A Little Piece Of Heaven

And I will take what’s mine


Becky’s POV

Não dizem que quando você está feliz, sempre acontece alguma coisa que te deixa triste? Pois é. No dia seguinte, minha mãe me acordou e ela estava muito mal. Estava com olheiras muito fundas olhos vermelhos e... Chorando?! Minha mãe não costuma chorar...

-Mãe?! Que foi que aconteceu? – perguntei preocupada.

-É... O seu pai, Becky. Ele foi embora. – disse ela entre lágrimas.

-Ah, - disse fingindo estar magoada. Não pensem que sou um monstro ou algo do tipo, é só que meu pai não fazia muita diferença na minha vida. Tentei ser gentil – não se preocupe mãe. Ele não merecia você. Você é muito pra ele.

-Obrigada Becky – disse ela com um leve sorriso – anda, hora do colégio.

-Ah, mãe – eu disse – eu queria falar com você sobre uma coisa. Na verdade, sobre alguém.

Contei a ela sobre Jimmy e os garotos. Sobre nossa conversa e até sobre eu ter matado a última aula para beber. Ela não ficou furiosa e eu sabia que não ficaria. Ela ouviu pacientemente e no final, deu de ombros e disse:

-Faça o que você achar de deve ser feito. Vamos, Alice daqui a pouco está aí. Ela me lançou um breve sorriso e saiu do quarto.

Tenho que admitir fiquei um pouco confusa. Levantei, fiz minha higiene, vesti uma camiseta do Metallica acompanhada de meu jeans surrado e meu tênis sujo e então, desci para tomar café. Sentei à mesa, comi umas bolachas e quando fui tomar algo que parecia um suco, alguém bateu à porta. Minha mãe ameaçou levantar, mas eu não deixei. Ela estava mal até para isso.

-Eu atendo – disse, e fui em direção à porta.

Para meu espanto, quem estava parado na porta era ninguém menos que James Sullivan. Ele estava tipicamente vestido com seu kimono em um tom laranja, cabelos muitíssimo arrepiados e um belo sorriso no rosto. Seus olhos azuis brilhavam de malícia.

-É Alice? – perguntou minha mãe – Mande-a entrar, vocês não estão atrasadas mesmo, e deu uma risada abafada.

-Ah, não é a Alice mãe – eu respondi. Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa a mais, Jimmy foi entrando na cozinha e deu de cara com uma senhora Jane um pouco brava.

-Ah... – começou ele – desculpe sra. Johnson. Eu sou James Sullivan. Sou amigo de Becky. Queria saber se eu posso acompanhá-la até a escola hoje, disse ele.

-Ah, tudo bem. – respondeu minha mãe. Eu devia estar muito corada. – Mas e quanto à Alice?

-Eu encontrei com ela no meio do caminho e a avisei que viria pegar Becky hoje. Então, – ele se virou para mim – vamos?

-Ãh, é. Vamos. Tchau mãe.

Jimmy pegou minha mochila e juntos, fomos caminhando lentamente para o colégio. Fomos conversando sobre muitas coisas durante o trajeto. Parecia que, quanto mais falávamos, mais assunto tínhamos.

-Sua mãe – disse ele enquanto andávamos – parecia triste. Aconteceu alguma coisa?

-Meu pai foi embora – respondi dando de ombros.

-Ah, entendo. Sinto muito.

-Sem problemas – respondi.

-Eu estava pensando – começou ele – aquele convite de ontem para entrar na sua casa... Ainda está de pé?

-Hmmm, eu não sei. Vou ter que pensar muito no assunto – respondi fingindo tom sério.

-Ha-há! – disse ele – é sério, Becky. Os rapazes vão sair hoje e eu não estou muito afim de ir e também não pretendo ensaiar...

-Tudo bem então. – respondi sorrindo – Ensaiar é? Então você entrou para a banda?

-É, eu Brian e Johnny decidimos entrar, mas rebatizamos ela, claro.

-Interessante. E qual o nome novo da banda, Senhor Futuro Rockstar?

-Bom, eu e os rapazes nos reunimos depois do bar e decidimos chamá-la de Avenged Sevenfold. É um nome legal, pelo menos, todo mundo concordou.

-Eu gostei – respondi.

-É, é bom.

Fez-se um breve silêncio, até que uma pergunta muito estranha veio à minha mente e eu senti a necessidade de fazê-la a Jimmy.

-Jimmy, o que você pretende fazer se nada dessa coisa de “astro do Rock” der certo?

-Ah, mas claro que vai dar certo, Becky. O que a faz pensar que não?

-Não sei, é só que... Muitos adolescentes tentam essa coisa de montar uma banda e só alguns realmente fazem sucesso.

