“Nãããão ...”

Acordo gritando, havia tido de novo aquele pesadelo, quando isso vai acabar? Olho no relógio são sete e meia da manhã, deito-me novamente na cama e decido que hoje não irei trabalhar, estou precisando de umas férias, preciso urgentemente de um descanso, sumir daqui, fugir dos meus problemas, ou melhor, tentar fugir. A vida ultimamente não tem sido fácil para mim, já não aguento mais carregar esse fardo. Primeiro Kate revela que está apaixonada por mim. Segundo, Eduardo havia morrido em meus braços, e por minha culpa, como poderei viver com isso?! Mas uma coisa é certa, não irei descansar até descobrir o que houvera acontecido ontem à noite no parque, descobrir quem matou Eduardo e o que aquele homem sabia sobre mim. Uma frase que Eduardo dissera não saia da minha cabeça ‘Você implorou para esquecer, eu a fiz esquecer.’ O que ele quis dizer com isso?! Mais uma pergunta para o meu vasto arsenal de perguntas que talvez nunca tenha respostas.

Pego meu telefone que estava em cima do criado mudo, que fica ao lado de minha cama, o ligo e uma mensagem havia chegado, era de Kate.

Diana, como você está? Estou preocupada, você sumiu. Espero que não seja pelo o que eu lhe disse no hospital, saiba que ainda podemos ser as amigas que éramos antigamente, sinto sua falta, falta de conversar com você, nem que seja só por apenas alguns minutos, enfim, sinto falta do que éramos antes. Então, estou preparando um jantar aqui em casa, só para alguns amigos, vai ser pouca gente, e gostaria muito que você viesse, sua presença é importante para mim. O jantar vai ser às nove e meia, irei lhe aguardar. Um beijo K.’

Havia esquecido totalmente de Kate, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, minha cabeça já não estava funcionando muito bem, acho que a qualquer hora dessas irei enlouquecer, e temo não ter cura para minha loucura. Kate deve estar achando que estou ignorando-a, mas não estou, bem que queria poder simplesmente ignorar e fingir que a minha vida é um conto de fadas e que no final terei meu ‘Happy Ending’. Ah como eu queria. Devia uma explicação a ela, uma resposta, não somente a ela, mas a mim também. Kate foi e é uma ótima amiga, eu realmente gosto de Kate, mas depois da revelação que ela fez, não sei, mas aqui ficou uma bagunça, Kate precisava de uma resposta, resposta essa a qual ainda não posso lhe dar.

Levanto-me da cama, vou em direção ao banheiro e pego minhas roupas que estão jogadas lá, ontem quando cheguei em casa o que eu queria era apenas me livrar daquelas roupas, daquele sangue, do cheiro de Eduardo que ainda estava em mim, queria apenas esquecer. Jogo as roupas no cesto de roupa suja e decido que hoje será um dia bom, por hoje, que só por hoje irei esquecer que a minha vida é um verdadeiro caos. Entro para debaixo do chuveiro, abro a torneira e tomo um delicioso e revigorante banho. Hoje tenho um encontro com Kate, ao qual não posso faltar.

***

“Que droga, será que eu não tenho mais roupa pra sair?! Puta merda, já são nove e quinze eu ainda não tenho uma roupa pra sair, há, que se foda, vou usar qualquer uma mesmo” Digo tirando todas as roupas do guarda-roupa e jogando-as em cima da cama, estava mais do que atrasada, não gosto de me atrasar para encontros importantes.

Decido então que irei de calça jeans, com uma blusa social que achei entocada no fundo de uma gaveta e ponho um salto médio. Kate havia dito na mensagem que chamaria poucas pessoas, acho que ela não se importaria se eu fosse assim.

***

Dingdong, o som da campainha ecoa, fico vinte segundos esperando para que alguém venha abrir a porta, e nada. Decido apertar novamente, quando estou prestes a tocar a campainha, a porta se abre, era Kate. Nossa, como Kate estava linda, usando um vestido branco colado que marcava todas suas curvas, seu comprimento era na altura dos joelhos, pequenos detalhes na parte de cima, formando um desenho ao qual não dei muita atenção. Seus cabelos enrolados em um coque caprichado, e uma mexa do seu cabelo estava solto na frente, deixando-a ainda mais linda. Seus olhos de jabuticaba estavam contornados com uma fina linha de lápis e seus lábios, ah os seus lábios, estavam pintados de carmim. Nunca tinha visto Kate daquela forma, sempre que a via ela estava usando uma calça jeans, uma regata sempre suja de café e seus cabelos amarrados em um desajustado coque. Mas a visão que tinha ali, era linda, simplesmente perfeita. Kate estava radiante, se Leonardo Da Vinci a visse agora, teria vergonha de Mona Lisa.

