A Irmã De Renesmee

Ativou meu radar!


PARTE 1:

Depois da partida de todos eu estava aliviada. Como se um peso tivesse saido das minhas costas, não pela ida deles, mas por saber que estariam seguros longe de mim.

Voltamos para a casa de Nicolas e estava um total silêncio.

—Cadê sua família? - perguntei.

Todos estavam durante a festa, mas depois que minha família foi embora, eu não os vi mais.

—Eles sairam. Não voltaram hoje.

Fiquei surpresa com isso. Renesmee me encarou com um sorriso cúmplice.

—Jacob, acho que está na hora de voltarmos para Dartmouth, não acha? - ela perguntou.

—Claro.

Os dois se despediram rapidamente e partiram de volta para a faculdade. Renesmee foi embora com um sorrisinho bobo.

—O que deu nela? - Nicolas perguntou.

—Acho que bebeu demais. - falei rindo.

Nicolas pegou em minha mão.

—Ainda não tive a oportunidade de mostra-la o resto da casa.

Ele me guiou até o andar de cima, onde eu ainda não conhecia.

Nicolas me mostrou cada espaço do segundo andar, e eu me encantei. Como uma casa no meio de uma floresta podia ser assim tão luxuosa? Tudo bem que nossa casa em Forks também era no meio da floresta, mas mesmo assim eu ainda me surpreendia.

Por último ele me mostrou seu quarto. Um espaço grande, com uma cama enorme e tudo decorado em tons neutros.

—Uma cama?

Filhos da Lua dormem senhorita Cullen - ele respondeu sorrindo. -Tudo bem, me espere aqui, eu já volto.

Ele saiu do quarto me deixando sozinha.

Comecei a andar e olhar em volta. Achei uma porta de vidro, por trás de uma cortina escura, ao lado da cama dele.

Encontrei uma enorme sacada com vista para o alto da floresta. Dava pra ver tudo.

Aquela cena era surreal.

Fui até lá observando a lua em seu ponto alto e mais brilhante, como se ela me chamasse.

Mas eu estava cansada.

Comecei a tirar as exageradas jóias que Alice comprou. Os brincos, a pulseira, a presilha que estava prendendo meu cabelo. Soltei-o sendo que tinha prendido minutos atrás, libertando minha cascata castanha.

Eu estava aliviada por saber que minha família estava segura e era uma preocupação a menos para mim.

Mas de repente, fiquei pensando se talvez Alice não tivesse razão sobre eles ficarem por perto.

Espantei esses pensamentos no momento em que Nicolas voltou, me abraçando por trás.

Ele me virou de frente para ele pegando em minha mão. Nela ele colocou uma caixinha.

—Eu disse sem presentes. - Protestei.

—Não me importo com o que você disse. - falou sorrindo, com aquelas safiras azuis perfeitas me encarando. - Abra.

Sem discutir fiz o que ele mandou e abri à caixinha. Meus olhos deram de cara com um anel. Um baita anel.

Ele era tão surreal que eu não tive forças para falar alguma coisa ou até mesmo expressar alguma reação, apenas olhei boquiaberta.

—Eu só queria oficializar o quanto você é minha. - disse tirando o anel da caixinha - Esperei você por muitos anos Elizabeth. Não faz ideia de quantas vezes sonhei em te dar esse anel. Posso?

Pediu minha mão e eu a estendi.

—Claro.

Ele segurou minha mão com firmeza e colocou o anel em meu dedo.

Fiquei observando aquela jóia nada discreta, brilhando em minha mão, me dando um equilíbrio novo, como o colar também fazia.

—Você é perfeito - disse a ele - Hoje foi perfeito. As rosas, o buquê, o jantar, esse anel, você...

Eu não consegui terminar de falar e o beijei.

Minhas mãos foram direto para o seu rosto, sentindo-o e o puxando para perto.

Ele carinhosamente me abraçou. Nos beijamos intensamente e eu comecei a sentir coisas, e desejar coisas que nunca tinha desejado antes.

Minha mente estava flutuando enquanto o corpo de Nicolas estava quente, pressionado ao meu. Suas mãos cuidadosas pareciam cautelosas ao me tocar. Mas durou pouco essa cautela.

Nos acabamos nos perdendo.

Suas mãos passearam pelo meu corpo até ele me erguer no colo e me colocar sentada na mureta da sacada.

Ele se colocou entre minhas pernas e em nenhum momento soltou minha boca.

