A Guerra Dos Opostos

Pedido de Ajuda & Defeito Fatal


ALEX POV

Estou na Sala do Espelho. Vejo que não estou tão perfeita quanto antes. Meus cabelos estão levemente bagunçados, como se um forte vento tivesse passado. Minha pele está cheia de arranhões e um corte não muito grande, sangra na minha boca. Meu vestido está chamuscado e com um sorriso, rasgo a parte queimada, deixando-o até a altura dos joelhos. Odeio vestidos que eu não consigo lutar direito e sim, acabo tropeçando e caindo no chão.

– Até imagino o porque de você ter iniciado essa conversa telepática - diz Morgana, com um sorriso. - Você quer minha ajuda, não é mesmo?

Penso bem antes de dar a resposta. Analiso se é isso mesmo que quero fazer. Então sei que sim. Pelo Harry.

– Sim - respondo, calmamente. - Dessa vez, eu quero as Trevas.
Morgana me analisa.

– Você é uma garota interessante, Alex. - diz ela. - Para salvar seus amigos, você vem pedir a minha ajuda? Logo a minha ajuda?

– Você é a opção mais acessível no momento. - digo, começando a me arrepender.

Morgana ri.

– Isso significa uma trégua?

– De poucas horas. - concordo. - Preciso disso.

Morgana dá de ombros.

– Tudo bem. Mas em breve, teremos que lutar, Alex. Não me decepcione ao usar as Trevas contra Tom. - diz Morgana, fazendo um aceno com a mão.

Abro os olhos e vejo Voldemort. Os Comensais da Morte tem expressões desdenhosas em seus rostos. Quero ver se isso vai durar por muito tempo.

Sinto um poder crescer no meu peito. Algo que eu nunca senti antes. Não sinto-me dominada, apenas mais forte.

A aura de poder cresce ao meu redor. Sinto que não vou precisar de varinha para lutar. Respiro fundo.

Voldemort parece observar que não seguro nenhuma arma. Ele gargalha.

– Como pretende lutar contra mim, sem arma alguma, Russo? - pergunta Voldemort, com puro deboche.

Alguns de seus servos, riem divertidos. Cerro os punhos.

– Vamos ver se vai continuar rindo quando eu acabar com você! - grito, dando um soco no chão, reunindo todo o ódio e lágrimas contidas, que tem dentro de mim.

Sei que é uma coisa idiota, mas uma voz em minha cabeça diz que tenho que fazer isso. Logo que minha mão chega ao chão, uma onda de tremor vai para todos os lados. Quatro riscos negros surgem no ponto que atingi com meu punho e como rachaduras, se espalham para todos os lados.

Por uma fração de segundo, ninguém diz nada. Então a explosão ocorre e os Comensais da Morte se afastam da batalha, como os bruxos às minhas costas, que se afugentam da explosão e dos destroços.

Voldemort parece surpreso por um instante, mas logo ri.

– Então, você está usando as Trevas ao seu favor? - pergunta ele, rindo.

- Quem diria.

– Seu hipócrita nojento! Como ousa rir de mim desse jeito? - minhas mãos tremem. - VOCÊ JÁ FEZ COISAS PIORES! ESTOU USANDO MEU PODER PARA SALVAR HOGWARTS! ESTOU TENTANDO PROTEGER MEUS AMIGOS! E SABE POR QUE FAÇO ISSO, TOM? - minhas mãos continuam tremendo, então encaro Voldemort, nos olhos. - PORQUE EU AMO ALGUÉM, AO CONTRÁRIO DE VOCÊ!

Voldemort arregala os olhos e por uma fração de segundo, vejo um lampejo verde, vindo na minha direção.

Desvio da maldição e muitas outras, vem até mim depois disso. Continuo desviando, dando giros no ar ou mortais. Reúno rochas pontiagudas e com facilidade, faço uma nuvem negra erguê-las e atingir Voldemort.

Este desvia facilmente e ri.

– Se você quer brincar desse jogo, tudo bem para mim, Russo! - Voldemort guarda a varinha e ergue o rosto, com uma expressão homícida em seus olhos vermelhos.

Ele levanta as mãos e ao mesmo tempo, uma explosão ocorre no ponto onde estou. Ouço alguém me chamando, mas não consigo identificar quem é. Apenas poeira aparece diante de mim.

– ALEX! - grita alguém. Reconheço a voz, mas parece meio improvável que seja dele. Afinal...Ele está morto no momento.

Várias lembranças surgem na minha cabeça, logo que penso nisso.

"Você é incrível", diz Harry, selando nossos lábios, em um beijo longo e bonito. Parecemos diferentes. Mais jovens e sem a guerra ao nosso redor. Momentos ótimos da Copa Mundial de Quadribol. "A garota mais perfeita que já conheci".

Sorri com o elogio. Baixei os olhos.

"Não quero decepcioná-lo, Harry".

"Você nunca vai me decepcionar", diz ele, baixinho.

"E se Morgana me controlar?".

Harry fita o horizonte.

"Se isso acontecer, eu vou continuar te amando do mesmo jeito, só que vou dar uns sacodes na Morgana para que ela liberte você!".

