P.O.V. Luiza

Vocês já devem ter se sentido tristes ou algo do tipo, como se estivesse algo nos seus peitos, algo que até dificultasse a respiração de vocês, já devem ter sentido vontade de chorar toda hora, chorar até não conseguir mais, ou não, talvez seja só eu, só eu que não tenho mais vontade de sorrir, só eu que não consigo mais ir dormir sem ir chorar no banheiro para que ninguém veja, só eu. Talvez não seja normal se sentir assim, mas é assim que eu me sinto ultimamente, sem forças, o Goyle tirou todas de mim, toda vez que ele me da um beijo forçado parece que a minha alma se quebra em mil pedaços, eu sei que daqui a pouco isso vai acabar, já que eu prometi pro Luke que eu ia contar pros meus avós que eu era da Lufa-Lufa, e assim que eles soubessem, eu não ia mais precisar manter esse namoro falso com o Goyle, já que ele não teria mais como me chantagear, mas eu estou com muito medo, ter que contar pra eles a verdade provavelmente vai ser a coisa mais difícil que eu vou ter que fazer na minha vida. Se fosse outra pessoa na minha situação, com certeza ela estaria pensando que como são os avós dela, sangue do próprio sangue, nada de mal aconteceria, mas eu, como gosto de dizer, sou realista e sei que nada vai ficar bem, eles não vão gostar de saber, eles não são que nem meus pais, que aceitaram e até ficaram felizes por mim, os meus avós sempre me deram medo, e contar pra eles que eu sou da Lufa-Lufa não vai ser nada fácil, eu sei que eles vão se revoltar, talvez eles até digam que eu não sou mais uma Zabini e que nunca mais querem me ver, mas isso já é o esperado, o pior vai ser se eles fizerem algo, tentarem me machucar, não que eu me importe, eu sou forte e vou aguentar, mas eu tenho medo do Luke fazer alguma merda e acabar se machucando por minha causa, é disso que eu tenho medo, de que eles machuquem o meu irmão.

Se eu pudesse, ficava de baixo das cobertas até dar a hora de ir embora, mas infelizmente as minha maravilhosas novas amigas decidiram realmente ir à aquele bentita festa, eu até tentei discutir com elas, mas, bom, isso é impossível! Eu só queria ficar na minha cama chorando e afogando minhas magoas em comidas, mas é claro que elas não iam me deixar escapar e agora aqui estou eu, parada na frente do chalé com um vento frio batendo no meu rosto e com um enorme desanimo, sem contar a minha enorme vontade de chorar. As meninas já tinham se espalhado por toda a festa e eu estava sozinha, que maravilha! Elas me empurram pra cá e depois me abandonam! Eu andei um pouco pela festa para ver se achava alguém, mas como tudo que eu fazia ultimamente, eu fracassei, já que eu não tinha mais nada pra fazer, eu decidi beber algo, não, não, não uma bebida alcoólica, só um suco ou uma cerveja amanteigada. Fui em direção à mesa em que as bebidas estavam, eu até mesmo me surpreendi, tinha até um barman! Não podemos esquecer que estamos no meio da Floresta Proibida! Isso é loucura! Mas como não ia adiantar nada eu ficar citando os motivos de isso ser loucura e que devia ter sido absurdamente cara, eu peço uma água de coco, que a propósito é a minha fruta favorita, tomei o suco em praticamente um gole só, assim que botei o copo na mesa fiquei encarando o nada, eu não gostava de me sentir assim, vazia, mas eu não conseguia tirar esse sentimento de dentro de mim, ele sempre estava ali, desde que esse pesadelo começou, eu espero que quando eu finalmente contar a verdade, esse vazio vai sumir, é o que eu pelo menos espero que aconteça, porque se não sumir, eu não sei mais o que fazer.

Mas é claro que o mundo não podia colaborar comigo e me deixar em paz, NÃOOOO, ele tinha que fazer a criatura do outro mundo esbarrar em mim! Que maravilha! Obrigada universo!

- Desculpa, eu...- Ele começou falando, mas assim que viu que era eu ele logo fechou a cara- Ahh! É você!