No começo estávamos em um beijo tranquilo e agora parecia que era o último minuto de nossas vidas.

Vendo onde aquilo ia dar, Nicolas parou de me beijar encostando sua testa na minha ofegante. Eu olhei para ele com uma cara de quem dizia "O que foi?".

Ele parecia preocupado.

Não quero te desrespeitar. - disse tentando a se afastar, mas e eu o puxei de volta.

—Eu quero que você me desrespeite. - disse.

Ele riu contra minha boca.

—Falo sério Liza. Esperei por anos, posso esperar mais. Não precisa ser agora.

—Mas eu quero. - disse olhando em seus olhos. - Quero agora.

Ele me olhou por um tempo como se pensasse, se estaria fazendo a coisa certa, ou se eu estava falando sério.

Mas eu não deixei ele pensar muito, o beijei de novo. Eu estava certa de que o queria, estavamos marcados correndo perigo, poderíamos morrer a qualquer momento, eu não queria esperar.

Queria te-lo aqui e agora.

Ele pareceu entender o meu recado pela intensidade que o beijei. Nicolas me pegou no colo de novo, e em segundos estavamos em seu quarto.

A cada toque dele eu sentia minha pele queimar. Cada beijo que ele me dava eu achava que ia explodir.

Nicolas era tão intenso e carinhoso, que por um minuto eu achei que estava sonhando com tudo aquilo. Mas no momento em que ele realmente me fez ser dele, ai sim, me dei conta de que não era um sonho.

Era tudo muito real.

Eu sentia que estava pegando fogo, minha marca ardia a cada toque na minha pele. E ele fez questão de beijar ali várias vezes intensificando ainda mais o que eu estava sentindo.

Ele me fez dele de muitas formas aquela noite.

[...]

No dia seguinte acordei no susto com meu celular tocando, jogado no chão.

Olhei para o lado e Nícolas dormia profundamente. Eu teria ficado horas o olhando se não fosse pelo som irritante do celular.

Era minha mãe e tinha milhares de ligações dela que eu não havia escutado.

—Alô - atendi com a voz baixa, com medo de acordar Nícolas.

—Caramba porque não atendeu antes? Já é uma hora da tarde. - disse irritada enquanto eu encarava o relógio ao lado da cama dele.

—Desculpa, eu não ouvi, estava ocupada. Aconteceu alguma coisa?

—Ocupada com o que? - perguntou meu pai.

Ótimo, o viva voz estava ligado.

—Caçando pai, eu estava caçando. O que achou que eu estava fazendo?

—Não achei nada - disse com a voz seca.

—Porque estão ligando? Aconteceu alguma coisa?

—Nossa filha, estamos com saudades - minha mãe disse - Só queria saber se você estava bem.

—Está brincando comigo Isabela? Não faz 24 horas que vocês saíram daqui - sussurrei enquanto revirava os olhos com vontade de gritar.

Eles eram inacreditáveis.

—Porque está sussurrando? - meu pai perguntou.

—Força do hábito. Olha está tudo bem, eu estou bem e um pouco ocupada agora para ser sincera. Ligo pra vocês depois. Aproveitem a lua de mel. - disse desligando na cara deles, antes de ouvir seus protestos.

Larguei o celular no chão de novo bufando de raiva. Quando me deitei Nícolas estava me encarando com a cara amassada de sono e o cabelo todo bagunçado no travesseiro.

Aquilo me fez perder o ar.

—Até que eles demoraram para ligar - disse dando um sorriso. Sua mão rápida me puxou pra perto, e eu o beijei.

—Bom dia. - sussurrei contra seus lábios.

Eu queria poder acordar assim todos os dias. Ao lado dele, sentindo seu corpo, seus beijos e seu carinho.

Era pedir muito a Deus?

Fiz Nícolas ir até o meu quarto pegar outra roupa para mim. Quando ele voltou, tomei um banho e tomamos café da manhã juntos. Na verdade não foi bem café da manhã, porque já era de tarde, nos caçamos juntos.

Assim que voltamos, eu estava me sentindo estranha, como a dias eu não me sentia.

Nícolas falava comigo, mas a minha cabeça começou a ficar longe, sua voz começou a se afastar, e de repente pareceu que ele nem estava ali. Quer dizer, eu não estava ali.

Eu paralisei em frente a janela da sala como se o tempo tivesse congelado. Era como se o vento tivesse soprado algo no meu ouvido. A brisa trouxe algo que atingiu o meu radar. Uma sensação estranha começou a me rondar.

O que era isso?

