Capítulo 3: A Lista

— Bom dia crianças, eu tenho aqui as redações da aula anterior já corrigidas — A professora Verusca, de literatura, começa a distribuir uma a uma do grande maço de folhas.

Julie não era a melhor da turma em redações, esse lugar ia para Shizuko que sempre estava no topo da classe, mas ela também não era das piores. Não tem como uma professora destruir sua nota quando o tema é “Minha Vida”.

— Muito bom, Nícolas. Eu não imaginava que você tinha esse seu lado. — Ela entrega a redação para o garoto que sorri e logo coloca a folha dentro da mochila.

Julie mastiga a ponta de seu lápis sem pensar enquanto observa o garoto.

— Julie.

— Hm? — Julie respondeu ainda olhando para o garoto, com o lápis na boca ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha, expondo-a para a sua amiga na carteira ao lado, como se isso fosse ajudar na sua audição.

— Você é fogo, hein. Não foi ontem mesmo que a gente decidiu procurar pelo Daniel e agora tá aí — Ela senta sobre uma perna para chegar mais perto e falar baixinho — Babando pelo Nícolas.

Julie pega o lápis da boca e rabisca na margem do caderno.

— Eu só tava pensando… naquela redação tem tudo sobre o Nícolas, quem ele é, do que ele gosta, a rotina dele…

Bia puxa o estojo da amiga e pega uma caneta gel para rabiscar no próprio caderno — É uma redação Ju, não é o diário dele. E tem jeitos muito mais fáceis de saber tudo isso.

— É? Como? — Julie se vira de frente para Bia animada.

— Você pode conversar com ele.

— Hm…

— Ou você pode adicionar ele no Face!

— Mas e se ele não aceitar?

— Ué, você só vai saber se tentar, não é como se você pudesse falar “Oi! Eu sou a Julie, posso ler sua redação?” — Julie riu pelo nariz. — E se não der certo… bem, ainda tem o Daniel, talvez ele tenha Face também. A gente devia procurar por ele na volta.

— Ai sim que não vai dar pra reduzir o cerco. De cinco salas vai para quase duzentos milhões de pessoas.

— É só filtrar pela escola. Será que seu radar funciona com foto?

Professora Verusca aproxima-se das garotas e entrega a redação de Julie. — Você gosta bastante de música, ein. Legal. Mas não quero ver mais nenhum fone de ouvido na minha aula, ok?

Julie acena com a cabeça e quando a professora passa por ela rola os olhos. Ótimo, agora ela sempre vai ser a garota do fone de ouvido pra essa professora… Ela passa os olhos pela redação.

Pelo menos ela tirou uma nota boa.

— - -

Apesar da sugestão de Bia, Julie continuou pensando durante a aula sobre como pegar a redação de Nícolas escondido seria bem mais fácil do que achar sua alma gêmea, na sua mente ela já imaginava estar no intervalo.

Era tão simples, era só na hora que batesse o sinal Julie sair da sala junto com todos para logo depois retornar. Não ia ter ninguém na sala de aula além dela e ela estaria livre para pegar a redação do garoto de dentro da sua mochila e dar uma espiadinha. Ele nunca saberia e Julie estaria mais informada, com assuntos do interesse de Nícolas caso ela quisesse começar uma conversa com ele.

Simples.

Com Daniel o assunto era outro. Se ela saísse perguntando no intervalo para todo mundo sobre quantos garotos tinham com esse nome no primeiro ano, de certo que estranhariam ela.

Julie estava batendo com o lápis contra o lábio quando a professora anunciou.

— Turma, antes de bater o sinal vou fazer a chamada. Tem alguém fora da sala agora?

Foi como se uma lâmpada se acendesse acima de sua cabeça.

— -

Assim que houve o sinal do intervalo, Julie toca no braço de Bia para chamar sua atenção.

— Eu tenho um plano pra achar o Daniel.