“Você veio, que felicidade, pensei que não viesse.” Diz Kate, sorrindo como se estivesse ganhado um prêmio.

Apenas assenti com a cabeça, fazendo um sinal de cumprimento e sorrindo em retribuição. Depois do que acabara de ver, palavras me faltaram.

Havia no máximo umas dez pessoas na casa de Kate, não reconheci nenhuma delas, nenhuma me era familiar.

“Vamos jantar pessoal, a convidada de honra acabou de chegar.” Diz Kate em um tom de voz bem alto.

“O que? Estava me esperando chegar, para servir o jantar? E ... espera, eu sou a convidada de honra? Como assim, me explica isso Kate.” Digo extremamente surpresa e sussurrando ao seu lado.

“Diana, depois do que você passou acho que um pouco de carinho não vai lhe fazer mal algum, e se eu te dissesse que o jantar era pra você, você teria vindo?” Kate vira para mim, e sorri depois de falar, nossa como eu adorava olhar aquele sorriso, nossos corpos estavam em uma estranha proximidade. A tensão podia ser sentida nos quatro cantos da terra. O que estava acontecendo?!

Mais uma vez, apenas assenti, e retribui o sorriso. Sentamos à mesa, comemos um delicioso jantar, havia vários tipos de comida, me surpreendi com tamanha variedade, depois de comermos fomos sentar na sala, abrimos um vinho, bebemos e conversamos sobre os mais variados assuntos. Os outros amigos de Kate até que são pessoas legais, extrovertidas e muito, muito comunicativas, exceto por uma loira que estava lá, ela era esnobe e me olhava como se eu fosse uma mendiga morta de fome. Toda vez que me aproximava de Kate ela chegava e a puxava para si, aquilo estava me aborrecendo. Não pelo fato da loira ser esnobe e sempre querer o centro das atenções, mas pelo fato dela querer Kate apenas para si. Estava com ciúmes de Kate.

Um pensamento me percorre a mente, na verdade uma lembrança e a frase que se destaca é “Eu Amo Você Diana”. Por um bom tempo essas palavras ecoaram pela minha cabeça. Estou sentada em uma cadeira na cozinha que dá de frente a sala de estar, estou observando todos, alguns conversam sentados e tomando a quarta garrafa de vinho, outros estão lá fora fumando um “baseado” a loira foi tentar fazer uma “vítima”, e Kate. Kate estava sentada na sala, conversando normalmente com uns 3 amigos, tomando seu vinho e sorrindo ferozmente. Seus cabelos não estavam mais amarrados em um coque, agora estavam soltos, livres para que pudessem ser comtemplados, admirados e invejados por todos que ali estavam, aquela cor me hipnotizava, podia sentir o cheiro doce que exalava deles de onde estava. Kate então levanta e anda em minha direção, em seu devagar e desajeitado modo de andar, seus cabelos dançavam em sua volta, seus olhos negros e gigantes vidrados em mim, como se eu fosse algum tipo de presa.

“Sozinha?” Pergunta Kate, fazendo uma cara de ‘porque não se enturma?’

“Sim.” Respondo bebendo um gole de vinho que ainda tinha em minha taça e secando-a.

“Porque? Vem, vamos conversar! Mais vinho?” Kate pergunta me puxando pelas mãos e me levando em direção a sala de estar.

“Não, não quero, aqui está melhor. Prefiro ficar aqui” Digo, puxando com delicadeza minhas mãos das mãos de Kate.

“Vamos Diana, eles estão aqui para te conhecer, eu não fiz uma propaganda enorme de você, para você me fazer essa desfeita, venha por favor.” Kate, implora. Visivelmente embriagada.

“Kate, você sabe que eu não sou de muita comunicação, nunca fui na verdade, eles são pessoas adoráveis, adoraria conhece-los em outra hora, mas não agora, por favor! Você não entende!” Digo, minha voz soa em um tom desesperador, não estava em clima algum para “novas amizades”. Não podia simplesmente ignorar que um homem havia morrido em meus braços ontem, bem que eu queria poder esquecer, temo que essa terrível lembrança me presiga para sempre.

“Tudo bem Diana, não vou forçar você.” Diz Kate entristecida.

“Obriga..”

“Já que não vais para a sala, vou ficar aqui lhe fazendo companhia, não é bom ficar sozinha” Diz Kate após dar um pulo, como se tivesse tido a melhor de todas as ideias, e interrompendo meu agradecimento.

Kate pega um banco e senta ou meu lado, conversamos, bebemos, comemos algumas sobras do jantar e rimos. Algumas pessoas já estavam indo embora, a primeira a se retirar foi a loira esnobe, ela havia conseguido a sua “vítima”, logo depois dela ir, os outros também foram, um à um, saindo, e no final restou apenas eu, Kate e algumas garrafas de vinho.

