Estive Esperando Uma Vida Toda Por Você

Armando despertou no dia seguinte, com Beatriz dormindo em seu peito, com as pernas entrelaçadas as suas. Ele não cansava de admirar aquela mulher. Estava mesmo perdido de amor por ela.

Enquanto a admirava dormir tranquila em seus braços, Armando pensou no que enfrentariam com suas famílias... Hoje chegariam seus pais e ele temia a reação de sua mãe, embora seu pai lhe tivesse garantido que cuidaria que ela compreendesse a situação e o apoiasse. Para além disso, tinha a família de Betty. O pai dela era um sujeito conservador e antiquado. Teria que falar com ele sobre sua relação com Beatriz tão logo voltassem de viagem e dar um jeito de conquistá-lo.

Nesse momento, o interfone tocou e ele se levantou e se afastou de Betty com cuidado para não acordá-la. Ao atender, foi surpreendido pelo síndico, que havia recebido a queixa de Armando por meio do porteiro.

— Rafael, bom dia! Como vai? Sim, eu peço até desculpas, mas fiquei transtornado, pois minha ex noiva invadiu meu apartamento e criou uma situação desconfortável com minha namorada. – Explicava Armando ao síndico. – Sei que a culpa não é de vocês, mas gostaria apenas de avisar que Marcela Valencia não é mais nada minha, rompemos. Ela não tem autorização para subir ou para estacionar no prédio sem ser anunciada. E eu gostaria mesmo que esse tipo de situação não voltasse a acontecer, pois, caso seja surpreendido por essa mulher adentrando meu apartamento sem autorização terei que chamar a polícia e notificar oficialmente o condomínio. Espero que me compreenda.

— Claro, Armando. Não se preocupe, já cuidei de avisar aos funcionários e ninguém permitirá que Marcela invada sua privacidade mais. – Garantiu o síndico a Armando. – A propósito, fui avisado sobre sua solicitação de chaveiro e eu mesmo cuidei de providenciar um para você e ele já está para chegar. Também peço a gentileza de me passar o nome e dados de sua namorada, para que possa deixar avisado e autorizada a sua entrada livre ao condomínio.

— Sim, muito obrigado, Rafael. Aguardo então o chaveiro e quando descer com minha namorada para a empresa, entrego na portaria seus dados. Ela terá uma cópia da chave de todo modo, até porque vai passar umas semanas aqui comigo, então a verão constantemente.

— Está certo, Armando. Desejo um bom dia a você. Até logo.

— Até logo.

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Armando estava providenciando o café da manhã, quando interfonaram da portaria avisando que o chaveiro havia chegado.

O rapaz subiu e fez o trabalho deixando três cópias com Armando. Ele pagou e foi até a cozinha depois para continuar o preparo do café da manhã.

Seu celular tocou e se surpreendeu quando ouviu a voz de sua mãe do outro lado da linha.

— Olá, meu filho! Estou ligando para avisar que chegamos faz uma hora em casa. Marcela foi nos buscar e acaba de sair daqui.

— Oi, mamãe! Que bom ouvir sua voz e saber que já estão na cidade. Desculpe não ter ido eu mesmo buscá-los. Não sabia o horário de chegada de vocês e muitas coisas aconteceram ontem.

— Não se preocupe, meu filho. Eu sei, seu pai me contou. – Fez uma pausa. – Olha, filho, conversamos com Marcela e não foi fácil, ela saiu indignada daqui com nós dois. Mas, a repreendemos pelos escândalos e por nos manipular para ficarmos contra você. Pedimos para que ela o deixe viver sua vida em paz. Quero que saiba que te amamos muito, Armando. Você é nossa prioridade e ficarei ao seu lado, querido. Conte comigo!

Armando ficou emocionado com as palavras de sua mãe. Ele desejou tanto ouvir aquilo dela.

— Mamãe, muito obrigado pelo seu apoio. Não sabe o que significa para mim ouvi-la dizer isso. Sei que ama a Marcela e que foi difícil para a senhora...

— Filho, eu amo a Marcela, mas amo mais você. Você é meu filho, Armando. Quero sua felicidade, e se é essa moça que o faz feliz, então darei meu apoio e a receberei. A propósito, gostaria de convidá-lo para vir jantar aqui em casa hoje a noite com a Beatriz. Só nós quatro, o que me diz?

— Claro, mamãe! A levarei para o jantar, quando sairmos da Ecomoda.

Armando se lembrou da matéria na revista e resolveu avisá-la.

