40 min depois, mamãe saiu da casa, ela estava com aquele sorriso de felicidade, o que indicara que estava tudo bem, seus olhos castanhos brilharam ao encontrar os meus.

O que quer que tenha acontecido já tinha passado e eu não tinha motivos de me culpar. Ela se aproximou do carro e abriu a porta do passageiro e disse:

– Está tudo bem querido, não se preocupe. – Sai do carro e dei um abraço em minha mãe, o mais apertado que pude. - Ei menino, calma, não é pra tanto- ela disse sorrindo.

–Com licença Sra. McCall - era o homem da porta, seria o pai de Yumi?

–Sim? - mamãe respondeu ainda sorrindo

– Yumi quer falar com seu filho, a Sra. Autoriza? Se quiser ir pra casa eu levo o pequeno Scott mais tarde.

–Claro que deixo, por que não? Além do mais, acho que eles precisam mesmo conversar, querido depois nos falamos ok?

Mamãe afagou meu cabelo e se despediu, entrou no carro deu um sorriso pro sr. Harikume e uma piscada de canto de olho pra mim e se foi...

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A casa do Sr. Harikume era grande, provavelmente uma das maiores do bairro, por fora um quintal grande, mas sem muitos detalhes. Assim que entrei, avistei uma mulher mais velha, alguém que o Sr. Harikume me apresentou como sua mãe Tami. Ele me disse que eu deveria subir e bater no primeiro quarto à esquerda, o quarto de Yumi. Achei estranho, nos deixarem a sós, mas não relutei muito sobre isso. Bati na porta e Yumi disse:

–Vá embora pai, não quero comer.

Imaginei como ela se sentia, encostei a testa na porta dela e disse o mais baixo que consegui:

– Desculpe Yumi, eu não queria causar nenhum tipo de confusão...

Virei-me e fui à direção as escadas devagar, e com a cabeça baixa, senti dois braços passando por mim e me fechando em um abraço, era os braços dela, sem duvida.

–Não se culpe - ela disse baixinho, o suficiente pra eu ouvir - não foi sua culpa Scott, fique, por favor, - sua voz estava meio tremula, como se tivesse acabado de acordar ou parado de chorar.

Por um momento me esqueci completamente onde eu estava, aquele abraço me levou a lugares que eu não conhecia, um local novo, totalmente escondido em um abraço apertado.

Acho que ficamos ali parados na mesma posição por alguns segundos, que pareceram minutos, ou horas. Suspirei bem fundo pra tentar me livrar do transe daquele momento, o que por sorte consegui. Ela parecia bem mais atordoada do que eu, ela tremia um pouco, mas me abraçava de um jeito firme.

– Esta tudo bem, não se preocupe - eu disse colocando minhas mãos sobre as delas.

–Não, não esta nada bem, esta acontecendo tudo de novo, eu preciso de alguém... - e ela se interrompeu.

Eu soltei seus braços, me virei, peguei em sua mão e a guiei de volta pro seu quarto. Se eu tivesse feito alguma coisa, não queria que as pessoas da casa vissem e me culpassem. O quarto de Yumi era um quarto comum, grande, com uma cama de solteiro ao canto, uma janela semiaberta, que reparando bem, dava pra ver um pedacinho da janela do meu quarto, notou também alguns pôsteres de filmes, e uma estante de livros.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.