Boas-Vindas A Uma Nova Mulher

Catalina deixou Betty na frente de casa. Após tocar a campainha para pedir ajuda com as sacolas, dona Júlia não reconheceu a filha. A mãe de Betty estava sem palavras e seu Hermes, aos resmungos, as chamava para entrarem logo.

Deixaram as sacolas na entrada e foram as duas para a sala de jantar, onde Nicolas e Hermes aguardavam.

Ambos, assim como dona Júlia, ficaram atordoados. Não acreditavam que aquela pudesse ser a Betty que eles conheciam.

Hermes começou a interrogar a Betty sobre gastar dinheiro com essas coisas para mostrar-se por aí.

Nicolas gargalhava de Seu Hermes, enquanto dona Júlia defendia a filha, dizendo que ela estava belíssima.

O pai de Betty seguiu o jantar todo recitando a ladainha dos perigos da vaidade e, como sempre, a advertindo sobre o quão porco era o diabo.

Betty escutou todo o discurso em silêncio, pois não a importava o que dizia seu pai, só queria saber do Seu Armando.

Após o jantar, levou as coisas para o quarto e se pôs a arrumar tudo. Separou as roupas antigas e entregou para que a mãe as levasse para a caridade, assim, teria espaço para guardar suas novas roupas.

Separou uma blusa de tricô branca de manga, com decote arredondado e botões e também uma saia lápis preta e um sapato de salto preto. Depois passou suas coisas para a bolsa vermelha nova.

Esperava que assim estivesse bem e que fosse verdade o que dona Catalina e sua mãe haviam lhe dito sobre estar belíssima. Foi dormir sorrindo, rezando para que Seu Armando a achasse bela.

Após vestir-se, Betty penteou os cabelos pretos longos, agora lisos, e se pôs a maquiar como o maquiador havia lhe ensinado. Apenas realçando um pouquinho os olhos e um batom discreto. Ao se olhar no espelho, gostou muito do que viu e sorriu. Será que alguém a reconheceria? Claro que não! E provavelmente teria até que tirar fotos novas para o crachá. Começou a rir pensando nisso e na reação das pessoas.