–Essa festa está uma beleza, não é Chaveco?- perguntou Dona Cotinha, chegando perto dele.

–Sem dúvida.- ele responde sem olhar pra ela.

–Você consegue ser um bom churrasqueiro.

–É, mas acho que esqueci de algo lá dentro. Espera aí que eu já volto.

Chaveco na verdade, aproveitou e foi lá pra dentro da mansão, não queria ficar perto daquela mulher, ele preferia apanhar de Chimoltrufia e Botijão do que ter a melhor amiga da Chimoltrufia como esposa já que ela é uma velha. Quando ele voltou, viu Peterete carregando um saco de carvão e decidiu ajudá-lo.

–Valeu Chaveco. - disse Peterete.

–De nada.

Enquanto colocavam carvão na churrasqueira, Peterete, curioso, perguntou:

–Ei Chaveco, gostou de alguma mulher daqui?

–Bom, só a Glória.

–Jura?

–Sim, afinal, é a única que parece prestar aqui, já que a Dona Florinda, a Dona Clotilde e a Dona Cotinha já estão tão usadas quanto um suco passado.

–Ah, Chaveco. Se eu fosse você, calava o bico agora.

–Mas você não sou eu.

–Sim, mas é sério cara, escute o que eu tô falando.

–Por quê?

Então Peterete apontou para trás e lá viu Dona Florinda, Dona Clotilde e Dona Cotinha, que ouviram que ele as chamou de velhas.

–Então nós somos velhas, não é?- disse Dona Florinda, esquentada como sempre.

–Desculpe, foi sem querer.- falou Chaveco, desesperado, logo ele começou a correr e as três foram atrás dele enquanto Peterete só ria.

–Ih, olha lá. O Chaveco arrasa tantos corações que está fazendo três mulheres correrem atrás dele de uma só vez!- disse Paulo, que estava vendo a cena e todos rolam de rir.

Quando finalmente pararam de rir, uns dois minutos depois, as três voltam juntas batendo as mãos e Chaveco volta com o rosto vermelho no lado direito, pois levou três tapas daquele lado, uma de cada mulher.

Enquanto isso, Mário conversa com Paulo e Marcelina enquanto tomam refrigerante.

–Eu me sinto tão bem por estar em uma mansão como essa.- disse Paulo.

–É verdade, todos nós aqui sentimos. Queria saber como o Seu Lúcio conseguiu essa casa. Deve ter custado uma fortuna.- disse Mário.

–Pergunta lá pra ele.

–Não precisa, pergunto depois.

–Beleza, já volto. Vou pegar mais refrigerante.- disse Paulo.

Então Mário viu que a saída do Paulo era a sua "deixa" para conversar à sós com Marcelina. Respirou fundo e perguntou:

–Então Marcelina? Como vai o namoro com o Jorge?- ele perguntou, mesmo com certo receio da resposta.

–Eu não estou mais com ele.- disse Marcelina, com um sorriso tímido no rosto.

Mário ficou tão feliz por dentro que se sentiu eufórico, porém, se controlou, não queria deixar claro que ele gostava da garota, então preferiu guardar segredo pra ele mesmo. Mas será que ele conseguirá esconder esse segredo por tanto tempo?

Enquanto isso, Paulo está conversando com Alícia.

–Amanhã vamos dar um rolé de skate?- perguntou Paulo.

–Tô nessa, estava mesmo louca pra voltar a andar em meu skate.- disse Alícia.

–Faz tempo que não anda?

–Só uns dias. Por falta de tempo, procurando organizar as coisas para a volta às aulas, sabe?

–Ah tá, pensei que você tivesse perdido a habilidade com o skate e não quisesse passar vergonha caindo dele.- disse uma voz idêntica à de Paulo, que distraído, não ouviu.

–O que você disse?- Alícia estourou.

–Eu? Nada.

Mas Alícia não engoliu aquilo e deu um tapa no garoto, deixando o rosto dele vermelho.

–Que é isso Alícia? Eu não falei nada!!!- insistiu Paulo.

–Disse sim. Acabou de falar que eu não tenho mais habilidade com o skate e parei de andar só pra não cair e passar vergonha!!

–Eu? Claro que não, você é que está ouvindo coisas!!

–Idiota!

E Alícia saiu correndo, chorando pelas palavras supostamente ditas por Paulo, que ficou ali, sentado sozinho sem entender, achando que Alícia estava ficando maluca por algum motivo. O que ele não sabia, era que Lorenzo estava no galho de uma árvore que ficava atrás do banco que eles estavam sentados e disse aquelas palavras para os dois. De brincadeira, claro, mas isso estragou o clima bom que estava entre os dois.

Depois de muito tempo naquela festa maravilhosa, todos foram dormir. Cada um em seu quarto, era uma casa bem grande e todos os quartos tinham banheiros, cada um tinha sua privacidade. No dia seguinte, já na mesa do café, Carlitos está conversando com Seu Madruga, Jaiminho, Botijão, Chaveco, Peterete, John, Nikolai e Seu Brancelha pra passar o tempo.

–Gente, acho que vou dar uma voltinha por aí, vocês querem ir comigo?- perguntou Chaveco.

–Por mim tudo bem.- disse Peterete.

–Eu acho uma ótima ideia, como somos novos no bairro, podemos aproveitar e conhecê-lo melhor.- respondeu Seu Madruga.

–Genial Seu Madruga.- falou Jaiminho.

Assim, depois que terminaram o café, todos foram se retirando da mesa aos poucos, quando Lúcio se levantou para recolher os pratos, Chaveco avisou que sairia.

–Seu Lúcio, nós vamos sair para dar uma volta pelo bairro e voltamos mais tarde tá?- ele disse.

