Precisava descobrir o que estava acontecendo esses dias. Algumas perguntas precisavam de respostas, tipo: o que o Tad estava armando com seu tio? Ou se ele estava mesmo agindo com seu tio? E porque o Brad estava me ajudando, ele era o Dunga, o idiota, o chato?

O que esta acontecendo na minha vida, tudo esta ficando mais estranho do que nunca. Queria ser uma pessoa normal, mais que nunca, sem o jesse, sem o padre Dominic, pelo menos temporariamente.

Oh, Jesse. Como ele pode ser tão temperamental? Eu o amo mais que tudo, mas às vezes penso se ele me ama. Fui até o assento da janela e me sentei, as lembranças de todas as vezes que ele sentou ali me olhando estudar, me olhando dormir, me esperando chegar não paravam de aparecer em minha mente.

-Suzinha, o Jesse no telefone. Eu pulei do banquinho, quase cai no chão e atendi ao telefone. -Desliga mãe!

-Tchau Jesse.-Ela falou desligando.

-Susannah?- a voz grossa e sensual do Jesse soou pelo telefone.

-Oi jesse.

-Agora estou calmo tenta me convencer que você não tem nada com o tad.

Espera ai, ele achava que eu tinha traído ele, ele achava mesmo que eu tinha o traído, eu não acreditava, como ele pode pensar aquilo, eu fiquei tão irritada que falei adeus e desliguei, bati tão forte o telefone que ele quebrou, então corri para o banco da janela, abraçando meu joelho contra o corpo e me derreti em lágrimas.

Jesse havia me deixado na praia e ainda pensava que eu tinha traído ele. Passei horas chorando ali, minha mãe me chamou para a janta três vezes, depois veio o Andy, mas quando me viu chorando deu meia volta, soube que a família sabia sobre mim e o Jesse, porque o mestre veio até meu quarto se sentou na minha frente e me abraçou.

De todos da minha nova família, David era quem eu mais me aproximei, eu o considerava meu irmãozinho. Eu ainda chorava quando bateram na porta, depois de um tempo minha mãe subiu, abriu a porta um pouco e colocou só sua cabeça para dentro.

-Suzinha, o Jesse esta lá embaixo.

-Não quero saber.

-Suze, você vai se arrepender. -David disse olhando assustado para mim.

-Não vou.

Minha mãe suspirou e desceu as escadas e eu pude ouvir a porta bater e depois o carro barulhento de jesse sair. Assim que o barulho do carro sumiu, voltei a chorar.

Às onze horas da noite David me deixou no quarto e eu fui para a cama tentar dormir. Eu consegui e sonhei com Jesse, obvio, ele andava na minha frente e eu tentava alcança-lo, mas não conseguia, a cada passo ele ficava mais longe, então eu bati em uma parede invisível e Maria, sim Maria, aparecia, os dois se beijavam e eu caia. Acordei chorando e suando, acho que teria continuado assim se não ouvisse a musica.

(http://www.youtube.com/watch?v=O8yrBeigJwU)

Fui até a janela e olhei para fora e lá estava ele Jesse, com um Banjo cantando o Oh Susannah. Eu estava rindo demais, quando ele estava no ultimo Oh Susannah, desci as escadas e corri para a porta, mas claro que para fazer charme abri ela bem devagar. Ele veio até mim correndo e me beijou. Quando nos separamos eu e ele estávamos arfando.

-Jesse o que...

-Shh, eu estava bravo e te tratei mal no telefone, depois que você desligo na minha cara eu fui falar com o padre Dominic, ele me mostrou como eu fui idiota, imbecil...

-Esqueceu de chato, temperamental, ciumento...

-Eu sei, hermosa! Chega.-Ele me interrompeu.

-Não me chame de hermosa, estou brava com você.-Falei emburrada.

-Hermosa, eu te amo. Me perdoa. Entao ele se ajoelhou e pegou uma caixa dos meus chocolates preferidos e me entregou. -Por favor?

-Você acha que vai me comprar...

-Não Susannah, nunca iria compra-la, só quero me redimir, somente isso.

-Jesse.

-Não brigue comigo por um momento de ciúmes, senhorita Simon.

-Espera... Do que você me chamou.

Ele deu um sorriso pequeno.

-Não acredito.

-Não queria que eu a chamasse de hermosa, então...

-Prefiro hermosa.

