A Guerra Dos Opostos

Um à menos, um à mais...


HARRY POV

Ouvi o estalo e entrei na barraca. Então, vi a pior cena que já poderia ter presenciado. O exato momento em que Justin levanta a mão e pretende desferir outro tapa em Alex, que está caída no chão.

Eu não consegui me mover. Isso é tão...Surreal! Justin jamais havia batido em Alex. Pelo menos não que eu soubesse.

Uma expressão de dor perpassa o rosto de Alex. Ela encara Justin e logo, uma sombra perpassa o rosto dela. Nesse instante, cordas negras prendem Justin e o erguem, começando a enforcá-lo.

- ALEX! PARA! – grito, sendo a única coisa que consigo fazer.

Alex me encara. Então, ela leva a mão a sua cabeça e a sombra some de seu rosto. Justin cai no chão e Harper vai até ele.

- Mamãe...Tinha razão. – falou Justin encarando Alex, enquanto se levantava. – Você é problemática.

Assim, Justin passa como um relâmpago por mim e sai da barraca. Ainda não consigo fazer nada.

Hermione ajuda Alex a se levantar e dá um forte abraço nela. Sei que Alex vai ficar bem. Mas isso foi forte demais para ela.

Saio da barraca e Harper passa correndo por mim. Max e Gina param ao meu lado.

- Eu não acredito que ele fez isso. – comenta Max, abismado.

Gina murmura palavras de consolo para ele. Resolvo sair daqui e ver como Alex está. Eu me sinto perdido pelo que aconteceu. Mas era previsível, com o tanto de brigas que Justin estava proporcionando.

ALEX POV

- Eu quase...O matei! – exclamo, me sentindo horrível.

Encaro minhas próprias mãos, que estão brancas e tremem. Estou sentada na minha cama. Por incrível que pareça, não consigo chorar. Estou em choque pelo que acabei de fazer.

Hermione não diz nada, apenas me abraça de lado. Então, Harry entra na barraca. Eu o encaro.

Queria que estivéssemos juntos, como antes. Mas as coisas mudaram.

- Vou ver se Harper está bem. – diz Hermione soltando-me.

A puxo pelo pulso, mas ela se solta calmamente e me encara, como se dissesse para eu ficar calma. Hermione passa por Harry e acena positivamente. Ela sai da barraca e Harry fica no mesmo lugar.

Continuo encarando minhas próprias mãos. Harry não avança. Ele está com medo de mim?

- Até você está com medo, Harry? – pergunto, com a voz firme. Entretanto, minhas mãos ainda tremem.
- Não. – Harry avança e se larga no carpete, à minha frente. – Eu não tenho medo de você.

Isso poderia ter soado como um desafio, mas soou como um consolo. Encaro Harry.

- Pois deveria. – digo, em um sussurro.

Harry levanta e me puxa pela mão. Logo, me vejo envolvida por seus braços e o abraço forte, nervosa demais para lembrar que não devo fazer isso.

- Hey, tudo vai ficar bem. – diz Harry ao nos soltarmos.

- Duvido. – murmuro.

Harry dá um meio sorriso.

- Acredite. Se eu vencer o Voldemort, você só terá que se preocupar com a Morgana. Não pense nisso. Não pense na reivindicação. A luz vai fazer isso. Deixe as trevas para lá. – brinca Harry, me abraçando novamente.

Tenho toda a certeza do mundo que Harry está dizendo isso só para me consolar. Não é uma certeza. As trevas sempre foram mais fortes que a luz, em todo o tempo que reivindicavam os conjurados. Agora não seria diferente.

(...)

Enquanto os dias passavam, nós mudávamos de lugar para acamparmos. Com sucesso, sempre despistamos os Seqüestradores.

Justin foi embora. Harper me contou no dia seguinte ao ataque que tive. Não me senti culpada, mas me senti ainda mais infeliz.

Chegamos então, a acampar em uma floresta. Parece ótima para ficarmos por um tempo. Arrumamos as coisas e Harper se aproxima de mim. Noto que ela parece ansiosa.

- Posso falar com você, Alex?

- Tudo bem. – concordo, já sabendo o assunto.

Nos afastamos do pessoal e vamos para próximo da floresta.

- Não acha que é melhor irmos atrás do Justin? – pergunta Harper, nervosa.

- Harper... – começo, querendo escolher as palavras certas.

- Ele estava de cabeça quente! – exclama Harper, ainda mais nervosa. Viram por que eu queria escolher as palavras certas?

- Harper...