Nós duas extremamente bêbadas, depois de umas oito garrafas de vinho, tivemos um pequeno dialogo.

“Sabe Kate, não que eu ache você feia, pelo contrário tenho inveja da sua beleza, desses seus cabelos vermelhos, do cheiro doce e perturbador que eles têm, de como seus olhos me hipnotizam e de como o seu sorriso me devasta. Tenho inveja disso.” Digo totalmente embragada, mas consciente do que havia dito.

“Hahaha, eu amo você!” Diz Kate.

***

Minha cabeça rodava como se estivesse em um carrossel a duzentos quilômetros por hora, parecia que o mundo estava sendo sustentado por ela. Meu paladar estava amargo, meu estômago doía, uma vontade incessante de vomitar até que todas minhas entranhas estejam fora de mim, meu pescoço doía, não podia mexe-lo sem que uma dor desagradável viesse junto com o movimento, meu corpo estava dormente como seu eu tivesse ficado em uma única posição por muito tempo, estou deitada, tento me levantar, mas uma pontada de dor muito forte me fez parar no meio do caminho. “Puta que pariu, que dor é essa, nunca mais eu bebo vinho!” digo em voz alta. Decido mais uma vez me levantar, até que consigo, fazendo muito esforço mas consigo. Tento abrir meus olhos, mas a claridade que havia no lugar me impedia, meus olhos ardiam e doíam, tenho mais uma vez, só que agora coloco minhas mãos na frente fazendo um tipo de proteção contra as luzes, dessa vez consigo enxergar, “que lugar é esse?” Me indago internamente.

O lugar não era a minha, ou muito menos a casa de Kate. O local era feito de madeira, duas colunas no meio, quatro janelas, duas de cada lado da cabana, de jeito nenhum aqui é uma casa, é pequeno demais para uma casa. Uma porta na frente, algumas cadeiras, uma mesa no centro da cabana, haviam objetos pendurados no teto, não consegui reconhecer o que eram. Uma lareira na parte esquerda da cabana, ela estava acesa.

Levanto de onde estou deitada, e vou em direção a porta, minhas pernas estão fracas e quase não aguentam o peso do meu corpo, tive que por algumas vezes me segurar em alguma coisa para não cair. Chego a porta e para minha sorte estava trancada e pelo lado de fora, decido ir a janela, já que não podia sair dali queria ao menos saber onde estava. Olhando pela janela e não acreditando onde estava “oh Deus isso só pode ser piada, e das totalmente sem graça” penso. Um arrepio percorre minha espinha. Uma floresta, estava em uma cabana no meio da floresta.

“Onde diabos eu estou e quem foi que me trouxa pra cá” Digo em voz alta. Ainda pendurada na janela.

“Eu”

Aquela voz, reconhecia aquela voz, sim eu reconhecia. Olhei para ver se meus ouvidos não estavam enganados. Kate.

“Kate? Porque você me traria pra cá? E como você me trouxe? Está uma confusão, me explica isso por favor!”

“Certo Diana, vou lhe dizer, mas sente aqui, você ainda está muito fraca por causa da droga que pus na sua bebida.”

“Você o que?”

“Sente que eu já lhe explico.”

Kate vai até a mesa, pega uma jarra e um copo, enche o copo com água e traz até mim, fico meio receosa em pegar o copo e beber a água, mas estou com muita sede e minha cabeça está preste a explodir, pego o copo e bebo toda a água.

“Kate ... o que é isso?”

“Diana, me desculpe, de verdade, me desculpe. Eu não queria, mas não tive escolha.”

“Do que você está falando Kate?”

“Não consegui mais viver sem você, depois do que houve no hospital pensei que nunca mais iria querer me ver, e isso me deixou louca, depressiva. Diana eu preciso de você.” Diz Kate, seus olhos estavam tão arregalados e vidrados que Kate parecia uma psicótica, naquele momento tive medo.

“Kate ... eu sei que é difícil pra você, mas acontece que pra mim também é, foi tudo tão de repente e eu não tive sequer a chance de pensar ...” Digo, minha cabeça ainda dói.

Sinto o chão girar, o teto está girando, tudo está começando a rodar, o que diabos tinha naquela água?

“Diana, só me diga que sente o mesmo.” Diz Kate segurando minha mão, e se aproximando de mim, deixando a distância que nos separava mínima, minúscula, tão pequena que um mosquito não conseguiria passar por ali.

