– Ma-Mahara. Mahara Guile. – dizia a gatuna. Era uma menina tímida. Tinha longos e belos cabelos loiros. Estava ajoelhada no chão, e do lado encontrava-se sua adaga.

– Tudo bem com você? Você está machucada?

– Ah... Eu estou... Hmm... Bem...

– Mas você está com um monte de cortes no braço! Tome, beba isso! – dizia enquanto tirava do bolso a poção vermelha.

– Ah, mas e você? O seu olho está machucado... E por minha cau...

– Não tem problema. Beba isso que tudo vai ficar bem.

– Obrigada.

Pegou a garrafa e retirou a rolha. Começou a beber o líquido e suas feridas começaram a se curar numa velocidade surpreendente.

– Cadê os seus pais? – perguntou-a curioso

– *Glub*, *Glub*... Eu não sei. – disse enquanto bebia.

– Como assim? Você se perdeu? – estranhava Leonell.

– *Glub*... Não. Eu sou órfã e moro na Guilda dos Gatunos... Eu tenho um irmão mais velho, mas eu raramente vejo ele.

– ...

– Eu também sou tímida, então não tenho amigos... Mi-Minhas colegas fa-falam que eu de-deveria ser uma noviça. – dizia enquanto começava a choramingar.

– Bah! Quem se importa com elas? A partir de hoje, eu sou seu amigo. Me chame de Leon. – dizia confiante.

– Uuuuh... Vo-você promete? – não aguentou e começou a chorar. Jamais se sentira assim na vida. Sempre foi zombada pelos seus colegas. Não tivera amigos e sempre fora uma garota solitária. O único que a tratava bem era seu irmão, mas pouco o via. E agora, pela primeira vez, fez um amigo. A alegria transbordava de seu peito.

– Uhum, é claro. Afinal, nós somos amigos, não é verdade? – dizia com um grande sorriso. – Vamos. Eu preciso ir até a Abadia. Você vem comigo? – estendendo e oferecendo a mão para levantar a gatuna.

Levantou a cabeça e viu na sua frente, o menino que a salvara dando a mão para levantá-la. Limpou as lágrimas com as mãos, deu um enorme sorriso e se acenou com a cabeça. Segurou a mão dele e se levantou.

Começaram a caminhar em direção da Abadia. Mahara, contente por ter feito seu primeiro amigo, não soltara a mão de Leon. Na verdade, estava agarrando-o com os dois braços. Leon sentia-se desconfortável, mas não podia pedir à gatuna para soltá-lo. Afinal, ele é o primeiro amigo dela. Após um tempo de caminhada, notaram um pequeno portão. Em frente ao portão, encontraram um jovem agachado. Tinha cabelo castanho e usava vestes simples. Seria o irmão Simão?

– Podem voltar para a Igreja. Eu irei falar com o padre Necrus sobre sua vinda e seu ato heroico em salvar a gatuna. – dizia tranquilamente enquanto descascava uma banana.

– Anh!? Como você sabe que eu ajudei ela?

Inclinou levemente sua cabeça para olhar para o Aprendiz. Possui um olhar muito calmo e sereno.

– Bem, eu tenho meus métodos. O que está esperando? Apresse-se e vá se tornar um noviço. Seus pais esperam por você. – dizia enquanto alimentava o yoyo com a banana.

Leon olhou para Mahara e esta deu um sorriso.

– Muito obrigado Irmão Simão!

Ambos então saíram correndo para voltar para Prontera. O Irmão Simão assistia os dois jovens correndo. Incrivelmente, Leon não sentia nenhum incômodo por correr de mãos dadas. Talvez fosse a felicidade de ter concluído a missão, por mais simples que tenha sido. Em pouco tempo, estariam nas enormes muralhas da cidade. Estavam sem fôlego, mas ainda assim animados. Mahara estava contente por seu primeiro (e o melhor) amigo estar prestes a se tornar um Noviço. Já Leon, estava contente por poder mostrar aos seus pais que tinha concluído a peregrinação. Estavam na porta da sala da Guilda. Um olhou para o outro com um olhar de confirmação e abriram a porta juntos.