—Liz? - Nícolas chamou alto, passando a mão na frente do meu rosto - Hey, Elizabeth!

Eu devia estar parecendo uma esquizofrênica parada na frente da sua janela sem nem conseguir piscar. Fechei os olhos para poder entender melhor o que era isso, e reconheci um cheiro.

Um turbilhão de sensações me invadiu, e de repente e eu já sabia o que era. Tinha alguém se aproximando.

—Ah não - resmunguei perdida em meus pensamentos.

—Conheço essa cara. - Nícolas me chacoalhou. - O que foi?

—Não sei, não tenho certeza. - disse encarando a janela e no segundo seguinte eu já estava irritada. - Não dá pra ter paz. Um minuto de paz. Quando não é a minha família, é a sua irmã. E quando não é ela, agora me aparecem eles...

—Eles quem? - Perguntou preocupado me fazendo olhar pra ele.

—Os Volturi.

Nícolas me encarou mordendo os lábios, seu rosto ficou sério e tenso.

—Tem certeza?

—Queria não ter - disse me concentrando e trocando olhares entre a janela e ele. - Acho que temos só alguns minutos, até eles chegarem.

Nícolas se desesperou e pegou meu celular ligando para minha irmã. Ela e Jake estavam por perto, por isso chegaram rápido.

Eu expliquei depressa o que estava acontecendo e os 3 surtavam na minha frente sobre o que iriamos fazer.

Cada minuto que passava minha mente soava um alarme, um aviso de que eles estavam cada segundo mais perto e não tínhamos tempo para discutir estratégias.

Então resolvi tomar a frente da situação.

—Escuta, eles sabem que estamos aqui. Eu e Renesmee iremos esperá-los, e falaremos com eles. - já pude ver a cara de reprovação de Nícolas - Vocês dois terão que ficar longe.

—Nem pensar. - ele disse indignado. - Eu mesmo já lidei com os Volturi. Eles são manipuladores e interesseiros, vieram aqui por algum motivo.

—Eu também já lidei com eles - O lembrei - Deve ter algo por trás dessa visita, mas vamos incorporar a família Cullen que não sabe de nada, e só esta recebendo velhos amigos.

—Essa ideia é absurda. - disse Jacob concordando com Nícolas.

—Olha aqui vocês dois, isso não é uma ideia, vai ter que ser assim. Já imaginou se Aro descobre que Jacob, um lobo teve um Inprinting por Renesmee. Ou que Nícolas, um Filho da Lua, teve um Elo por mim? Morreremos sem ter a chance de nos explicar. Vocês querem nos proteger? Terão que ficar longe.

—Elizabeth é muito perigoso. - Renesmee tremia de medo.

—Eu não posso deixar você fazer isso. - Nícolas tentou me impedir.

— Alguém tem ideia melhor? - Perguntei e nenhum deles respondeu - Eu consigo lidar com os eles. Confia em mim, por favor... - pedi olhando pra ele.

—Eu conheço seu jeito de lidar com eles e não é o melhor. - Nícolas falava desesperado.

—Mas é o que tem para hoje, por favor gente, estamos ficando sem tempo...

Nícolas e Jacob não cederam totalmente. Ficariam longe, mas em uma distância considerável para o caso de algum desentendimento.

Fomos em um ponto estratégico, perto da faculdade e longe da casa dos Roller.

Renesmee estava ao meu lado, seu coração parecia uma escola de samba descontrolada. A cada segundo que passava eu os sentia mais perto.

—Você não vai falar nada sem eu deixar, ouviu? - Renesmee me encarou arregalando os olhos. - Aro sabe manipular as pessoas, e ele não pode tocar em você. Ele não pode saber sobre nada. Principalmente sobre os últimos meses.

—Você acha que eles podem tentar alguma coisa?

Não precisava ser sensitiva para enxergar o medo através de Renesmee. Ela tremia ao falar e estava toda tensa.

Depois do sequestro, ela ficou traumatizada.

—Vai ficar tudo bem. Confia em mim. - Assegurei a ela.

Ness respirou fundo e se posicionou ao meu lado. Segundos depois os capas vermelhas entraram no meu campo de visão.

Tentei me manter calma, mas o coração de Renesmee estava acelerado demais e aquilo estava me desconcentrando.

Eles apareceram na floresta como vultos e foram se enfileiraram a nossa frente. Aro, Marcus e Caius um ao lado do outro. Atrás deles estavam, Jane e Alec, e o que eu mais queria ver bem ao lado dos dois: Josh.