“Não vou mentir, sinto uma atração, sempre que estamos próximas meu corpo entra em um tipo de tensão que falta explodir. Mas não quer dizer que a ame, desculpe Kate, não amo você.” Digo deitando na cama, já não conseguia ficar com a cabeça levantada, estava tudo rodando, estava perdendo o controle sobre meu corpo,

“Okay Diana, já ouvi o que queria ouvir.” Diz Kate sussurrando em meu ouvido. Nossa, aquilo fez minha pele arrepiar, meu corpo estava prestes a explodir, a tensão era grande demais.

E em um rápido e preciso movimento, Kate deita em cima de mim, desabotoando minha blusa e beijando meu pescoço. Eu não luto contra, afinal não tenho forças para tal. Ela termina de desabotoar minha camisa, e eu me xingo mentalmente por não estar com um lingerie mais bonita. Ela arranca minha camisa, e põe suas mãos em meus seios, apertando-os com destreza, por cima do sutiã, que ela rapidamente arrancou de meu corpo. Seus lábios saindo do meu pescoço e descendo rapidamente para meus seios, abocanhando um dos meus mamilos com voracidade, enquanto uma de suas mãos aperta o outro, arrancando gemidos profundos de mim. Deus, como eu estava adorando aquilo. Usando sua mão livre, ela pega meus cabelos e os puxa, facilitando seu acesso ao meu pescoço. Ela vai subindo dos meus seios até meu pescoço novamente com pequenos beijos, e leves chupões, chegando à minha orelha, mordendo o lóbulo rapidamente, com força, e sussurrando um “Eu te amo, Diana” que me deixou completamente molhada. Puta merda, essa mulher vai ser meu fim.

Ao mesmo tempo em que estava adorando tudo isso, eu estava amedrontada, cansada, com raiva de mim, por estar adorando aquilo e minha cabeça girava. “O que essa mulher quer de mim? Essa louca.” Indago mentalmente. Ela abre minha calça e coloca uma mão dentro da mesma, acariciando meu clitóris por cima da minha calcinha, fazendo com que todos os pensamentos que existiam em minha mente se esvair. Cacete, fazia muito tempo que eu não me sentia assim, tão... viva. Essa vadia sabe me excitar.

“Tão molhada... Mal posso esperar pra te fazer gozar na minha boca...” Ela diz em meu ouvido, sua voz quase um sussurro, fluindo pelos meus nervos. Puta que pariu, isso foi sexy pra caralho. Ela arranca minha calça, juntamente com a minha calcinha, e seu olhar encontra o meu. A face de Kate espelhava luxúria, seus olhos estavam vidrados, como se estivessem beirando a loucura. Ela finalmente solta meu cabelo, e põe as duas mãos sobre os meus seios, apertando e girando meus mamilos, beijando minha barriga descendo cada vez mais. Minha respiração irregular, quando ela finalmente chega onde eu tanto a esperava. Eu já desisti de lutar contra, agora eu só a quero onde eu tanto preciso. Essa vadia vai me fazer gozar. Aqui. E agora.

A boca aveludada dela passa lentamente pelas minhas coxas, com lambidas, mordidas e beijos, até que ela chega ao meu clitóris, chupando-o, e arrancando gemidos que eu não sabia que existiam em mim. Ela chupa, lambe, beija, morde, isso tudo enquanto brinca com meus mamilos. Eu posso enlouquecer, o mundo pode acabar, eu só quero que Kate continue ali, sua boca enviando arrepios por todo meu corpo, e eu consigo sentir claramente o prazer fluindo pelos meus nervos. Ela não pode sair dali. Essa puta tem que continuar. Eu não sei se aguento a tortura que vai ser se ela sair dali. Uso o pouco de consciência restante para levar uma das minhas mãos para o centro das minhas pernas, meus dedos se entrelaçando com os fios ruivos do cabelo de Kate. Ela percebe meu movimento, e move uma de suas mãos dos meus seios para a minha entrada. Apesar dos meus esforços para mantê-la onde ela estava, ela levanta a cabeça, e eu olho diretamente pra ela. Ela só sorri, olhando fixamente para mim, e passando a ponta do dedo indicador na minha entrada. Ela estava me provocando, e eu estava gostando disso.

“Você ainda vai gritar meu nome hoje, Diana, ah você vai...” Ela diz, sorrindo perversamente, enfiando o dedo indicador dentro de mim. Eu grito, um grito longo, agudo, desejando mais, cada vez mais... cacete, agora ela voltou a me chupar, e eu sinto ela enfiando dois dedos dentro de mim, movendo-os cada vez mais rápido, enquanto sua língua percorria meu clitóris. Eu não tinha mais forças para me segurar, meu corpo se movia contra a minha vontade, a boca e os dedos de Kate nunca me soltando, até que meu corpo se convulsiona, no orgasmo mais intenso da minha vida, enquanto minha boca abre, gritando seu nome...

KATE.