- Você estava de cabeça quente também!

- Por favor, Harper...

- Justin não fez por mal. - disse Harper, mas eu sabia que era difícil para ela mesma, acreditar no que estava dizendo. Ele nos abandonou, como Rony.

- Me escute, Harper. Por favor. – peço, calmamente.

Harper assente e fica em silêncio.

- Justin estava sendo possuído pelas trevas...

- NÃO! Ele não estava sendo possuído! Tudo isso foi culpa do stress e da horcrux e...

- Não Harper, não foi por causa disso. – digo, tentando continuar calma. – Justin está com sérios problemas. Ele não queria dizer aquilo, mas as trevas pressionam uma pessoa. Ele é um Russo. Faz parte da família e claro que seria manipulado mais facilmente, por ser o irmão mais velho, o favorito, o inteligente e enfim.

- Então o próximo é o Max? – pergunta Harper, nervosa.

- Não vou deixar que isso aconteça. Gina não suportaria. – respondo, vendo ao longe, Max ajudar Gina com a defesa da clareira. Ambos conversam e riem, no meio da tarefa.

- Mas as trevas... – começa Harper.

- Eu sei o que vou fazer. – digo, tranqüilizando-a. – Acredite.

Harper então, fica com os olhos marejados de lágrimas.

- Justin...Por que você não tentou com ele? – pergunta ela.

Balanço a cabeça.

- Não tinha mais jeito.

- Tinha sim! Se nós tivéssemos insistido. Se EU tivesse insistido. Se tivéssemos ficado juntos! – grita Harper.

- Não se culpe. A culpa não é de nenhum de nós. Nem do Justin...

- EU SEI! – grita Harper, batendo os pés no chão e lágrimas caem por seu rosto. – Eu sei... – murmura ela.

A abraço forte. Harper sente falta do Justin. Lembro de quando Justin mal a notava, e ela ficava admirando-o. Agora, Justin estava gostando dela de verdade, quando as coisas pioraram e ele foi embora.

Não sei bem como que é isso. No lugar de Harper, eu teria fugido ou...Feito algo pior. Mas acho que dá para sobreviver. Harper será forte e vai acabar se conformando.

(...)

- Tem certeza que quer fazer a vigia? – pergunto para Harry.

Hermione, Gina, Max e Harper parecem tão surpresos quanto eu. Já escureceu e o tempo está frio o suficiente para dar um baita sono e você dormir.

- Tenho. Vão descansar. – diz Harry, assentindo.

- Tudo bem então. – concorda Max. - Vamos antes que ele mude de idéia. – murmura ele.

Entramos na barraca e vou direto para minha cama. Logo que me deito, caio em sono profundo.

O.O

- Acha mesmo que pode me vencer? – pergunta uma voz feminina, da escuridão.

Estou no meio de um salão, com uma mesa redonda ao meu lado oposto. As portas estão fechadas e não consigo identificar muita coisa, por conta da escuridão.

- Quem é você? – pergunto.

- Seu pior pesadelo, queridinha. – diz a mulher, saindo das sombras.

Dou três passos para trás. Não pode ser ela.

- Venha para o meu lado, querida. – disse ela, carinhosamente. – Tudo ficará bem.

Balanço a cabeça, negativamente.

- Você tem trevas dentro de você. Todos tem. – diz a mulher, me puxando pela mão e me levando até um espelho.

A imagem que vejo é totalmente diferente da minha. Meus cabelos estão negros e completamente arrumados, perfeitos. Encaracolados e brilhantes, além de estarem soltos e caírem como cascata por meus ombros. Minha pele está rosada, meus olhos estão escuros. Mais do que o normal. Uma maquiagem escura está em meu rosto. Uso um vestido roxo que vai até os meus pés. Para completar, estou com All Star preto, que combina perfeitamente.

- Você vai ser mais forte do que qualquer bruxo do mundo, Alex. – diz a mulher, atrás de mim. – E vai destruir todos que tanto te humilharam.

(...)

Acordo com gritos e barulhos estranhos do lado de fora da barraca. Levanto e saio. Vejo então, Harry a um canto, com Max, Harper e Gina. Hermione está de frente para...Esperai será que é ele?

Subo alcanço meus amigos e então tenho certeza de quem é. Ele segura uma espada na mão direita e com a outra, segura o medalhão de Slytherin.

Ronald Billius Weasley, o Legume Insensível, está de volta. E pelo jeito, chegou chegando, já que destruiu a horcrux. Quero ver se Hermione vai querer ele de volta.