Aro deu um passo à frente olhando nos duas de cima a baixo.

Abriu um sorriso amigável abaixando a touca de sua capa.

—Irmãs Cullen. - seu sorriso brilhou mais ainda ao falar. - Que bom encontra-las aqui.

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PARTE 2:

Respirei fundo encarando rosto por rosto ali, e dei um passo a frente me sentindo vigiada por aqueles olhos vermelhos.

—Há que devo o desprazer de vê-los novamente? – Perguntei.

Caius não perdia o hábito desnecessário de me observar como um psicopata lunático.

Aro riu da minha pergunta sem se incomodar com a minha falta de afeto.

—Na verdade, viemos fazer uma visita aos Roller - ele explicou andando de um lado para o outro. - E tivemos essa coincidência incrível em encontra-las aqui.

Agora foi a minha vez de rir, apesar de eu não achar graça nenhuma em sua abordagem ridícula, e nem um pouco convencivel.

—Você não perde essa mania, não é. Nunca te ensinaram que mentir é feio? – assim que ele ouviu o que eu disse seu sorriso se desfez. Parece que ele esqueceu com quem estava falando. - O que acha de começarmos de novo, sem você mentir para mim?

—Como ousar pensar que Aro Volturi estaria mentindo... - Alec se intrometeu se dirigindo a mim e eu o fuzilei com o olhar.

—Não falei com você, não dirija a palavra a mim - Renesmee pigarreou atrás de mim, como quem diz "relaxa" - Aro sabe muito bem com quem ele está falando. Não vem com esse papo de coincidência. Eu sabia que viriam, uma hora antes de chegarem aqui.

—Porque nossas conversas sempre são assim? Nunca temos um momento agradável? – Caius se intrometeu tentando apaziguar a situação.

Eu revirei os olhos sem um pingo de paciência.

—Porque vocês começam do jeito errado, sempre, escondendo coisas de quem não se pode esconder nada...

—Não, porque essa garota matou o Felix! – Jane de repente elevou a voz cheia de rancor.

Eu a encarei, e não consegui reprimir o sorriso ao ver seu rostinho irritado.

—Ah, não diminuía minha ficha - disse dando de ombros - Não foi só ele. Foram todos os outros que vocês colocaram na minha cola desde o nosso último encontro.

Todos estavam me olhando e eu podia sentir cada sentimento diferente vindo de cada um deles.

—Tem razão, começamos do jeito errado. – Aro ergueu as mãos em rendição. - Viemos vê-las. Todo ano damos uma olhada nos nossos, e soubemos da sua estadia aqui. - ele explicou. Não estava 100% mentindo. Eu diria uns 70%.

—Todo ano temos que visitar os nossos - Marcus completou.

Eu sabia bem disso. Mas dificilmente vinham todos juntos como eles estavam fazendo agora.

Aro nessas visitas sempre mandava a guarda dele. Ele nunca vinha pessoalmente.

— Renesmee, será que eu poderia? – Aro se dirigiu a minha irmã estendendo a mão a ela. Nessie me encarou na mesma hora. Eu a reprovei só com o olhar, ela não se mexeu e nem falou nada. – Qual o problema querida? Faz parte das visitas. Deixe-me ver como tem passado. – Disse ainda estendendo a mão a ela. Renesmee com sua insistência, veio para trás de mim. Aro olhou pra mim intrigado. – Que surpresa, me negar saber o que aconteceu com você durante esses anos. É a primeira vez que isso acontece. – ele disse pensativo. – Sabe, sua irmã se recusa, então pode ser você Elizabeth.

Ele ergueu aquela mão pra mim e eu engoli em seco.

—Nem se eu quisesse você conseguiria. Não sei se Josh falou, mas estou meio bloqueada pras gracinhas de vocês. - nessa hora Josh me olhou com tanta raiva que me fez perder a noção por um segundo. - E você acha mesmo que eu deixaria você tocar em mim ou em minha irmã depois de tudo que aconteceu? Tenha certeza de uma coisa, quando eu tocar em você vai ser pra te matar...

—Elizabeth! - Ness arfou segurando meu braço, falando pela primeira vez.

—Se oporem a isso só complica as coisas pra vocês. – disse Marcus - Nós faz desconfiar que estejam escondendo algo.

—Isso já não é problema meu.

—Sabe que podemos optar pelo modo doloroso. – ele disse olhando para Jane. A garota deu um paço à frente, pronta para o que ela sabia fazer. - Vamos dar uma última chance a vocês...

