A Lenda do Dragão de Gelo

Capítulo 3 - A elfa da floresta escura


Capítulo 3- A elfa da floresta escura

Eleinor partira em direção ao grande rio Caudaloso situado ao sul, ao contrário das coordenadas dadas pelo proprietário da alfaiataria, pois ele, em uma de suas viagens fora enfeitiçado, o que lhe causou a perda de senso de direção apurado que possuía.

Com seu trajeto desviado e comprometido, ficou perdido na floresta escura, os álamos que cobriam a floresta inteira, causavam o ocultamento das trilhas, dificultando mais ainda a sua localização; após várias horas tentando sair da floresta, ele avista uma forte luz que se mexia depressa, próximo as margens do rio.

— Que é essa luz? — disse Eleinor olhando para a luz que quebrava a escuridão da noite.

E logo uma doce e suave voz responde:

— Eleinor, o que você está fazendo aqui na floresta escura?

— Quem é você, mostre-se!

— Diana, ladie das Elfas, senhora da floresta escura.

O homem jogou o capuz para trás deixando amostra uma cabeça despenteada, coberta com mechas escuras e cabelos grisalhos, e num rosto austero e pálido se encontravam um par de olhos penetrantes que tentavam ver o rosto daquele ser; E espantado ao ver a face da Elfa, ele responde.

— Há muito tempo que não a vejo, Diana, pode me ajudar a encontrar o meu caminho? Preciso ir ao condado, já que minha noite a procura da estalagem foi em vão.

— Venha comigo e mostrarei o caminho a você. – Disse Diana.

Logo, os dois foram ao condado, o local mais movimentado da terra do reino, e isso causava certo desconforto à Elfa, pois ela era um ser solitário que prefere morar sozinha na floresta, por conta disso, o caçador de recompensas tentou camuflá-la com sua capa, escondendo suas grandes asas.

Eleinor observava o local como se estivesse à procura de alguém com muita urgência, olhando sempre para o rosto das pessoas para ver se encontrava alguém conhecido, a quem ele tanto procurava, e esse mistério todo deixou Diana muito curiosa.

— A quem você procura?

— Um velho amigo meu, que poderia nos ajudar no meu objetivo.

Após andar pelo condado inteiro, e não encontrar a pessoa dirigiu-se a um local para descansar um pouco; estava anoitecendo e o frio do inverno começava a castigar as pessoas. Ao entrar em uma casa, um homem muito grande e de longa barba foi recebê-los, em sua mão ele segurava um facão, que deixou os dois em alerta, mas logo em seguida ele começou a se apresentar e parecer ser uma pessoa boa, no momento que Diana tirou a capa, ele logo mostrou interesse:

— Olá, eu sou Benites, o que um homem e uma bela Elfa fazem em meus aposentos? Por acaso vocês procuram um lugar para ficar? — perguntou Benites, o cozinheiro.

— Claro! — respondeu Eleinor — Precisamos descansar um pouco, mas não se preocupe, que amanhã cedo, logo partiremos.

Os dois sentaram-se em uma mesa, e logo Benites oferecera um de seus pratos, e enquanto comiam, Diana percebeu que um homem sentado atrás de Eleinor o observava, e o alertou sobre isso, e logo ele disse:

— Desde a hora que entramos aqui, já havia percebido isso.

E o cavaleiro sentado na outra mesa que estava observando-os, percebera que falavam a seu respeito, e tratou de ir em direção dos dois, ao chegar, começou a se apresentar:

— Perdoe-me, mas não pude deixar de notar o seu nome, o senhor é Eleinor, o caçador de recompensas, certo?

— Sim — respondeu — Chamam-me assim, estou muito satisfeito em conhecê-lo senhor...

— Aerus; Você é o mercenário a procura do Dragão de Gelo?

Eleinor se levanta rapidamente e o pergunta, sobre como sabe de tal assunto, mas ele não foi o único a querer respostas, Diana também ficou espantada ao ouvir a palavra “dragão”; Aerus respondera com um ar de mistério:

— Bem, possuo uma missão muito semelhante a sua, mas eu preciso matar um homem, podemos trabalhar juntos se você quiser.

O restaurante estava vazio naquele momento, então a conversa provavelmente não foi ouvida por mais ninguém.

Eleinor concordou em andar com Aerus, pois ele aparentava ser uma pessoa forte e que tinha experiência de lutas, vestia uma armadura cor gélida muito grande e rígida, com grandes arranhões, feitas aparentemente por unhas de dragões, em suas costas, uma capa o cobria, seu olhar era muito intimidador, seu rosto era belo com traços agressivos, que ilustravam seu caráter, possuía cabelos dourados e era alto; mas após conversarem, o mercenário Eleinor e Diana decidiram que seria de grande ajuda ter mais pessoas no grupo:

— Tudo bem então, amanhã partiremos, esteja pronto antes do amanhecer.

— Estarei pronto. — respondeu Aerus.

A noite estava fria e a neblina cobria o céu, não se ouvia mais nada.