- E por isso eu não mereço desculpas?- Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada- Que cavalheiro!

- Eu sou cavalheiro com quem merece! E você- Falou apontando pra mim- Não merece!

- O que eu fiz de tão ruim pra você me odiar tanto?

- Odiar é uma palavra muito forte, eu apenas não te suporto!- Ele falou e logo depois se virou para o barman- Eu quero uma água de coco!

- Água de coco?- Ele pediu a mesma coisa que eu, isso era um pouco estranho.

- Não que te interesse Cachinhos Dourados, mas é a minha fruta favorita!- Ele disse se sentando e apoiando os cotovelos na bancada, o seu cabelo loiro claro chamava atenção até mesmo no escuro- Porque tanto interesse na minha água de coco?

- Primeiro, não me chame assim Texuguinho, e segundo, eu te respondo se você me disser por que não me suporta?- Falei o desafiando, eu já não tinha mais nada pra fazer mesmo, o percebi revirando os olhos assim que o chamei pelo apelido, que a propósito, ele odiava, quem mandou me chamar de Cachinhos Dourados.

- Você ainda pergunta!- Ele disse revirando os olhos azuis como o céu- Você é sempre assim, sempre convencida, sempre se acha a certa, sempre tem aquele sorrisinho irritante, você se acha melhor que todos e ainda está na Lufa-Lufa, deve ter sido o universo que te mandou para me irritar!

- Você fala de mim, mas você também não é perfeito!- Estava começando a ficar irritada, eu nunca me achei melhor que os outros! As afirmações dele são ridículas!- Você que simplesmente não gosta de mim, você nunca presta atenção em nada, você acha que zonzóbulos existem! É ridículo! Você às vezes parece uma criança que faz birra e que não aceita perder! Você fala que eu sou convencida, mas você que sempre tem que estar certo!

- Ah claro! Por que você não para de me encher e vaza daqui, vai procurar o seu namorado vai! Já que gosta tanto assim dele pra conseguir aturar ele!

Talvez ele não tivesse falado muita coisa, mas ele não era ninguém para ficar falando do meu namoro com o Goyle, ele não era ninguém pra falar que eu gostava dele, ele não era ninguém para falar nada sobra mim!

- Você não tem direito nenhum de falar nada sobre esse namoro!- Eu já estava ficando exaltada- Você não sabe nem metade da história, então não ache que você pode falar algo, porque você não pode!

Ele até ia responder algo, mas, pra minha infelicidade, o “meu namorado” chegou interrompendo ele.

- O que está acontecendo aqui?- Goyle perguntou bravo, ele passou a mão ao redor da minha cintura, mas eu logo peguei e tirei-a, não aguentava mais ele, não aguentava mais esse namoro, não aguentava mais nada!

Ele me olhou indignado e eu apenas ignorei e sai dali, nunca pensei que fosse dizer isso, mas tudo o que eu queria fazer era sumir talvez nunca mais voltar. Eu fui tentar procurar a Sophie, ou sei lá, qualquer outra pessoa, eu só não queria ficar sozinha de novo, por que capaz de acontecer de novo alguma coisa parecida com o que acabou de acontecer. Já que eu não achei ninguém eu decidi ir pra dentro daquele chalé, não entrei lá dês do inicio então porque não? Faltava apenas um passo para entrar, mas antes que pudesse ultrapassar aquela porta de vidro alguém me puxa pelo meu braço. Não vejo nada, apenas sou levada por quem segura meu braço, assim que consigo algum senso de lugar percebo que estou encostada contra a parede do lado de fora do chalé, mas é claro que não podia ser só isso, é claro que tinha que ter alguém me prensando contra ela, ainda meio confusa sobre o que aconteceu eu reparo na pessoa que me segura conta a parede, olhos castanhos, cabelos da mesma cor, eu conhecia muito bem esse rosto, ele me deva náuseas, não que fosse feio, porque mesmo eu não o suportando, isso não o tornava feio, mas era aquele rosto que me dava pesadelos ultimamente.