Aro estendeu sua mão de novo, Ness ficou gelada com a chance de a torturarem.

—Tenta. – disse me soltando dela e andando até ele. Fiz questão de chegar bem perto, pra ele ouvir minhas palavras com clareza. - Da ultima vez que fizeram isso, eu matei o Félix. Tenta de novo e vai ver a cabeça da Jane rolar por esse chão antes de Renesmee gemer de dor. Vai lá e tenta.

Minha voz saiu baixa e fria, do jeito que eu queria. Eu via meus olhos no reflexo dos olhos de Aro.

Ele já sabia que a essa altura eu não estava blefando.

—Você não é o cara que se frustra por não ter o que quer? Então vai lá e machuca minha irmã para conseguir ver os pensamentos dela e vai ver o massacre que vou fazer aqui. - ele sustentou meu olhar por segundos, medindo o quão sério eu falava. - Está esperando o que Jane? - perguntei enquanto encarava ele.

— Não precisávamos resolver as coisas desse jeito. – disse como se as palavras doessem.

Eu dei um sorriso, que sei que devia estar parecendo psicótico agora.

—Falou o cara que quer torturar minha irmã a troco de informações. Hipócrita. – Nesse momento Aro me encarou de cima a baixo e senti que ele estava começando a ficar irritado com meus insultos. - Vão embora!

—Ainda não - Caius Interviu - Viemos pedir para que pare com o massacre com nossos vampiros. E que se junte ao nosso clã...

Eu estava cansada desses vampiros que Aro colocou no meu caminho desde o nosso último encontro.

Não tenho culpa se eu tive que apagar todos eles.

— Talvez eu pare com o massacre quando vocês pararem de mandar esses vampiros mal treinados para me vigiarem. - eu revirei os olhos me afastando - Agora, por que acha que eu me juntaria a vocês?

—Porque pessoas matam para estar conosco. Arriscam suas vidas pra fazer parte disso aqui, e você não dá valor a isso. – Aro disse.

— E porque eu daria? - perguntei confusa. - Se pessoas matam para estar com vocês, é obrigação sua dar valor a elas, e não perseguir a mim. Não vai conseguir nada comigo.

—Mas por quê? – Caius perguntou quase desesperado. - Pense bem...

E eu me irritei com esse assunto de novo. Essa insistência fora de hora.

—Porque eu felizmente já faço parte de algo maior que isso, não é só um clã, mas uma família. São maiores que vocês, em poder, em número, em inteligência, e principalmente em me passar os devidos valores sobre respeito a vida humana, sobre o nosso mundo e como devemos nos portar nele, algo que vocês não fazem direito. Eu jamais trocaria a migalha que é estar com vocês, do que algo que eu já tenho, que tive a chance de nascer. Foi construído com devido valor pelo meu avô e por todos os membros da minha família sem exceção de ninguém. Eu sou uma Cullen, não importa o que vocês façam, ou me ofereçam. Nunca trocaria o que nasci para ser, só pra estar com vocês. Está no meu sangue.

Aro estava tão ofendido com o que eu disse que nem conseguiu se expressar. Ele teria me batido se não soubesse que eu poderia mata-lo.

Comparar seu clã com o da minha família, era a maior ofensa que existia para eles. Eu sabia disso.

—Suas palavras podem lhe causar severas consequências – Marcus disse calmo por fora, mas por dentro estava fora de si também.

—É claro, machuquei o ego de vocês com poucas verdades.

—Agora não é hora para isso. – Sussurrou Ness no meu ouvido.

— Achamos que todos os Cullens estariam aqui, pois soubemos que vocês estão quebrando regras.

Marcus decidiu abrir o jogo me olhando de modo acusatório e contando a verdade por estarem aqui.

—Quando dizem "vocês" se referem a quem exatamente? – Perguntei cerrando os olhos.

—Você e sua irmã. – Caius acusou.

Eu suspirei.

É claro que não era só essa ladainha. Eu sabia. Eu sentia.

—Que regras? – disse rindo para tentar banalizar a situação. Mas por dentro eu estava pirando, pois já sabia do que se tratava.

—Eu realmente não sei. - Aro me olhou com tédio. - Vim aqui descobrir, mas as senhoritas se recusam a cooperar.

—As regras foram impostas para que todos os vampiros as sigam estritamente. – disse Marcus.

