A Melhor Amiga Da Noiva

An engagement dinner and A book that brings revelations


Chegando lá, os lugares estavam marcados e Regina acabou sentando bem distante de Emma. Todos já estavam sentados à mesa, menos Ruby, que depois de alguns minutos, chegou ao local, trajando um lindo vestido azul marinho, que combinava perfeitamente com sua maquiagem. Seu cabelo estava preso em um coque e ela segurava um grande e bonito buquê de flores.

– Boa noite a todos!

Ruby sorriu, entregando o buquê para Regina, que ficou encantada.

– Se me permitirem, agora eu gostaria de um pouquinho da atenção de vocês, porque eu tenho uma surpresa para a minha noiva.

Assim que a morena de mechas vermelhas terminou de dizer isso, uma música começou a preencher o ambiente e três mulheres se aproximaram dela, que ainda se encontrava de pé. As mulheres começaram a fazer um backing vocal e Ruby começou a cantar, impressionando a todos, principalmente Regina, que não fazia a mínima ideia que sua noiva podia cantar e cantar tão bem daquele jeito.

Emma não pôde deixar de admitir que a garota era realmente boa e de ficar morrendo de ciúme com os olhares apaixonados que eram trocados entre Ruby e Regina. Assim que terminou de cantar, todos aplaudiram a morena, que agradeceu e murmurou um "eu te amo" antes de beijar carinhosamente Regina.

Depois disso, Ruby se sentou em seu lugar, que era ao lado de Regina e a entrada começou a ser servida. Regina já estava comendo sua salada, quando uma senhora de meia idade se dirigiu a ela em escocês.

– O que ela disse?

A morena sussurrou para Ruby.

– Que foi Robert Burns que escreveu essa música. Ele é o poeta mais famoso da Escócia.

– Ah tá, entendi.

Regina sorriu para ela, que se pronunciou novamente.

– Não titia, ainda não pensamos em hiernos, muito menos nos nomes deles.

Ruby respondeu envergonhada.

– Hienos são filhos.

A duquesa explicou para Regina, que logo voltou sua atenção para a mulher.

– Eu sinto muito por não ter aprendido a sua língua ainda.

– Becíl!

– Perdão?

Regina falou confusa.

– Ruby, ela está me xingando?

A morena perguntou baixinho.

– Não, amor. Becíl é uma opção de nome para os nossos futuros filhos.

– Becíl?

Regina se dirigiu novamente à senhora, que sorriu, animada com a ideia do nome.

– Desculpe, mas não vamos chamar nosso filho de Becíl...talvez só na adolescência.

A morena tentou soar educada e rezou para não dar impressão de ter sido grossa.

– O primo da minha mãe era Duque de Becíl!

O tio de Ruby se pronunciou na conversa, aparentemente bravo.

– Somos de uma longa linhagem de Becís!

A tia de Ruby comentou pela primeira vez em inglês, indignada pelo fato da futura mulher de sua sobrinha não gostar do nome.

Regina ficou extremamente sem graça e Ruby tentou contornar a situação.

– Bom, talvez possamos colocar no meio. Que tal o nome do meio?

– Pode ser.

Regina deu um meio sorriso e voltou a comer sua salada.

Após todos terem terminado, foi servido o prato principal.

– Então Regina, está gostando do cervo?

A mãe de Ruby perguntou sorrindo.

– Sim, está delicioso.

– Foi Ruby quem matou!

Na mesma hora, Regina parou de comer e ficou pensando consigo mesma como Ruby poderia ter feito aquilo. Ela sabia que alguém teria que matar o animal, para que pudessem estar comendo naquele momento, só que ela não conseguia imaginar sua noiva, que era uma pessoa super doce e gentil, fazendo isso.

– Ela é uma excelente atiradora! E tem um ótimo olfato!

– Mamãe, para. Assim você me deixa com vergonha.

– Imagina filha. E falando nisso, agora é uma ótima hora.

– Hora para quê?

Regina perguntou sem entender.

– Para você ver Ruby matando o cervo.

Deirdre respondeu retirando seu moderno celular de sua bolsa.

– Não, mamãe.

Ruby tentou impedir, mas era tarde demais, pois a senhora já havia estendido a tela do celular para Regina, que ao ver a cena, ficou extremamente chocada.

– Bem no meio do olhos!

Deirdre comemorou.

– E aliás, pessoal, tudo que estamos comendo hoje foi Ruby quem matou.

A família da duquesa bateu palmas, enquanto Regina olhou de um forma um pouco aterrorizada para Emma, como se buscasse conforto e o conseguiu com um simples sorriso da amiga, dizendo que ficaria tudo bem.

Minutos depois, os pratos foram retirados e os empregados trouxeram as sobremesas. Para Ruby, foi dado um pedaço de bolo de chocolate, já para Regina, um pedaço de bolo de limão.

– Hum! Eu adoro misturar bolo de limão com bolo de chocolate!

Regina comentou sorrindo, aproximando seu garfo até o prato de Ruby, só que antes que pudesse pegar um pedaço, a morena a impediu, deixando-a confusa e surpresa.

– Não faça isso, amor. Se você quiser um pedaço, eu lhe dou um pedaço.