- O que você quer?- Perguntei curta e grossa.

- O que foi aquilo?- Ele parecia irritado, não estava gostando dessa situação- Somos namorados lembra? Foi o nosso acordo! Você não pode simplesmente me dispensar na frente dos outros!- Ele estava muito irritado, parecia que havia fogo nos seus olhos, eu estava ficando assustada, mas não iria mostrar isso pra ele- Você não se esqueça de que é minha namorada!

Eu não falei nada, pra falar a verdade, nem deu tempo, o Enzo (ele insistiu que eu o chamasse assim) logo me beijou, mas não foi um beijo calmo nem nada parecido, ele praticamente me atacou, eu estava com medo e paralisei, não sabia o que fazer, tentei empurrar ele, mas ele era bem mais forte do que eu então nem tive chances. Ele começou a me beijar mais rápido, mas não parou por ai, ele começou a passar a mão por de baixo da mina blusa, as mãos dele percorreram as minhas costas, eu estava começando a ficar bem assustada.

- Pa-para...- Falei tentando inutilmente afastar ele de mim.

- Por quê?- Ele perguntou com um sorriso malicioso nos lábios- Somos namorados, eu tenho direito disso...

Ele então voltou a me beijar, eu não sabia o que fazer, comecei a me desesperar, lagrimas começaram a cair dos meus olhos, mas ele não parecia se importar, ele me segurava com cada vez mais força e me beijava cada vez com mais intensidade. Não queria que fosse agora, não queria que fosse com ele, não queria...

P.O.V. Lorcan

Lys e eu fomos juntos para a festa, já era o esperado né, tipo, nós sempre vamos juntos pra quase todo lugar, muitas vezes não sabem nos diferenciar e realmente, nos somos MUITO parecidos, as únicas pessoas até agora que nunca nos confundiram sem que nós precisarmos falar foram os nossos pais, até nosso avô já nos confundiu!

Mas isso não vem em questão agora, já tínhamos arrumado nossas malas e conferido umas duas vezes, prometemos um para o outro que não demoraríamos demais nessa festa, já que amanhã de manhã iríamos para casa. Juro que não entendo esse feriado de 5 dias que nos deram, depois vamos voltar e logo depois são as férias, simplesmente não compreendo! Nós dois vestíamos calças pretas, mas eu usava uma blusa de manga comprida azul escura e ele uma blusa de manga comprida amarela, até que não estávamos mal, eu queria ter usado a minha calça laranja, mas o Lys falou que eu iria parecer um pato, então eu acabei desistindo. Pera, me perdi de novo, voltando ao assunto principal, nós estávamos na festa, eu, não sei sobre o Lysander, estava meio perdido, eu não conhecia ninguém naquela festa, não exatamente ninguém, eu conhecia os Weasleys, os Potters, os Zabinis, os Longottoms, o Malfoy e mais algumas outras pessoas da Lufa-Lufa, claro que já vi essas pessoas pelos corredores de Hogwarts, mas nunca tive um diálogo com eles, eles me acham meio estranho, eu e meu irmão, mas a opinião deles não me importa, o que me importa é os que mesmo me achando um pouco estanho, ficam comigo. Eu estava sentado na varanda do chalé, o Lysander tina ido pegar água de coco, era a fruta favorita dele, já a minha era maracujá, mas isso não vem em questão agora, o que eu queria dizer é que não demorou muito para alguém sentar do meu lado e para a minha felicidade era quem eu mais queria que estivesse ali, com seus cabelos loiros escuros que pareciam as vezes morenos e com seus olhos castanhos que me lembravam cacaus, ela sorriu pra mim e eu me perdi nele, ela era sempre tão alegre, seu sorriso sempre transmitia isso, sua risada, nossa, a sua risada fazia eu sorrir imediatamente de tão contagiante que era.

- Lorcan?- Ela me tirou dos meus pensamentos- Está pensando no que?

- O seu sorriso- Disse simplesmente a fazendo corar- Ele me lembra o sorriso de uma criança que acabou de comer um pudim inteiro.