Bia acena com a cabeça enquanto guarda canetas no estojo.

— Você tem que me dar cobertura enquanto eu entro na sala dos professores.

Bia arregala os olhos, parando o que estava fazendo para olhar a amiga.

— É sério?

— Agora que tá no intervalo os professores não vão estar na sala. Então é só procurar no caderno de chamada de algum professor todos os Danieis do primeiro ano.

— Você tá louca? E se pegarem a gente?

— Por isso que você precisa me dar cobertura. Você pode ficar no final do corredor pra não parecer tão suspeita, e aí sei lá, se tiver alguém vindo você assobia ou alguma coisa.

Bia fecha os olhos e respira fundo como se estivesse questionando onde a sanidade de sua amiga tinha ido parar.

— Ta, ok, e você quer fazer isso agora? Então melhor irmos logo.

Julie sorri e elas rapidamente saem da sala junto com os outros alunos.

— -

Na sala dos professores, Julie checa o corredor onde Bia disfarçadamente faz um joinha por trás do corpo.

Dentro da sala havia uma grande mesa com vários pequenos cubículos para cada professor, cada um com sua cadeira, alguns cubículos não tinham nada e outros cadernos, notebooks ou bolsas.

Julie decidiu checar a mesa mais próxima, parecia ser de uma professora já que uma bolsa caramelo estava pendurada pela alça de ombro na cadeira, post-its com uma letra familiar indicavam salas e horários, canetas bic azuis e pretas dentro de um porta canetas onde também havia uma tesoura escolar e um marcador amarelo. E, o melhor de tudo, no meio da mesa, uma pasta plástica azul com o caderno de chamada das turmas do primeiro ano. Bingo!

Julie abriu o caderno e logo pulou sua turma. Na turma do 1-B havia um Daniel, Daniel Almeida. 1-C, dois Daniéis. Um Queiroz, um Campos…

Julie aproveitou o bloquinho de post-its e puxou uma caneta para anotar os nomes e salas.

Ela mal havia escrito os nomes do 1-E quando ela ouve um limpar de garganta de desaprovação logo atrás dela. Seu corpo trava e se sua alma pudesse sair do seu corpo e fugir, ela teria.

Julie não ouviu o sinal que ela e Bia tinham combinado, isso ela tinha certeza.

Virando devagar como se em um transe ela fica cara a cara com a professora Verusca, que estava de braços cruzados observando-a.

Não é possível, não é. Isso não tá acontecendo…

Julie olha para a porta da sala dos professores, procurando por Bia mas a garota ainda devia estar no corredor. Foi então que ela percebe que na mesma sala havia uma outra porta que não dava para o corredor mas para uma sala menor ou banheiro. Julie se estapeou na cabeça em pensamento por não ter checado isso antes.

— É- É- eu posso explicar, professora, por favor não me suspende!

— Juliana, é proibido alunos entrarem aqui, e não o suficiente você está xeretando nas coisas dos professores?

— Não! Eu.. é que— Bia aparece na porta e arregala os olhos com a cena. Julie tenta disfarçar mas algo em seu rosto deve ter demonstrado para a professora que alguém estava observando a conversa.

— E ainda tinha uma cúmplice! Beatriz. Venha já aqui!

— Não é nada disso que você está pensando professora, a Julie só tava—

— Eu estou procurando minha alma gêmea na lista de chamada!

A professora ri, sua expressão deixava claro que ela não acreditava em Julie.

— É verdade! Olha! — Bia vendo o post it na mesa entrega para a professora.

A professora olha para a lista na mesa e para os nomes no post it e considera por um momento.

Julie acena com a cabeça e sobe a munhequeira para mostrar que o nome no seu pulso era o mesmo dos no adesivo. Sua expressão suavizou levemente.

— Olha, eu ainda vou ter que aplicar uma punição, já que vocês estavam em um lugar proibido para alunos. Mas só dessa vez eu vou deixar o diretor de fora dessa, ok?