A duquesa pegou uma pequena quantidade de bolo e colocou no prato de Regina, que ficou chateada com a reação da noiva. Ela logo pensou em Emma e em como elas se divertiam combinando os sabores de bolo, mas logo afastou esse pensamento, se perguntando o por que estava comparando as atitudes da amiga com as de Ruby.

Após o término do jantar, todos foram para a sala conversar, onde estavam espalhados os mais diversos tipos de uísque. Emma procurou Regina, mas ela estava conversando com um dos parentes de Ruby. A loira preferiu não atrapalhar, mas assim que o homem se distanciou, ela se aproximou da morena, com dois copos em mãos.

– Pra você.

Emma estendeu um copo para a amiga.

– Obrigada.

Regina sorriu.

– Então, um passarinho me contou que foi a Ruby que arrancou a cabeça de todas essas renas.

A loira comentou olhando para as paredes.

– Emma!

Regina falou em um tom de reprovação.

– Ah, desculpa, ex passarinho né. Porque depois que ele me contou tomou um tiro da Ruby.

– Ai credo!

– É verdade!

As duas riram e tomaram um gole de seus uísques.

– Mas agora é sério, será que dá para termos aquela conversa agora?

– Tudo bem. Vamos lá.

Antes que pudessem sair da onde estavam, as luzes se apagaram e Ruby apareceu na sala, tocando sua gaita de fole. Todos da família dela começaram a bater palma e dançar, enquanto tudo que Regina e Emma puderam fazer foi ficarem paradas no mesmo lugar que estavam, chegando a conclusão de como aquele instrumento podia ser irritante diante de pouquíssimos minutos de música.

– A Ruby gosta muito de gaita! Toca desde os cinco anos.

Deirdre falou contente, se aproximando de Regina.

– Ela pratica todo dia!

– Todo dia?

– Todo dia!

– Que legal!

A morena exclamou com falsa animação.

***

Era quase meia noite e Regina estava em seu quarto, se preparando para dormir. Ela ainda não dormia no mesmo quarto com Ruby, pois a família da duquesa acreditava em sexo só depois do casamento e achavam que se deixassem as duas juntas, essa abstinência não duraria muito tempo. A morena tinha acabado de colocar seu pijama, quando ouviu batidas na porta, que pareceram ensurdecedoras, já que sua cabeça estava explodindo devido a música da gaita de Ruby.

– Filha, posso entrar?

– Claro mãe.

Regina destrancou a porta e Cora adentrou no quarto.

– Eu tenho uma coisa para você.

A senhora falou se sentando na cama e colocando, o que parecia ser um grande livro, em cima dos lençóis.

– O que é isso?

Regina perguntou curiosa, sentando-se ao lado de sua mãe.

– É para você ter um pedacinho de casa.

Assim que sua mãe disse isso, a morena se tocou do que se tratava.

– Obrigada mãe.

Regina sorriu e abriu o álbum de fotos, começando a folheá-lo. Nele haviam fotos dos mais variados tipos, principalmente de sua infância, lhe trazendo o típico sentimento de nostalgia.

– Olha, se lembra disso?

Cora apontou para uma foto onde Regina estava ao lado de seu pai, Henry.

– Foi tirada no lago, quando seu pai quebrou o braço por causa daquela bicicleta idiota.

A mulher mais velha falou com um pequeno sorriso nos lábios.

– Eu sinto tanta falta dele.

Regina comentou soltando um suspiro triste.

– Eu também sinto, querida.

– Queria que ele estivesse aqui. O papai se preocupava tanto, achava que eu nunca iria me casar.

A morena riu e virou a página do álbum.

– Nem tanto.

Cora riu também.

– Awn! Paris!

Regina exclamou sorridente, ao ver uma foto sua abraçada com Emma, na frente da Torre Eiffel.

– Agora eu sei que seu pai estava errado.

A senhora comentou encarando a foto das duas.

– Como assim?

– Ele sempre teve certeza que você se casaria com a Emma.

No mesmo instante, Regina parou de observar a foto e olhou, surpresa, para a sua mãe.

– Sério?

– Sério.

Cora sorriu com esse pensamento.

– Mas acho que não era pra ser.

– É, não era.

– Bom, querida, agora eu já vou.

Ela se aproximou da filha e lhe deu um abraço apertado.

– Boa noite mãe.

– Boa noite Regina.

As duas sorriram e Cora se levantou da cama, saindo do quarto logo em seguida, deixando uma Regina extremamente confusa e pensativa lá.

Ultimamente a morena vinha sentindo algumas coisas estranhas por Emma, além de prestar muito mais atenção na loira do que realmente deveria. Ela não sabia o por que, mas vivia comparando o jeito de sua futura esposa com o jeito de sua melhor amiga. Regina sabia que aquilo não era certo, principalmente pelo fato de estar noiva, à apenas dois de seu casamento. Aquela revelação de sua mãe havia realmente mexido com ela, mas por fim, a morena preferiu acreditar que toda aquela cofusão de sentimentos era só porque sempre viveu grudada em Emma e já conhecia suas atitudes. A loira e Ruby não tinham quase nada em comum e deveria ser por isso que Regina sentia tanta diferença, pois não estava acostumada ainda, mas ela iria se adaptar. E com esse pensamento na cabeça, adormeceu.