- Pudim?- Ela deu uma risada e eu sorri ao ouvi-la- Você é único!

- Obrigado!- Disse sorridente, afinal, ser chamado de único é muito bom- É um bom elogio!

- E uma ótima qualidade!- Ela disse sorrindo pra mim.

Eu ia falar mais alguma coisa, mas parei assim que ouvi alguém falando alto, parecia estar brigando com alguém, mas a questão é que eu conhecia essa voz e também conhecia a voz que falou logo em seguida, não pensei muito apenas segurei a mão da Sophie e fui em direção às vozes.

Bobagens. Bobagens. Nada de mais, eles estavam falando apenas isso, mas então o meu queridíssimo irmão decidiu fazer uma enorme burrada e comentar sobre o namoro da Luiza com o Goyle, ela, é claro, saiu aparentemente irritada. Eu olho pro Lysander e ele está com uma cara de bravo, depois eu olho pro outro lado e vejo o Goyle muito irritado, mas muito mesmo, não dá nem um minuto que a Luiza saiu que ele sai atrás e posso dizer que isso não me cheirou muito bem, mas a minha maior preocupação agora era o meu irmão que parecia que ia explodir, fui até ele e assim que cheguei ele me olhou bravo, mas então a expressão dele foi acalmando e acalmando, eu sentei na bancada do barzinho que tinha ali e ele veio logo atrás sentando do meu lado.

- Ela me tira do sério!- Ele disse sem eu nem mesmo precisar dizer nada- Ela vem me perguntando do porque eu odiar ela tanto! Isso é ridículo! Ela ainda vem com essa cara de...

- Lys- Disse o interrompendo, ele parou na hora e me olhou- Vai pedir desculpas pra ela.

- O que?! Claro que não, ela...

- Ela ficou magoada e você sabe que a culpa foi sua. - Eu disse calmo- Você tem que pedir desculpas pra ela, você não vai morrer dizendo uma palavra.

- Eu não...- Ela começou a dizer, mas parou no meio da frase e suspirou- Eu vou me arrepender eternamente disso!

Ele levantou de onde estava sentado e seguiu em direção ao chalé á procura da Lulu, logo depois o lugar do Lys foi ocupado pela garota mais linda que eu já vi.

- Eu até ia, mas quero ver esses dois se resolvendo então... Resolvi ficar aqui!- Ela disse olhando na direção do meu irmão, mas depois ela virou o rosto e me olhou curiosa- O que vamos fazer agora?

- A minha vontade era de falar com a Donna- Disse com sinceridade, pra quem não sabe a Donna é minha cegonha de estimação- Mas como não posso fazer isso agora...

- Já sei!- Ela disse rápido e alto me fazendo levar um susto- Vem!

Sophie saiu me puxando pela mão, esbarramos em algumas pessoas, mas ela pareceu nem se importar já que segui em frente ignorando os xingamentos que lançavam pra ela, nós corremos por todo o caminho que passamos para chegar até a festa e só paramos assim que chegamos na entrada da torre, eu nem sei direito o que aconteceu, só sei que assim que consegui parar os olhos em um lugar só eu já estava dentro da Torre da Corvinal, mais especificamente no dormitório das meninas, olhei para a Sophie e ela estava sentada na sua cama com um tipo de livro estranho que saia luz de dentro, ela olhou para mim e bateu na parte da cama ao seu lado me convidando para sentar, fui meio cauteloso em direção a ela observando tudo que tinha no quarto, os edredons eram azuis com alguns detalhes em azul mais escuro e os travesseiros eram em cor de bronze, as cortinas que cercavam a cama também eram azuis só que elas tinham detalhes em bronze, no meio do quarto havia uma estante redonda que subia do chão até o teto cheia de livros, coisa de corvinos, as paredes eram brancas e pareciam mármore com alguns traços azuis, já o teto era azul e parecia veludo igual ao chão, talvez fosse só impressão, mas eu tenho quase certeza que o quarto era totalmente simétrico, de todas as formas possíveis.

- Vem logo!- Ela me chamou novamente e começou a bater mais forte na cama.