Dou uma risada. Harry me beija na bochecha.

"Você é forte, Alex. Você só me decepcionará quando você desistir de tudo e entregar o destino à própria sorte. O nosso destino."

"Sinto que você vai se decepcionar comigo, então."

"Não. Sei que você vai tentar salvar tudo.", diz Harry, me abraçando.

O encaro.

"Se eu enfrentasse Voldemort e você estivesse...Morto. Você acha que eu me sairia bem?".

Harry me encara, analisando minha pergunta.

"Acho".

"Se isso acontecer", começo virando-me para Harry. "Se isso acontecer, qual o truque para vencer de Voldemort?".

Harry fica em silêncio, pensando. Logo responde.

"Você tem que seguir o que acha que é certo. Não tem um ataque estratégico ou algo assim. Acontece por impulso, só isso. Siga seus impulsos.

É o melhor conselho que posso dar", responde Harry, dando de ombros e sorrindo.

Abro os olhos, ainda tendo a poeira negra ao meu redor. Voldemort está tentando me sufocar aqui. Se eu tentar respirar, a poeira vai entrar por meus pulmões e destruir meus orgãos internos. Esse feitiço é um dos que provavelmente, ele aprendeu primeiro em sua tragetória para o mal. É um dos mais perigosos.

Penso em alguma coisa. Então, um truque vem na minha cabeça.

BUM

Uma explosão sacode todo o chão e algumas partes do castelo, desmoronam, levantando uma grande nuvem de poeira.

A nuvem de poeira negra ao meu redor, se espalha com o vento. Caio no chão, sorrindo por meu truque ter dado certo. Uma explosão de poder das trevas. Algo que consegui aprender isso facilmente. Mas, como Morgana mesmo disse, todos nós temos trevas dentro de nós. Eu tenho. Por isso minha facilidade em usar as trevas ao meu favor. Elas sempre existiram dentro de mim.

Voldemort sorri, com puro escárnio. Saco minha adaga de bronze, que ganhei do Justin na Competição dos Feiticeiros da Família Russo.

– Você se tornou mais forte do que pensei. Embora, ainda não seja poderosa. - disse Voldemort, fazendo movimentos com as mãos.

Tremores de terra. Duas espadas surgem e vem na minha direção. Sinto meus pés presos no chão. As espadas vem em velocidade máxima.

Vejo Voldemort sorrindo e estreitando os olhos. Meus olhos focam em outro ponto. Dois gigantes lutando. Grope e mais um.

Eles se aproximam de nós, e Voldemort estremece. Ele não é atingido por nada, mas de alguma forma, parece sentir dor.

Então, fecho os olhos quando as laminas das espadas estão a menos de dois metros do meu corpo. Minhas pernas não se movem. Não consigo me mexer.

Sinto alguém me puxar e apenas o tremor de terra, sacudindo o chão. Abro os olhos e encontro os da pessoa à minha frente. Verdes. Os cabelos rebeldes, os óculos...

– Harry? - pergunto, com a voz baixa.

Ele sorri e sem dizer mais nada, me beija de uma forma como nunca fez. Parece um sonho. Ele está vivo. Harry Potter está vivo! Merlim e Deus! Obrigada. Valeu. Posso não ser uma garota muito...Seguidora das regras, mas valeu a quem quer que seja que o trouxe de volta para mim!

– Eu tenho que ir agora. - Harry me solta e sorri. - Vou acabar com isso de uma vez por todas, Alex.

Harry se cobre com a Capa da Invisibilidade e some de vista. Os gigantes iniciam uma batalha que estremece o chão e faz com que milhares de bruxos (entre amigos e inimigos) corram para dentro do castelo, escapando dos enormes pés de ambos os gigantes.

Resolvo fazer o mesmo, mas antes que eu possa dar mais um passo, uma dor lascinante percorre todos os meus membros. Caio de joelhos no chão.

"Está na hora, Alex", diz uma voz, em minha cabeça. Morgana. "Feliz aniversário, Russo".

Minha cabeça dói. Estremeço. Olho para a frente. A batalha se perde na minha cabeça. O que vejo é muito mais perigoso.

Um tornado que consome tudo ao meu redor. Negro. Raios cruzam o céu e vão de encontro ao redeimonho, enquanto exatamente três pessoas saem de dentro dali, encobertas por capuzes.

Elas caminham na minha direção. Eu poderia correr, mas minhas pernas não se movem e não obedecem ao meu comando.

Em sincronia, eles tiram os capuzes. Gigi, Morgana e Kevin. O trio caminha até mim, com trevas ao redor deles.

– Feliz aniversário, Alex. - diz Giuliana, sorrindo, falsamente.

Um círculo ao meu redor, se forma. Vários Conjuradores das Trevas se aproximam, com capuzes. Pareciam espreitar, esperando a hora certa para aparecerem. Esperando passar a uma da manhã.

De repente, minha respiração falha. As Trevas descem do céu de uma só vez, e me atingem. Sinto frio, fome, sede, dor...Coisas ruins enquanto as Trevas vão para dentro do meu corpo, entrando na minha mente e consumindo a minha alma.

