá aqui!

– Quem é esse, Ro? Ou... Isso... Ou... Sei lá... - Esse é um cavalo que eu montei uns dias atrás! Que amor! Eu vou ficar com ele! Vai se chamar... Pega-o-Azul!

– O que diabos de nome é esse??

– É um trocadilho pra Pegasus, um ser mitológico, e sua crina, que é azul! – Sorri um sorriso besta enquanto esperava a opinião de Vill, mas ele só me olhou imóvel com um olhar de tipo “que droga é essa?” e continuou andando. – EI! Você não me disse o que achou!

Eu realmente preciso?

Depois disso, montamos em Pega-o-Azul e saímos galopando. Chegamos à farmácia pouco depois. Construí uma corda com meus poderes e prendi Pega-o-Azul. Entramos e pegamos luvas, máscaras, seringas, agulhas, soro, remédios de todos os tipos, algodão e tudo que um hospital podia ter – e que tivesse naquela farmácia -. Vill me ajudou a carregar. Pegamos algumas sacolas, que não foi de nenhum esforço para nós para carregar.

Subimos em Pega-o-Azul de novo e fomos procurar um laboratório por perto. Achamos uma escola que tinha um laboratório de química e de informática. A escola estava fechada no momento. Era quase meia-noite. Invadimos e entramos no laboratório de informática. Roubamos alguns computadores e saímos, indo para o laboratório de química.

Chegamos e pegamos tudo que tínhamos direito. Um microscópio, Becker, tudo! Saímos meio desajeitados já que eram coisas muito grandes para conseguir montar num cavalo. Leve foi, então simplesmente peguei a corda que amarrei Pega-o-Azul e dei um nó em tudo. Saímos galopando e chegamos em casa.

– Temos que começar essa pesquisa agora! – Disse eu, cheia de energia.

– Oh, Ro... Você não pode esperar só até amanhã? – Ele fez cara de cachorro.

– Tá bom, mas vamos levantar cedo, OK?

– OK!

Depois que Vill dormiu, eu peguei um pouco de sua unha e fui fazer minhas pesquisas. Precisávamos de diamante e todas as matérias que nós queríamos. Só de tentar analisar tudo no microscópio ao escuro fiquei tonta e resolvi que realmente seria melhor dormir. Deitei e caí no sono imediatamente.