Sentei do lado dela na cama, ficou um pouquinho apertado, mas como as camas de Hogwarts eram um pouco, mas significativamente, maiores que as camas de solteiro normal então não foi tão ruim assim.

- O que é isso?- Falei apontando pra aquela coisa estranha no colo da Sophie.

- É um computador- Ela disse rindo- Vamos assistir a um filme nele!

- Interessante...- Falei encarando aquela coisa estranha funcionando.

Ela colocou em um filme de comédia, ela colocou o “computador” no colo dela e começou a se ajeitar na cama, eu fiz o mesmo, mas não estava exatamente confortável na posição em que eu estava então eu puxei ela e a deitei sobre o meu peito me aconchegando com ela sobre mim, ela não pareceu se incomodar pois acabou se aconchegando sobre o meu peito. Acho que a minha vontade de ver a Donna sumiu no momento em que os cabelos da Sophie tocaram os meus dedos que instantaneamente começaram a fazer carinho na cabeça dela, posso dizer que nem prestei atenção no filme, a visão da Soph deitada sobre mim pareceu mais interessante do que qualquer piada que saia daquele “computador”, eu já disse que estou apaixonado por ela? Se não, bom, agora vocês sabem! Eu estou apaixonado por Sophie Longbottom!

P.O.V. Lysander

Isso é ridículo! EU tenho que pedir desculpas! EU! Eu não fiz nada de mais, só falei verdades, a culpa não é minha se ela não gosta das verdades dela! Mas não, é claro que o Lorcan acha que eu tenho que pedir desculpas pra ela e eu fui burro o suficiente pra aceitar! Afff! Agora eu estava andando em direção ao meu pior pesadelo, pedir desculpas para a Luiza!

Estava quase botando o pé dentro do chalé quando eu escuto um barulho, parei instantaneamente, não era um barulho normal, era um choro abafado, mas tinha outro som junto dele, segui devagar o barulho tentando identificar ele e a cada passo que eu dava maior o barulho ficava. Juro que esperava muita coisa, mas não o que eu estava vendo naquele, meu sangue ferveu, meus olhos pegaram fogo, meus punhos se serraram, eu não controlei o que o meu corpo fez, tudo que eu sei é que eu soquei bonito o rosto do Goyle. Assim que vi ele no chão com a mão no rosto tentando entender o que tinha acontecido eu olhei para a menina que chorava baixo ao meu lado, nunca achei que veria Luiza Zabini chorando, ela me olhou e piscou rapidamente assustada, olhou para o Goyle no chão e saiu correndo em disparada, eu olhei novamente para o Goyle e lhe dei mais um soco bem dado no rosto o fazendo cair no chão de novo, já que ele estava quase levantando. Fiquei parado alguns instantes processando o que tinha acabado de acontecer, bom, eu salvei a Cachinhos Dourados de ser estuprada pelo babaca do Goyle, beleza, nada de mais, o problema é que eu não sabia exatamente o que fazer depois disso, então como um bom lufano eu pensei no melhor para todos, mas infelizmente eu não gostei na minha conclusão. Seguindo os meus instintos eu deixei o Goyle com um olho roxo no chão e fui correndo à procura da Cachinhos Dourados.

Subi os degraus de dois em dois tentando chegar o mais rápido o possível no único quarto que era o segundo andar, já tinha procurado no resto do chalé inteiro, o único lugar em que ela poderia estar era o segundo andar e eu soube que estava certo assim que cheguei naquela porta e ouvi um choro, minha mão encostou na maçaneta mas parou assim que percebi que não fazia a mínima ideia do que falar, mas por algum motivo besta eu abri a porta mesmo nem sabendo o que falar. Ela estava de costas pra porta sentada na única cama de casal que havia no quarto, o seu casaco amarelo estava jogado em um canto e as mangas da blusa de lã branca estavam arregaçadas, ela olhou pra trás assim que eu fechei a porta novamente, seu olhos estavam vermelhos e inchados, seus lábios não estavam diferente e tinha até um risco de sangue no lábio de baixo, Goyle deve ter mordido forte, seus cabelos estavam bagunçados e tenho certeza que se fosse em um momento diferente ela estaria arrumado ele desesperadamente. De repente o olhar triste dela virou uma raiva que nunca vi antes, ela levantou da cama e veio até mim rápido muito brava.