–Tá bem..- respondeu Lúcio e todos agradeceram, saindo da cozinha.

Assim que saíram, viram logo ao lado do portão deles, dois homens lavando um Camaro SS preto, com baldes e esponjas, então, para que seus novos amigos possa conhecê-los, Carlitos se aproxima deles e começa a puxar um assunto:

–E aí Carl? Fala Adam.- ele disse.

–E aí parceiro, tudo bom?- disse Adam.

–Tudo joia. Olha só, esses aqui são os novos moradores da mansão, eles moram comigo agora.- respondeu Carlitos apresentando-os.

Após as apresentações, Carl e Adam voltaram a lavar o carro e Carlitos se virou para seus novos amigos.

–Esse carro é de vocês?- perguntou Seu Madruga.

–Não, é de um amigo nosso. É que ele pediu pra lavarmos o carro dele enquanto ele resolve umas coisas por aí, Mas nós moramos aqui do lado.- disse Adam.

–Gente, só um conselho: não provoquem o Robson Martins, que é um dos nossos vizinhos, e ele é muito bom de briga e forte, então evitem procurar briga com ele.- afirmou Carlitos.

–Ah, mas eu acho que isso é mentira. Olha só a casa, um bairro desses não deve morar alguém desse jeito. Aposto que isso é uma brincadeira sua. Quando o tal do Robson chegar aqui, vou rir muito com essa farsa dele.- disse o Seu Madruga, sem perceber que Robson estava saindo de casa para se exercitar e ouviu tudo que Seu Madruga disse.

–De quem o senhor está falando? - perguntou Robson.

–Do idiota do Robson. A propósito, você sabe onde ele está?- perguntou Seu Madruga, embora espantado com o rapaz atrás dele.

–Estou aqui.

–Ah não. Acho que eu falei demais.

Robson, já sem paciência, o pegou pelo colarinho e olhou no fundo dos olhos dele.

–Escuta aqui, eu sou um cara bem tranquilo, mas se me provocam, eu tomo atitudes drásticas ouviu?- perguntou Robson e Seu Madruga assentiu com a cabeça.

Com essa ameaça, Seu Madruga, Jaiminho, John, Nikolai, Chaveco, Botijão, Peterete e Seu Brancelha ficaram com medo dele. Menos Carlitos, que já conhecia o jeito briguento dele.

–Eu avisei.- disse Carlitos, rindo e se divertindo com a situação.

Enquanto isso, depois de tomarem café, Chaves e sua turma estão brincando de quem faz o melhor desenho, cada um com uma folha de caderno.

–É o seguinte: vocês farão um desenho na folha, sem deixar que os outros vejam, quando acabarem, vocês vão me mostrar e eu direi qual é o mais bonito. Tá bom?- disse Lúcio, que estava ajudando a turma na brincadeira.

–Sim.- todos disseram em uníssono.

Do outro lado, as crianças da Escola Mundial se dividiram na brincadeira, os meninos jogavam futebol e as meninas brincavam de cabra-cega, exceto Alícia, que preferiu jogar futebol com os meninos. Eles se dividiram em times: Davi, Cirilo, Kokimoto e Mário em um time. Jaime, Adriano, Paulo e Alícia no outro. O time de Jaime estava ganhando de dois a um, até que decidiram parar para um descanso. Nesse tempo, Lúcio saiu da brincadeira para ir ao quarto guardar o desenho que ele mais gostou como recordação e Chaves ficou olhando para eles jogando e viu o quanto eles são amigos. Será que seria muito ruim fazer amizade com eles?

–O que foi Chavinho? Tá tão pensativo. -disse Chiquinha.

–Ah, nada. Só estava pensando se eu devia ir lá falar com aqueles meninos.- respondeu ele.

–Pra quê?

–Pra perguntar se podemos ser amigos deles.

–Tá louco Chavinho?- disse Quico.

–Eu? Por quê?

–Fazer amizade com aqueles garotos, não acho uma boa ideia. Todos tem cara de metidos. - retrucou Quico.

–E é por isso que você devia ser amigo deles. Combinam com você.- falou Chiquinha.

–Eu não sou metido!!- revidou Quico, mas Chaves logo interrompeu.

–Mas a gente não tem escolha, moramos no mesmo teto que eles agora. Então, vamos nos esbarrar com eles todos os dias. Não podemos ficar cruzando com eles todos os dias tendo eles como rivais, inimigos ou sei lá o que mais.- disse Chaves.

Depois que Chaves falou isso, todos pararam pra pensar, até que viram que ele tinha razão, não seria bom cruzar com eles todos os dias considerando-os inimigos.

–Ele está certo. Vamos lá pelo menos tentar.- disse Paty e todos concordaram.

Assim que chegaram lá, ficaram meio sem jeito por causa da insegurança de como seriam recebidos por eles.

–Oi.- disse Cirilo.

–Oi.- falou Chaves.

–Querem jogar bola com a gente?- convidou Daniel.

–Bom, a gente adoraria, mas não é bem isso que queremos.- respondeu Chiquinha.

–Então o que é?- perguntou Valéria.

–Bom, primeiro queremos pedir desculpas por ter chamado vocês de intrusos ontem quando chegamos.- falou Chiquinha.

–Não tem problema, já esquecemos isso, são águas passadas.- disse Cirilo, com seu jeito de sempre.

–E segundo, queremos perguntar se podemos ser todos amigos.- falou Chaves.

–Por mim tudo bem. - respondeu Daniel.

–Por mim também.- concordou Cirilo.

Assim, todos concordaram e os meninos decidiram jogar bola também, Quico e Chaves ficaram no time de Davi e que estão jogando contra o time de Jaime e Adriano. Já Malicha, Paty e Chiquinha foram brincar com as meninas, felizes por terem feito novas amizades.