No capitulo anterior de A Maldição

Não era a primeira vez que uma coisa dessas acontecia, quando abraçou um amiguinho na escola primaria pela primeira vez, o garotinho também havia subitamente falecido. Sempre ouvira histórias contadas por Amanda, a empregada da casa, que diziam que Priscila Smith, a ex-mulher do seu pai havia lhe posto uma maldição quando soube que ele a traía. A garota nunca acreditara, pensava que tudo era apenas mera invenção da criada, mas agora estava começando a pensar que podia ser verdade.

Afinal, quatro pessoas próximas suas haviam morrido quando ela havia mostrado afeto por elas, primeiro o amiguinho do jardim de infância, depois seus pais, e agora Simón. Seriam as histórias da Olga partes do passado da família Valente?

Voltou a realidade quando sentiu alguém pousar a mão em seu ombro

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Luna olhou pra trás, com medo de ser um ladrão ou ate mesmo da pessoa morrer somente por encostar nela. Sorriu. Viu Âmbar Smith, uma amiga sua do jardim de infância que não via fazia um tempo. Ela estava linda! Luna correu e abraçou a loira fortemente.

— Amb, tive tantas saudades suas! - Exclamou ela.

De repente umas sombras rodearam a Âmbar e Luna se preparou pro pior. Seria mais uma vitima sua. Mas surpreendentemente, a amiga de infância da Valente não morreu, as sombras passaram diretamente por ela, sem machucar. Âmbar Mexia as mãos e um forma estranha, e parecia que ela controlava as tais sombras pois elas faziam exatamente o mesmo movimento que a menina fazia.

— Âmbar, como fez isso? - Perguntou Luna, surpresa com o que acabara de presenciar.

— Eu não devia dizer isso a ninguém pois minha mãe não deixa, mas como você viu acho que não há problema em te falar. Luna, eu tenho poderes, venho de uma família bruxa muito poderosa. - Explicou a Smith de maneira normal, como se estivesse contando uma coisa normal do dia a dia.

— Já que você e uma bruxa talvez possa me ajudar a perceber o que acontece comigo. - Disse a de cabelos pretos, explicando tudo desde o começo. A medida que a amiga falava, Smith não parecia nada surpresa, era como se já tivesse conhecimento de algo parecido.

Ela ia falar algo quando recebeu uma mensagem da sua mãe ordenando que fosse pra casa imediatamente. A loira sabia como a mãe poderia ser má quando queria, então decidiu se despedir logo da amiga.

— Luna, minha mãe tá chamando, depois a gente se vê. - Se despediu Âmbar, saindo correndo.

— Espera Âmbar. - Pediu Luna mas já era tarde. Ela foi em direção a sua casa pensando no que tinha visto e escutado. Ela não era a única estranha. Será que Âmbar também era amaldiçoada? Parecia que não porque ela havia controlado as sombras. Chegou em casa e viu Amanda como sempre cantando.

— Olá minha pequenina. Como foi seu encontro? - Perguntou a criada, com a expressão jovial de sempre.

— Amanda, você sabe como abrir a biblioteca antiga? - Perguntou a garota, querendo mudar de assunto.

— A Biblioteca e expressamente proibida, desde que os seus pais morreram. Ninguém sabe como abrir e também dizem que ela tem muitos perigos. Mas, mudando de assunto, quer bolo de Brigadeiro? Saiu agora do forno. - Sugeriu ela, sorrindo.

— Não, obrigada Amanda. - Disse Luna, decidida a abrir a Biblioteca pra ver se encontrava um livro que explicasse sua situação.

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Âmbar Smith chegou em casa atrapalhada. Agora tudo fazia sentido. Sempre ouvira a mãe falar com alguém que ela havia colocado uma maldição numa garota. Essa garota só podia ser a Luna Valente. Porque mais as pessoas que ela amava iriam morrer sem mais nem menos?

— Onde esteve Âmbar Rodriguez Smith? - Esbravejou Priscila, quase fuzilando a filha com os olhos.

— Bom dia pra você também mãezinha. - Respondeu ela, irônica. - Agora se me da licença tenho dever da escola pra fazer, e pra entregar amanhã. - Disse e subiu as escadas sem olhar pra trás.

Ela não sabia como, mas iria achar algo que provasse que Priscila tinha posto a maldição na amiga de infância.

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Luna olhou pras fotos dos pais e deixou uma lágrima cair na foto, desmanchando o lindo rosto angelical de sua mãe Monica. A vida era tão injusta! O que ela fez de errado para merecer perder justo seus pais, as coisas mais importantes da vida dela? Nervosa, ela jogou a foto no chão e pisou nela, descontando sua raiva. Aproximou-se da sua cama roxa e tocou na parede, abrindo um compartimento secreto. Era a entrada para a biblioteca! Ela sempre havia tentado abrir, mas nunca havia obtido sucesso. Hoje seria diferente, ela ia conseguir.

Concentrou-se o máximo que pode e respirou fundo. Depois de uns alguns minutos sentiu suas mãos ficaram extremamente quentes e viu fogo saindo por elas! A principio ficou assustada porque nunca havia visto nada parecido, mas não parou, continuou se concentrando o máximo que pode ate o fogo queimar o cadeado e a porta se abrir.

Sorrindo largamente Luna se acalmou, fazendo suas mãos voltarem ao normal. Entrou no local secreto e sentiu a porta fechar atrás de si. Agora era tudo ou nada!

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Âmbar chegou na praça pra se encontrar com suas amigas de escola Delfina e Nina. Mas logo se arrependeu. Viu uma cena deplorável. Atrás de uma grande arvore Delfina, sua melhor amiga, e Sebastian, seu namorado estavam se beijando!

Sentiu lágrimas brotarem dos seus olhos. Mas de repente começou a sentir raiva, MUITA raiva. Antes que pudesse se acalmar e se controlar sentiu suas mãos abrirem um portal vermelho. O portal macabro estava começando a sugar tudo a sua volta. Âmbar queria parar antes que algo pior acontecesse mas seus poderes estavam mais fortes do que nunca.

— Nina, Sebas e Delfi. Cuidado! - Tentou alertar a loira, pois o portal estava prestes a suga-los também.

Os três se viraram e ficaram confusos ao verem Âmbar e o portal. Não tinham a menor ideia do que significava isso. Tentaram falar algo e se agarrar as arvores mas era tarde demais, já estava sendo sugados pra dentro do portal!

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Luna estava impressionada com a biblioteca. O local era enorme, do tamanho da mansão inteira. Não entendia porque seus pais escondiam algo tão maravilhoso dela. Procurou por todas as estantes possíveis, mas não havia sequer um livro de magia. Estava desistindo quando de repente um livro grosso e empoeirado voou pra mão dela.

Surpresa com a leveza que o livro parecia ter Luna se sentou no chão. O livro mágico se pôs na frente da menina e se abriu. Na primeira pagina havia um bilhete entre os lados da pagina. Receosa, a menina o pegou com cuidado e abriu.

Continua.......