-Becky, você pensa tão pequeno – disse ele em meio a uma gargalhada que soou muito boa aos meus ouvidos – claro que vamos fazer sucesso. Eu tenho certeza disso. A única coisa da qual eu ainda tenho dúvidas é se meu coração vai sobreviver a tantas emoções – brincou ele – eu sempre digo para os rapazes que talvez não passe dos trinta anos – e deu um sorriso faiscante para mim.

-Como assim? – perguntei confusa.

-Você vai descobrir. Opa – ele parou de repente – acho que chegamos.

E realmente havíamos chegado. Cara, como o tempo passava rápido quando se conversava com o Jimmy.

O dia no colégio havia passado incrivelmente rápido. Eu passei o intervalo com Jimmy, os rapazes e suas respectivas acompanhantes. A única que não se encontrava ali era Leana, até que uma das meninas me disse que ela havia pedido transferência de colégio. Ufa. Ela me dava nos nervos, sinceramente. Jimmy me segurava forte pela cintura enquanto me acompanhava à classe na trocas de aula.

Na última aula, ele foi me buscar na sala e juntos, fomos para minha casa.

-Olha, é uma casa simples – eu disse quando entramos – uma coisa meio “família” mesmo.

-É muito bonita – ele respondeu.

-Bom, minha mãe não está. Podemos beber, assistir desenhos, comer besteiras ou – continuei lançando à ele um olhar malicioso – podemos beber, assistir desenhos e comer besteiras.

-Eu voto por beber e assistir desenhos – disse ele sorrindo.

Pegamos algumas bebidas na geladeira, alguns doces no armário e nos jogamos no sofá. Alguns minutos depois, estávamos conversando novamente. A televisão falava sozinha e Jimmy me contava sobre seus sonhos e eu sobre os meus, até que... Ele foi chegando mais perto, seus olhos azuis brilhando, e seus lábios tocaram os meus. Talvez eu estivesse esperando aquilo há muito tempo.

Ele me beijava suavemente, seus lábios macios se moviam em sincronia com os meus. Ele me abraçou e deitou em cima de mim no sofá enquanto continuava me beijando. Suas mãos seguravam fortemente minha cintura enquanto as minhas estavam firmes às suas costas. Aquilo não poderia continuar, não deveria...

-Jimmy – eu o afastei para poder olhá-lo. Como ele era lindo! – Acho que a gente tá indo rápido demais.

-É? – ele disse me beijando. Aquilo estava acabando comigo. – Eu não acho. Já estava pensando em te pedir em casamento mesmo – disse ele no meu ouvido enquanto o beijava.

-Há-há. Como vou ter certeza de que você não vai me descartar assim que isso acabar? – perguntei.

-Simples. – ele respondeu, agora me olhando nos olhos – Eu acho que amo você. Desde o dia que sua amiga veio discutir com a gente e o Matt a chamou de vadia – ele riu.

-Não tenho tanta certeza – disse fingindo dúvida. Na verdade eu tinha certeza. Eu sabia que pertencia a James Sullivan e ele pertencia a mim.

Jimmy’s POV

Tê-la em meus braços foi uma emoção que eu não consigo explicar. Eu a queria de corpo e alma para mim. Tinha certeza disso, assim como tinha certeza de que o Avenged Sevenfold faria sucesso. Eu sabia e, de alguma forma, acho que ela tinha essa mesma certeza. Aí você deve estar pensando “cara, você é jovem e já diz que ama uma mulher assim e o pior, você conheceu ela há dois dias!”. É, é. Tanto faz, eu a conheci há dois dias, mas vocês não entenderiam minha mente nem se eu desenhasse. Sem ofensas.

Eu a beijei novamente enquanto ela arranhava minhas costas e eu a segurava firmemente. Tirei sua camiseta e sua calça enquanto a beijava suavemente e ela fez o mesmo comigo. Logo, ambos estávamos só de roupas íntimas, mas isso também mudou logo. Em poucos minutos, podia ouvir alguns gemidos que escapavam da boca dela e alguns que escapavam da minha. Aquilo não era algo qualquer. Era especial. Eu sabia disso. Becky continuava a arranhar minhas costas e dava alguns sorrisos. Eu não conseguia evitar sorrir também. Me sentia como se fosse uma parte dela e ela uma parte minha.

Aquilo continuou até que, depois de um tempo, eu e ela estávamos largados no sofá, nus e dando risadas bobas. Sentia o corpo dela contra o meu, sua respiração se misturando a minha.

-Eu amo você – disse.

-Você me conhece há dois dias – ela respondeu sorrindo.

-Eu sei, mas já é o suficiente – disse beijando sua testa.

Ela caiu no sono enquanto eu a observava. Seu rosto tão delicado contra a pouca luz que batia nele. Tão linda e tão minha.