As meninas concordam com a cabeça, aliviadas.

A professora olha seu relógio e decide:

— Vocês vão passar o resto do intervalo arrumando os livros da biblioteca. — Ela puxa o bloco de adesivos e escreve uma nota rápida. — Entreguem isso para o Lúcio. Ele vai saber que mandei vocês e vai orientá-las.

Julie pega a nota.

— Desculpa, professora.

— É, desculpa, professora. — Bia entra no embalo.

Professora Verusca acena com a cabeça, severa e cruza novamente os braços. Julie percebe que ela não havia largado do post-it com os nomes que ela havia escrito mas não comenta nada, já era sorte o suficiente terem saído praticamente ilesas.

— Podem ir.

Bia puxa Julie levemente pelo braço e ambas saem da sala.

—*-

— Eu disse que era uma má idéia.

Bia fala enquanto coloca um livro de volta na estante. Julie segurando em seus braços uma pilha de livros enquanto empurra um carrinho de supermercado com outros vários livros.

— Não disse não.

— Eu falei 'e se a gente for pega?' e você disse pra eu ficar de vigia… e aí você nem checou a sala pra ver se tinha gente?

Julie, irritada, arquejou. — Era pra ser rapidinho, e eu já tinha quase conseguido todos os nomes…

Julie acariciou a dorsal do livro em seus braços.

— Ainda bem que a professora teve dó de você, certeza que a gente teria levado uma suspensão!

A garota deu de ombros. Bia verificou a pilha de livros e a estante novamente. — Ok, os livros do A já foram, agora B…

— Ainda tem tipo, uns cem livros aqui, dúvido a gente terminar antes do fim do intervalo.

— Eu que não vou ficar após a escola fazendo isso. — Bia comenta.

— Ok, então, vamos fazer assim, você vai colocando esses aí. — Julie coloca os livros de seus braços no carrinho e pega uma outra pilha de livros mais distante, esses um pouco mais a fundo no alfabeto. — E eu vou colocando esses daqui. Assim vai ser mais rápido.

Bia fez um gesto de OK. E Julie ficou de costas para Bia, já encaixando os livros da seção na estante à sua frente.

—... Ela podia ter me deixado ficar com o post-it.

Bia rola os olhos.

—*-

Faltando poucos minutos para terminar o intervalo, a professora entra na biblioteca procurando pelas garotas.

Bia e Julie estavam conversando na frente da recepção, o carrinho antes cheio de livros estava vazio e Julie e Bia pareciam estar checando alguns títulos para ler em casa.

— Juliana, Beatriz — A Professora chamou calmamente, o tom de desaprovação não estava mais presente em sua voz. — Estão liberadas.

As garotas concordam e vão andando até a saída, Bia primeiro e logo depois enquanto Julie ia saindo a professora lhe entrega um papelzinho dobrado, com uma piscadela.

Julie rapidamente abre o papel.

Era a lista de Daniéis, porém, onde a de Julie terminava, a letra cursiva da professora continuava com os últimos nomes que ela não havia conseguido escrever. Em baixo disso havia um Boa sorte! :)

Um sorriso se abre no rosto de Julie que se vira para a professora — Obrigada! — a professora sorri de volta para ela.

— Mas sem mais confusões agora! Não vou tolerar mais nenhum comportamento inadequado. — ela avisa, e dava para perceber que falava sério mesmo que seu tom estivesse mais gentil. A professora vira-se para o corredor oposto a elas e vai andando, o sinal da próxima aula bate.

Verusca já foi jovem um dia, em seu pulso o nome de sua alma gêmea estava escrito em um preto intenso, ela já era casada com ele a mais de dez anos e eles estavam juntos firmes e fortes, mas até isso acontecer levaram-se anos desde que sua marca tinha aparecido, ela também correu atrás com tudo que tinha a procura de Paulo então não podia julgar Julie, se ela pudesse ajudar nem que fosse um pouquinho para poupar a busca, que seja. Todos merecem sentir o amor de sua alma gêmea. Verusca acaricia a marca em seu pulso e prossegue para a próxima sala de aula.