– NÃO! - grita uma voz, que reconheço ser de minha mãe. - NÃO! Alex! Fique comigo! Por favor, querida!

" – Tem certeza que nosso nome está nessa lista Justin? - perguntou a garota loira com mechas pretas e olhos castanhos.

O garoto que recebera o nome de Justin, foi até a porta e olhou a lista.

– Sim. Nosso nome está aqui. - respondeu Justin voltando.

– Então povo? Sou Alexandra Russo estes são Maximiliano Russo e Justin Russo. Está é Harper Stone. - apresentou a garota morena.

– Sou Hermione Granger. Estes são Ronald Weasley, Ginevra Weasley e este é Harry Potter. -disse Hermione.

Harper soltou uma exclamação mas foi cutucada por Alex.

– Nossa! Não sabia que tinhamos um quarto tão maneiro. - disse Max analisando tudo.

– É. Temos até ármarios. - disse Justin.

– Droga. Erraram meu nome. É Alex e não Alek. - disse Alex estalando os dedos para a porta do seu ármario e a letra K foi substituida pela letra X.

– Como fez isso? - perguntou Gina.

– Isso o que? - perguntou Alex.

– Isso.Estalar os dedos e fazer magia sem varinha. - explicou Gina.

– Ah...é que meu pai tinha me ensinado a fazer isso então, peguei o costume. - respondeu Alex."

Minha cabeça lateja e sinto minha garganta doer. Descubro que é por eu estar gritando.

"– Vocês são do time da França? - perguntou Harry, após um longo momento de silêncio.

– Sim. Harper e eu somos artilheiros. Max é o goleiro e Alex é apanhadora e capitã. - respondeu Justin.

– Legal. Sou apanhador também e capitão. Rony é goleiro e Gina e Hermione são artilheiras. -disse Harry.

– Vamos ter aulas aqui nas carruagens? - perguntou Rony.

– Sim. Vocês estão de recuperação? - perguntou Max.

– Ah...fomos mal em feitiços e poções. - respondeu Rony.

– Sou péssima em Defesa Contra as Artes das Trevas e poções. - disse Alex.

– Então Harry pode voltar com a AD. - disse Rony."

Meu corpo dói. Meus ossos entram em fase de queimação. Começo a sentir meus olhos pesarem, como se minha consciência começasse a se esvair. Vejo o tornado destruindo tudo. Vejo Harry e os outros, chegando correndo e gritando meu nome.

"Você é fraca", diz Morgana. "Por isso as Trevas fazem parte de você. Você, Alex, não tem poder algum. A única maneira de você salvar seus amigos, seria você descobrindo seu defeito fatal. Mas agora é tarde. Você não vai conseguir."

"– Até que enfim apareceram. Pensamos que não viriam mais. - disse Justin sorrindo ao encontrar Harper.

– Vamos pegar algumas bebidas, Rony? - sugeriu Hermione de repente.

– Ahn...

– Vamos logo. - disse Gina puxando o garoto pelo braço.

Max, Justin e Harper foram atrás também e Alex e Harry ficaram sozinhos.

– Você jogou bem, Harry. - disse Alex.

– O-obrigado. - disse Harry.

Os dois ficaram em silêncio.

– Você... - começaram os dois. Eles riram.

– Fale você primeiro. - disse Harry.

– Você vai...ao passeio para Waverly Place? Sabádo que vem. -disse Alex.

– Ahn...vou...claro. - disse Harry.

– O que você ia dizer? - perguntou Alex.

– Érr...se você quer voar agora. - disse Harry.

– Como assim?Agora? - perguntou Alex surpresa.

– É.Tipo...depois que eles chegarem com as bebidas. - disse Harry.

– Você é maluco. - disse Alex.

– Não mais que você. - disse Harry rindo."

Então finalmente entendo. Entendo que para cada problema, por mais difícil que seja, tem uma solução. E o meu não é diferente.

Finalmente compreendo o que Morgana quis dizer. O meu defeito fatal. E sei exatamente qual é.

Meu defeito fatal é sempre me preocupar com os amigos, sempre estar com eles e colocá-los em primeiro lugar nas minhas decisões. Meus pais, meu namorado...Todos que eu amo, também estão nessa lista. Eu os protego com minha vida se necessário e agora, estou presa aqui, sendo reivindicada pelas Trevas. Por isso estou fraca. Por isso estou presa. Porque eu não estou cumprindo com o que sempre fiz. Não estou com os que eu amo. Não estou perto deles, lutando com eles. Eu estou contra eles.

A única maneira da Luz me reivindicar, seria se eu vencesse as Trevas. Ou seja, eu preciso vencer a Morgana. Então, preciso sair daqui agora, utilizando a meu favor o meu defeito fatal.

Concentro todo o meu poder nas minhas mãos e no meu corpo. Já fiz isso antes, mas não sabia dominar muito bem a técnica. Só que agora, preciso saber usar isso ao meu favor. Preciso...

Fecho os olhos e torço para que dê certo. Prendo a respiração como quando Voldemort me atingiu com aquele feitiço de fumaça.

E então, tudo ao meu redor, vai pelos ares com um grande impacto.