— Mamãe, queria alertá-la sobre algo, antes que veja ou escute de alguém... Ontem, depois do escândalo que Marcela aprontou com a Beatriz, eu tomei uma atitude e falei com uma jornalista... Dei uma declaração e Beatriz e eu tiramos fotos exclusivas para a matéria. Vai sair na publicação de hoje. Eu comuniquei nossa relação publicamente e gostaria que a senhora soubesse por mim primeiro.

— Ah, querido, eu já sei. Assim que cheguei em casa, vi a publicação de hoje. Marcela viu também e está furiosa. Foi um dos tópicos de nossa discussão. Ela saiu daqui revoltada, jurando apoiar o Daniel na divisão da empresa. Mas não se preocupe, ainda que eles o façam, seu pai e eu ficaremos ao seu lado.

— Obrigado pelo apoio, mamãe. E saiba que não permitirei que a Ecomoda vá parar em mãos alheias. Se os Valencia quiserem vender sua parte, eu comprarei para nós Mendoza. Mas depois conversamos melhor sobre isso, está bem?! Mais tarde estaremos aí e gostaria de fazer um pedido a senhora.

— Diga filho, pode pedir.

— Mamãe, por favor, tire as fotos em que estou com Marcela. Não quero que Beatriz se sinta constrangida. Claro que não espero que tirem as fotos dela, afinal, ela é como se fosse filha de vocês, mas ao menos tire as que estamos nós dois juntos.

— É claro, meu amor. Pode deixar comigo. Ah, e traga uma dessas que saiu na revista para que eu coloque entre as fotografias. Ficaram realmente lindas. Você já viu?

— Não, ainda não vi, mas a jornalista ficou de me mandar umas cópias das fotos e da revista. Deve enviar para a Ecomoda hoje.

Armando e Margarita se despediram e ele foi colocar as coisas na bandeja para levar o café na cama para Betty. Já estava na hora de se arrumarem para ir para a empresa.

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Ele chegou com a bandeja e depositou ao lado, enquanto foi acordar Beatriz com beijos pelo rosto e pescoço. Ela despertou com um lindo sorriso.

— Bom dia, Bela Adormecida! – Disse Armando sorrindo afetuosamente.

— Bom dia, meu doutor! Acho que dormi demais, estava tão cansada... – Betty dizia enquanto se espreguiçava.

— Sim, mas ainda estamos no horário, não se preocupe. Eu que despertei muito cedo. Te preparei o café na cama, minha doutora. – Falou trazendo a bandeja para ela.

— Nossa, o que fiz para merecer tanto!? Um príncipe desses, me despertando com beijos e me trazendo café da manhã na cama... Só posso estar sonhando. E se estiver, não quero acordar.

— Não é sonho, minha princesa. É assim que será tratada por mim, minha Betty. Estive esperando uma vida toda por você, meu amor.

Eles tomaram o café da manhã em meio a sorrisos e beijos. Armando acabou contando a Beatriz sobre a ligação de sua mãe e também lhe deu uma das cópias da chave de seu apartamento. Betty ficou feliz por ele querer compartilhar de seu espaço com ela, lhe confiando uma chave do lugar e mais feliz ainda por saber que Dona Margarita havia lhe aceitado, assim como Seu Roberto.

Depois de terminarem o café, tomaram banho juntos e se amaram em baixo da água quente.

Betty caprichou na produção, uma vez que iria jantar na casa dos sogros pela primeira vez, após o expediente. Pôs um vestido tubinho de alça vermelho elegante e discreto e um cardigã da mesma cor. Colocou o salto de tira preto e usou a bolsa preta. Manteve sua maquiagem leve e usou acessórios delicados.

Armando quando a viu, como sempre, ficou sem palavras. Ela não cansava de o surpreender. Sempre tão linda! Como nunca foi capaz de enxergar o quão maravilhosa era na verdade?! Tirando as roupas, penteado e acessórios de antes, as formas permaneciam as mesmas. Se tivesse a olhado com atenção antes teria percebido que não era nem um pouco feia. Beatriz Pinzón Solano era simplesmente a mulher mais bonita que já viu e era dele.

Quando passaram pela portaria do prédio de Armando, ele entregou uma carta de próprio punho, endereçada ao condomínio, autorizando a entrada livre de Beatriz as instalações do prédio e informando os dados dela.

Eles seguiram em direção ao carro de dele e partiram rumo a Ecomoda. Estavam felizes, as coisas pareciam estar se encaixando.