Bia que andava mais a frente de Julie vira para ver o que tinha acontecido. Julie acena com o papel em sua mão animada.

—*-

Em casa, os fantasmas resolvem observar Pedrinho.

— Essa invenção vai revolucionar a ciência! Modéstia a parte.

Daniel levanta uma sobrancelha e cruza os braços, Félix e Martim pareciam entusiasmados com a sucata que Pedrinho estava debruçado sobre. Com uma chave de fenda ele estava a apertar um parafuso final na máquina que parecia um misto de um rádio velho, um controle de videogame e uma antena com um pequeno cone veterinário na ponta.

— Com isso aqui eu vou poupar o tempo de milhões de pessoas na busca as almas gêmeas! Vou ficar rico!

Aham, acredito. Daniel pensou, cínico.

Nesse mesmo momento, Julie e Beatriz chegam em casa e sobem as escadas para o quarto. Pedrinho que ouve tudo já pensa em como pode usar sua irmã, recém marcada como cobaia de teste. Seu equipamento era infalível, ele tinha 99% de certeza que funcionaria e se desse certo, o que daria, ele teria provas para mostrar à comunidade científica.

— Julie! — Pedrinho chama a irmã na frente da porta dela, em suas mãos está o maquinário que ele preza tanto.

— Agora não Pedrinho, eu tô com a Bia! — a garota diz atrás da porta do quarto

— Mas essa invenção vai te ajudar!

Julie rola os olhos, as garotas estavam deitadas lado a lado olhando para o notebook com o Face aberto, buscando pelo perfil do Daniel certo.

Enquanto Bia jogava mais filtros na busca, Julie respondeu ao irmão — A não ser que essa invenção me ajude a encontrar o Daniel no Facebook não quero saber.

Os olhos do ruivo brilharam.

Pedrinho abre a porta do quarto, para a surpresa de Julie que exclamou irritada.

— Ei! Eu não te deixei entrar!

— Te apresento: o indicador de alma gêmea!

Bia sorri para Julie. — É o que a gente tava precisando.

Julie olha para Bia rapidamente e julga o sorrisinho sarcástico da garota antes de voltar para Pedrinho que começa a mostrar como sua invenção funciona.

— Eu só preciso de um fio de cabelo seu e é isso, quando você tiver perto da sua alma gêmea, esse sensor vai brilhar e apitar!

— Ah, certo. E como isso vai me ajudar a achar ele, a gente sabe que ele não tá aqui em casa agora. E se for pra eu só achar ele quando tiver perto… aí é inútil!

— Mas Julie, eu que configurei, ele pode dizer com precisão onde tá sua alma gêmea em qualquer lugar do mundo!

— Caramba Pedrinho, sério? — Bia olhou para o garoto surpresa.

— Uhum, é como se fosse um GPS!

Julie ignorou os dois e continuou a buscar por Daniel no Face, ela já estava na metade da lista. Se era para ela sentir alguma coisa quando olhasse para ele, então nenhum desses era seu Daniel. De qualquer forma ela foi adicionando um a um.

— Julie, não custa nada tentar vai. — Bia deu um empurrãozinho de ombro na amiga para incentivar.

Julie suspirou. Olhou para seu irmão que estava atento a sua expressão, dedilhando o aparato ansiosamente.

— Ok, vai, um fio de cabelo?

Pedrinho só faltava pular de emoção. — Isso! — ele correu para frente da cama para ficar mais próximo da irmã que puxou da cabeça um fio com um pouco de hesitação.

— É só colocar aqui! — ele indicou uma entrada que parecia uma entrada de fone de ouvido. Julie coloca o cabelo como se estivesse passando um fio por uma agulha.