- Vocês! São todos iguais!- Ela começou a bater no meu peito me empurrando para trás- Babacas! Cretinos!

Eu tentei segurar os braços dela, mas mesmo com eles presos ela continuava a tentar me bater e me xingando de todos os nomes possíveis que eu poderia saber, ela continuava me batendo e eu continuava indo para trás tentando esquivar um pouco dos socos, mas então as minhas costas se encontraram com um armário que tinha no quarto.

- Eu odeio vocês! Odeio homens! Odeio minha vida! Odeio tudo!- Ela parou de me bater e voltou a chorar, chorar muito.

Ela apoiou a cabeça no meu peito ainda chorando, suas mãos fechadas em punhos estavam um pouco abaixo dos meus ombros, seus cotovelos estavam um pouco acima da minha barriga e sua cabeça estava encolhida entre os dois braços e encostada no meu peito comigo encostado em um armário. Eu realmente não sabia o que fazer então só fiquei parado esperando ela parar de chorar, pra minha felicidade isso não demorou muito para acontecer, ela foi parando aos pouco, mas nunca tirava o rosto do meu peito, bom, até que ela fez exatamente isso. Seus olhos ainda estavam um pouco avermelhado, mas bem menos que antes, ela me olhou intensamente como se lesse a minha alma através dos meus olhos, eu deveria ter feito qualquer coisa, xingado ela quando ela fez exatamente isso comigo, a empurrado quando ela ficou encostada em mim, qualquer coisa! Mas eu fiquei parado, feito estatua, enquanto ela chorava em cima de mim, eu não sabia o que estava acontecendo comigo naquele momento, talvez compaixão, mas quando ela me olhou com aqueles olhos e disse “Obrigada” eu surtei de vez, porque logo em seguida em achei seus lábios muito chamativos e pelo visto ela achou os meus também. Me aproximei lentamente dela e ela de mim, as mesmas coisas passavam por nossas cabeças, mesmos pensamentos e a mesma vontade, nossos lábios se tocaram devagar, mas apenas um pequeno toque dos lábios fez esquecer de todos os defeitos que ela tinha e lembrar da risada que eu odeio admitir que gosto, do jeito debochado dela que as vezes é engraçado ou então de quando ela consegue ganhar de alguém (que não seja eu) usando apenas argumentos. O beijo começou a ficar mais rápido, as minhas mão afrouxaram o aperto e as suas mão foram ao meu cabelo enquanto as minhas foram para a cintura dela, o beijo foi se intensificando mais e mais, ela passava a mão no meu cabelo mais rápido e foi me puxando para trás, eu estava muito ocupado para perceber para onde estávamos indo até que ela me virou e eu cai na cama, ela em empurrou e voltou a me beijar, eu sinceramente estava bem confuso mas então ela parou e me encarou, seu olhar estava confuso, mas um pouco alegre eu me arrisco a dizer, ela me deu mais um beijo, mas dessa vez ele foi apenas um selar de lábios demorado. Ela levantou m pouco e deitou do meu lado na cama, ela ficou encarando o teto um tempo enquanto eu a encarava, não tinha dito nada desde que entrei nesse quarto, talvez eu não deveria ter dito nada, mas achei necessário.

- Desculpa- Falei simplesmente o que fez ela olhar para mim confusa, mas logo depois ela sorriu e virou o seu corpo na minha direção.

- Obrigada- Ela disse baixinho com um sorriso fraco no rosto, ela foi fechando os olhos devagarzinho até eles se fecharem totalmente, fiquei a observando um pouco até que não aguentei mais também e acabei caindo no sono, bem ali, em um chalé no meio da Floresta Proibida numa cama com a garota que eu não gosto em uma festa de aniversário. Até que isso não é tão estranho pros padrões da minha família.