Era um dia bonito na Vila dos Lumina. Ao lado do castelo do Rei Xamã Emon, dormia um jovem ao lado de seu cavalo.

– Hey, Wander! Acorda! – disse um homem, que se aproximava.

– O que? Onde eu est- Ah! Desculpe-me capitão Avus! – disse o jovem, após acordar.

– Onde já se viu? Dormir no trabalho? Você é o segurança dos estábulos! – disse Avus.

– Desculpe-me capitão. É que eu ando dormindo muito pouco, tendo pesadelos que...

– E isso lá me interessa?! – disse o homem, interrompendo o jovem – Só digo para se cuidar. Se te pegar dormindo de novo, eu te mato!

O capitão pegou um cavalo, e cavalgou até uma floresta ali perto. Wander acordou seu cavalo, Agro, e foi até um morro, também perto dali.

– Vamos Agro, aqui não é o meu lugar!

Quando subiu o morro, encontrou uma árvore. O jovem apoiou nela, deitou, e dormiu. Quando acordou, percebeu que estava em um local cheio de sangue, e com várias almas negras o seguindo e o atacando. E ele podia ouvir uma voz, o chamando, bem baixinho. “Wander, Wander...”

– Wander!

Ao escutar seu nome, o jovem acordou. Percebeu que tudo não passava de um sonho. Estava de noite, e havia uma fogueira acesa. Ele olhou para o lado, e viu uma garota ajoelhada ao seu lado. Ela tinha um cabelo preto e longo, olhos claros, e um vestido branco.

– Quem... Quem é você? Como sabe meu nome? – perguntou o jovem.

– Meu nome é Mono. Sou neta do Rei Xamã, o Lord Emon. E sei seu nome, porque você trabalha para meu avô, e já te vi algumas vezes nos estábulos.

– Mas... Eu nunca te vi antes!

– É que eu sempre vivi isolada no castelo. Nunca pude sair de lá. Agora que meu avô saiu da vila para uma missão especial, eu consegui me livrar dos guardas, e escapar do castelo. Eu ia pegar algumas frutas desta árvore, mas vejo que ela não tem muitos...

– Eu posso levar você para uma floresta aqui perto. Tem várias árvores, com muitos frutos. Quer que eu a...

– Claro! – disse a garota, antes mesmo de Wander terminar a frase.

– Bem... Suba no Agro então. Ele nos levará até lá.

Chegando na floresta, os dois pegaram algumas frutas. No meio do caminho, Wander perguntou a Mono:

– Mono... Você disse que vivia isolada no seu castelo certo? Era seu vô que te mantinha presa?

– Hm? Sim, era sim. Porque?

– Você odeia ele por isso?

– Isso é uma pergunta complicada. Meu vô me manteve presa naquele castelo desde meus 10 anos, quando eu perdi meus pais. Desde aquele tempo, ele sempre estava ocupado, com suas missões e coisas do gênero. Eu quase nunca me encontrava com ele. Mas...

Nesta mesma hora, os dois quase se depararam com o Capitão Avus, que ainda estava naquela floresta. O Capitão escutou o barulho dos dois jovens se escondendo, mas logo foi embora.

– Wander, está perigoso ficar aqui, eu vou embora – disse preocupada a garota

– Espere Mono! Eu posso te levar com o Agro

– Desculpe-me Wander... – disse Mono, já desaparecendo em meio às árvores.

Wander ficou ali parado, olhando para o nada. Agro deu um relincho, que “acordou” o jovem.

– Ah claro, vamos para casa.

Wander era órfão. Os soldados diziam para ele, que seus pais haviam morrido em meio a uma guerra que aconteceu logo depois de seu nascimento. Por isso, o jovem morava sozinho. Ele chegou em casa, deitou na cama, e dormiu.