A máquina acende uma luz amarela. — Tá analisando agora. — o garoto explica.

Daniel, Félix e Martim acompanham a cena de dentro do quarto, não podiam perder o sucesso (impossível) da invenção do século.

Então uma luz vermelha se acende e um bipe soa alto e depois passa a ser uma série deles rapidamente ressoando pelo quarto. O som era tão estridente que todos menos Pedrinho taparam os ouvidos. Até os fantasmas.

— Abaixa isso garoto! — Julie grita para ser ouvida, ficando de joelhos na cama cogitando se chutar o aparelho para o chão faria o som ficar mais alto ou parar. Pedrinho apertava botões e girava uma coroa desesperadamente.

— Não dá! Acho que quebrou! — Pedrinho exclama.

— Então desliga! — Julie levantando da cama corre até o seu irmão e aperta off. O som ensurdecedor para.

Todos respiram aliviados.

— Pedrinho, o que foi isso?

— Bom… o sensor apita quando você tá perto da sua alma gêmea e quanto mais perto mais rápido… então… parabéns?

Daniel travou na posição que estava e fingiu que não era com ele mas Félix e Martim imediatamente olharam para ele com suspeita.

— O que é? — Daniel pergunta irritado. Se seu coração batesse estaria correndo a milhão. — Vocês não acham que esse troço funciona mesmo, né?

Apesar de suas palavras, Daniel não podia deixar de pensar que aquilo apenas confirmava o que ele já sabia. Era real. A marca em seu braço era mesmo de Julie e Julie também tinha uma com seu nome. E isso ia contra todas as leis da natureza.

Se existiam fantasmas, devia existir alguém responsável por almas gêmeas, algum departamento. De certo isso era um erro. Ele nunca ouviu falar de vivos e fantasmas juntos, era provável que isso logo seria resolvido…

Não é?

— Há há! — Julie disse sarcástica, — Tá vendo mais alguém aqui? Eu sabia que esse negócio não funcionava, agora sai daqui Pedrinho — Enquanto ela falava ia levando o menor pelos ombros até a saída.

— Mas é sério Julie! Funciona sim, deixa eu só fazer mais alguns ajustes! — ele protestou tentando virar a cabeça para falar com a irmã.

— Tá, tá, mas você me mostra outro dia, por hoje já deu. — Pedrinho acena com a cabeça e assim que pisa no corredor, Julie fecha a porta do quarto.

— Ok… faltam quantos na lista?

— Três e eu já separei o perfil deles aqui pra você ver. — Bia continuou, apontando com o mouse do notebook para as abas que ela separou como se nada tivesse acontecido nos últimos minutos. Julie retomou o lugar na cama e checou os perfis um a um.

— Sabe, uma pena que a máquina do seu irmão não funcionou.

Julie olha de lado para Bia antes de continuar lendo na tela. — Se tivesse funcionado o que significaria? Que tem um Daniel escondido debaixo da cama? — Ela riu.

Martim e Félix novamente olham para Daniel. Que respira fundo e exala em um show de irritação, olhando para o teto como se pedisse a Deus paciência.

— Eu vou voltar pra edícula, não vejo nada de interessante por aqui — ele diz antes de transpassar a porta de forma incorpórea.

Martim e Félix observam a sua ida e olham para as garotas. Félix parecia incomodado mas pensativo. Martim manteve uma expressão neutra enquanto colocava as mãos na cintura.

— Ok… isso tudo ta muito esquisito… — Martim suspira.

— Você não acha que… — Félix então balança a cabeça e suspende a fala.

Martim levanta uma sobrancelha intrigado.

— O quê?

— Nada. É impossível… Eu vou dar uma volta.

— Eu vou com você. — Félix acena e ambos atravessam a parede, deixando as garotas no quarto sem que elas ao menos percebessem uma mudança sequer.

—*-

Elas não encontram a alma gêmea de Julie no Face naquela tarde.

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Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.