-Isso quer dizer. -Posso jurar que seus olhos brilhavam.

-Sim. Nem acredito, mas sim.-Disse pegando os chocolates.

Ele me beijou, com tanto amor que era sufocante, eu o amava, isso eu não tinha duvidas, mas aquele beijo, a música, bom, na verdade tudo, provou que eu não devia ter duvidas que Jesse também me amava. Minha mãe apareceu naquela hora estragando meu momento com o Jesse, ela quase o expulsou, mas depois que ele foi embora não queria brigar, estava de novo feliz, com meu Jesse, tinha que falar com o padre Dominic e agradecer a ele, mas isso faria no dia seguinte e ainda não tinha me esquecido dos Beaumonts e do bom humor estranho de Brad. Precisa descobrir tudo, mas não sabia nem, por onde começar.

Dormi pensando em como ia descobrir toda essa armação. No dia seguinte, acordei com uma conversa que tinha tido com Tad quando nós "namorávamos". Ele era tão inocente, era enganado por todos da casa, não entrava na minha cabeça que ele estava junto com o Marcus Beaumont, mesmo ele sendo seu tio. Só tinha um jeito de descobrir se ele tinha mudado sua personalidade, o qual era me encontrar com ele, por isso depois do café iria na sua casa ter uma conversinha com Tad. Depois iria falar com o Padre Dominic, agradecer e pedir um favor, eu precisava encontrar Marcus, porque dessa vez ele iria para o inferno e eu o levaria até a porta.

Tomei o café da manhã e peguei o carro, segui direto para a casa de Tad, ela ainda era a enorme e linda casa de sempre. Eu só tive que chegar perto da casa para que os portões abrissem, até parecia que já me esperavam, o que eu não sabia era que me esperavam mesmo. Estacionei e um mordomo apareceu, me ajudou a sair do carro, depois me levou para dentro da casa até onde Tad estava. Quando entrei no cômodo, vi uma cama com colcha azul marinha, um armário de mogno, uma bancada de mogno também, com um notebook e um radio de ultima geração, além da teve de lcd pendurada na parede na frente da cama. Tinha uma porta que se abriu depois de alguns segundos e dela saiu um Tad só com toalha e ainda meio molhado.

Ele dispensou o mordomo e depois me chamou para sentar com ele na cama, recusei, claro, já tive minhas experiência com meninos e camas.

-Suze, que bom ver você, gata.

-Olha Tad quero sabe...

-Não. Eu quero saber, poxa suze eu saio da cidade você já arranja outro. -Ele disse me interrompendo.

-Tad eu...

-Não suze.

Ele pulou da cama e começou a andar na minha direção, mas antes dele chegar perto de mim, eu vi o fantasma, sim Marcus Beaumont, ele apareceu atrás de Tad e puxou a toalha. Nessa hora percebi duas coisas, Marcus estava por trás de tudo, mas Tad não desconfiava e o que me mostrou isso foi ele ter pego a toalha do chão e enrolado em volta de si. Minha respiração estava acelerada e Tad apesar de vermelho ainda avançava na minha direção.

Fui tentar sair do quarto, mas ele me prendeu na parede antes de eu começar a me mover, Tad estava diferente, perturbado, era como se alguém tivesse entrado em sua cabeça. Ele começou a beijar meu pescoço e eu não parava de berrar, quando ele abriu minha blusa alguém arrebentou a porta, só vi uma pessoa partindo pra cima de Tad e o outra vindo me abraçar.

Vi depois que quem me abraçava e me carregava para fora era jesse, que me apertava com força contra seu peito e quem bateu no Tad e depois nos seguiu era Paul. Jesse lançou um olhar para Paul que entrou no carro dele que a motorista era a Ana Julia, e eles estavam esperando eu e Jesse. Ele me colocou no banco do carona e depois entrou do lado do motorista e saiu cantando o pneu, nós saímos e eu vi o fantasma segurança do Paul na cabine do segurança da casa.

Saímos e eu ainda queria chorar, queria me bater por ter ido ali sozinha, então eu comecei a pensar no que teria acontecido se não fosse o jesse. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, eu odiava chorar, odiava muito, mas esses dias posso dizer que tive porque. Perder o Jesse! Ser quase estrupada! O que seria a próxima coisa?

Nesse momente eu não tinha ideia como tudo ia piorar.