—Exatamente - eu disse o encarando - As regras foram impostas para que todos os vampiros as sigam. Não querendo desaponta-lo, mas eu não sou totalmente vampira, você consegue ouvir meu coração bater dai. Então tecnicamente, elas não se aplicam a mim e Renesmee.

—Isso não muda o fato de você ser uma vampira. – Aro se irritou e voou na minha direção estendendo a mão em meu rosto. - O que estão escondendo?

Ele estava tão perto que falar essa frase fez minha mecha do cabelo voar.

—Eu já disse. Se encostar em mim, eu mato você. - falei calma.

—Elizabeth! – Caius exclamou meu nome de repente. Ele me olhava apavorado. – O que é isso em sua mão?

Eu segui seu olhar diretamente para o anel que Nícolas me deu de aniversário. Respirei fundo tentando manter a calma por fora.

Mas por dentro eu estava tipo, que droga!

—Não acho que seja da sua conta. - dei de ombros.

—Eu acho que seja... – Gritou Caius.

Ele gritou comigo? Eu não me contive nessa hora.

Fui a passos largos até ele e simplesmente explodi de raiva.

—Quem você pensa que é? Eu não devo satisfações da minha vida. A nenhum de vocês, nem satisfações muito menos os meus pensamentos! - disse olhando dele para Aro. - Se a intensão de vocês foi vir até aqui arrumar briga e chamar atenção, ok, vocês vão conseguir. Se não, vão embora antes que eu faça cabeça por cabeça rolar daqui até o campus da faculdade. Esgotaram meu estoque de paciência por hoje!

—Elizabeth pelo amor de Deus! – Ness suplicou me puxando para longe e eu dei um estirão dela me soltando. - Não é o que ela quis dizer.

—É exatamente o que eu quis dizer sim. - disse indo até Aro - Vocês aparecem do nada, nos intimam como se fossem nossos donos e se eu devesse algo a vocês. Não devo, não devo merda nenhuma! Se continuarem insistindo vamos brigar, eu não converso mais com vocês. Se quiserem brigar, me avisem.

Renesmee me puxou de volta de novo enquanto eu tremia de raiva e todos se entreolhavam.

Claramente estaríamos arruinadas agora se eles resolvessem brigar.

Estávamos em menor número. Mas eu não me importava, estava com ódio.

—Fascinante. – Aro disse olhando pra mim.

—Sabe que ela não está brincando, não é? - Nessie perguntou.

—Eu sei - ele sorriu - Por isso acho fascinante.

Eu sou uma atração de circo para ele agora?

—Nós vamos embora, mas voltaremos e ficaremos de olho em vocês. –Marcus deu o recado.

Eu respirei aliviada enquanto eles ajeitavam o capus da capa e se preparavam um a um para irem embora.

Josh foi o último a sair e me encarou bem nos olhos antes de ir. Ele tinha um ar de vitória que não sei da onde vinha.

Quando eles finalmente se foram eu senti como se alguém tivesse sugado todas as minhas forças. Aquele encontro mexeu mais comigo do que eu imaginava.

Minutos depois Jacob e Nícolas já estavam aqui. Eu respirei fundo várias vezes retomando o controle do meu corpo.

—Você está bem? – perguntou Renesmee preocupada.

—Sim.

—Por umas 3 vezes eu pensei que teria que intervir. - Nícolas disse com o rosto aliviado.

Mas eu não estava aliviada. Estava tensa e irritada.

E eu ainda não estava em paz.

—Disse que sabia lidar com eles - falei cerrando o punho - Só que agora eu preciso de um tempo.

Larguei os 3 na floresta e comecei a correr entre as árvores tentando retomar o controle que Aro levou de mim.

Algo ainda não parecia certo.

Minha cabeça doía tanto. Tudo que eu via era vermelho.

Eu lavei o rosto no lago e me sentei por um minuto, mas não estava ajudando. Um cheiro que não me era estranho estava próximo de mim, desde que os Volturi se foram.

Eu me levantei e olhei entre as árvores, onde um arbusto se moveu.

—Você é melhor do que eu pensava. – ouvi.

Eu lembrava da voz e do cheiro. Lauren saiu de trás da árvore onde se escondia e se revelou para mim.

Seus olhos iguaizinhos ao do irmão, me olhavam com ódio. Olharam pra mim, para o colar brilhando em meu pescoço, depois pra mim de novo.

Era só o que me faltava agora.

—Estava mesmo esperando quando a gente teria um papo só nos duas. - eu disse enquanto ela se aproximava.

—Teremos hoje. – ela sorriu.