POV. Primery Dallia Rose.

Chegamos na tal fazenda sendo guiados pela Army. Descemos do cavalo e começamos a analisar o ambiente que estávamos prestes a explorar. Porém, a Army parecia incomodada e estava inquieta. Por fim, ela falou:

– O... O que DIABOS aconteceu aqui? Houve algum tipo de queimada? Isso... Está horrível! Não... Não pode ser... – Era verdade. O lugar estava em ruínas. Árvores secas e escuras, tortas, com aparência macabra, um solo completamente desgastado, plantações destruídas, uma casa e pequenas construções em ruínas. – Não, não, não...

– Army, o que foi? Você conhecia a pessoa que morava neste lugar? – Ela balança a cabeça positivamente. – Quem era?

– Era... Era meu avô... O único membro da família que realmente cuidava de mim... Lembro-me quando vinha para cá quando era criança. – Lágrimas começam a brotar nos olhos de Army.

Mas então, percebo algo muito estranho. Todas as casas da rua estavam em perfeito estado. Eram vistosas, bem desenhadas e construídas. Devo admitir uma ligeira e breve inveja. Mas a única casa que realmente estragava toda aquela rua era a fazenda do avô da Army. Por que será que teriam feito isso? Era evidente que o fogo não tinha se apagado. E a fazenda era extremamente grande, e um simples acidente com fogo logicamente não causaria todo esse estrago que estava na nossa frente.

– Army, se importa se nós dermos umas olhadas dentro da casa de seu avô?

– Bom... Por que não, certo? – Continuamos andando e Army parecia completamente tranquila e sossegada, porém, devido à minha audição conseguia ouvi-la cochichar para si mesma. “Oh, não... Não ele...” “Foi o único que me apoiou quando fugi de casa, o ligava diariamente... O que aconteceu?” “Oh vovô...” E depois simplesmente começou a cantarolar. “Oh, pequeno, pequeno pássaro... Voe para a árvore que um dia o fez brotar. Volte para a mãe que um dia o carregou. Cante lá do alto, onde está. Faça todos se lembrarem de que um dia ouviram sua cantoria pela manhã! Todos sentirão a sua falta, quando para o Norte for. O Sul continuaria frio como ele sempre esteve. Corra para encontrar os seus pais onde nasceu. Esse pequeno pássaro que sempre quis voar.”

A maioria das pessoas acharia essa música fofa, bonitinha. Bom, tendo uma segunda visão, ela seria completamente diferente. No trecho “Voe para a árvore que um dia o fez brotar. Volte para a mãe que um dia o carregou” ele diz para voltar para sua mãe, para onde nasceu. Traduzindo: morreu. “Cante lá do alto, onde está” NO CÉU. MORTO. “Todos sentirão a sua falta, quando para o Norte for. O Sul continuaria frio como ele sempre esteve” NORTE: CIMA. SUL: BAIXO. CÉU: CIMA. TERRA: BAIXO. “Esse pequeno pássaro que sempre quis voar.” NÃO ERA UM PÁSSARO! Pergunto-me onde ela aprendeu essa música. Mas relevo e continuo andando, usando meu olfato para procurar substâncias úteis enquanto andamos em direção à casa do avô da Army.

Entramos e percebo que num único cômodo, um objeto não havia sido queimado. Era um gaveteiro, e apesar de um pouco chamuscado e meio desgastado, era possível ainda servir para algo abro as gavetas e acho um envelope cujas letras são bem claras: CONFIDENCIAL. Abro imediatamente. Lá tem uma carta do governo. Leio atentamente.

Foi devidamente informado e confirmado uma grave violação das leis de Ignosow e da FLGN (Federação Legislativa Galáctica e Nacional) em nome de Ednawn Lutely Jaspl, servidor nacional da corte de Ignosow. Tal indivíduo possui queixas de traição da nação, envolvendo-se socialmente e fisicamente com aliados e os próprios nascidos de Hydrow. A realeza e a companhia de Legislação solicitam a presença do indivíduo acusado de tais violações. Vós deveis comparecer ao Centro de Registros para registrar-se, assinar devidos documentos e estabelecer uma data para o julgamento final até o dia 14/05/7908. Se ao acaso ocorrer um infeliz atraso, serão tomadas devidas decisões.

A diretoria.”

Army?

– Sim?

– Acho que sei onde está seu avô.