A Lenda de Wander - A Sombra Do Colosso

Capítulo 22: O Desfecho do Ritual


– Vamos!!!

O grupo de soldados, liderados por Lord Emon, estavam atravessando a grande ponte. Quando chegaram, Emon abriu a porta com sua magia, permitindo seus seis soldados, Pholux, Adar, Sirius, Alberth, Dionin, e surpreendentemente, Avus. O xamã e sua escolta desceram a sala das rampas, até chegar ao salão principal. Emon simplesmente não acreditou no que viu.

– Lord Emon! – gritou um dos soldados.

A última estátua a esquerda, começou a brilhar até se despedaçar.

– Não...

Mas a surpresa de Emon foi maior, quando percebeu o corpo de sua neta no templo. De volta a arena de Malus, lá estava ele, Wander, caído. Seu corpo começou a levitar, e de repente, aparece dentro da catedral, seguido da Espada Ancestral, caída e cravada um pouco mais longe dali. Quatro silhuetas negras aparecem de seu lado, e Wander levanta, revelando uma pele pálida, olhos negros, e dois chifres.

– Eu não acredito nisso... Era você por trás de tudo! – Emon não consegue acreditar – Tem alguma ideia do que você fez?! Você não só roubou a Espada Ancestral e cruzou estas terras amaldiçoadas, como usou o feitiço proibido.

Os soldados de Emon sacaram suas armas e espadas, e se aproximaram de Wander, este que ainda estava tentando se levantar do chão.

– Para ser reduzido a esse ponto... Você só estava sendo usado. Erradiquem a fonte do mal!

Wander conseguiu se levantar, e andou em direção à Emon.

– Vejam... Ele está possuído pela morte. Apresse-se e faça!

Um dos soldados de Emon lançou uma flecha no joelho do garoto, que caiu se contorcendo de dor, segurando a perna ferida.

– É melhor colocá-lo fora de sua miséria do que de existir, amaldiçoado como ele é.

Avus então, se aproximou de Wander, e estendeu sua espada. E com um rápido movimento, cravou-a no jovem. Da ferida, foi lançado um jato de sangue negro, igual ao dos colossos, e Wander, surpreendentemente, se levantou, e se dirigiu em direção ao templo onde Mono estava. Vendo a imagem de sua amada, o jovem ganhou forças para retirar a espada de seu peito, mas logo caiu no chão, morto. Seu corpo escureceu, novamente semelhante a um colosso.

Emon se vira, e olha para sua neta. Porém, um espanto dos soldados chama a atenção do xamã. A áurea negra que contornou o corpo de Wander, começou a aumentar, formando uma criatura totalmente sombria, com dois longos chifres, e olhos brancos.

Tu cortaste nosso corpo em dezesseis segmentos para a eternidade, a fim de selar o nosso poder... Nós, Dormin, surgimos de novo.

– Ele foi ressuscitado...!

A criatura ficava de joelhos, pois era grande demais para poder caber dentro do santuário.

Tomamos emprestado o corpo deste guerreiro – disse a criatura, enquanto as outras quatro silhuetas negras entravam em seu corpo.

– Coloque um selo ao longo de todo o santuário, antes que seja tarde demais!

Dormin então, começou a atacar Emon e seus soldados, forçando-os a fugir pela sala das rampas. No caminho, Avus pegou a Espada Ancestral. A criatura os perseguiu, mas logo desistiu, pois a passagem era pequena para seu tamanho.

– Preparem meu cavalo!

– Aqui Lord Emon, a Espada Ancestral – Avus entregou a espada para o xamã.

Emon pegou a espada, e se aproximou de uma pequena plataforma que havia na ponta da última rampa. A ergueu, e a jogou no poço abaixo.

– Desapareça, sua besta!

A espada afundou no poço, fazendo a água dele clarear, e soltar espécies de ventos para todos os lados. Emon, lá em cima, e vai embora. Os ventos começaram a puxar Dormin, que logo desapareceu com sua alma negra, restando apenas o corpo de Wander, resistindo para não ser sugado.

– Mono... – dizia Wander – Eu... Eu atravessei essas terras proibidas... Derrotei 16 gigantes criaturas... Tudo por você...

Os ventos sugaram o jovem para a sala das rampas, que se agarrou nos degraus.

– Eu só quero... Que você saiba que... Eu... Eu te amo!!!

O vento sugou Wander para dentro do poço, fazendo a água escurecer novamente, e os ventos pararem. De repente, os pilares que sustentavam a Grande Ponte, começaram a desaparecer, fazendo-a desmoronar. Por sorte, os soldados de Emon conseguiram ter uma vantagem de distância das partes desmoronadas.

Mono abre os olhos.

– Onde... Onde estou? – pensava Mono.

De repente, uma visão se passa na cabeça de Mono. Ela estava presa a um templo, com uma espada fincada no coração. “ Mono, eu... Eu irei te salvar”. A visão muda, e desta vez, Mono estava deitada sobre um templo, com Wander conversando com um buraco no teto, de onde entrava a luz. “ Eu... Eu preciso de você para trazer a alma dela de volta. ”.

– Wander...

Os pensamentos da jovem são interrompidos por um barulho vindo de seu lado. Era Agro, ela não havia morrido. Mono se aproxima da égua, e a acaricia. Emon e seus soldados conseguiram chegar ao outro lado.

– Pobres almas... – diz Emon, ao ver a ponte totalmente desmoronada – Agora, não poderão mais atravessar os limites dessas terras novamente. Casos estejam vivos, se é mesmo possível continuar a viver nestas terras seladas. Um dia, talvez, vocês tenham noção do que fizeram.

Mono, dentro do templo, se dirige à sala do poço, e se surpreende ao ver o que nele estava. Um bebê ruivo com chifres. A jovem o pega no colo.

– Wander... É você...? – pensava a garota.

Agro começou a subir a rampa, e Mono, logo atrás. A porta estava aberta, dando chances para passarem. A égua olhou para a ponte destruída, e logo se virou, em direção a algumas escadas. A garota, logo em seguida, a seguiu.

Após terminar o trajeto, as duas chegaram a um jardim bem grande cheio de árvores, e um canal por onde transitava água. De longe, Mono pôde ver um antílope, que logo se aproximou. A jovem se ajoelhou, e vários pombos, e um gavião pousaram perto dela.

– Wander...

De repente, o gavião levantou voo, pelo infinito céu das Terras Proibidas.

Fim